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Irmãos Cohen: A lenta tragédia do riso
O filme pertence à breve colecção de obras dos irmãos Coen que, em simultâneo, são raras, serenas, trágicas, cómicas, directamente realistas, densamente americanas, profundamente psicanalíticas e, por tudo isso, obras universais em valor absoluto.
12 anos escravo DJANGO NÃO VAI CHEGAR
E onde está o Django quando nós precisamos dele? Passamos os 12 anos de escravo à procura de um escape, de um ponto de fuga, de uma pequena sensação de alívio, de um justiceiro, mas a História não nos dá saída.
O Passado: O Que Fica Quando Tudo Acaba
Uma quantidade de tralha emocional, que é a nossa, a das nossas pequenas vidas quotidianas, os nossos infinitos particulares, tão tragicamente triviais- num dos melhores filmes do ano
12 Anos Escravo: Solidão e Campos de algodão
A história de um homem que não se limitava a querer sobreviver: ele queria viver
A Vida de Adéle: Close up da alma
Desenganem-se: o que Kechiche procura filmar ao longo daqueles seis minutos não é o corpo, mas sim a alma; ou através do corpo chegar à alma. Aliás, faz parte do estilo do filme, a opção por cenas longas, enfoques no rosto, que representa todas as dúvidas adolescentes que se prolongam para a idade adulta
Perdidos por cem
Mais um filme duro e cru, que retrata vidas estilhaçada na China capitalista
Ser ambíguo e ser ambivalente
O momento chave encontra-se na cena onde, de costas para Emmanuelle Seigner, ausente do plano, Mathieu Amalric escuta a voz transformar-se da vulgar Vanda Jourdain na misteriosa Wanda von Dunayev.
Álbum de Família
De uma forma desconcertante, e sem exibicionismos, a realizadora expõe os segredos íntimos e as zonas sombra da sua família
A Vida de Adèle - Uma questão de pele
O extraordinário filme que conquistou a Palma de Ouro em Cannes, este ano
O DESCONHECIDO DO LAGO O silurus e a morte
Todos os personagens são colocados lado a lado, como no teatro e, talvez, na pintura. Evita-se o campo-contra-campo, evita-se a hierarquia, estão em palco, frente ao público que os olha nos olhos e no sexo
Até Amanhã, Camaradas Pedalar, pedalar sempre
E ao fim de quase dez anos: o prometido filme baseado no romance de Álvaro Cunhal
FRANCES HA O Kama Sutra dos amores platónicos
Em Francis Ha, o novo filme de Noel Baumbach, as personagens vão para a cama para fazer... amizade. Assim mesmo, às cambalhotas, nas mais diversas posições, num Kama Sutra casto, com mais ou menos roupa, a preto-e-branco, como de antigamente. Os amores platónicos são os únicos que nunca se desfazem.
EU E TU Crisálidas na arrecadação
Um surpreendente regresso, 10 anos depois de Os Sonhadores, e 30 anos depois de A Tragédia de um Homem Ridículo, o seu último filme em língua italiana. Eu e Tu não só é underground no sentido estilístico, como é subterrâneo DE muitas outras formas
LIKE SOMEONE IN LOVE Aprender a amar em japonês
Kiarostami desmontou Tóquio enquanto cidade de plástico, que se desfaz em camadas, nada é o que parece, ou melhor, tudo se quer parecer com o que não é.
Blue Jasmine O Lado Lunar
Todas as Blanches (Dubois) dependem da bondade de estranhos, mesmo que levem dois "t" no nome
Sentir? Sinta quem lê!
A intromissão e a manipulação da literatura num filme muito fora do baralho Ozon (e ainda bem)
Para trás, satanás!
Um filme, um sonho, uma metáfora, uma premonição, uma memória - ou tudo isto junto
CAMILLE CLAUDEL É desgraça (não) ser louco
Em terra de loucos, quem tem sanidade mental perde-a com demasiada facilidade... A historia de Camille Claudel é revisitada por Bruno Dumont, com uma dose extra de religião e espiritualidade
Fragmentos : A realidade reinventada
O cinema desconstruído em ragmentos de uma Observação Participativa, de Filipa Reis e João Miller Guerra e Noutro País, de Sang-soo Hong,
É o Amor A VIDA É BELA
Depois do sacrifício e vingança de Oresteia (em Noite Escura e Mal Nascida), depois do incesto, do amor incondicional (em Sangue do meu Sangue), João Canijo encontra o romance perfeito do "viveram felizes para sempre" numa lota, entre galochas, aventais, fanecas, salpicos de polvo e a música de Zézé Di Camargo. É o Amor (em competição no IndieLisboa; a 25 de Abril nas salas), um documentário cheio de representação lá dentro- ou talvez não- em que Canijo foi "o mestre" a pescar imagens, e a Anabela Moreira "a mestra" que as fazia render...