A exposição baseia-se na vida e na arte de Yayoi Kusama. Os quadros e as estátuas desta artista japonesa são muito coloridos, engraçados, diferentes e originais. Durante a exposição, podemos ver o caderno de desenhos da artista e entrevistas que esta deu pelo mundo todo.

A exposição termina numa sala de espelhos com bolas pretas e bolas brancas. Esta sala tem um segredo: um dos espelhos abre e entramos numa sala cheia de luzes, espelhos e bolas para “entrarmos” nas ideias desta artista.

Aconselho todos os leitores da VISÃO Júnior a visitar esta exposição, porque podem aprender mais sobre arte e, no final, podem passear nos jardins de Serralves e encontrar estátuas da artista colocadas na natureza.

Visitem o Porto, Serralves, e espero que as minhas fotografias vos inspirem a visitar a exposição. Até à próxima!

Depois de Oeiras e dos Açores, o Campeonato de Portugal de Novas Energias – PRIO, o único campeonato de desporto automóvel em Portugal exclusivo para carros 100% elétricos, ruma ao centro do país.

A quarta edição do EcoRally Proença-a-Nova contará com cerca de 20 duplas à partida, incluindo as duas duplas que constituem a equipa PRIO – Exame Informática – Peugeot: Ivo Tavares e João Paulo Martinho, ao volante do Peugeot e-208 com o número 9, e Sérgio Magno e Ana Joaquim, ao volante do novíssimo Peugeot e-3008 com o número 10. Aliás, como é habitual neste campeonato, a prova de Proença-a-Nova representa uma oportunidade para se ver alguns dos modelos mais recentes a chegar ao mercado nacional.

PEUGEOT ANUNCIA ABERTURA DE ENCOMENDAS E PREÇOS DOS NOVOS 3008 E E-3008 EM PORTUGAL
O EcoRally de Proença-a-Nova marca a estreia do novo Peugeot e-3008 no Campeonato de Portugal de Novas Energias – PRIO

Esta edição, a primeira organizada pela Secção de Desportos Motorizados da Associação Académica de Coimbra, presidida por João Azeiteiro, será disputada entre o próximo sábado e domingo, em duas secções, com 18 setores de regularidade, num total de 227 quilómetros. Como é habitual neste campeonato, onde só podem participar carros 100% elétricos de produção em série, os correntes vão competir nas modalidades de regularidade e eficiência energética. Existirá, ainda, uma Street Stage para finalizar o rally, na Variante Sul de Proença-a-Nova.

De acordo com a organização, o rally passará por diferentes zonas do território de Proença-a-Nova. João Azeiteiro, diretor da prova, explica que “90% da prova é nova e vamos passar por estradas que nunca foram percorridas nas últimas três edições. O objetivo do primeiro dia é visitar a parte norte do concelho e passar por algumas das Praias Fluviais que existem em Proença-a-Nova. No domingo iremos percorrer a zona mais a sul do concelho”.

Depois de Proença-a-Nova, o Campeonato Portugal de Novas Energias – PRIO segue para Vila Nova de Gaia onde nos dias 7 e 8 de setembro. Para a organização, este campeonato tem a “missão de unir o desporto automóvel às questões ambientais, procurando sensibilizar o grande público para a importância das energias alternativas e para a descarbonização no desporto automóvel”.

A pequena Alice, três meses de vida, a mais nova dos 59 habitantes de Fajão, dificilmente se recordará do dia em que a sua terra se tornou o centro do astroturismo das 27 Aldeias do Xisto. Indiferente ao movimento atípico no dia 27 de junho, na inauguração do Geoscope – Observatório Astronómico de Fajão, a bebé segue tranquila num carrinho guiado pelos pais através do empedrado da aldeia onde, apesar da interioridade deste lugar encaixado na serra do Açor, Beatriz Simão e Jorge Fernandes, 28 e 32 anos respetivamente, decidiram viver. “Aqui, a vida saboreia-se mais devagar. Aproveita-se melhor o tempo”, justifica o pai de Alice, que trabalha nas Minas da Panasqueira, a uns bons quilómetros daqui, já no concelho do Fundão. Jorge confessa ter experimentado viver em Coimbra durante o tempo da universidade, mas decidiu trocar “a confusão da cidade” pelos penedos de quartzito e a proximidade com o rio Ceira. E não foi o único, haveremos de perceber adiante. 

Do novo observatório podem ver-se as estrelas e a Via Láctea. Foto: Bernardo Conde / ADXTUR

Mas o que tem, afinal, esta aldeia situada a 15 quilómetros (20 minutos de carro) de Pampilhosa da Serra, onde, a partir de agora, se promete ficar mais perto das estrelas? “Como este é um lugar escuro, conseguimos observar um céu que não é acessível na cidade”, garante José Augusto Matos, coordenador científico deste projeto que pretende colocar Fajão no centro do destino turístico Starlight Aldeias do Xisto, certificação atribuída em 2019 pela Fundação Starlight. Em noites de céu limpo, diz o astrónomo, daquele ponto de observação da aldeia, onde foi instalada uma dome (cúpula) semiesférica, consegue-se observar a Via Láctea em campo aberto. “A Lua e os planetas também se veem na cidade, mas se quisermos explorar todo o céu noturno e as suas constelações, daqui conseguiremos ver muito bem”, afiança. 

“Este céu sempre cá esteve”  

Fajão não foi escolhida ao acaso para ser um ponto estratégico no astroturismo. Assim que se entra na aldeia, em pleno dia, só a tal dome semiesférica, erguida lá no alto – feita em aço, com 7,5 metros de altura e 15 metros de diâmetro, concebida pelo designer João Nunes e o ateliê portuense Nunes e Pã –, denuncia o novo Observatório Astronómico. Desde 2011 que esta região do Pinhal Interior foi a escolhida para acolher o Pampilhosa da Serra Space Observatory (PASO), do qual faz parte a Estação Radioastronómica do Porto da Balsa, uma das principais infraestruturas do País dedicadas ao Espaço que fornece dados a mais de 177 entidades académicas.  

O astrónomo José Augusto Matos, coordenador científico do Geoscope de Fajão

Por se tratar de um território de baixa densidade, a somar à sua própria geografia, aqui consegue-se ter um céu escuro e limpo, sem poluição luminosa. “Este céu sempre cá esteve”, ironiza Jorge Custódio, presidente da autarquia de Pampilhosa da Serra, que, com a Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto – ADXTUR, desenvolveu este projeto orçado em cerca de 180 mil euros. “Agora, queremos convidar as pessoas que andam na cidade e estão sempre a olhar para o chão a virem à serra e a olharem para cima.” Sobretudo, durante a noite. O designer João Nunes reforça a ideia: “O importante é fazer com que olhem para o nosso lugar na Terra, sentir e perceber o Cosmo. Este sítio de observação astronómica é também um projeto regenerador da paisagem, da consciência planetária e da ecologia, um lugar de aprendizagem.” 

Para usufruir da visita guiada intitulada Viagem à Luz das Estrelas (€30, mínimo duas pessoas) é necessário inscrever-se previamente no site bookinxisto.com ou no quiosque/loja montado na aldeia, onde se poderão requisitar cadeiras, mantas, binóculos e material científico. Para este verão, estão previstas algumas atividades para aguçar a curiosidade do público: fotografia noturna com o astrofotógrafo Miguel Marques (10 e 11 ago, €80) e observação das Perseidas (agosto), mas o calendário deverá aumentar.  

Terra de chanfana e tigelada 

Por ora, ao longo do dia, Fajão move-se com a mesma pacatez que fez com que Carlos Moreira, 72 anos, trocasse Queluz pela aldeia que o viu nascer para gozar a reforma: “Aqui, o maior problema é quando falha a internet [risos]. De resto, é um descanso.” Os dias dos fajanenses são passados entre jogos de cartas ou de dominó no café Juiz de Fajão, mergulhos na piscina sobranceira à aldeia ou na praia fluvial da barragem de Santa Luzia, onde, além da belíssima paisagem, se pode praticar canoagem e andar em bicicletas todo-o-terreno por mais de 122 quilómetros de trilhos sinalizados.  

As ruelas da aldeia de Fajão

De volta à aldeia, retemperam-se energias à mesa d’O Pascoal que, desde 2010, é sinónimo de bem comer na região. Carlos e Lucília Simão, 57 e 55 anos respetivamente, são os anfitriões deste restaurante onde cabem 90 pessoas para saborear chanfana e cabrito assado no forno a lenha, trutas do rio Ceira ou a típica tigelada à sobremesa. Aqui, que ninguém nos ouve, prove um cálice de aguardente de mel. Dos favos da serra, pois.  

A expetativa de Carlos Simão é de que o Observatório Astronómico “traga mais gente à aldeia, especialmente durante a semana”, já que aos fins de semana costuma ter o restaurante bem composto, altura em que Fajão recebe mais visitantes, que se passeiam pelas suas ruas com casas revestidas a xisto e xilogravuras nas paredes com lendas de outrora – os Contos de Fajão, escritos pelo padre Monsenhor Nunes Pereira, que ali tem direito a um museu.  

Regresso ao passado 

O dia amanhece cinzento e chuvoso, após uma noite de inverno em pleno verão que nos impossibilitou de ter observado o céu e as estrelas a partir do novo Geoscope. Mas não esmorecemos e, após a pernoita nas Casas do Rio, na aldeia de Cavaleiros de Baixo, a poucos quilómetros de Fajão, seguimos viagem entre curvas e contracurvas rodeadas pelas encostas verdes da serra do Açor que encantaram Miguel Torga quando o médico-escritor esteve ao serviço da saúde em Arganil. “Com o protesto do corpo doente pelos safanões tormentosos da longa caminhada, vim aqui despedir-me do Portugal primevo. Já o fiz das outras imagens da sua configuração adulta. Faltava-me esta do ovo embrionário”, escreveu em 1991, pouco antes de morrer, num testemunho que se pode ler no Memorial a Miguel Torga antes de chegarmos a Piódão.  

Foz d’Égua, a poucos minutos de Piódão

A Aldeia Histórica, conhecida como aldeia-presépio, com as suas casas encavalitadas de xisto onde moram pouco mais de 40 pessoas, continua a ser o postal turístico da serra do Açor. Há dias, a recente requalificação da praça central e do posto de turismo valeu-lhe o prémio de arquitetura ibérica FAD, na categoria Cidade e Paisagem, apesar do queixume dos seus habitantes de que a obra lhes terá tirado o estacionamento.  

Maravilhados com a aldeia estão os norte-americanos Jim e Natacha, que aqui dormiram uma noite, depois de terem aterrado em Madrid, alugado um carro e passado dois dias no Porto. “Aqui, sentimos que voltámos atrás no tempo. Estamos a adorar a arquitetura das casas, estas pedras, a simpatia das pessoas”, contam-nos junto a uma levada, antes de meterem pés ao caminho até Foz d’Égua (outro postal turístico, com duas pontes e casas de xisto), num percurso circular inferior a três quilómetros que demorará cerca de 45 minutos. Para o casal, a passagem por Piódão, no concelho de Arganil, que viveu durante décadas da agricultura de subsistência, está a ser “as férias das férias” [risos]. 

Paulo Lopes criou a empresa de passeios de jipe, Piódão NaTour

Foi para “contar histórias e dar a conhecer esta aldeia e toda a serra do Açor”, onde nasceram os seus pais e avós, que Paulo Lopes, 29 anos, criou a empresa de passeios de jipe, Piódão NaTour. A ideia germinou durante o confinamento e desde 2021 que tem andado a mostrar as paisagens naturais desta região, vizinha da serra da Estrela. “Na altura da primavera, ando pelos cumes da montanha para observar a paisagem, no verão, pelas praias fluviais como Loriga e Foz d’Égua, Mata da Margaraça e Fraga da Pena, que tem a maior cascata da serra do Açor”, exemplifica, enquanto nos conduz numa subida aos 1242 metros de altitude do monte do Colcurinho. Se tivéssemos tido um dia de céu limpo avistaríamos, aponta, as serras da Estrela, Caramulo e até mesmo o oceano Atlântico, lá ao longe.  

Regressamos a Piódão, ao restaurante O Fontinha, onde a família de Paulo Lopes serve pratos regionais como o bucho recheado de Arganil, iguaria com direito a confraria gastronómica, ou a tigelada feita num grande caçoilo de barro, tal e qual como antigamente. 

Dina Brito, uma das responsáveis pelos licores e compotas Donanna, feitos com produtos da serra do Açor

De Piódão a Coja são apenas 27 quilómetros, mas a viagem demora cerca de 45 minutos. Dina Brito, 41 anos, espera-nos à porta do seu ateliê/loja de licores Donanna, criado pela mãe, Ana Maria, em 2006, a partir das receitas de licorosos que tinha aprendido com a avó.

Começou pelo medronho, o pequeno fruto que cresce em abundância em toda a serra do Açor, e hoje a marca já soma 14 referências, entre castanha, mel, figo, ginja e mirtilo, tudo de pequenos produtores desta região. Em 2018, lançaram um gin “para colocar os sabores da serra do Açor [zimbro, carqueja, medronho e castanha] numa garrafa”, conta Dina. E tem sido um sucesso. Entretanto, surgiram as compotas (18 referências) e a marmelada. Tudo feito de forma artesanal. “O segredo é ter amor, carinho e paciência”, diz-nos na cozinha. E tempo, acrescentaríamos, que, aqui, já nos havia dito o pai de Alice em Fajão, se aproveita melhor.

VER 

Geoscope– Observatório Astronómico de Fajão  R. César Vicente da Silva, Fajão > T. 275 037 393 > Quiosque: qua–qui 16h-22h, sex-sáb 16h-24h, dom 14h-18h > A partir €30 

Museu Monsenhor Nunes Pereira Fajão > T. 235 751 317 > grátis, sob marcação 

Epic Land – Turismo de Aventura R. Rangel de Lima, 23, Pampilhosa da Serra > T. 91 488 9928, 91 356 2661 > epicland.pt 

Piódão NaTour  Piódão > T. 91 880 2851 > Passeios de jipe a partir €45/pessoa (3h30) > piodaonatour@gmail.com 

COMER 

O Pascoal  Fajão > T. 235 751 219, 96 301 2659 > ter-dom 12h-14h30, 19h-21h30 

O Fontinha Piódão > T. 235 731 151 > seg-dom 10h-22h  

COMPRAR 

Licores Donanna  R. Francisco de Almeida Filipe, Coja > T. 235 729 429, 96 354 5045 > seg-sex 9h-17h  

DORMIR 

Casas do Rio  Cavaleiro de Baixo, Fajão > T. 235 751 270 > T1 e T2 a partir €55 

Story Studio Piódão R. Eugénio Correia, 4, Piódão > T.  92 688 5754 > a partir €215 

Joe Biden discursou nesta quarta-feira, dia 24 de julho, pela primeira vez desde o anúncio da desistência às eleições presidenciais de 5 de novembro. Num discurso com cerca de 11 minutos, diretamente da Sala Oval da Casa Branca, o ainda Presidente dos EUA defendeu a sua decisão, tomada pública no passado domingo, de abandonar a corrida eleitoral a um segundo mandato. Biden, de 81 anos, defendeu que o País atravessa um “ponto de “viragem”, e que as “ambições pessoais” não devem “interferir com a defesa da democracia” norte-americana.

“Acredito que o meu historial como Presidente, a minha liderança no mundo e a minha visão para o futuro dos Estados Unidos justificariam um segundo mandato, mas nada pode interferir no caminho de salvar a nossa democracia. Isso inclui a ambição pessoal”, referiu. Para o democrata, a democracia nos Estados Unidos “está em risco e é mais importante do que qualquer cargo”, pelo que é tempo de “passar o testemunho a uma nova geração”, acrescentou.

Após anunciar que iria sair da corrida à Casa Branca, Biden declarou o seu apoio a Kamala Harris, atual vice-presidente dos Estados Unidos. “Decidi que o melhor curso de ação é passar o testemunho a uma nova geração, que isso é a melhor forma de unir a nossa nação”, explicou. “Há um tempo e um lugar para longos anos de experiência na vida pública. Há também um tempo e um lugar para novas vozes, vozes frescas, sim, vozes mais jovens, e esse tempo e lugar é agora”, referiu. Harris, de 59 anos, encontra-se à frente do adversário Trump nas últimas sondagens realizadas esta terça-feira pela agência Reuters.

Biden desistiu da corrida à Presidência da Casa Branca no passado domingo, dia 21 de julho, após meses de críticas e apelos para que não se recandidatasse. No seu discurso apelou ainda aos eleitores que ponderem o seu voto. “Aqui, os reis e os ditadores não mandam. Manda o povo. A História está nas vossas mãos. O poder está nas vossas mãos. O poder da América está nas vossas mãos”, referiu.

O balanço do mandato

No decorrer do seu discurso, o ainda líder americano fez um balanço do seu mandato, que cumprirá até ao final deste ano. “Enfrentamos a pior pandemia do século, a pior crise económica desde a Grande Depressão e o pior ataque à nossa democracia desde a Guerra Civil”, mencionou, referindo-se ao ataque ao Capitólio a 6 de Janeiro de 2021. “Os salários aumentaram. A inflação continua a descer. A disparidade de riqueza racial é a mais baixa dos últimos 20 anos. Estamos literalmente a reconstruir toda a nossa nação”, acrescentou.

Biden mencionou ainda como prioridades o fim da agressão russa na Ucrânia e do conflito em Gaza, referindo que até ao final do seu mandato irá continuar a lutar para “manter a NATO forte, mais poderosa e mais unida do que em qualquer momento da nossa história”, explicou. A nível nacional, mencionou como um dos seus objetivos principais a reforma do Supremo Tribunal, a recuperação da economia norte-americana e combate às alterações climáticas.

“Foi o privilégio da minha vida ter servido esta nação por mais de 50 anos”, despediu-se. “Eu venero este cargo. Mas amo ainda mais o meu país. Foi a maior honra da minha vida prestar serviço como vosso presidente. Mas a defesa da democracia – que é o que está em causa – é mais importante do que qualquer título”, concluiu. 

Palavras-chave:

A Microsoft, como outras tecnológicas, continua a trilhar o caminho para trazer mais funcionalidades ‘alimentadas’ por Inteligência Artificial aos seus produtos e serviços. A empresa anunciou os resultados de pesquisas feitas no Bing vão começar a ser acompanhados por resumos gerados por IA.

Numa publicação no blogue sobre a pesquisa generativa do Bing, a empresa de Redmond mostra alguns exemplos e explica que além das ligações para os resultados principais dos termos a pesquisar, os modelos de linguagem vão criar uma resposta sugerida com um resumo.

Por exemplo, quando se pesquisar algo como “Quanto tempo vivem os elefantes?”, a resposta vai ter um sumário principal e depois vídeos com informações importantes sobre a vida dos elefantes e fatores que possam afetar a sua longevidade. Depois destes conteúdos gerados por IA, seguem-se os resultados normais que obtemos quando pesquisamos algo num motor de pesquisa como o Bing.

Bing Microsoft Inteligência Artificial
Exemplo de pesquisa no Bing com resumos gerados por IA | Imagem: Microsoft

Nesta fase, esta opção não está disponível ao público em geral, mas a ser testada com um restrito grupo de pesquisas. “Estamos a lançar isto gradualmente e vamos demorar algum tempo, recolher feedback, testar e aprender, e trabalhar para criar uma boa experiência antes de a tornar disponível a mais utilizadores”, revela a Microsoft citada pelo Engadget.

A abordagem é semelhante à que já foi disponibilizada pela Google com o AI Overview que, no entanto, teve um início algo atribulado. Recorde-se que, após a estreia da funcionalidade nos Estados Unidos, vários utilizadores começaram a receber resumos com ‘alucinações’, com recomendações, por exemplo, para usar cola não-tóxica para que o queijo ficasse mais agarrado à pizza, que levaram a gigante tecnológica a fazer uma série de correções à funcionalidade.

Faz agora dois anos que ardeu um quarto do Parque Natural da Serra da Estrela, naquele que foi o sexto maior incêndio ocorrido em Portugal desde que há registos. Da maior área protegida nacional foram reduzidos a cinzas 28 mil hectares. Em resposta à tragédia, no início deste ano o Governo cessante aprovou o Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela, dotando-o de 155 milhões de euros, montante que deveria destinar-se à recuperação do Parque Natural dos incêndios de 2022.

A realidade, porém, parece ter pouco a ver com o restauro ecológico necessário. Na apresentação pública do Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela, um dos autarcas locais dava os seguintes exemplos de investimentos a realizar: as obras da segunda fase do hospital da Guarda, a conclusão das obras da Linha da Beira Alta, a reabertura do Hotel Turismo e uma ligação a Coimbra através da concretização do IC7. Não será, assim, de estranhar que o movimento associativo já tenha manifestado a sua preocupação relativamente ao facto de a regeneração do território não constituir uma prioridade no plano de ação desenhado pelas autarquias locais.

Para além da óbvia falta de envolvimento da sociedade civil, também parecem não ter sido ouvidas as entidades que deveriam ter uma visão e uma palavra sobre o ordenamento do território e a gestão dos Parques Naturais. Será possível que a tutela não tenha uma visão para as áreas protegidas nacionais?

A Serra da Estrela sofre há décadas de interferências autárquicas, sendo hoje o estado de conservação dos seus habitats e espécies pior do que quando o parque foi criado, em 1976. Ainda assim, o Parque Natural da Serra da Estrela continua a reunir condições únicas para ser um exemplo de conservação e economia verde, no exigente contexto dos compromissos nacionais assumidos ao abrigo do Pacto Ecológico Europeu e da Convenção da Diversidade Biológica das Nações Unidas.

Portugal está comprometido com a conservação de 30% dos seus solos e oceanos, até 2030. Para que tal aconteça, são necessárias uma visão e uma estratégia claras de conservação, mas sobretudo a implementação ambiciosa e participada de um Plano de Ação Nacional para a Conservação da Natureza e Biodiversidade. Não basta haver áreas protegidas, é necessário assegurar a sua gestão permanente.

Dando um exemplo a sul de ausência de liderança e capacidade de gestão, é incompreensível que no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina se sinta cada vez mais a pressão da agricultura intensiva e a praga das casas pré-fabricadas (ou tiny houses), instaladas off-grid por toda a parte em terrenos rústicos, sem licença de habitação – e com elevados impactos na paisagem, nos ecossistemas e, já agora, no Estado de Direito.

Regressando ao Parque Natural da Serra da Estrela, mais do que das anunciadas obras de alcatrão e betão, o que urge são soluções de base natural para a sua regeneração duradoura, é a preservação dos seus serviços de ecossistema – água, solos, carbono e biodiversidade. A título de exemplo, através da devolução à serra dos cavalos selvagens, dos auroques, e das cabras-montesas, para que estes consigam desempenhar o seu papel no ecossistema e ajudem a controlar a matéria fina vegetal – para que esta não se acumule, à espera do próximo verão quente.

E para que a serra atue como esponja e armazene água são necessárias florestas maduras. Mas, claro, estas não aparecem do dia para a noite, são o resultado de processos longos e complexos. É necessário dar tempo à natureza – em vez de injetar 155 milhões de euros em receitas gastas, à espera de resultados diferentes.

O capital natural é um património que pedimos emprestado às gerações futuras. Haja coragem para se implementar uma ambiciosa política nacional de gestão de áreas protegidas – fazendo do Parque Natural da Serra da Estrela um exemplo a seguir e, porque não, um caso de estudo mundial de conservação da natureza e de economia verdadeiramente verde.