Bem-vindo ao último episódio da série do podcast Tech Flow que é inteiramente dedicada à cibersegurança. Ao longo de cinco episódios, exploramos a segurança informática de forma descomplicada – dos conceitos gerais que definem esta área, às novas tecnologias que estão a transformar a forma como utilizadores, empresas e organizações devem abordar a segurança digital. Este é um podcast que tem como objetivo sensibilizar os utilizadores e os decisores – porque no fim de contas, todos usamos tecnologia – para a importância da cibersegurança no dia-a-dia.

Veja o quarto episódio do Tech Flow: O que é a cibersegurança quântica
e porque precisamos dela (já hoje)

Neste episódio falamos sobre a nova diretiva de segurança das redes e dos sistemas de informação, mais conhecida por NIS2. O que é e quais as grandes diferenças para a diretiva original? O que muda para as empresas? Como devem as organizações preparar-se para a NIS2? Quais as alterações que traz na resposta a incidentes de cibersegurança? E de que forma vai contribuir para um panorama mais robusto da segurança informática?

As respostas a estas e outras perguntas são dadas por Bruno Horta Soares, conselheiro executivo na IDC Portugal e especialista em temas de risco e segurança de sistemas de informação, e Rodrigo Branco, engenheiro de sistemas de cibersegurança na Warpcom. Pode ver o quinto e último episódio desta temporada do Tech Flow na versão vídeo no início deste artigo ou ouvir aqui a versão em áudio:

Tech Flow, episódio 5

Veja ou reveja os outros episódios já publicados do podcast Tech Flow:

A nova série do podcast Tech Flow, dedicada à cibersegurança, é feita pela Exame Informática em parceria com a Warpcom.

Num novo estudo, uma equipa de investigadores de Hong Kong revela ter criado um dispositivo portátil que simula um chupa-chupa e dá aos utilizadores a possibilidade de sentirem até nove sabores virtualmente. O estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences revela que é possível sentir sabores doces, salgados, cítricos, assim como de cereja, maracujá, chá verde, leite, durião e toranja.

Os cientistas conseguiram recriar as sensações de sabor induzidas pela estimulação da língua, faringe, laringe e epiglote com recurso a iontoforese, a introdução de químicos nos tecidos através de um campo elétrico produzido por uma corrente unidirecional.

Até aqui, a recriação de sabores virtuais foi feita com recurso a químicos (isto é através da aplicação direta de químicos na língua, o que requer espaço para armazenamento destes químicos e implica um grande desfasamento temporal, não sendo ideal para uma experiência de realidade virtuaç); variações térmicas (o que implica um sistema complicado que incorpore sistema de arrefecimento, sensores de temperatura e outros componentes) ou estimulação elétrica (que requer a implantação de elétrodos na língua ou próximo desta). Assim, a abordagem desta equipa passou pela iontoforese, que usa iões que circulam em hidrogéis biológicos e que transportam de forma segura os sabores recriados quimicamente.

A equipa liderada por Yiming Liu explica que este é um método estável, requer um baixo consumo de eletricidade, permite um feedback de sabor mais preciso e a criação de uma interface humano-máquina mais natural, avança o ArsTechnica.

No que toca a hardware, a equipa recorreu a componentes miniaturizados para a placa de circuitos colocada sob duas camadas ultrafinas num ‘chupa’ impresso em 3D em nylon. Entre os componentes do aparelho, estão uma bateria de iões de lítio, um microcontrolador, um módulo de Bluetooth, capacitadores, MOSFETs de tipo N e tipo P e reguladores que controlam os canais de sabor através de uma interface no ambiente virutal. O dispositivo mede 8x3x1 centímetro e pesa 15 gramas.

Os sabores são gerados pela corrente que flui pelo gel próprio e que os utilizadores apreendem ao lamber o dispositivo. A equipa adicionou também cheiros, o que enriquece a sua perceção do sabor e vai agora dedicar-se em aumentar o alcance temporal do dispositivo, que atualmente só pode ser usado durante uma hora porque os géis esgotam-se e ficam sem sabor.

Os investigadores explicam que o aparelho pode ser usado para testes padronizados de sabores e ajudar a tratar doenças ou disfunções relacionadas com o paladar, para uma experiência mais imersiva em compras online em lojas virtuais ou para um contexto educativo, onde os pais ensinam os diferentes sabores às crianças.

Palavras-chave:

O grupo de hackers RomCom, associado a ciberataques e outras intrusões em prol do governo russo, está a explorar ativamente duas vulnerabilidades zero-day que afetam os utilizadores de Windows e Firefox na Europa e América do Norte. Os investigadores da ESET revelam ter encontrado evidências desta atividade na criação de um exploit ‘zero-click’, ou seja, que afeta o utilizador mesmo sem qualquer interação por parte do mesmo.

Damien Schaeffer e Romain Dumont, da ESET, explicam no blogue da empresa especializada em cibersegurança que “este nível de sofisticação mostra a capacidade e intenção” dos atacantes em criar “métodos de ataque furtivos”, cita o Tech Crunch.

Para serem infetados, os utilizadores apenas precisam de ter visitado um site malicioso específico controlado pelo grupo. Ao visitar a página, é aberta uma ‘backdoor’ que permite que os hackers acedam ao dispositivo da vítima.

A ESET estima que o número de vítimas possa ir de uma a 250 por país na Europa e América do Norte. O ROMCOM tem sido particularmente ativo contra organizações que se colocam do lado da Ucrânia na questão da invasão russa.

A Mozilla informa que corrigiu a vulnerabilidade a 9 de outubro, um dia depois de ter recebido o alerta da ESET e a Microsoft também o fez a 12 de novembro. O Tor Project, que desenvolve o navegador Tor com base em código do Firefox, também corrigiu a falha, embora não haja vestígios de que o browser tenha sido explorado durante esta campanha.

A equipa da Google Threat Analysis alertou a Microsoft para o bug e não descarta a hipótese de a falha ter sido explorada para perpetrar outros ataques a organizações e governos.

Fruto das sanções norte-americanas, a Huawei está forçada a adotar uma estratégia diferente no que toca ao software que coloca nos seus aparelhos. A série Mate 70 vai ser a primeira a poder contar com o HarmonyOS Next, uma versão de sistema operativo que corta completamente as ligações com o Android.

Os Huawei Mate 70, Mate 70 Pro, Mate 70 Pro Plus e Mate 70 RS vão ser colocados no mercado com o HarmonyOS 4.3, sistema operativo que se estreou em 2019 como alternativa ao Android da Google e que ainda é compatível com uma extensa biblioteca de apps daquele sistema. Depois, os utilizadores vão poder atualizar para o HarmonyOS Next que oferece menos escolha, apesar de a Huawei citar “mais de 15 mil aplicações para o ecossistema HarmonyOS e planos para expandir para 100 mil aplicações nos próximos meses”.

Segundo a Reuters, a fabricante chinesa indica que todos os tablets e telemóveis lançados em 2025 já serão equipados com o HarmonyOS Next.

A versão de entrada da família Mate 70 tem um ecrã de 6,7 polegadas (com taxa de atualização de 120 Hz), uma bateria de 5300 mAh com carregamento rápido de 66W com cabo USB Tipo-C e carregamento sem fios de 50W. Nas câmaras há um módulo principal de 50 MP com estabilizador ótico, um módulo periscópico de 12 MP, uma lente ultrawide de 40 MP e um módulo de selfie de 13 MP.

No mercado chinês, os preços começam nos 5499 yuan (o equivalente a 760 dólares) para a versão com 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento interno

A versão Pro inclui Wi-Fi 7, comunicações por satélite, carregamentos de bateria mais rápido, câmaras melhoradas e possibilidade de utilizar Inteligência Artificial na fotografia, com preços desde 6499 yuan (cerca de 890 dólares). O modelo Pro Plus tem sensores de câmara melhorados e está disponível numa versão com 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento, com preços a partir dos 8499 yuan (1175 dólares). Por fim, o modelo RS é igual ao Pro Plus no hardware, mas conta com acabamentos e materiais premium como titânio e tem um preços a começarem nos 11999 yuan (1660 dólares), noticia o The Verge.

Durante a apresentação dos novos modelos a Huawei não detalhou quais os processadores usados. Os primeiros aparelhos devem chegar ao mercado chinês já a partir da próxima semana e Richard Yu, presidente da unidade de consumo da Huawei, vaticina que o HarmonyOS Next ainda vai precisar de dois a três meses para melhorar a experiência de utilização.

À porta do auditório onde decorre a II Gala da IASA, associação sediada no Luxemburgo que promove a cultura chinesa na Europa, encontram-se, pela primeira vez, o guitarrista português Henrique Leitão e o multiinstrumentista chinês Jusquinblinge. Nenhum deles fala a língua do outro, nem encontram qualquer idioma em comum a não se o da própria música. A curiosidade é múltipla. Jusquinblinge quer saber daquele instrumento exótico, de 12 cordas, e afinação fora dos padrões que Henrique carrega nos braços. E Henrique, claro, quer desvendar o cordofone que parece ser mais do que uma simples guitarra. Começam então os dois a tocar, numa jam de hall de hotel, com um entendimento fácil, sons que lembram os blues, acompanhados pelo cantar ventríloquo do asiático, que, como percebemos mais tarde, usa todo o corpo para fazer música.

Mais tarde, ao serão, já depois dos espetáculos, o talentoso músico brasileiro Nilson Dourado, que vive em Portugal há mais de uma década, alinhou numa espécie de jam, em que a sua viola de samba se cruzou, docemente, com um instrumento de arco chinês. É como se os continentes se unissem.

O fado foi um dos convidados de honra da Gala. E foi aplaudido com entusiasmo por um público maioritariamente chinês que vive ou se deslocou ao Luxemburgo. Mas para quem chegou do ocidente próximo, a Gala provocou uma sensação de deslumbramento pelo encontro com um mundo novo, uma cultura distante, com a qual é possível e desejável construir laços e pontes. Até porque a tecnologia ajuda. Na falta de uma língua em comum, as conversas fazem-se em ritmo pausado com o auxílio das aplicações de tradução dos telemóveis. A mensagem chega lá.

A China, ao longo das últimas décadas, tem ganho uma preponderância cada vez maior nas nossas vidas, com uma expansão económica exponencial, que pôs definitivamente em causa a hegemonia americana. É um crescimento discreto, mas preponderante. Contudo, essa expansão económica não foi acompanhado por um movimento cultural. O nosso mundo continua dominado de forma pela cultura americana, desde as séries da Netflix e HBO às grandes estrelas da música pop, passando, claro está, pelo inglês, que se consolidou como língua franca. Escapa-nos toda uma cultura ancestral, partilhada e aplaudida por uma população de quase um bilião e meio, correspondente a mais de um sexto da população mundial.

Claro que há diferenças culturais de raiz, de duas civilizações que cresceram ao longo dos séculos com bases referenciais distintas. Mas os avanços civilizacionais são feitos de encontros. Transformar a globalização num instrumento de consolidação de hegemonia cultural é demasiado perigoso. A riqueza sempre esteve na diversidade. É tempo de olharmos para o mundo ali ao lado.

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Quando falamos em tráfico de seres humanos, vêm-nos à memória imagens terrificas de situações degradantes, de tortura ou até mesmo de morte.

Essa é, infelizmente, uma realidade cada vez mais frequente e disseminada, fazendo jus ao facto de se tratar do mais rentável dos crimes organizados.

Associamo-lo, na sua esmagadora maioria, com o fenómeno migratório que aumenta a cada dia que passa e a cada conflito que se espoleta.

No entanto, esta é uma visão ocidental, altamente direcionada de acordo com os seus interesses e temores. Estamos demasiado preocupados (e com razão!) com os conflitos no Médio Oriente e entre a Rússia e a Ucrânia, para nos preocuparmos com o que se passa no continente africano cujos países se guerreiam, fratricidamente, há décadas.

Em rigor o Ocidente está pouco interessado no que se passa no Sudão, na Serra Leoa ou na República Democrática do Congo, para falarmos apenas nos mais evidentes. São guerras que não nos afetarão e como tal fazemos de conta que não existem.

Mas elas são o combustível de muita da indústria do armamento e, paralelamente, de muito do comércio de vidas humanas.

Empurrados para fora das suas áreas originais, populações inteiras deambulam sem rumo e sem futuro. Alguns, os mais (?) afortunados conseguem o suficiente para fazerem a longa viagem até Marrocos ou Argélia, ficando às portas duma Europa que (por muito má que nos pareça) é, para quem não tem nem esperança, um oásis de paz e prosperidade.

Mais camuflado e por isso mesmo menos visível, é o drama dos menores que são aliciados com a promessa dum futuro brilhante ao estilo Ronaldo, no mundo do futebol. Neste caso, os “olheiros” agem de diversas formas de acordo com a origem e condição destes jovens

Vêm de qualquer forma, em qualquer condição. O único direito humano que conhecem não chega sequer a ser um direito, é o instinto e resume-se à sobrevivência mesmo que degradante.

África, continua pois, a ser um dos continentes mais explorado, numa nova escravatura que reveste inúmeras facetas mas que tem sempre a mesma génese: a exploração do ser humano pelo seu semelhante.

Durante algum tempo, falou-se muito sobre a situação vivida na agricultura em Portugal assente na exploração mais hedionda, sobretudo sobre a população hindustânica.

Falou-se e depois calou-se. O que mudou? Que aconteceu a quem traficava e explorava estes trabalhadores? E a eles, que sucedeu?

Lembro bem que, questionado sobre as condições em que viviam, um destes homens perguntou, cândida mas preocupadamente, quem lhe pagaria o pouco a que estava habituado, dali em diante. Onde ficaria a dormir, que seria dele? Presumo que tenha ficado sem resposta. Provavelmente terá encontrado ouro explorador ou, na melhor das hipóteses, terá regressado ao seu país natal.

A agulheta da nossa atenção foi mudada para outros acontecimentos, outras realidades e, para trás, ficou este drama, que é apenas a ponta do iceberg.

Se a agricultura é o terreno da exploração de cidadãos vindos sobretudo da Índia, Nepal e Bangladesh, África oferece a mesma mão de obra escrava a grandes e pequenas empresas de construção civil.

Quando questionados, muitos destes cidadãos não sabem sequer o nome da cidade onde se encontram!

Mas, mais camuflado e por isso mesmo menos visível, é o drama dos menores que são aliciados com a promessa dum futuro brilhante ao estilo Ronaldo, no mundo do futebol.

Neste caso, os “olheiros” agem de diversas formas de acordo com a origem e condição destes jovens.

Situações há em que os próprios jovens ou alguém por eles pagam um montante definido, por forma a assegurarem a viagem e a estadia até encontrarem um clube que os aceite. São sobretudo menores vindos de países com algumas dificuldades, mas originários de famílias com um certo poder de compra.

No caso de África, o modus operandi é diferente. Os jovens são aliciados com a promessa do sucesso na ponta do pé e depois, a fim de pagarem a enorme dívida com que ficam para com quem os trouxe ao El Dorado, acabam por trabalhar de dia em empresas arranjadas pelos próprios “olheiros” e, ainda sonhando, treinar longas horas à noite.

Estas situações, que envolvem jovens, são duplamente censuráveis e penalizáveis, pelo menos de forma moral.

Com efeito, para além da exploração laboral a que são expostos, é-lhes retirado o direito, que assumimos como inalienável, a uma educação e a uma infância/juventude.

Estes menores, rapazes na sua maioria, ficam presos a uma miragem cada dia mais longínqua, remetendo-se ao silêncio , calando explorações de todo o tipo a que são sujeitos.

Com idades entre os 14 e os 18 anos, vivem sozinhos em casas sem condições, aos dez e mais, perdidos num país que apenas conhecem dos grandes nomes do futebol, sujeitando-se a tudo enquanto esperam.

E assim, desta forma “limpa”, vamos convivendo com situações de conflito, de extrema desigualdade, prolongando-as no tempo.

Não é verdade que não existam soluções para este flagelo. O que não existe é coragem nem vontade para acabar com ele.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Entrou em vigor o cessar-fogo de 60 dias entre Israel e o Líbano, terminando um conflito que começou há 13 meses, quando a milícia libanesa disparou granadas contra Israel, um dia depois de o grupo palestino Hamas ter atacado Israel. 

A confirmação foi dada por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, admitindo três vantagens, nomeadamente a reposição de arsenais bélicos, a separação das frentes de guerra, que irão isolar o Hamas, e permitir ao país concentrar-se na ameaça iraniana.   

Mas deixou uma ressalva: caso as milícias xiitas libanesas violem o acordo, Israel irá “responder”. No seu comunicado, o chefe do Governo garantiu que o Hezbollah “já não é o mesmo”. Na sua opinião, a destruição de muitas das infraestruturas militares e a decapitação de vários dos seus líderes fizeram com que o Hezbollah “recuasse dezenas de anos”.  

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De acordo com o órgão europeu, a proposta de Orçamento de Estado para o próximo ano “não está totalmente em linha” com as recomendações da UE, uma vez que continua a prever reduções no Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), descongelando apenas a taxa de carbono. “A opinião da Comissão sobre o projeto de plano orçamental de Portugal para 2025 é que, no geral, não está totalmente em conformidade com as orientações orçamentais do Conselho”, pelo que “convidamos as autoridades portuguesas a tomarem medidas adicionais e necessárias para reduzir totalmente as medidas de apoio energético de emergência”, disse hoje uma fonte de Bruxelas à agência Lusa.

Bruxelas vai “em conjunto com os Estados-membros, supervisionar a resposta política aos pareceres emitidos ontem [terça-feira] no âmbito do Semestre Europeu”. O aviso surge um dia depois da Comissão ter alertado para o apoio aos combustíveis – como as reduções no Imposto sobre os ISP – no OE 2025 português.

Segundo os cálculos feitos por Bruxelas estima-se que os apoios de emergência do Executivo português que se encontram em vigor – como a redução do ISP – tenham um peso de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 0,1% do PIB em 2025. “No que toca ao plano orçamental para o próximo ano, Portugal está a projetar um crescimento das despesas líquidas, mas esse não é um problema, a questão é que temos vindo a recomendar – e o Conselho tem vindo a subscrever esta recomendação – que os Estados-membros devem retirar progressivamente as medidas de emergência de apoio à energia que foram introduzidas na sequência da agressão da Rússia na Ucrânia e dos aumentos dos preços da energia”, disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia, à Lusa esta terça-feira.

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, já referiu que “neste momento, não há qualquer intenção de mexer neste benefício relativo ao ISP”. As normas comunitárias da UE ditam que os planos orçamentais referentes ao próximo ano sejam enviados a Bruxelas de forma a serem avaliados no âmbito do processo de monitorização e coordenação de políticas públicas. O Governo de Montenegro enviou a sua proposta em outubro deste ano, prometendo “responsabilidade orçamental” e uma “redução sustentada” da dívida pública. A votação final do OE para 2025 está prevista para a próxima sexta-feira.

Está prestes a chegar o primeiro mês do inverno climatológico, dezembro. Como vai estar o tempo? Nesta previsão sazonal, Alfredo Graça, geógrafo e especialista do projeto de informação meteorológica Meteored, explica que as temperaturas médias são significativamente mais baixas do que as de novembro e que, de acordo com os dados climatológicos, dezembro ocupa o primeiro lugar entre os meses mais chuvosos do ano em quase todas as regiões da geografia portuguesa, quer no Continente, quer nas Ilhas. Mas há exceções.

Dezembro arrancará com temperaturas superiores ao habitual

Segundo os mapas da Meteored, haverá uma anomalia de calor nos primeiros 8 dias de dezembro. Isto significa que, se o atual cenário se mantiver, “serão registadas temperaturas entre 1 e 3 ºC acima da média climatológica” no Continente, Açores e Madeira.

Na segunda semana (9 a 16 de dezembro) as temperaturas terão tendência a normalizar, de um modo geral, embora nalguns locais estejam previstas anomalias térmicas positivas (+1 ºC).

Já na segunda quinzena de dezembro, a incerteza na previsão aumenta consideravelmente, porém, as primeiras tendências sugerem uma “continuidade de temperaturas geralmente normais, ou ligeiramente mais quentes do que o normal para a época do ano nalguns locais”, refere o especialista.

Pouca chuva em dezembro

Os mapas de tendência da primeira quinzena de dezembro revelam valores de precipitação “substancialmente inferiores à média climatológica de referência em Portugal continental, salientando-se as Regiões Norte e Centro e o Grupo Oriental dos Açores”, embora em todas as regiões haja perspetiva de níveis de chuva abaixo do normal, confirma Alfredo.

As atuais previsões projetam ainda que na segunda quinzena, a possibilidade de a precipitação ser mais aproximada aos seus níveis normais, isto é, sem grandes desvios acima ou abaixo da média climatológica de referência.

Um novo estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, sugere que a mistura de microplásticos e de PFAS – substâncias perfluoroalquiladas – está a tornar as substâncias mais perigosas para o ambiente e para os seres vivos. Para o estudo, publicado recentemente na revista científica Environmental Pollution, a equipa utilizou uma amostra de dáfnias – também chamadas de pulgas de água -, um animal que possui uma elevada sensibilidade a produtos químicos e que é frequentemente utilizado pela ciência para estudar níveis de toxicidade ecológica. Os insetos foram divididos pelos investigadores em dois grupos – um primeiro que nunca tinha sido exposto a poluição e um outro que já tinha estado em contacto com substâncias quimicamente tóxicas.

Os grupos foram depois expostos a pedaços de microplásticos – mais especificamente aos PET, um plástico comum – e a substâncias PFAS – nomeadamente as PFOA e PFOS, as mais comuns e perigosos – de forma a simular as condições de poluição frequentemente encontradas em lagos. De acordo com as conclusões da pesquisa, a mistura de ambos dos produtos plásticos e dos PFAS teve mais efeitos nocivos para a saúde do que aqueles observados de forma isolada. Os cientistas conseguiram verificar um aumento de 40% da toxicidade, que se ficou a dever a uma sinergia que se estabeleceu entre as substâncias e que as deixou ainda mais perigosas. De acordo com os autores este efeito sinergético é uma consequência da interação entre as cargas dos microplásticos e dos compostos PFAS.

A exposição dos animais à mistura de substâncias teve consequências graves na sua saúde, incluindo taxas de natalidade mais baixas e problemas de desenvolvimento. Foi também possível verificar que as pulgas que já tinham sido expostas à poluição química anteriormente foram menos capazes de resistir às novas exposições.

As substâncias perfluoroalquiladas (PFAS) – também conhecidas por “químicos eternos” – são compostos químicos sintéticos normalmente utilizados em processos industriais e no fabrico de vários produtos resistentes à água e ao calor, por exemplo, por não se degradarem facilmente. Estão cientificamente associados a patologias como o cancro, doenças renais, problemas hepáticos, defeitos congénitos e a outros problemas de saúde graves.

Já os microplásticos – sejam os intencionalmente adicionados a produtos ou os que são libertados à medida que o plástico se vai deteriorando – são muito encontrados em, por exemplo, alimentos, e estão ligados – segundo a ciência – a perturbações hormonais, doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde. Muitas vezes os plásticos são tratados com as PFAS, pelo que podem conter o químico.

Geralmente, os efeitos nocivos dos microplásticos e das PFAS são investigados de forma separada, contudo, tanto os seres humanos como os animais, encontram-se expostos a ambos. A equipa acredita que as novas descobertas “sublinham a necessidade de compreender os impactos das misturas químicas na vida selvagem e na saúde humana”, escreveram no estudo. “A nossa investigação abre o caminho para outros estudos sobre o impacto dos PFAS na função genética, ao dar informações cruciais sobre os seus efeitos biológicos a longo prazo”, lê-se.