Os contornos da privatização da TAP eram, até ontem, um dos temas mais obscuros de todas as operações de venda de empresas do Estado. Depois de muitas discussões, comissões parlamentares de inquérito, opiniões de juristas e reflexões de especialistas do setor aeronáutico, eis que, finalmente, chega até nós o relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre este negócio para clarificar todo este processo.  

E as conclusões são aquelas que já muita tinta fizeram correr: a TAP foi comprada em 2015 pelo consórcio Atlantic Gateway – que juntava o norte-americano David Neeleman e o português Humberto Pedrosa – com garantias da própria transportadora aérea.  

Segundo o documento ontem divulgado, a aquisição de 61% do capital da TAP foi financiada através de um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus, um valor muito equivalente ao montante a que a Atlantic Gateway estava obrigada a injetar na TAP (226,75 milhões de dólares), dinheiro este que não poderia ser retirado da companhia aérea nos 30 anos seguintes.   

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1. Serralves em Luz, Porto

Ao longo de quase três quilómetros, é um outro Parque de Serralves que se descobre à noite. Sob o tema Sonhos e Ilusões, a terceira edição do Serralves em Luz conta com 25 instalações de luzes, néons, cores e sons (como o canto de animais, água a correr e música), que nos levam a observar de uma forma diferente este pulmão verde do Porto, desde o bosque das faias até ao lago. “Transformar o Parque a nível visual através de experiências interativas, onde o visitante seja observador e participante”, foi, de novo, o propósito de Nuno Maya, o diretor criativo desta exposição sem um percurso obrigatório.

Foto: Lucília Monteiro

Este ano, e além da obra Chirp & Drift, da artista audiovisual britânica Kathy Hinde, há duas instalações festivas: uma que celebra os 50 anos do 25 de Abril, e outra que assinala os 35 anos da Fundação de Serralves. Parque de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 3 nov, ter-dom 21h (até 1 set), 20h30 (3-29 set), 20h (1 out-3 nov) > €14, €12 (4-11 anos, estudantes e maiores de 65 anos), €11 (bilhete família: dois adultos + mínimo uma criança) grátis (menores de 3 anos)

2. À Noite no Jardim, Sintra

Calçado confortável, vestuário adequado às condições meteorológicas e uma lanterna. Eis o que se pede a quem queira participar nesta visita no Palácio Nacional de Queluz, em Sintra. Por entre sebes de buxo, árvores, estátuas e lagos, o objetivo é ir à procura dos morcegos que sobrevoam os seus jardins quando o sol se põe. O biólogo Mário Carmo acompanhará o grupo, explicando que espécies destes mamíferos voadores encontram aqui refúgio e alimento, como vivem, caçam e qual a sua importância nos ecossistemas. Será também uma oportunidade para ouvir os sons que emitem, usando tecnologia de ultrassons. Palácio Nacional de Queluz, Sintra > T. 21 923 7300 > 6 set, sex 19h30 > duração: 2h > €12, €10 (6-17 anos) > bilhetes à venda no site da Parques de Sintra

4. (H)á noite no Mosteiro, Lisboa

Foto: DR

Feita para impressionar, a Igreja de São Vicente de Fora é a obra maior do período filipino, os 60 anos em que Espanha dominou Portugal, entre 1580 e 1640. Mas São Vicente de Fora é mais do que uma bandarilha espanhola no lugar onde D. Afonso Henriques tinha mandado construir um mosteiro como agradecimento pela conquista de Lisboa aos muçulmanos, em 1147. Depois da restauração da independência, o edifício foi objeto de várias campanhas de embelezamento: na sacristia, uma das mais espetaculares; e no claustro, demais alas e salas, encontra-se a maior coleção de azulejaria barroca do mundo. A história deste lugar conta-se na visita guiada noturna (H)á Noite no Mosteiro (duração 1h30). Conduzida em português, passa por alguns dos seus espaços mais emblemáticos, terminando no terraço da Igreja com as suas duas torres, ao jeito das grandes catedrais, e de onde se tem uma vista bonita sobre Lisboa. Lg. São Vicente, Lisboa > T. 21 881 0559 > 6, 14 e 21 set, sex e sáb 21h30 > €15, €13 (mais de 65 anos), €11 (12-25 anos), grátis (menores de 12 anos) > duração 1h30 > inscrição prévia pelo email museu@patriarcado-lisboa.pt

4. Clérigos by Night, Porto

Foto: Lucília Monteiro

Ao pôr do sol ou pela noite dentro, o Porto observa-se a 75 metros de altura no cimo da Torre dos Clérigos construída por Nicolau Nasoni (1763). Para alcançar esta vista de 360 graus da cidade, é preciso subir 225 degraus. Mas, garantimos, o esforço valerá a pena. Torre dos Clérigos > R. São Filipe Nery, Porto > T. 22 014 5489 > até 12 out, seg-dom 19h-23h > €5, grátis (menores de 12 anos)

5. Noite dos Morcegos, Cascais

Os morcegos são o segundo maior grupo de mamíferos a seguir aos roedores, com mais de 1 400 espécies. Possuem traços que os tornam únicos, como a capacidade de ecolocalização (semelhante à usada por golfinhos) e o facto de serem os únicos animais capazes de voar, além de aves e insetos. De tudo isto se falará neste sábado, 31, na Quinta do Pisão, em Cascais, onde habitam várias espécies de morcegos, durante um passeio entre as 20h30 e as 22h30, que será realizado, sempre que possível, sem ou com pouca luz. Quinta do Pisão > Estrada Nacional 9-1, Alcabideche, Cascais > T. 21 581 1750 > 31 ago, sáb 20h30 > duração: 2h > €4 (adultos e crianças a partir dos 8 anos) > inscrições: atividadesnatureza@cascaisambiente.pt

6. Arte rupestre do vale do Côa, Vila Nova de Foz Côa

Foto: Lucília Monteiro

Em Foz Côa, as aulas sobre o Paleolítico são ao vivo. E podem acontecer em visitas noturnas para descobrir, de lanterna em riste, a silhueta de uma cabra-montês ou de um salmão inscrita no xisto, no sítio da Penascosa, junto ao rio Côa. Como brinde neste percurso pedestre ao anoitecer, recebe-se o canto dos grilos. A partida faz-se no Centro de Receção na aldeia de Castelo Melhor, a 15 km de Vila Nova de Foz Côa, em veículo todo-o-terreno, conduzido pelo guia. Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa > reserva prévia T. 279 768 260/96 577 8799 > duração: cerca de 2h > €20,90, €10,50 (até 12 anos)

Os auriculares Ether 2 Sense da SPC destacam-se pelo design ‘open ear’: um elemento diferenciador em comparação com outros modelos mais tradicionais. Mas a construção, em plástico de perfil fino, revela alguma fragilidade. Estes auriculares não passam despercebidos e a caixa de carregamento conta com dimensões mais generosas, mas não ao ponto de impactar o transporte, por exemplo, no bolso.

As hastes dos Ether 2 Sense são flexíveis e ficam encaixadas atrás da orelha. Apesar do formato arrojado, são leves (cada um com um peso de 6,3 gramas) e confortáveis, mesmo durante longos períodos de utilização. Seria de pensar que, devido ao formato menos convencional, estes auriculares estariam constantemente a ‘escorregar’ pelas orelhas. Mas, a não ser que abane a cabeça vigorosamente, isso não acontecerá. Durante a nossa experiência de utilização diária, mantiveram-se posicionados firmemente, incluindo em corridas.

Clique nas imagens para ver os Ether 2 Sense com mais detalhe

Em cada um dos auriculares há um pequeno painel tátil que, através de diferentes sequências de toques, permite controlar a reprodução de música, assim como ativar um “Modo de Jogo” (que, honestamente, não traz grande diferença à experiência sonora). É através destes painéis que podemos ativar também assistentes inteligentes como o Google Assistant ou a Siri, assim como atender e rejeitar chamadas telefónicas em modo mãos livres.

Ether 2 Sense: Ouvir a música e o ambiente

Em comparação com modelos ditos convencionais, os auriculares ‘open ear’ costumam entregar uma qualidade de som inferior. Mas é necessário ter em conta que uma das finalidades é poder ter uma maior perceção daquilo que nos rodeia enquanto os utilizamos. Nesse sentido, os Ether 2 Sense oferecem uma qualidade de som satisfatória, dando-nos, em simultâneo, a possibilidade de perceber o que se passa à nossa volta uma vez que a saída de som não cobre completamente o canal auditivo.

A potência sonora é uma área que deixa a desejar. Por exemplo, quando ouvimos músicas que ‘puxam’ pelas frequências mais graves não conseguimos sentir o seu impacto de maneira convincente. Note-se que este modelo não dispõe de uma aplicação compatível que permita personalizar a experiência sonora.

Ether 2 Sense

Os Ether 2 Sense não têm tecnologia de cancelamento ativo de ruído, mas, para as chamadas, contam com tecnologia de cancelamento de ruído ambiente (ENC), que traz uma maior nitidez às conversas. Fizemos várias chamadas telefónicas e conseguimos ouvir e ser ouvidos com qualidade. O microfone consegue dar um maior foco a quem está a falar, mesmo com o ruído exterior.

A autonomia acaba por ser muito boa para um modelo desta gama. A marca promete 8 horas de autonomia e até um máximo de 30 horas com a caixa de carregamento: valores que estão de acordo com a nossa experiência. Apesar do formato diferente e da versatilidade, sentimos que os Ether 2 Sense ainda não estão ‘no ponto’, e, por preços semelhantes ou até inferiores, conseguimos encontrar auriculares que oferecem uma melhor qualidade sonora.

Tome Nota
SPC Ether 2 Sense – €69,99
spcstore.pt

Som Satisfatório
Construção Satisfatório
Autonomia Muito Bom
Conforto Muito bom

Características Dimensões: 53,12×28,14×21,1mm ○2 x 3 saídas de aúdio ○ Memória: 32 GB RAM , 1 TB SSD ○ Autonomia anunciada: 8h reprodução, 30 h total (c/ caixa) ○ Resistente a água e suor (IP54) ○ Tecnologia ENC ○ Bluetooth 5.3 ○ USB-C (caixa) ○ 2x 6,3 g (auriculares) ○ Bateria 500mAH ○ 34g (caixa com os auriculares)

Desempenho: 3,5
Características: 3,5
Qualidade/preço: 3

Global: 3,3

O Hamas ameaça matar os restantes reféns e avisa que os guerrilheiros que estão a guardar os prisioneiros receberam novas instruções sobre a forma de os tratar caso as tropas israelitas se aproximem.

O aviso foi feito segunda-feira pelo porta-voz do braço militar do Hamas, Abu Obeida, na rede Telegram.

“Após o incidente de Nuseirat, foram dadas novas instruções aos ‘mujahidin’ encarregados da guarda dos prisioneiros, relativamente ao seu tratamento, caso o Exército de ocupação se aproxime do local da sua detenção”, anunciou o porta-voz, referindo-se ao resgate com vida de quatro prisioneiros, numa operação militar em junho, que custou a vida a mais de 200 palestinianos.

A advertência surge depois da recuperação de seis reféns mortos que, segundo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foram executados. O chefe do governo de Telavive ameaçou também na segunda-feira, em conferência de imprensa, que o o Hamas “pagará um preço muito alto” pela morte dos reféns. “A insistência de Netanyahu em libertar prisioneiros sob pressão militar, em vez de fechar um acordo, fará com que regressem às suas famílias em caixões”, respondeu o porta-voz.

“Apenas Netanyahu e o Exército de ocupação assumem total responsabilidade pelo assassínio dos prisioneiros, tendo violado deliberadamente qualquer acordo de troca”, acusou ainda o Hamas.

A propósito do seu novo livro, “Energiza-te”, Alexandra Vasconcelos, farmacêutica, naturopata e pós-graduada em medicina biológica integrativa, explicou à VISÃO o papel que as mitocôndrias desempenham na nossa sensação de cansaço.

A autora de vários livros na área da saúde e envelhecimento saudável quer colocar o cansaço em perspetiva. A causa para esta sensação e a falta de energia tem um nome: mitocôndria, um organito presente em cada célula do corpo que desempenha um papel central na regulação metabólica e produção de energia.

“Todos as manifestações de cansaço, física ou psicológicas, resolvem-se identificando a verdadeira causa e atuando sobre ela. Existe sempre desgaste mitocondrial”, refere a autora à VISÃO.

E não é por ir de férias, por exemplo, que o problema se resolve por si só. “O cansaço pós-férias é um fenómeno real, pois a maioria das situações de fadiga não passa com descanso e as pessoas vêm frustradas das férias. Neste meu livro, enfatizo diversas vezes a necessidade urgente de identificar a causa”, diz. “Na maioria das vezes existe uma doença na mitocôndria que deve ser tratada para evitar o surgimento mais tarde de patologias sistémicas mais graves”.

Pode perguntar-se se mais horas de sono podem ajudar nesta tentativa de diminuir esta condição, mas, segundo Alexandra Vasconcelos, “o sono pode não ser rejuvenescedor porque a fadiga está relacionada com desequilíbrios mitocondriais. Mesmo dormindo muitas horas, se as mitocôndrias não estiverem a funcionar corretamente, o corpo não consegue recuperar e acordamos cansados. O grau de fadiga é diretamente proporcional à doença mitocondrial”, explica.

A especialista acrescenta que “a fadiga cronica está relacionada com a disfunção mitocondrial, também conhecida como cansaço metabólico ou celular e indica que algo não está bem no organismo”.


Quais são os agressores mitocondriais?

É fundamental entender o que prejudica a mitocôndria, tanto os agressores externos como os internos. Ou seja, pensar não só nos tóxicos provenientes do ambiente onde estamos inseridos, mas também na forma como o nosso organismo consegue dar destino aos tóxicos que se produzem internamente, em consequência de processos metabólicos endógenos normais.

À medida que vamos envelhecendo, as nossas mitocôndrias também envelhecem, vão perdendo vitalidade e algumas vão morrendo. Faz parte do processo natural de envelhecimento, por isso ao longo dos anos vamos perdendo a vitalidade e ficamos mais cansados. Pensa-se que aos 40 anos a capacidade mitocondrial reduz-se para metade e que aos 70 anos temos metade da capacidade energética dos 40 anos. Então imagine que, entre os 40 e os 70 anos, a capacidade de trabalho e o número de mitocôndrias são reduzidos para metade. As mitocôndrias presentes são mais fracas, danificadas, disfuncionais e menos capazes de produzir energia. Entre os 20 e os 40 anos, acontece sensivelmente o mesmo, por isso, jovens com 20 e 30 anos podem sentir fadiga se se associar dano mitocondrial à perda natural da capacidade mitocondrial.

Neste livro vai aprender a aumentar as suas mitocôndrias, a melhorar a qualidade do seu sono, a minimizar o impacto negativo do stress no cérebro, obter indicações precisas para eliminar agentes agressores, como tóxicos provenientes do ambiente, alimentação, parasitas, desequilíbrio intestinal, alteração da produção dos metabolitos e das bactérias. Todos estes fatores inflamam o seu corpo e afetam a saúde da mitocôndria e o seu desempenho, ou seja, a produção de energia.

No esquema seguinte, deixo-lhe um resumo dos principais agressores da mitocôndria. Estes agressores funcionam como triggers (pontos gatilho) do modo de sobrevivência que vimos anteriormente e remetem para o funcionamento cuja produção energética faz apenas face às necessidades básicas de sobrevivência do organismo.

De acordo com o esquema, a falta de nutrientes vitais na nossa dieta é um dos principais fatores que danificam a mitocôndria. Comemos muito mais, pior e no final resulta em mais défice de nutrientes.
Porquê? Porque optamos por comida de plástico cheia de tóxicos e substâncias falsas que o nosso organismo não reconhece como nutrientes e nem sabe bem que destino lhes dar.

Não conseguindo livrar-se da maioria destes tóxicos, a nossa maquinaria metabólica simplesmente encosta estas substâncias em órgãos, tecidos e por todo o lado. Mas, apesar de arrumadas, estas substâncias continuam a inflamar-nos.

As toxinas bloqueiam as mitocôndrias e levam ao aumento do stress oxidativo e à libertação de espécies reativas de oxigénio (ERO), que tem como primeiro impacto a alteração na transferência de eletrões, o que danifica a estrutura das membranas e provoca a libertação de substâncias tóxicas. É claro que a mitocôndria afetada morfologicamente comprometerá o seu trabalho e haverá uma diminuição da produção de energia.

Se há desequilíbrio, ou seja, a exposição aos agressores é maior do que a capacidade de defesa, a sua mitocôndria funcionará em modo de sobrevivência, que é o que não queremos.

A RETER
Há muitos fatores que adoecem a mitocôndria.

PARA PENSAR
Se a inflamação crónica e a disfunção mitocondrial são a causa de doenças crónicas, autoimunes, degenerativas e da imunossenescência, porque não tratamos a mitocôndria?

A BOA NOTÍCIA
É possível renovar as nossas fábricas de energia de forma a triplicar a nossa vitalidade.

O QUE FAZER
Ajustar o nosso estilo de vida à nossa genética e incluir hábitos que protejam e revitalizem as mitocôndrias.

Como manter a mitocôndria saudável?

Para manter a nossa mitocôndria saudável, temos essencialmente que pensar em três aspetos:

  1. Retirar tudo o que lhe faz mal e a agride.
  2. Mimá-la dando-lhe tudo o que necessita de forma a reverter a disfunção (veremos na Parte 2).
  3. Identificar quem vive dentro de nós e nos rouba energia.

São sete os passos essenciais que temos de seguir para ter uma supermitocôndria:

  1. Eliminar os microrganismos patogénicos e as toxinas.
  2. Respeitar os ciclos da vida.
  3. Reprogramar o corpo e a mente.
  4. Tratar o intestino e o microbioma.
  5. O que comer para ter vitalidade e ganhar energia.
  6. O que suplementar para ter uma supermitocôndria.
  7. Equilibrar as hormonas e os neurotransmissores.

Técnicas rápidas para melhorar a capacidade mitocondrial

▶ Alternância entre frio e calor. Por exemplo, banho frio depois de fazer exercício ou do banho quente.
▶ Exercício físico com alternância de ritmos (HIIT – treino intermitente de alta intensidade).
▶ Técnicas respiratórias são ótimas ferramentas para restaurar a fadiga e o desempenho cerebral.
▶ Como estas práticas regulam o sistema nervoso, nomeadamente o equilíbrio entre o sistema nervoso simpático e o parassimpático*, falarei delas detalhadamente na Parte 3 deste livro.

*Responsável pelas ações espontâneas do corpo, como a respiração, os batimentos cardíacos, a digestão, o controlo da temperatura corporal, entre várias outras funções, administradas pelos sistemas simpático (o que entra em ação) e parassimpático (o que manda parar a ação).

Porque a energia é a chave central tanto para o sucesso como para a felicidade, nos próximos capítulos vamos saber exatamente como podemos aumentar a nossa energia e deixarmos de sentir cansaço.

A RETER
Existem duas causas básicas de fadiga:
1 – Ambientes externo e interno adversos.
2 – A mitocôndria entra em modo off.

PARA PENSAR
Tenho a certeza de que o segredo para a felicidade é ter energia!

A BOA NOTÍCIA
A mitocôndria tem de ser produtiva, mas para isso é necessário tratá-la bem, aumentando a capacidade de o organismo num todo lidar e proteger-se dos seus agressores. Aumentar a resiliência e a adaptabilidade é o grande objetivo e é possível.

Palavras-chave:

Mesmo que, muitas vezes, o papel das mulheres continue a ser relegado para segundo plano, a História está cheia de casais de artistas que trabalharam em conjunto. No caso de Charles e de Ray Eames, o preconceito é tal que já houve até quem achasse tratar-se de dois irmãos… Cada um tinha o seu estilo e, por isso, a dupla funcionava na perfeição. Charles adorava edifícios modernistas, linhas despojadas à la Frank Lloyd Wright, e tinha a cabeça orientada para as grandes ideias. Ray, por sua vez, estava sempre atenta aos pormenores, cuidava deles, além de ter um apurado sentido da diversão, a noção do impacto da cor.

Mal se casaram, Charles e Ray mudaram-se para a Costa Oeste dos EUA.

Na noite de Natal de 1949, foram estrear uma casa – uma casa especial que, hoje, é monumento nacional e acolhe milhares de visitantes por ano. Situada em Pacific Palisades, nos arredores de Los Angeles, EUA, a Eames House é, porventura, o maior exemplo da atitude do casal Eames em relação à vida e ao design.

Indústria O atelier de Charles e de Ray Eames – conhecido por 901 –trabalhou continuamente durante quatro décadas. Hoje, as suas peças são produzidas pela Vitra (na Europa) e pela Herman Miller (nos EUA) Fotos: Eames Office/Vitra

Começou por ser pensada como uma caixa de sapatos, já alguém observou, simples e austera. Foi construída como um enorme bloco de vidro e aço, rodeado de eucaliptos, com vista para o oceano Pacífico. Depois, Ray coloriu-a ao ponto de, por fora, dizerem que se assemelhava a uma composição do pintor holandês Piet Mondrian. Por dentro, Ray também a encheu de peças peculiares, mil e um brinquedos, pequenos objetos de que gostava – com a joie de vivre própria de um gabinete de curiosidades.

Na Eames House, os pormenores foram de tal maneira trabalhados (e subvertidos) que Ray chegou a pendurar alguns quadros no teto: assim, quando se deitavam no chão, os convidados podiam admirá-los plenamente. Demetrios Eames, o neto que atualmente se ocupa da preservação do legado do casal Eames, recorda-se bem do ambiente que se vivia na casa das Pacific Palisades. “Fez parte do meu crescimento”, conta à VISÃO, no campus da Vitra, em Weil am Rhein, no Sul da Alemanha, perto de Basileia.

“Antecipar as necessidades dos clientes”

Falamos de arte e, no entanto, não é exatamente de arte de que deveríamos falar. Não esqueçamos que a II Guerra Mundial tinha terminado há pouco e, pelo menos nos Estados Unidos da América, havia todo um novo modo de vida – o célebre american way of life, justamente – para implementar.

Nos arquivos da Vitra (que, com a Herman Miller, é uma das duas empresas que continuam a fabricar e a vender peças desenhadas pelos Eames), estão guardados muitos dos protótipos que nunca chegaram a ser produzidos. São “tentativas e erros” que permitem compreender o processo de trabalho do casal Eames, explica Stine Liv Buur, responsável pela secção de clássicos da Vitra. Afinal, a eterna pergunta no que diz respeito ao design: Charles e Ray privilegiavam a função em detrimento da forma? Responde Demetrios Eames: “A perspetiva deles era mais pôr o design a antecipar as necessidades dos clientes.”

A verdade é que, uns anos antes, os Eames já haviam respondido às necessidades da guerra. Charles e Ray trabalharam para a Marinha norte-americana ainda antes de 1945: forneciam talas e macas para pernas. Tudo o que aprenderam sobre contraplacado durante esse processo aplicaram-no, depois, às peças que mais tarde desenharam e comercializaram através do atelier.

“Eles não se viam como artistas”

Três perguntas a… Demetrios Eames, neto de Charles e de Ray Eames, diretor do Eames Office e autor de livros sobre o legado dos avós

Porque diz que a última coisa em que o casal Eames pensava era no aspeto das suas peças? 
Parece incrível, mas, se olharmos para os seus modelos e protótipos, percebemos que era o caso. O primeiro desenho que eles faziam era sempre para definir como o tecido encaixava…

Nesse sentido, não eram “artistas”? 
As pessoas chamavam-lhe artistas, mas eles não se viam enquanto tal. Na maior parte do tempo, estavam a desenhar para responder às necessidades dos outros. Essa era a sua abordagem. Esse era, na sua opinião, o papel do design.

O que significa, no seu entender, proteger o legado deles? 
É sobretudo tratar do design e da casa [Eames House, em Los Angeles]. E isto significa certificarmo-nos de que compreendemos determinados valores e, inclusivamente, introduzirmos alguns elementos como, por exemplo, sustentabilidade.

Com alguma ironia, Charles e Ray chamavam-se a si próprios “o arquiteto e a artista”. Mas, sem grandes dilemas e sobretudo com grande pragmatismo, Charles também tinha as respostas na ponta da língua: “Não fazemos arte; nós resolvemos problemas: como vamos do ponto em que estamos para o ponto em que queremos estar?” Para ele, o works good (“funciona bem”) estava sempre à frente do looks good (“é bonito”, numa tradução muito livre).

Nascido em 1907, em Saint Louis, no Missouri, Charles chegou a frequentar Arquitetura, na Universidade Washington. Não acabou o curso por, segundo reza a lenda, idolatrar Frank Lloyd Wright, que nessa altura ainda caía mal no gosto clássico de determinados professores. Charles resumiu o assunto de forma divertida: “Forças impõem ao jovem designer um sistema baseado numa fórmula estéril.” Por influência do arquiteto finlandês Eero Saarinen, de quem era muito amigo, foi estudar para a Cranbrook Academy of Art. E foi aí que, enquanto professor, conheceu Ray.

Ray é diminutivo familiar. Nasceu Bernice Alexandra Kaiser, em 1912, em Sacramento, na Califórnia. Estudou Pintura em Nova Iorque, com o expressionista alemão Hans Hofmann. Apesar das voltas que a vida deu, nunca achou que tivesse desistido da pintura. “Só mudei a minha paleta”, dizia. Como Charles, tinha uma enorme joie de vivre. Casaram-se em 1941, depois de Charles se divorciar da primeira mulher.

O neto costuma falar das cartas que Charles e Ray trocavam antes do casamento. “São uma das fontes mais importantes, ajudaram-me a entender quem eles eram”, explica. Para Demetrios, os Eames tinham uma visão da vida que não era apenas “romântica”, porque também envolvia trabalhar juntos – ou “talvez fosse extrarromântica por causa disso”, acrescenta.

A vida em Los Angeles

De Venice Beach a Hollywood, a vida em Los Angeles era, nessa época, bastante intensa. E os Eames não só não se poupavam como tinham os radares bem ligados: estavam atentos e interessavam-se por tudo. Charles acabara de ter contacto com a vida cultural do México, onde passou oito meses a viver de pequenos biscates. Ray, por seu lado, conhecia meio mundo da pintura nova-iorquina, admirava Lee Krasner e Jackson Pollock. Ambos gostavam de cinema. Hollywood era um esplendor de luz e de energia, e eles travaram amizade com algumas figuras, entre as quais, o realizador Billy Wilder, para quem Charles Eames chegou a projetar uma casa (nunca foi construída).

Joie de vivre” Nos arquivos da família Eames, estão guardadas fotografias que podem parecer despropositadas, mas que demonstram bem a alegria de viver do casal Fotos: Eames Office/Vitra

Charles e Ray queriam experimentar os novos materiais, do contraplacado ao alumínio, passando pela fibra de vidro. Não era só a vida que era indissociável do trabalho, era a vida que devia ser levada com prazer. Ainda hoje, nos arquivos da família, existem fotografias que à primeira vista podem parecer despropositadas, mas que demonstram bem essa alegria: Charles, com um ramo de flores nas mãos, a galantear uma mulher desenhada numa cadeira por Saul Steinberg (ver caixa O ilustrador, a cadeira e o gato); Charles e Ray presos à parede com os suportes das cadeiras. Nota ao leitor: reproduzimos ambas as fotos no decurso destas páginas, porque não há palavras que substituam uma boa imagem…

Dessa joie de vivre vem também o interesse por brinquedos, enquanto colecionadores, mas também enquanto designers. Experimentaram ainda outras artes, sobretudo fotografia, cinema e design gráfico (alguns dos seus filmes estão disponíveis no YouTube). Gostavam de documentar tudo aquilo que criavam, explicar todo o processo e, de certa maneira, não se importavam que se vissem as costuras do que depois faziam chegar ao mercado. “Aprender fazendo” – era um dos seus lemas. 

Plástico reciclado

O 901, como era conhecido o atelier Eames, na W. Washington Boulevard, em Los Angeles, trabalhou continuamente durante quatro décadas. Ao longo dos anos, passaram por lá alguns dos designers mais importantes: Don Albinson, Harry Bertoia, Annette del Zoppo, Peter Jon Pearce… No total, os Eames terão assinado cerca de 100 peças de mobiliário, sempre numa lógica de, a preços razoáveis, facilitar o dia a dia da classe média norte-americana. Algumas das peças ficaram na história do design do século XX, nomeadamente, a Low Chair Wood (de 1946, conhecida pelas siglas LCW e considerada pela revista Time como “a cadeira do século”) e a Lounge Chair and Ottoman (de 1956).

Charles morreu a 21 de agosto de 1978; por uma triste coincidência, Ray morreu exatamente no mesmo dia, dez anos depois. Em 2004, Lucia, a única filha de Charles, nascida do primeiro casamento, haveria de criar uma fundação para preservar o legado. Hoje, a Vitra prepara-se para substituir todos os assentos das cadeiras Eames por plástico reciclado. Nada foi desvirtuado e, no fundo, como explica Demetrios Eames, o que interessa é defender os valores com que Charles e Ray idealizaram as primeiras cadeiras de plástico produzidas com métodos industriais: “Conseguir o melhor para o maior número de pessoas e pelo mínimo possível.”

A VISÃO viajou para a Alemanha a convite da Vitra

O ilustrador, a cadeira e o gato

Descrevia-se a si próprio como “o escritor que desenha”. Nascido na Roménia, Saul Steinberg (1914-1999) tornou-se um dos ilustradores mais conhecidos dos EUA, em particular, pelos trabalhos publicados na revista The New Yorker (começou a colaborar em outubro de 1941 e assinou a primeira capa em 1945). Em 1945, fixou-se em Nova Iorque, onde fez amizade com alguns dos nomes da arte norte-americana de então. Foi próximo dos Eames e, por isso, colaborou com o casal em algumas peças – de um nu numa banheira a uma cadeira com o seu célebre gato, da qual, recentemente, a Vitra produziu uma edição exclusiva de 300 exemplares.

Chegou a Los Angeles em circunstâncias caricatas: contratado pela MGM para fazer de duplo em O Americano em Paris. “Fui contratado – ou, melhor, a minha mão foi contratada – para interpretar Gene Kelly a desenhar e a pintar. Mas Hollywood não era para mim”, contou, mais tarde, com sarcasmo. Aproveitou a estada para captar o ambiente da cidade da Costa Oeste. “Foi a primeira vez que vi uma cidade rodoviária, que serviria de modelo para o resto das nossas cidades. Los Angeles é a cidade vanguardista da paródia na arquitetura e até na Natureza (desfiladeiros e palmeiras). É difícil de desenhar, é uma armadilha, é como desenhar palhaços”, comentou.

Palavras-chave:

A Convenção Democrata não deu o empurrão que Kamala precisava nas sondagens. O «New York Times» já percebeu isso, ao comparar os dados atuais com os que existiam antes de Chicago, e isso pode tornar-se numa fonte de grande inquietação. Onde está Kamala, nas presidenciais americanas?

A nível nacional encontra-se à frente de Trump, por mais dois ou três pontos, mas no Colégio Presidencial a vantagem é de Trump, quando atribuídos os grandes eleitores dos estado já considerados vermelhos ou azuis. Para o «RealClearPolitics», que faz a sondagem das sondagens, a situação atual é esta: 219 dos necessários 270 já estão na coluna e Trump, e Kamala está com 208.

Ainda há 111 membros do Colégio por atribuir – sendo que a vitória num estado significa que todos votam no vencedor – e a proximidade dos números das sondagens em 7 estados decisivos deixa quase tudo em aberto. Atribuindo os indecisos, Kamala recolheria os 270 para chegar à Casa Branca, e Trump ficaria nos 268. Um resultado para dar confusão!

À distância de 63 dias, estas margens ínfimas, no fio da navalha, não dão um grande conforto. É óbvio, por esta altura, que qualquer um deles pode ser presidente, a ter em conta o que dizem centenas de inquéritos de opinião. A entrevista que Kamala deu à CNN não a alavancou, e tudo está concentrado, agora, no debate do dia 10, terça-feira. Será? Nunca um debate elegeu um presidente (nem Kennedy).

A Propósito: seis israelitas são executados a sangue-frio num túnel do Hamas em Gaza. Com um tiro na cabeça. Seis tiros. E milhares de israelitas vão para as ruas exigir que o Governo se renda. Que se demita. Que aceite qualquer coisa. Há, em Gaza, milhares de palestinianos a exigir que o Hamas se renda? Que acabe com o terror? Que aceite qualquer coisa, menos executar reféns?

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