Num dos seus melhores discursos, muito bem escrito e muito bem dito – no bom e eficaz estilo de um pastor evangélico que empolga – Pedro Nuno Santos apresentou as condições para viabilizar o OE para 2025. À primeira vista parecem quatro, mas são apenas duas: o Governo tem de mudar ou negociar as suas propostas para o IRC e para o IRS Jovem. É só disto que se trata, e o líder do PS foi claro, inequívoco e imperativo.
Sendo assim, não parece muito difícil que seja aprovado o primeiro Orçamento de Estado deste Governo. As negociações vão agora ser retomadas, o Executivo apenas tem 5 meses de vida, e nem a AD nem o PS desejarão ficar com o peso negativo de novas eleições, ou ter um Executivo em gestão corrente sem fim à vista.
O Presidente da República acredita num entendimento, por muito barulho mediático que possa existir, e o IRC e o IRS Jovem não representam a questão fulcral para uma derrocada política. A AD, o Governo e o PS não conseguiriam explicar isso aos portugueses. Mal seria que o princípio e o fim do Governo fossem essas mexidas em dois impostos. E já agora conviria ter em conta o que se está a tratar: é apenas de um OE para um ano, e não para os séculos vindouros.
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