Os sistemas de Inteligência Artificial como o ChatGPT e o Gemini podem ser parceiros de estudo valiosos, nos diferentes escalões de ensino. Aqui dizemos-lhe como tirar partido dos assistentes e outras ferramentas para organizar os estudos, resolver equações, preparar exames e fazer mais em menos tempo. Há quem veja a Inteligência Artificial como um perigo para o ensino – outros veem nesta tecnologia a oportunidade para que todos possam ter um tutor pessoal e melhores notas.

Rever textos

Uma das formas mais úteis de usar os assistentes de IA é como ferramenta de apoio à revisão de textos. Imagine que tem um trabalho para entregar até ao final da semana. Assim que tiver o documento final, pode carregá-lo no ChatGPT ou Gemini e pedir uma análise ao texto. Como já dissemos noutras edições, quanto mais detalhada for a instrução (prompt) dada ao assistente, mais completa vai ser a ação. No caso da revisão de textos, pode usar a seguinte instrução como ponto de partida. “Analisa o seguinte documento/texto e identifica os erros de ortografia, pontuação, acentuação, sintaxe e concordância. Faz também sugestões de correção para os problemas encontrados“. É também possível fazer pedidos mais específicos, como “Sugere formas para melhorar a clareza desta frase” ou definir o tom do texto através de instruções como “Faz sugestões para tornar este parágrafo mais assertivo, considerando que o tema do trabalho é [inserir tema]” caso queira atribuir uma maior seriedade e credibilidade a um texto.

Pedir análise construtiva

Muitos poderão pensar na IA como um ‘atalho’ para fazer o trabalho quase todo sem esforço – o caminho da aprendizagem não é, definitivamente, por aí. Mas este é um bom exemplo de como é possível usar a IA para melhorar a qualidade global de um trabalho. Isto porque antes de o trabalho ser entregue ao professor, pode ser ‘avaliado’ por um sistema de IA. E se algo não passar na IA, dificilmente passará no professor. Experimente o seguinte prompt num trabalho ou numa resposta específica a um problema: “Analisa o seguinte texto e faz uma avaliação dos pontos positivos e negativos, considerando elementos como a informação e as fontes usadas, a pertinência dos tópicos, e a abrangência de temas”. No final, terá uma espécie de prós e contras da sua resposta/texto/trabalho, podendo depois fazer um reforço dos prós e corrigindo os elementos apontados como menos positivos.

Melhorar qualidade da escrita

Ainda relacionado com a entrega de trabalhos, os assistentes também podem ser uma ajuda preciosa a melhorar a qualidade da escrita. Em vez de usar os mesmos termos de forma repetida, peça aos assistentes por alternativas. “Cria uma lista de sinónimos para a palavra ‘investigação’, considerando que o termo vai estar associado a um texto científico”. Num piscar de olhos, terá dez ou mais palavras alternativas para usar no texto. Por vezes, estes assistentes até conseguem ‘adivinhar’ o que queremos dizer (mas não conseguimos), bastando para isso descrever da forma o mais completa possível o que pretendemos expressar. Para o pedido “Faz uma lista de palavras que possam descrever o efeito que a gravidade tem na velocidade dos objetos”, recebemos sugestões como aceleração, intensificação, amplificação, queda ou atração.

Fazer interpretação de imagens

Por vezes, quando estamos a estudar sozinhos, surgem-nos informações visuais que temos dificuldades em interpretar. Mapas, gráficos, tabelas ou diagramas… Agora, as versões mais avançadas dos sistemas de Inteligência Artificial também são capazes de processar a informação que existe numa imagem. Use a resposta gerada como um ponto de partida para fazer a sua própria interpretação. Aqui o maior segredo está, em boa verdade, na qualidade da imagem, e depois é deixar o modelo de IA tratar do resto. “Ajuda-me a interpretar o seguinte gráfico. Refere qual o tema e quais as variáveis em questão e a relevância desses dados no contexto de [inserir motivo do estudo]”.

Simplificar termos

Esta é outra área na qual os assistentes de IA apresentam resultados sólidos, sobretudo quando existe muita informação disponível sobre os temas em questão. Aqui o truque é dizer o nível de informação que já tem sobre o tema, para que o modelo possa ajustar a explicação. Também pode pedir exemplos práticos sobre o tema, para que consiga perceber melhor o que está em causa sem ser através da teoria. “O que são as equações de Maxwell e por que razão são importantes? Tem em conta que não tenho conhecimentos sobre o tema. Divide a explicação em tópicos simples e fáceis de compreender, dando exemplos reais que ajudem a compreender a influência destas equações”. Agora só precisa de ajustar às suas necessidades.

Descrever o problema em passos

No seguimento da dica anterior, esta é outra forma de ‘desmontar’ um problema num formato que é mais fácil de entender. “Estou a estudar para uma cadeira de Economia. Descreve em diferentes passos o que acontece antes, durante e depois de um processo de insolvência numa empresa, incluindo diferentes tópicos como os direitos dos trabalhadores, os salários, a estrutura empresarial e deveres para com os credores”.

Dica para o Google Gemini

O Google Gemini leva vantagem sobre o ChatGPT numa área importante. Em todas as respostas, o utilizador pode carregar no ícone da Google para verificar a informação das respostas. Na prática, o sistema vai à web procurar a informação gerada pelo Gemini e assinalará a verde as correspondências positivas, a amarelo aquelas que precisam de verificação e a vermelho as que são falsas (as chamadas ‘alucinações’).

Estruturar trabalhos

Comecemos já pela instrução a dar ao sistema de IA: “Preciso de fazer um trabalho sobre átomos para uma cadeira na faculdade, que seja o mais abrangente possível. Define-me uma estrutura para esse trabalho que inclua elementos de Física, Química e história, entre outros, relacionada com diferentes átomos”. O resultado que conseguimos obter, só para referência, foi um índice com dez destaques principais e que inclui tópicos como estrutura atómica, propriedade dos átomos e aplicações dos átomos. Assim como dezenas de subtópicos (desde fissão e fusão, à teoria quântica, aos modelos de diferentes físicos). Depois só precisa de ajustar a estrutura ao que considera importante e começar a escrever para cada tópico para ter um trabalho completo. E lembre-se, pode usar mais do que uma dica no mesmo trabalho (rever, pedir uma análise crítica, mudar o tom de parágrafos, etc).

Fazer plano de estudos

Esta é, garantidamente, uma das áreas nas quais os assistentes digitais mais brilham, pois fazem em segundos uma planificação que, se feita de forma manual, seria muito mais demorada. O nosso conselho é que seja detalhado e realista nas informações que passa ao assistente sobre os prazos. Fica um exemplo que pode depois adaptar às suas necessidades: “Vou ter um exame de Sociologia no dia 9 de novembro, da parte da manhã. Elabora um plano de estudo de dez dias apenas e que inclua entre 40 a 60 minutos de estudo por dia, não inclua domingos e feriados, e tenha em consideração que tenho aulas todos os dias das 9h às 13h e que às terças e quintas ainda preciso de duas horas para os treinos de ténis de mesa. Detalha ainda que tarefa devo fazer em cada dia de estudo para que seja o mais completo e abrangente possível“.

Preparar os exames

Esta dica não substitui os livros dedicados aos programas curriculares e que são um complemento aos planos de estudo dos estudantes. Mas a grande vantagem de usar um sistema de IA na preparação é poder ajustá-lo àquelas que são as suas necessidades específicas. Vamos imaginar que dentro de uma disciplina (Física, por exemplo) tem dificuldade com o tema do eletromagnetimo. Pode pedir exercícios específicos sobre o tema e indicar a sua tipologia, dificuldade, entre outros parâmetros. “Estou a preparar-me para um exame de Física sobre o tema do eletromagnetismo e preciso de exercícios que me ajudem a estudar. Cria três exercícios diferentes (um mais explicativo, outro mais matemático e outro de dificuldade elevada) que coloquem à prova os meus conhecimentos. Não reveles as respostas”, a título de exemplo.

Gerar questionários

No seguimento da sugestão anterior, também pode criar o seu próprio teste de antecipação. Adapte e experimente: “Estou a estudar para um teste de História e quero colocar em prática os meus conhecimentos. Faz-me cinco perguntas sobre o reinado de Dom Afonso Henriques que permitam testar diferentes elementos relacionados com esse período da história de Portugal”. Ou, em alternativa: “Estou a estudar para o teste de código de condução. Faz cinco perguntas de escolha múltipla que coloquem à prova os meus conhecimentos na área dos limites de velocidade nas diferentes categorias de veículos. Não me dês as respostas”. A indicação de não dar as respostas é importante, pois por vezes os modelos incluem as respostas imediatamente a seguir às perguntas – o nosso conselho é que peça as respostas num momento posterior.

Dica para o ChatGPT

O ChatGPT tem, no final das respostas, um botão chamado “regenerar”, que na prática repete o pedido do utilizador, dando uma resposta diferente. Este botão é particularmente útil na criação de exercícios, pois pode gerar novos exercícios, diferentes, com um simples clique do botão do rato.

Antes de entrar para o exame

Até os que já deixaram os estudos há vários anos, lembram-se certamente de em algum momento estar à porta da sala, com muitas folhas na mão, a tentar absorver todas as informações possíveis até ao último segundo. Talvez com o ChatGPT consiga fazê-lo de forma mais eficaz. Peça-lhe, por exemplo, “Faz um resumo de 300 palavras sobre o período renascentista e uma lista dos artistas e obras mais influentes, não só de Itália, mas também de outros países”. Mais do que aprender na hora, pode ajudá-lo a refrescar o conteúdo e a gerar alguma memória visual que pode ser uma ajuda dali a alguns minutos.

Resolver problemas de matemática

A matemática é uma das áreas mais ‘espinhosas’ para os sistemas de Inteligência Artificial, devido à limitada capacidade de raciocínio dos sistemas. Isto não significa, no entanto, que não possa usar para resolver alguns problemas de matemática. A nossa sugestão é que na instrução, inclua sempre a necessidade de detalhar e explicar cada um dos passos, não só para que possa seguir o raciocínio, mas também para poder verificar, passo a passo, se há erros na interpretação do problema. “Resolve, passo a passo, a equação x² – 5x + 6 = 0. Explica as diferentes etapas do cálculo e justifica cada uma das tuas decisões”.

Resumir documentos

É outro dos poderes ‘secretos’ dos principais assistentes de IA. Conseguem analisar e resumir, em segundos, documentos de várias páginas, destacando aquelas que são as ideias e os números principais. “Analisa detalhadamente o relatório em anexo e faz um resumo, de 300 palavras, destacando as principais conclusões e principais dados económicos apontados no mesmo” foi a instrução que usámos num relatório do Banco de Portugal de junho de 2024 (que comparamos com notícias publicadas sobre o mesmo) – o resumo feito pelo sistema de IA destacou grande parte da informação relevante. Depois pode fazer questões de seguimento. Por exemplo: “Há dados específicos sobre [inserir tema] neste relatório?” que o ajudará a encontrar a informação que mais precisa.

Iniciar uma aprendizagem paralela 

É muito comum que à medida que vamos sendo expostos a novas informações e conceitos, que a nossa curiosidade comece a despertar para tópicos que podem estar de alguma forma relacionados, mas não são abordados. Imaginando que está a tirar um curso e pretende, durante esse período, estudar no estrangeiro naquela que é uma das melhores universidades dessa área. Em vez de usar os assistentes para o estudo do tema em si, pode focar-se numa aprendizagem paralela, como aprender o idioma desse país. Outra alternativa cada vez mais comum é iniciar um processo de aprendizagem de programação, para que possa desenvolver pequenos programas que o ajudem em tarefas específicas durante o percurso escolar ou académico. “Cria um modelo de programação que me permite testar simulações de queda de um objeto, no qual eu possa modelar elementos como o peso, tamanho, força da gravidade e fatores externos”.

Antes de começar a estudar…

Como vimos ao longo destas páginas, o potencial para utilizar os sistemas de IA como ferramenta de apoio ao estudo é gigante. Aliás, vários destes sistemas têm conseguido passar exames de especialidade em diferentes áreas, o que mostra a sua maturidade em termos de agregação de conhecimento e geração de conteúdos. Mas grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Os sistemas de Inteligência Artificial também cometem erros e apresentam informações incorretas. Confirme sempre as respostas e verifique as informações importantes. Os sistemas de IA podem e devem ser usados para melhorar o processo de estudo, mas não substituem os formatos mais tradicionais de ensino, estudo e tutoria. E sempre que decidir usar conteúdos gerados por IA (como imagens, p.ex.), deixe isso bem explícito.

Mais IA para estudar

Se ferramentas como o ChatGPT e o Gemini são as mais completas para estudar, há outras ferramentas que tiram partido da Inteligência Artificial e que podem ser uma valiosa ajuda para os estudantes de diferentes ciclos de ensino

Deepl

Site: deepl.com

O mundo está, definitivamente, mais global e isto significa que muita da informação que pode ser útil num determinado processo de estudo só está disponível noutro idioma ou que é necessário apresentar um trabalho noutro idioma. Tradutores online há muitos, mas o Deepl é um dos que incorpora melhor a Inteligência Artificial para que as traduções não sejam feitas de forma literal, mas tenham em conta também o contexto (o que é relevante para garantir precisão nos trabalhos). Tem também uma opção que permite traduzir documentos inteiros.

Microsoft Teams para Alunos

Site: microsoft.com

É cada vez mais a ferramenta de colaboração de referência em empresas, mas também tem uma versão específica para estudantes. Além de ser um programa indicado para trabalhos de grupo ou feitos de forma assíncrona (há os que preferem contribuir para o trabalho de manhã e os que fazem-no à noite…), o nosso destaque vai para a capacidade de gravação das chamadas de grupo (por exemplo, com um professor) e de poder aceder mais tarde a um ficheiro com uma transcrição de tudo o que foi dito na reunião. É exatamente como pedir os apontamentos de uma aula a outro colega. Para ativar esta opção durante uma chamada, siga os passos: Mais > Gravar e transcrever > Iniciar a transcrição. A transcrição fica depois disponível no OneDrive do organizador, sendo depois possível descarregar como ficheiro .docx ou .vtt.

Canva

Site: canva.com

É uma das mais completas ferramentas de design da atualidade e tem vindo a incorporar cada vez mais funcionalidades de geração de imagens. No contexto do estudo, o Canva será particularmente útil na edição e geração de imagens para acompanhar alguns trabalhos. Aqui encontra opções para transformar texto em imagens e vídeo, editar imagens através de comandos de texto ou usar os muitos modelos para criar apresentações de diapositivos.

Consensus

Site: consensus.app

Destinada a pessoas que estão a frequentar o ensino superior, é, tal como a empresa o define, uma combinação entre as plataformas Google Scholar (de estudos académicos) e o ChatGPT. Na prática permite que pesquisemos, usando linguagem natural, uma gigantesca base de dados com estudos científicos. É possível definir o português como língua de pesquisa, mas segundo as nossas experiências usar o inglês é a melhor forma de usar o Consensus. Tem duas mais-valias: apresenta, logo no topo, um resumo sobre o ‘consenso’ dos estudos sobre esse tópico, apresentando também estatísticas (80% dos estudos dizem que sim, 20% dizem que não, por exemplo); e há um assistente que resume de imediato algumas das principais conclusões do estudo, sendo por isso um bom ponto de partida para o desenvolvimento de trabalhos mais aprofundados.

Está marcado para as 21h00 (hora local, 02h00 em Lisboa), no National Constitution Center, em Filadélfia, o primeiro debate entre a vice-presidente norte-americana e candidata democrata, Kamala Harris, e o seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump.

As regras serão as mesmas que foram aplicadas ao histórico debate de junho entre Trump e o atual Presidente e ex-candidato democrata Joe Biden, com moderação dos jornalistas da ABC News David Muir e Linsey Davis – não terá público, os candidatos ficarão atrás de púlpitos, não farão declarações de abertura e não poderão levar adereços ou notas pré-escritas para o palco.

Com a duração de 90 minutos, o debate terá dois intervalos comerciais e os microfones serão silenciados enquanto o adversário tiver a palavra. Os candidatos não poderão questionar-se diretamente.

Cada candidato terá dois minutos para responder às perguntas, dois minutos para refutações e um minuto extra para acompanhamentos, esclarecimentos ou respostas, contando ainda com dois minutos para as declarações de encerramento.

Para já, este é o único debate agendado entre os dois candidatos à Casa Branca, pelo que esta poderá ser a primeira e única vez que os eleitores verão os dois políticos num frente-a-frente antes das eleições presidenciais de 5 de novembro.

O episódio do “irrevogável”, o caso dos swaps e, agora, o relatório da Inspeção Geral de Finanças que a envolve, indiretamente, na problemática privatização da TAP, em 2015. A sétima personalidade, em 38 anos, a representar Portugal, na Comissão Europeia parece estar a construir a sua força e reputação a partir da polémica. Voluntariamente ou não, Maria Luís Albuquerque, 56 anos (a segunda comissária mais velha depois de Elisa Ferreira, que foi nomeada com 64), como que se alimenta das tempestades políticas para crescer. Em 2013, ao ser nomeada ministra das Finanças (substituindo Vítor Gaspar) esteve no centro da crise interna mais grave dos governos de Pedro Passos Coelho. Em 2024, o seu nome, indicado para a Comissão Europeia, é o menos consensual dos sete magníficos que até hoje ocuparam o cobiçado cargo de Bruxelas. Não fará de propósito – mas se algum mérito Maria Luís tem é o de não deixar ninguém indiferente.

Ainda não se sabe que pasta a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, vai entregar à segunda comissária portuguesa mulher. A política alemã, aliás, que também estreou o cargo de presidente da CE no feminino, só trabalhou com comissárias portuguesas (antes de Maria Luís, a socialista Elisa Ferreira), enquanto os seus antecessores, Jacques Delors, Jacques Santer, Romano Prodi e Jean-Claude Juncker só trabalharam com homens, nomeados por sucessivos governos portugueses, liderados por Cavaco Silva, António Guterres, Passos Coelho e António Costa. Durão Barroso foi, ele próprio, desafiado pelos pares a presidir à Comissão, Pedro Santana Lopes e José Sócrates foram contemporâneos do presidente português da CE e não lhes coube nomear nenhuma outra individualidade. De resto, Cavaco Silva nomeara, consecutivamente, dois nomes (António Cardoso e Cunha e João de Deus Pinheiro). António Guterres patrocinou António Vitorino. Passos Coelho enviou Carlos Moedas. E António Costa indigitou Elisa Ferreira.

Os custos da saída limpa

No início de julho de 2013, Pedro Passos Coelho procedia a uma substituição ministerial relâmpago, depois do abandono de Vítor Gaspar, cansado e desiludido. A sua secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, uma governante que militava com convicção pela causa do ajustamento financeiro, ascendia ao cargo. O primeiro-ministro agiu rapidamente, sem ter em qualquer conta as objeções do seu parceiro de coligação, o CDS de Paulo Portas (ministro dos Negócios Estrangeiros), que preferia um nome mais disruptivo e menos alinhado com os senhores da troika. No Largo do Caldas, mais tarde, Portas mandaria mesmo instalar um relógio com a contagem decrescente para a saída da troika de Portugal, uma bravata sem qualquer efeito prático. Mas ele já engolira demasiados sapos, o principal dos quais fora meter na gaveta as causas do “partido do contribuinte”, que o CDS se reivindicava ser, perante o “enorme aumento de impostos” decidido por Gaspar. Dessa vez, o copo encheu e Portas demitiu-se: “É uma decisão irrevogável”, proclamou, na carta de resignação, o líder do CDS. Passos Coelho não aceitou a demissão e, bem escudado pelos aliados da troika, que não consentiam crises políticas a meio do resgate, obrigou Portas a voltar atrás, “beneficiando-o” com o cargo pouco mais do que decorativo de vice-primeiro-ministro.

Dupla Ministra das Finanças, Maria Luís foi um dos rostos do ajustamento financeiro e fiel escudeira de Passos Coelho

O “irrevogável” ficou colado a Portas como um ferrete, mas as relações com Maria Luís Albuquerque nunca se compuseram inteiramente, embora o CDS tenha mantido o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, como um fiel servidor da ministra. Não por acaso, o atual líder parlamentar dos centristas – novamente coligados com o PSD – foi a única voz do CDS a elogiar a escolha de Maria Luís para comissária. Para os restantes partidos, que normalmente não fazem grandes proclamações relativamente às escolhas dos governos para este cargo, insurgiram-se em coro contra a “senhora dos swaps” e “ministra da troika”. Na Universidade de Verão do PSD, com o ar frio e impassível que lhe é peculiar, Maria Luís, sem se autonomear, disse acreditar que os portugueses compreenderam a missão do governo de Passos Coelho, recordando um facto simples: “Afinal, nós ganhámos as eleições de 2015…”

Já sobre a pasta, a nomeada diz ter uma preferência,sem revelar qual é. É duvidoso, porém, que o escrutínio do Parlamento Europeu, caso tenha algum pelouro da área financeira, deixe passar em claro o facto de a antiga ministra ter circulado quase diretamente do governo para alto quadro da Arrow Global, um fundo que havia comprado crédito malparado ao Banif, quando ela era ministra. Isto acrescido ao facto de o Banif, bem como a situação, à data, da Caixa Geral de Depósitos – mais tarde intervencionada pelo Estado depois de duras negociações com Bruxelas – terem sido dossiers varridos para debaixo do tapete, por causa da ideia fixa do governo de Passos de que Portugal conseguisse uma “saída limpa” a tempo das legislativas de 2015.

O não a Ricardo Salgado

O grande caso do seu mandato foi o da decisão da resolução do BES. Como ministra das Finanças, fica na História por ter tido a coragem de dizer “não” a Ricardo Salgado, que queria um salvamento estatal para o banco – embora essa decisão final possa ser creditada, na verdade, a Passos Coelho. Por acaso, o então primeiro-ministro até pensara, já naquela altura, em Maria Luís para comissária europeia. Mas o BES acabou por obrigar a que a ministra se mantivesse em funções. Neste quadro, Carlos Moedas – o único comissário português que nunca foi ministro – foi um plano B.

A verdade é que esta nomeação, por Luís Montenegro, de Maria Luís, confirma uma cumplicidade que já vem do apoio inequívoco da antiga ministra, na sua candidatura interna, no partido, e na sua campanha para as legislativas. Mas a escolha representa, também, uma satisfação para um certo PSD profundo que sempre viu em Maria Luís uma espécie de “dama de ferro”, na linha das grandes mulheres do partido. De Leonor Beleza a Manuela Ferreira Leite – e, nos primeiros tempos, a própria Helena Roseta…

Dos sete comissários portugueses, como já ficou dito, só Carlos Moedas nunca foi ministro – apenas secretário de Estado Adjunto de Passos, com o pelouro da ligação à troika. Ainda assim, o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, confiou-lhe uma “pasta de futuro”: sendo, aos 44 anos, um dos mais jovens e promissores nomes da Comissão, Moedas ficou com o pelouro da Ciência e Inovação. Mais novo do que Carlos Moedas só António Vitorino, quando foi indicado, por António Guterres, em 1999. Aos 42 anos, e já após ter sido ministro da Presidência e, depois, da Defesa, o jovem comissário sobraçou a importante pasta da Justiça e Assuntos Internos.

Os outros dois sub-50 (ambos com 48 anos) chegaram a Bruxelas depois de importantes pastas governativas exercidas em Portugal. Nomeado por Cavaco, em 1993, João de Deus Pinheiro tinha feito um tirocínio como ministro da Educação, primeiro, e, depois, como titular dos Negócios Estrangeiros. Pinheiro foi encarregado, por Jacques Delors, dos assuntos da Cultura e Comunicação e, depois, das relações com os países de África, Caraíbas e Pacífico. Tinha largado o ministério para rumar a Bruxelas, deixando a chefia da diplomacia portuguesa a José Manuel Durão Barroso, seu secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, que tinha tido um papel fundamental no processo de paz angolano. E foi este que, 11 anos depois, saiu diretamente do cargo de primeiro-ministro de Portugal para presidente da Comissão Europeia, o mais alto cargo jamais exercido por um português, nas instituições europeias. Tinha, também, 48 anos. O primeiro comissário português de sempre, nomeado por Cavaco e membro da equipa de Jacques Delors, foi, aos 53 anos, em 1986, António Cardoso e Cunha, que tinha sido ministro da Agricultura e Pescas nos governos da primeira AD. Mais tarde, viria a ser o primeiro comissário da Expo’98. De todos, é o único já falecido.

Maria Luís sucede a Elisa Ferreira, também com uma longa experiência como ministra, nos governos de António Guterres: primeiro, no Ambiente (sendo substituída por José Sócrates, com quem nunca se deu bem) e, depois, na então exigente pasta do Planeamento. Ursula von der Leyen confiou-lhe o crucial pelouro da Coesão, um dos pilares da ideia de Europa, e que ganhou mais tração depois da pandemia (que, aliás, atravessou o mandato). Elisa Ferreira, nomeada em 2019, aos 64 anos, terá deixado uma marca forte na sua passagem por Bruxelas, bem como, sobretudo, António Vitorino e Carlos Moedas. Durão Barroso, que nunca foi consensual, foi ainda mais polémico depois de sair da Comissão, ao aceitar o alto cargo do Goldman Sachs, o que lhe valeu acusações de andar a transpor portas giratórias e de desafiar a noção das incompatibilidades. Passada essa turbulência, Durão, cuja inteligência e capacidade de trabalho nunca foi posta em causa, passou a acumular com o cargo de presidente da Aliança Global para as Vacinas. A Maria Luís Albuquerque, que é maior e vacinada – e sabe defender-se –, resta passar o difícil teste do Parlamento Europeu, instituição crescentemente sensível a casos de incompatibilidades. O que se deseja é que, dali, tenha uma saída limpa.

Os outros

Quatro do PSD e dois do PS: os nomes, os pelouros e os chefes de cada um

Cardoso e Cunha (1986/1993)
Assuntos Marítimos e Pescas. PME, Comércio e Turismo, Economia Social, Energia. Comissão Jacques Delors

João de Deus Pinheiro (1993/1998)
Cultura e Comunicação. Relações com África, Caraíbas e Pacífico. Comissões Jacques Delors e Jacques Santer

António Vitorino (1999/2004)
Justiça e Assuntos Internos. Comissão Romano Prodi

Durão Barroso (2004/2014)
Presidente da Comissão

Carlos Moedas (2014/2019)
Investigação, Ciência e Inovação. Comissão Jean-Claude Juncker

Elisa Ferreira (2019/2024)
Coesão e Reformas. Comissão Ursula von der Leyen

Palavras-chave:

Na edição da semana passada, a VISÃO contou a história (aqui disponível para assinantes) de três bielorrussos que escolheram Portugal como porto de abrigo, para escapar às garras do mais antigo ditador da Europa, Alexander Lukashenko, mas que estão a ser empurrados para a Bielorrússia por leis cegas e uma burocracia emperrada e cruel.

São apenas três entre muitos outros bielorrussos, a maioria deles dissidentes políticos, que têm à sua espera um longo cárcere e mais que provável tortura se puserem os pés no seu país.

Um dos problemas é a falta de resposta da AIMA (e do organismo que a precedeu, o SEF), que mantém os processos em suspenso durante longos meses, às vezes anos. Noutros casos, são exigidos documentos, como o passaporte e o registo criminal, que só podem ser levantados na própria Bielorrússia, desde que Lukashenko fez passar uma lei que proíbe os consulados de passarem estes documentos – precisamente para capturar dissidentes, à chegada ao país.

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Portugal não ficou mais inseguro com a fuga visionada de cinco reclusos, alguns deles, ou todos, muito perigosos. As autoridades prisionais e policiais estão totalmente empenhadas em descobrir e capturar os fugitivos, e isso vai acontecer, mas a perceção interna e externa sobre a nossa segurança foi abalada.

O nosso país está na lista dos mais seguros e tranquilos a nível mundial, e essa classificação tem de bater certo com a realidade. Aconteceu a fuga, haverá inúmeras causas e explicações, mas nestas matérias importa saber o que se deve e vai fazer para evitar mais sobressaltos.

A nossa tranquilidade coletiva não tem margem financeira nem linhas vermelhas. Deve ser disponibilizado tudo o que é necessário. A ministra da Justiça dirá amanhã o que está a ser feito e vai ser alterado para evitar esta inquietação nacional. É necessário e urgente tranquilizar as pessoas e reforçar a confiança nas forças de segurança e nos serviços prisionais. E acabar com essa fuga, já agora.

A Apple anunciou, num evento realizado nesta segunda-feira, as novas gerações dos seus populares smartphones. O iPhone 16 e o iPhone 16 Pro destacam-se pela integração de um novo botão, chamado de Controlo de Câmara (Camera Control, em inglês), pela aposta em novas câmaras fotográficas e pela inclusão de novos processadores, que melhoram o desempenho dos dispositivos relativamente à geração anterior.

iPhone 16 Pro: Fórmula refinada

O iPhone 16 Pro é o modelo mais avançado da marca e está disponível em dois tamanhos: com ecrã de 6,3 polegadas no iPhone 16 Pro e com um ecrã de 6,9 polegadas no iPhone 16 Pro Max. Um salto relativamente aos ecrãs de 6,1 e 6,7 polegadas dos modelos correspondentes do ano passado. A Apple também reduziu as margens em torno do ecrã, o que permite um melhor rácio entre o ecrã e o corpo dos smartphones. O painel mantém uma taxa de atualização máxima de 120 Hz, para uma reprodução mais fluída de conteúdos.

A Apple estreia também uma nova geração de titânio (de grau 5) na estrutura do dispositivo, com a marca a garantir que é mais resistente e tem uma nova textura. Os iPhone 16 Pro estão disponíveis em quatro cores: preto, branco, cinza e bronze.

O modelo topo de gama está equipado com o processador A18 Pro, criado recorrendo a um processo de fabrico de três nanómetros. Segundo a apresentação da tecnológica norte-americana, este chip entrega um desempenho 15% mais rápido do que a geração anterior (A17 Pro) e 20% mais rápido em tarefas gráficas, usando menos 20% de energia.

Mas é nas câmaras que estão as principais novidades do novo iPhone 16 Pro. O smartphone tem uma nova câmara ultra grande angular de 48 megapíxeis, que se junta à câmara de 48 megapíxeis principal que herda do modelo do ano passado. O conjunto fotográfico fica composto por uma câmara de telefoto de 12 megapíxeis, que permite um zoom ótico até 5x.

Combinando as novas capacidades do processador e as câmaras, a Apple anunciou um novo modo de gravação no iPhone 16 Pro. O equipamento agora consegue captar vídeo em resolução 4K a 120 fotogramas por segundo (fps), o que permitirá criar vídeos em câmara lenta de elevada qualidade. Aliás, a Apple até apelidou este novo modo de captação de vídeo de Câmara Lenta Cinemática. Ainda na área multimédia, o iPhone 16 Pro está equipado agora com quatro microfones, que a marca diz serem de calibre profissional, e que permite captar não só áudio direcionado, como também áudio com efeito tridimensional.

Quanto ao botão Controlo de Câmara (Camera Control, em inglês), está localizado na lateral direito do dispositivo e é coberto por um vidro safira, tendo integrado um sistema de vibração. Quando carrega neste botão, automaticamente a aplicação da câmara é iniciada, sendo que um segundo ‘clique’ permite captar uma fotografia. Já um toque mais prolongado inicia a gravação de vídeo.

Na aplicação de câmara, quando o utilizador faz um toque ligeiro neste novo botão, surgem agora algumas opções relacionadas com fotografia que o utilizador pode alterar de forma rápida. Isto porque o botão Controlo de Câmara também suporta gestos (como deslizar para cima e para baixo, por exemplo). Por exemplo, pode deslizar para aumentar ou reduzir o zoom na fotografia ou controlar o nível da profundidade de campo da imagem.

O iPhone 16 Pro está disponível com opções de armazenamento de 128 GB, 256 GB, 512 GB e 1 TB, com os preços a começarem nos 1249 euros e a irem até aos 1879 euros na versão com mais armazenamento. Já o iPhone 16 Pro Max só está disponível em três versões (256 GB, 512 GB e 1 TB), com os preços a variarem dos 1499 euros aos 1999 euros.

iPhone 16: Dois novos botões e novo processador

O iPhone 16, como tem sido habitual na Apple, tem várias diferenças para o modelo mais avançado. A começar pelo tamanho dos ecrãs: o iPhone 16 tem um painel de 6,1 polegadas e o iPhone 16 Plus tem um ecrã de 6,7 polegadas.

Este modelo está equipado com o processador A18, que tem 30% melhor performance geral e 30% melhor performance gráfica do que a versão anterior, suportando videojogos para smartphone com ray tracing, através de aceleração de hardware, o que permite recriar sombras e reflexos mais realistas nos jogos.

O iPhone 16 também integra o novo botão Controlo da Câmara, mas ganha um segundo botão novo, o Botão de Ação, que já existia nos modelos Pro deste o ano passado. Este botão funciona como um atalho rápido para aquelas que são as ações ou aplicações favoritas dos utilizadores.

Ao nível de câmaras, o iPhone 16 estreia o que a Apple chama de Câmara de Fusão. Esta câmara tem um sensor de 48 megapíxeis, mas uma lente que permite captar fotografias com zoom ótico de 2x. Já a segunda câmara é uma ultra grande angular de 12 megapíxeis e que permite captar imagens também em modo macro. A Apple apresenta este conjunto como sendo de duas câmaras, mas tendo versatilidade para captar fotografias em quatro formatos completamente diferentes.

Já nos materiais de construção, em vez de titânio, o iPhone 16 mantém-se com a estrutura em alumínio, tendo uma nova proteção de ecrã, mais resistente.

O iPhone 16 está disponível em versões de 128 GB, 256 GB e 512 GB, com os preços a começarem nos 989 euros e a irem até aos 1369 euros. Já o iPhone 16 Plus tem variantes com 128 GB, 256 GB e 512 GB de armazenamento, com os preços a começarem nos 1139 euros e a subirem até aos 1519 euros na versão mais cara.

A reserva dos smartphones começa na sexta-feira, 13 de setembro, com a chegada às lojas a estar prevista para dia 20 de setembro.

Com o fim do verão a aproximar-se, consequente chegada das estações mais frias, e o regresso às aulas, aumenta o número de doenças – entre constipações, gripes e viroses – que circulam, especialmente, entre os mais novos. Geralmente ligeiras, as constipações comuns são infeções das vias respiratórias provocadas pela presença de um vírus no organismo. Com sintomas que incluem febre, dores de cabeça e/ou de garganta, as constipações podem ser transmitidas através do contacto com as secreções respiratórias de uma pessoa infetada, como as expelidas com tosse ou espirros.

Não existe nenhum tratamento que acelere a recuperação das constipações – apenas medicamentos analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios para ajudar a aliviar os seus sintomas. Segundo Steve Cunningham, professor do instituto Child Life and Health da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, “as crianças têm entre 10 a 12 infeções do trato respiratório superior – aquilo a que chamamos constipações – por ano, o que tem um grande impacto na sua saúde e nas suas famílias”.

Agora, um novo estudo científico apresentado recentemente no Congresso da Sociedade Respiratória Europeia, em Viena, sugere que a administração de gotas nasais de água salgada em crianças pequenas pode reduzir a duração das constipações em dois dias. Segundo o ensaio, patrocinado pela ELVIS-Kids, as soluções salinas podem também ser úteis na redução do risco de transmissão da constipação entre as crianças e outros membros da família. “Descobrimos que as crianças que usaram gotas nasais de água salgada tiveram sintomas de constipação durante uma média de seis dias, enquanto as que receberam os cuidados habituais tiveram sintomas durante oito dias”, explicou o professor.

Para a investigação foram utilizadas 407 crianças – com idades até aos seis anos – das quais 301 desenvolveram uma constipação durante o período estudado. O grupo foi depois dividido em dois, com distintas formas de tratamento. A 150 crianças foram administradas as soluções salinas (sendo aplicadas três gotas por narina, quatro vezes por dia) e às restantes 151 foram prestados os cuidados habituais durante uma constipação. Segundo as conclusões, 82% dos pais envolvidos nos estudo confirmaram que as gotas nasais resultaram numa recuperação mais rápida e 81% expressaram o interesse em utilizar esta solução – com uma concentração de 2,6% de água salgada – no futuro. Esta concentração usada no estudo não é a que encontra nos produtos à venda em farmácias e parafarmácias, mas a equipa liderada Cunningham já publicou as instruções para a fazer em casa.

Foi ainda possível verificar que nas famílias das crianças que receberam as gotas salinas existiu um menor contágio – cerca de 46% – do que nas crianças que receberam os cuidados normais – 61 por cento. “Reduzir a duração das constipações nas crianças significa que menos pessoas em casa também ficam constipadas, o que tem implicações na rapidez com que uma família recupera e regressa às suas atividades habituais, como a escola e o trabalho”, referiu.

Porque é que o sal pode ser eficaz na redução do tempo de constipação?

Há muito tempo que as soluções salinas têm sido utilizadas como um recurso no tratamento de constipações. Tal deve-se ao facto do sal ser composto por sódio e cloreto – uma substância que células presentes nas narinas e traqueia utilizam na produção de ácido hipocloroso, útil no combate a infeções virais. “Ao dar extra cloreto às células do revestimento [nasal], isto ajuda a produção de mais ácido hipocloroso, o que ajuda a suprimir a reprodução viral, reduzindo a duração da infeção pelo vírus e, portanto, a duração dos sintomas”, conclui.