Enquanto o mundo se despede do Papa Francisco, o Vaticano prepara-se para o Conclave, um processo que irá culminar com a escolha do sucessor de Jorge Mario Bergogli. O futuro chefe do Vaticano está nas mãos de 135 cardeais, todos com menos de 80 anos, de 71 países, que irão reunir-se, à porta fechada, na Capela Sistina. Para evitar influências exteriores, os cardeais irão dormir na Casa de Santa Marta, junto à Basílica de São Pedro, até tomarem uma decisão. O voto é secreto e pessoal, mas o vencedor pode ser qualquer homem batizado.

De Tolentino Mendonça, a Peter Erdo ou a Matteo Maria Zuppi a lista de sucessores ao Jorge Mario Bergoglio é longa – e até inclui um português – mas nem todos serão considerados papabili, um termo italiano utilizado para designar os nomes “favoritos” na eleição a Sumo Pontífice. Jorge Mario Bergoglio tinha sido um dos papabili, 2005, e voltou a sê-lo no de 2013, acabando por se tornar no Papa Francisco.

Pela imprensa internacional, sobretudo na base de dados Cardinalium Collegii Recensio O Colégio dos Cardeais: uma resenha, em português -, criada por investigadores e jornalistas especialistas em matérias do Vaticano, circulam já alguns nomes apontados como possíveis escolhas.

Aqui fica uma lista, organizada alfabeticamente, de 10 possíveis candidatos à liderança da Igreja Católica que poderão fazer erguer fumo branco da chaminé da Capela Sistina e soar os sinos da basílica de São Pedro, sinais de que o mundo tem um novo Papa.

Anders Arborelius, 75 anos

Alinhado com algumas filosofias do Papa Francisco – em particular a migração e as questões ecológicas – o sueco Anders Arborelius chegou a cardeal em 2016. Defende alguns dogmas da Igreja como o celibato sacerdotal, mas, também defende a celebração da missa tradicional em latim.

Segundo o Cardinalium Colleggi Recensium, é um dos primeiros na lista dos papabili.

Fridolin Ambongo Besugu, 65 anos

Um dos maiores opositores e crítico das filosofias do Papa Francisco, o conservador arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, foi nomeado cardeal em 2019.

Descrevendo-se como uma “sentinela”, Besungu opõe-se, de forma clara e direta, a questões de política e justiça social, chegando mesmo a opor-se à Fiducia supplicans – um documento, aprovado pelo Papa Francisco, sobre as chamadas “relações irregulares”, ou seja, que permite a bênção de casais homossexuais, que não contraíram matrimónio, mas com uma relação que perdura no tempo. Defende o celibato sacerdotal e a doutrina moral da Igreja.

Jean-Marc Aveline, 66 anos

Conhecido pelo seu carácter descontraído e proximidade ideológica a Francisco – especcialmente em matérias de imigração e proximidade ao mundo muçulmano – o arcebispo de Marselha pode tornar-se no Papa mais jovem desde João Paulo II e no primeiro francês a assumir o cargo desde o século XIV.

Doutorado em teologia e licenciatura em filosofia, Jean-Marc Aveline tornou-se bispo em 2013, arcebispo em 2019 e cardeal em 2022. Em setembro de 2023, organizou uma conferência internacional da Igreja sobre questões mediterrânicas.

José Tolentino de Mendonça, 59 anos

O nome português com mais hipóteses de poder vir a ser eleito Papa é o cardeal José Tolentino de Mendonça. Progressista e defensor das filosofias do falecido Papa, o cardeal defende a modernização da Igreja e é descrito como uma figura emergente na religião católica.

Durante o papado de Francisco foi convidado para organizar exercícios espirituais para a Cúria Romana.Em 2019 foi nomeado para arcebispo e responsável pela Biblioteca e pelo Arquivo Secreto do Vaticano e, no mesmo ano, passou a ser cardeal.

Assumiu também o Dicastério para a Cultura e Educação. Simpatiza com abordagens tolerantes à homossexualidade, atraindo alguma controvérsia na ala mais conservadora.

Juan Jose Omella, 79 anos

Conhecido pela personalidade bem-humorada, o arcebispo de Barcelona nasceu em Espanha e dedicou a sua carreira eclesiástica à justiça social, promovendo uma visão inclusiva do catolicismo. Em 2016, Francisco promoveu-o a cardeal e em 2023, convidou-o a juntar-se a um dos seus gabinetes para o aconselhar em questões de governação.

Enquanto presidente da Conferência Episcopal de Espanha, Omella viu-se envolvido no centro de uma polémica após uma comissão independente estimar que mais de 200 mil menores poderão ter sido abusados sexualmente pelo clero espanhol durante décadas. Omella pediu perdão pela má gestão dos abusos sexuais, mas negou que tantas crianças tenham sido abusadas.

Luis Antonio Gokim Tagle, 67 anos

Muitas vezes apelidado de “o Papa Francisco asiático”, devido às ideias de justiça social que partilha com o falecido Papa, Tagle foi nomeado cardeal em 2012 pelo Papa Bento XVI e possui décadas de experiência administrativa. Com 67 anos, o filipino defende que a Igreja precisa de acompanhar as “mudanças nas sensibilidades culturais e sociais” e de “reaprender” a doutrina da misericórdia, apoiando ideias de ecologia e ambientalismo e defesa da comunidade LGBT, mães solteiras e as pessoas divorciadas (ilegal nas Filipinas).

Oriundo do “pulmão católico da Ásia”, nas Filipinas, fala fluentemente italiano e inglês e, em 2019, foi nomeado chefe do Dicastério para a Evangelização, o braço missionário da Igreja, pelo Sumo Pontífice. Entre 2015 e 2022, liderou a Caritas Internationalis, uma confederação de mais de 160 organizações católicas de assistência, serviço social e desenvolvimento em todo o mundo.

Matteo Maria Zuppi, 69 anos

Se eleito Sumo Pontífice, o “Padre Matteo” – como é conhecido o arcebispo de Bolonha – será o primeiro Papa italiano desde 1978. Alinhado com os mesmos princípios defendidos por Francisco, os media italianos apelidam-no de “Bergoglio italiano” e é também conhecido por ser um “padre de rua” que se concentra nos migrantes e nos pobres, abraça o pluralismo religioso e que dá menos importância ao protocolo.

Apesar das tendências progressistas e de defender o acolhimento de homossexuais, promove o diálogo com os que defendem a tradição na Igreja Católica. Recentemente, foi enviado do Papa para a resolução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, tendo-se dedicado ao repatriamento de crianças ucranianas.

Atualmente é presidente da Conferência Episcopal italiana e também juiz do Supremo Tribunal da Cidade do Vaticano.

Peter Erdo, 72 anos

Considerado um dos principais candidatos ao cargo no último conclave, em 2013, o cardeal húngaro Peter Erdo é um conservador da Santa Sé que defende a estrutura hierárquica da Igreja. Especialista em direito eclesiástico, Erdo chegou a bispo aos 40 anos de idade e a cardeal 11 anos mais tarde, quando tinha apenas 51 anos de idade, o que o tornou no membro mais jovem do Colégio dos Cardeais até 2010.

Conservador, opõe-se ao celibato opcional para padres, é contra o aborto e contra o casamento entre homossexuais – apesar de ser favorável ao apoio pastoral – e considera que as pessoas divorciadas e casadas em segundas núpcias não devem comungar.

Em matérias de imigração, reconhece o direito de migrar, mas considera que a mesma pode ser um perigo para a estabilidade política. Em 2015, durante a crise migratória, viu-se envolvido em polémica ao equiparar o acolhimento de refugiados ao tráfico humano no mar Mediterrâneo.

Antigo presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, Erdo tem uma boa relação com Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro.

Peter Kodwo Appiah Turkson, 76 anos

Um dos conselheiros mais próximos do Papa Francisco em questões como as alterações climáticas, o cardeal Peter Turkson, do Gana, é candidato a tornar-se no primeiro Papa da África Subsariana. Com a experiência na direção de vários gabinetes do Vaticano, e conhecidas capacidades de comunicação, foi nomeado pelo Papa João Paulo II arcebispo de Cape Coast em 1992 e, 11 anos mais tarde, durante o mesmo papado, tornou-se no primeiro cardeal da África Ocidental da história.

Já com Bento XVI, em 2009, foi nomeado diretor do Conselho Pontifício Justiça e Paz – o organismo que promove a justiça social, os direitos humanos e a paz mundial – que Francisco fundiu com outros gabinetes em 2016. Em 2021, Turkson foi nomeado para dirigir duas academias pontifícias sobre ciências e ciências sociais.

Pertence à ala mais progressista da Igreja, tendo adotado filosofias semelhantes a Francisco em questões LGBT e ao fim do celibato para os padres. Esta é a sua segunda vez enquanto papabili, depois de ter participado no último conclave, em 2013.

Pietro Parolin, 70 anos

Considerado um candidato mais consensual entre os progressistas e conservadores, o italiano Pietro Parolin é secretário de Estado do Vaticano desde 2013 – ano em que Francisco foi eleito – e serviu enquanto diplomata da Igreja durante a maior parte da sua vida.

Parolin exerceu ainda os cargos de vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, durante o papado de Bento XVI e, em 2009, foi nomeado embaixador do Vaticano na Venezuela. Também participou nos esforços diplomáticos do Vaticano no Médio Oriente e na Ucrânia.

Uma das figuras mais próximas de Francisco, Parolin foi essencial no restabelecimento das relações entre o Vaticano e a China, em 2018, através de um acordo (terminado em 2022) que deu ao Papa algum peso sobre a nomeação ou veto de bispos pelo Partido Comunista Chinês em troca do reconhecimento de sete bispos chineses não admitidos pelo Vaticano. Foi também fundamental no reatar das relações entre os EUA e Cuba e visitou a Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky, em 2024.

Ontem foi mais um dia como os outros na Ucrânia. Poucas horas depois de terminar o “cessar-fogo” pascal de Putin, o Kremlin decidiu voltar a lançar uma chuva de mísseis e drones sobre cidades ucranianas. Não que a Rússia tivesse realmente interrompido as hostilidades. Segundo Volodymyr Zelensky, o exército russo desrespeitou a trégua quase 3 mil vezes, desde tentativas de avanço sobre posições ucranianas a ataques com drones e fogo de artilharia.

Ninguém ficou surpreendido com a falta de palavra do líder russo. Na verdade, este cessar-fogo – anunciado unilateralmente e minutos antes de entrar em vigor, não dando tempo para o exército ucraniano se preparar – nada tinha de sério. A (falsa) pausa de 30 horas parece talhada para ecoar o cessar-fogo de 30 dias proposto pelos EUA que a Ucrânia aceitou e a Rússia recusou, enquadrada numa moldura de cínica religiosidade, para apelar ao movimento MAGA e ressuscitar a ideia de que esta guerra é uma espécie de cruzada contra o que Putin chama de “satanismo” dos valores ocidentais. Um simples piscar de olho a Donald Trump, que no dia anterior ameaçara abandonar o processo de paz.

Com este truque de ilusionismo, Putin mostra que pretende manter os EUA à mesa das negociações, e tem boas razões para isso: a posição americana favorece as pretensões russas. Esta administração americana tem tido uma retórica extremamente hostil para com a Ucrânia e o seu presidente, cessou todos os apoios militares a Kyiv (recusa-se mesmo a vender sistemas de defesa), já fez saber que vai bloquear a entrada da Ucrânia na NATO e defende a integração dos territórios ocupados na Rússia como parte do plano de paz. Há até indicações de que pode estar mesmo a preparar-se para levantar sanções a Moscovo e reconhecer a Crimeia como russa, sem nada em troca, apenas e só como gesto de boa vontade. Exigências ao Kremlin? Ainda estamos por conhecer uma que seja.

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É uma daquelas coincidências: ver uma exposição de Zanele Muholi numa altura em que as diretivas trumpistas têm acendido o rastilho contra as políticas de inclusão, de género e de justiça racial convida a um aprofundamento do campo de visão, insufla hipóteses de resistência.

Zanele Muholi, retrospetiva da artista não binária sul-africana, coorganizada pela Tate Modern londrina e o Museu de Serralves, é a primeira grande apresentação da sua obra em Portugal. E a força dos números é importante: o espaço museológico apresenta mais de 200 fotografias, a preto e branco e a cores, pontuadas por uma linha do tempo documental que evoca tanto o apartheid na África do Sul como a ditadura em Portugal.

A artista sul-africana Zanele Muholi fotografada, em Serralves, junto de um dos seus autorretratos

Tal como uma manifestação é impossível de ignorar no espaço público, também a abundância destes rostos e corpos, destas peles e poses, é uma declaração contra a invisibilidade – eles e elas não caminharam silenciosamente para a noite escura. Zanele Muholi acendeu um holofote que nunca mais se apagou.

“A minha missão é reescrever a história visual negra queer e trans da África do Sul para o mundo conhecer a nossa resistência e a nossa existência durante o período crítico dos crimes de ódio na África do Sul e mais além”, afirma Zanele.

“Artista ativista”, Muholi quis ser mais do que testemunha de injustiças sociais, tal como o seu mentor na escola de fotografia em que se inscreveu aos 31 anos. O fotógrafo sul-africano David Goldblatt (1930-2018) documentou as condições de vida sob o jugo do apartheid. Mas Zanele Muholi conhecia as costuras e os riscos da comunidade negra LGBTQIA+: fazia parte desta. E reclamou o direito a serem eles a contar a sua própria narrativa.

Espelhos

A retrospetiva já passou por Paris, Berlim, Copenhaga e São Paulo. No Porto, Zanele Muholi expandiu-se pela mão das curadoras Inês Grosso e Filipa Loureiro e na colaboração com o atelier de arquitetura Ventura Trindade. “Queríamos que esta fosse uma exposição muito importante, que agitasse o contexto português”, defende Inês. “Numa altura em que figuras como Trump ameaçam direitos fundamentais, e com o retrocesso dos direitos civis e o crescimento do discurso do ódio em vários países, o trabalho e o ativismo de Muholi lembram-nos de que a arte é uma forma de resistência e de luta, neste caso sobre a invisibilidade dos corpos dissidentes”, defende à VISÃO a curadora.

Um dos aspetos que mais distinguem o trabalho de Zanele Muholi é o facto de não haver uma exploração da dor

Inês Grosso, curadora

As séries fotográficas icónicas de Zanele Muholi alinham-se: Being capta, desde 2006, momentos de intimidade entre casais do mesmo sexo; Faces and Phases é uma arca com centenas de retratos de pessoas LGBTQIA+, da África do Sul e não só.

A série Queering in the Public Space mostra elementos da comunidade negra queer fotografados em lugares que lhes eram vedados durante o apartheid, como a praia de Durban – perto de Umlazi, o gueto negro onde Muholi nasceu, em 1972, filha de um comerciante, que morreu jovem, e de uma mãe que trabalhou como empregada doméstica de famílias brancas para sustentar os oito filhos. Há ainda Only Half the Picture, série intimista dedicada a vítimas de crimes de ódio – uma sala dentro da sala, com a “luz espiritual” da claraboia de Siza Vieira a iluminar.

Inês Grosso escolheu ampliar, aqui, duas séries “mais antigas e menos conhecidas”: Being e Only Half of the Picture. À VISÃO, sublinha: “Um dos aspetos que mais distinguem o trabalho de Zanele Muholi é o facto de não haver uma exploração da dor. Todas as pessoas são sempre tratadas com dignidade, empoderadas. Being é uma celebração da intimidade, do afeto, mas há um gesto político potente, e estes corpos dissidentes são retratados de uma forma não voyeurista; mostram a vida do dia a dia, do toque, de pele com pele.”

Zanele Muholi também se retratou em frente da câmara. A célebre série Somnyama Ngonyama (expressão zulu traduzida como Viva a Leoa Negra), iniciada em 2012, revela autorretratos num preto e branco inclemente, em que a artista surge associada a objetos simbólicos que remetem para a História do seu país.

Em Serralves podem ver-se, ainda, retratos da comunidade queer em Portugal, captados por Zanele Muholi dois ou três dias antes da inauguração da exposição, com o apoio da Associação Casa Odara e da Ilga Portugal.

“Zanele Muholi é alguém que faz uma diferença gigante no mundo”, conclui Inês Grosso, “com as suas obras, a sua força, resistência, generosidade; ofereceu, por exemplo, bolsas de estudo de fotografia. É muito mais do que o produto de uma agenda: é uma voz importante na defesa dos direitos e na luta das pessoas negras da comunidade LGBTQIA+ no contexto de um país e globalmente, ultrapassando as questões do mercado da arte e do eurocentrismo”.

Zanele Muholi > Museu de Serralves > R. Dom João de Castro, 210, Porto > T. 226 156 546 > até 12 out, seg-dom 10h-19h > €12

Este Papa não desceu da Cruz. Não renunciou. Não negou. Não rejeitou. Francisco, Santo Padre, tentou reformar a Igreja, reconhecer os seus graves pecados, iluminar o caminho e pedir perdão, sincera e humildemente, a todos os que foram abusados, esquecidos e destruídos.

Francisco fez a Igreja Católica avançar décadas, quando todos pensavam que ninguém teria esse poder e essa capacidade. Bento XVI desistiu. Desceu da Cruz. Esta Igreja Católica é hoje mais aberta, mais preocupada e mais inclusiva. Todos os que eram renegados voltaram a ser chamados pelo sucessor de Pedro.

Não há mais palavras, entre as milhares e milhões que já foram escritas, ditas e comentadas, que melhor traçem o perfil deste Papa da Companhia de Jesus. Na minha vida já passaram cinco Papas – Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco – e o sexto será escolhido no próximo Conclave.

Como acredito nos dogmas da Igreja, peço ao Espírito Santo que ilumine os cardeais na escolha do novo Santo Padre: um fiel servidor, marcadamente ecuménico e aberto ao mundo e a todas as confissões de fé. Afinal, no fundo, queremos um Papa que nos ouça a todos, em todos os continentes, e de todas as cores e feitios.

Este Papa não desceu da Cruz. Não renunciou. Não negou. Não rejeitou. Francisco, Santo Padre, tentou reformar a Igreja, reconhecer os seus graves pecados, iluminar o caminho e pedir perdão, sincera e humildemente, a todos os que foram abusados, esquecidos e destruídos.

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Não há mais palavras, entre as milhares e milhões que já foram escritas, ditas e comentadas, que melhor traçem o perfil deste Papa da Companhia de Jesus. Na minha vida já passaram quatro Papas – Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco – e o sexto será escolhido no próximo Conclave.

Como acredito nos dogmas da Igreja, peço ao Espírito Santo que ilumine os cardeais na escolha do novo Santo Padre: um fiel servidor, marcadamente ecuménico e aberto ao mundo e a todas as confissões de fé. Afinal, no fundo, queremos um Papa que nos ouça a todos, em todos os continentes, e de todas as cores e feitios.

A acessibilidade digital está, felizmente, a deixar de ser vista como uma obrigação legal ou uma preocupação restrita a um grupo específico. Em Portugal, começamos a perceber que desenhar com mais empatia e atenção à diversidade não só é mais justo — resulta em experiências digitais mais simples, eficazes e agradáveis para todos.

Durante muito tempo, falou-se de acessibilidade apenas no contexto da deficiência. Hoje, o entendimento é mais abrangente. Uma solução digital acessível é aquela que serve também a pessoa idosa que começa a usar a internet, o jovem com uma lesão temporária, ou alguém a tentar preencher um formulário no telemóvel, num transporte em movimento. A acessibilidade não é um extra — é a base de uma boa experiência digital.

Nos últimos anos, temos assistido a um movimento cada vez mais claro: empresas e entidades públicas em Portugal estão a integrar princípios de acessibilidade nos seus processos de design, desenvolvimento e conteúdo. Há mais formação, mais consciência, mais vontade de fazer bem. Ferramentas e boas práticas estão disponíveis — e começam a ser usadas desde o início dos projetos, o que faz toda a diferença.

Claro que há desafios. A aplicação do Ato Europeu de Acessibilidade, com prazo para 2025, vai exigir mudanças reais em vários serviços digitais — do comércio online à banca, dos transportes à comunicação audiovisual. Mas a grande oportunidade está em não olhar para estas exigências como um obstáculo, e sim como uma alavanca para inovação e melhoria contínua.

Porque quando criamos experiências mais acessíveis — com bom contraste, navegação intuitiva, linguagem clara e compatibilidade com diferentes modos de uso — não estamos apenas a cumprir uma norma. Estamos a criar soluções mais robustas, mais respeitadoras das pessoas e, muitas vezes, mais eficazes para o próprio negócio.

A acessibilidade digital é, acima de tudo, uma escolha de qualidade. E essa escolha começa com uma pergunta simples, mas poderosa: será que todos conseguem realmente usar isto? Quando a resposta é sim, todos ganhamos.

A série “Adolescence” motivou um debate superficial sobre educação, redes sociais e violência de género. Um triângulo com um centro equidistante: rapazes adolescentes.

Tem sido duro constatar o desconhecimento flagrante destes fenómenos entre a nossa comunidade – pais, professores, comentadores – mas voemos sobre isso. Foi preciso uma série Netflix para que um alarme soasse no espaço público sobre problemas evidentes, estudados, observados e documentados há anos.

Infelizmente também não encontro surpresa – mas antes urgência – na sucessão aterradora de notícias ligadas à violência contra raparigas e mulheres nas últimas semanas. Não é um problema novo, de cifras e emojis, como tem sido tratado. É a ponta do iceberg de um sistema machista secular e à vista de todos, que urge atacar na raiz.

Andrew Tate tem sido tratado como rosto de um fenómeno novo. O influencer acusado de violação e tráfico humano surge como espécie de monstro que anda a desviar os adolescentes nas redes sociais, ensinando-os a ser misóginos e cruéis. Já o citei aqui no passado. Tate é, de facto, figura de proa de uma seita ultrarreacionária que influencia os jovens, mas custa-me vê-lo abordado como problema isolado. Antes vejo nele a hipérbole de um sistema global, no qual todos participamos: um sistema violento, machista, consumista, de competição permanente. O sistema onde vivemos, com o qual compactuamos, levado ao cúmulo numa figura.

Vivemos num modelo que premeia sociopatas. Como Elon Musk esclareceu em entrevista a Joe Rogan, “a fraqueza fundamental da civilização ocidental é a empatia”. Eis o mantra que melhor sintetiza a expressão radical da cultura egocêntrica na qual vivemos mergulhados: um modelo em que o respeito pelo outro é visto como desvantagem. E, portanto, choca-me a surpresa. Existe um Tate em cada homem para quem a empatia é uma fraqueza. Tate é o totem do machão implacável, rico, poderoso e sempre pronto para a guerra e, desse prisma, já o trouxe aqui centenas de vezes: há um Tate em Putin, há um Tate em Trump, há um Tate nas figuras idolatradas pela cultura dominante. Tate é apenas uma versão extremada dos ídolos da cultura mainstream, brutos, superficiais e obcecados com dinheiro. Mas vamos aos miúdos.

Por mais generoso ou sensível que seja, um rapaz de doze anos já sabe o que tem de ser para não ser esmagado: implacável. Aos doze anos, já se sentiu humilhado por mostrar fraqueza. Já foi gozado, se não agredido, e já aprendeu a lei da selva: na vida, salva-se o maior e o mais forte. Provavelmente, já vive frustrado e ansioso – como os adultos -, bombardeado por ideais inatingíveis de consumo, de sucesso e de beleza. Já sabe se é atraente, se corresponde ao cânone da virilidade, ou não. Já vê no carro dos seus pais um indicador do sucesso da família e alguém já fez o favor de o informar que o seu pai é um loser. Não é difícil compreender que a imagem grotesca de Andrew Tate, de six-pack ao volante de um Lamborghini, faça caminho. Será assim tão diferente daquilo a que a generalidade das pessoas aspira no modelo atual?

O ideal feminista do homem que recusa a agressividade e é capaz de exprimir emoções não encaixa na ideia dominante do sucesso. O homem sensível, criativo e pacífico não ganha eleições, nem é CEO de empresas – rara a exceção. Qualquer miúdo de doze anos já começou a perceber o esquema. Quem não corresponder, leva. É o ideal masculino reinante, que se torna a cultura reinante. Nenhum miúdo de doze anos vai mudar isso sozinho.

Quando falamos, portanto, de como prevenir a disseminação destas correntes reacionárias, de como formar cidadãos com valores humanistas de justiça social, está em causa a revisão do modelo educativo, da sociedade como um todo. Não basta a “atenção” ou “vigilância” sobre os jovens de quem viu uma série e acordou para vida. Não vale a pena ordenar aos miúdos que não façam tudo aquilo que os seus familiares e os seus professores fazem, permitem e até aplaudem.

Urge refundar a escola, consciencializar famílias e profissionais educativos para os desafios da tecnologia, das redes sociais, das tendências no quadro das subculturas adolescentes, como sempre foi. Há, no entanto, também que trazer ideais de empatia e respeito pelo outro, de liberdade e igualdade de género, para o centro da sociedade, da política e da economia. Há que questionar a ideia de sucesso. O que é afinal o sucesso?

Enquanto o modelo não mudar, Andrew Tate continuará a ter sucesso e a ganhar eleições, com votos de milhões de homens e mulheres, pobres e ricos, doutorados e analfabetos. E continuará a ser o espelho de um sistema que premeia e promove pessoas iguais a ele.

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Uma equipa da Universidade da Califórnia afirma ter descoberto uma nova cor nunca antes vista. O olho humano típico consegue ver um número limitado de cores, com os especialistas a estimarem que se situa pouco abaixo das dez milhões de variações. Agora, cinco pessoas que submeteram as retinas a um tratamento de laser conseguiram ver uma nova cor, que se localiza fora do espectro visível a olho nu.

Ren Ng, professor de engenharia elétrica e ciência informática da Universidade da Califórnia, liderou a equipa que descobriu a técnica que permite ultrapassar a limitação das cores que conseguimos ver. A retina humana contém três tipos de cones, as células fotorrecetoras que detetam a luz nos diferentes comprimentos de onda e são responsáveis pela perceção das cores: os cones S operam nos comprimentos de onda curtos (tons azulados); os cones M reagem a comprimentos de onda médios (cores verdes); e os cones L respondem a comprimentos de onda longos (com as cores vermelhas). Estes sinais vermelhos, verdes e azuis viajam para o cérebro e são combinados em diferentes proporções, resultando nas cores que percecionamos.

A limitação das cores que vemos prende-se com a sobreposição dos diferentes comprimentos de onda: a luz que ativa os cones M, ativa também os S e os L. A técnica de Oz desenvolvida pelos investigadores usa lasers para ‘entregar’ doses precisas de luz aos cones selecionados do olho humano. O processo começou por mapear uma porção da retina para identificar cada cone como S, M ou L e depois, com o laser, entregar luz de forma precisa aos cones M.

Ren Ng foi um dos cinco a sujeitar-se a receber o laser na retina e explica que “não é propriamente um aparelho destinado ao consumidor. Trata-se de ciência visual básica e um projeto de neurociência”. Dos cinco participantes, três são coautores do estudo e os outros dois são colegas da Universidade de Washington que não conheciam o propósito do trabalho, explica a Scientific American.

O laboratório escurecido tinha lasers, espelhos, espelhos deformadores, moduladores e detetores de luz. Aí, cada participante teve de trincar uma barra para garantir que a cabeça e os olhos estavam imóveis enquanto o laser era disparado para a retina e viam um pequeno quadrado de luz, do tamanho de um quadrado de previsualização localizado a um braço de distância. Esse quadrado era da cor azul esverdeada que foi batizada de Olo.

Esta cor nova é descrita como um “azul-verde com uma saturação sem precedentes” por Ng. O mais próximo que conseguimos ver é o verde-azulado, representado pelo código hexadecimal #00ffcc.

Os investigadores quiseram confirmar a nova cor e que estava além do espectro visível a olho nu, realizando várias experiências de combinação de cor onde ajustavam a saturação ao adicionar ou retirar luz branca. Todos os participantes confirmaram que  adicionar luz branca, reduzindo a saturação, fez com que a nova cor era igual ao verde-azulado projetado diretamente pelo laser, confirmando-se que a Olo se situa além do espectro normal.

O desejo da equipa é que a técnica possa ser usada para construir ecrãs que mostram imagens e vídeos perfeitos ao ‘entregar’ luz aos cones individualmente, permitindo visuais claros e não pixelizados em cores ‘impossíveis’. “Vai ser extremamente difícil de fazer, mas não creio que esteja fora do que é possível”, admite Ng. Outra utilização é permitir a utilizadores congenitamente daltónicos ver cores, embora não possa ser considerado um tratamento: “A experiência Oz é transitória, não é permanente”, conta o investigador.

A tradicional bênção “Urbi et Orbi”, lida este Domingo de Páscoa da varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi o último texto escrito pelo Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira de manhã, aos 88 anos. Na mensagem – lida pelo mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Monsenhor Diego Ravelli – o Sumo Pontífice argentino mostrou preocupação sobre o agravamento dos conflitos mundiais atuais – mencionando diretamente o Médio Oriente, Ucrânia, Congo e Iémen – e alertou que “não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento”.

“Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano. Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade”, escreveu o Pontífice.

O Papa Francisco apelou ainda aos “que, no mundo, têm responsabilidades políticas para que não cedam à lógica do medo”, mas que ajudem os mais necessitados, que combatam a fome e que promovam iniciativas de desenvolvimento, a que designou “armas” de Paz. “Estas são as ‘armas” da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!”, lê-se.

O Papa Francisco morreu esta segunda-feira aos 88 anos. A sua última aparição foi ontem, Domingo de Páscoa, na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para dar a tradicional bênção “Urbi et Orbi”. Pelo mundo, várias figuras internacionais já reagiram à morte do Sumo Pontífice.

Numa publicação na rede social X, Emmanuel Macron, presidente francês, reagiu à morte do chefe da Igreja, sublinhando que “De Buenos Aires a Roma, o papa Francisco queria que a Igreja levasse a alegria e a esperança aos mais pobres. Que unissem os homens entre si e com a natureza. Possa essa esperança ressuscitar sem fim para lá dele”, escreveu.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também prestou homenagem o Papa Francisco, sublinhado o “seu amor tão puro pelos mais desfavorecidos”. “O Papa Francisco inspirou milhões de pessoas, muito para além da Igreja Católica, com a sua humildade e o seu amor puro pelos mais pobres dos pobres”, escreveu Ursula von der Leyen.

Também o antigo primeiro-ministro português e agora Presidente do Conselho Europeu, António Costa, dedicou umas palavras ao antigo Papa. “Preocupou-se com os grandes desafios globais do nosso tempo – migração, alterações climáticas, desigualdade, paz – bem como com as lutas quotidianas de cada indivíduo”, disse António Costa.

A Casa Branca também reagiu à notícia através de uma publicação na rede social X, desejando que “Que o Papa Francisco descanse em paz”.

Vladimir Putin, líder russo, expressou condolências pela morte do Papa.

Já o Presidente argentino, Javier Milei, também lamentou o falecimento de Francisco, destacando a sua “luta incansável para proteger a vida desde a conceção”. “O gabinete do Presidente, Javier Milei, lamenta a morte do Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, que se tornou, em 2013, no primeiro argentino a chegar à liderança da Igreja Católica, conduzindo-a “com entrega e amor desde o Vaticano”, escreveu a presidência argentina no X.

“Ele sabia como dar esperança, aliviar o sofrimento através da oração e promover a unidade. Rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos”, escreveu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na mesma plataforma, pouco depois da notícia.

No Reino Unido, Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, e o rei Carlos III, publicaram notas de pesar pela morte do Pontífice. “Os seus esforços incansáveis para promover um mundo mais justo para todos deixarão um legado duradouro”, escreveu Keir Starmer. Já o monarca manifestou-se “profundamente triste” pela morte do Papa, louvando o trabalho e devoção de Francisco “durante toda a sua vida”.

Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, publicou uma fotografia, ao lado do Papa, referindo que teve “o privilégio de desfrutar da sua amizade, dos seus conselhos e dos seus ensinamentos, que nunca falharam, mesmo nos momentos de provação e de sofrimento”, escreveu no X. “O seu magistério e a sua herança não se perderão. Saudamos o Santo Padre com o coração cheio de tristeza, mas sabemos que ele está agora na paz do Senhor”, acrescentou.

Em Portugal

Em Portugal, a Conferência Episcopal Portuguesa manifestou que foi com “profunda consternação” que receberam a notícia da morte do Papa Francisco, através de um comunicado. “Ao longo dos 12 anos do seu ministério pastoral, o Santo Padre legou-nos um extenso manancial de gestos, palavras e atitudes, tendo particular atenção as periferias geográficas e existenciais, qual convite à permanente conversão da Igreja, na sua essência sinodal e missionária”, lê-se.

Também o Patriarca de Lisboa,Rui Valério, publicou uma nota em que manifesta o seu pesar pelo falecimento do Sumo Pontífice e relembra a sua presença na Jornada Mundial da Juventude, em Portugal, em agosto de 2023. “O seu magistério e os seus gestos permanecem na nossa memória e elevamos a Deus um hino de gratidão por estes anos em que a Igreja foi pastoreada pelo seu esmero e dedicação incansáveis, como todos pudemos testemunhar”, escreveu. Rui Valério convoca “todos os diocesanos do Patriarcado de Lisboa para uma missa em sufrágio na Sé de Lisboa, hoje, dia 21 de abril, segunda-feira, às 21:00”.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, vai falar esta segunda-feira ao país, pelas 20h00, sobre a morte do Papa Francisco. “O Presidente da República falará hoje ao país, sobre a morte do Papa Francisco, pelas 20h00”, pode ler-se num comunicado publicado no site da Presidência.

Também o Governo português já reagiu à notícia e, de acordo com uma fonte da agência Lusa, o Governo vai decretar luto nacional em memória do Papa Francisco.

Através de uma nota de pesar, o primeiro-ministro Luís Montenegro recorda que “Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas”. Montenegro relembra ainda as suas visitas a Portugal, no Centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, salientando que “marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, lê-se.

Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, também se pronunciou, referindo que Francisco “foi um Papa que fez a diferença a todos os níveis”.

Já o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, considerou que o pontificado de Francisco foi para a Igreja e para o mundo um sinal de fraternidade, paz e misericórdia. “O seu pontificado foi para a Igreja e para o mundo um sinal de fraternidade, paz e misericórdia. A melhor homenagem que podemos prestar é garantir que as suas palavras continuam a ser um exemplo”, disse.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, enalteceu o legado do Papa, sublinhando que “ficará para sempre inscrito na história” pela sua “voz corajosa” em defesa da justiça, dignidade humana e paz.

A Universidade Católica Portuguesa também manifestou o seu pesar pelo falecimento do Papa Francisco, referindo que a sua partida “deixa uma dor profunda nos crentes e em todos aqueles que encontraram nas suas palavras, gestos e ações um testemunho luminoso de humildade, generosidade, proximidade e esperança”, lê-se numa nota da Instituição.“Esperança foi não só o mote da sua vida, mas o seu legado, uma mensagem particularmente relevante num mundo de dissidência e contradições, onde o Papa Francisco foi o derradeiro líder ético”, recordou Isabel Capeloa Gil reitora da Universidade.