A primeira fase do acordo, que começou a 19 de janeiro, quando entrou em vigor o cessar-fog em Gaza, e deverá prolongar-se por seis semanas, prevê a libertação de 33 reféns em troca da libertação de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel. Os primeiros, sete mulheres feitas reféns nos ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023 já regressaram a casa após as duas primeiras trocas, realizadas a 19 e 25 de janeiro. Faltam 26, mas, destes, oito morreram, anunciou esta segunda-feira o porta-voz do Governo israelita, David Mencer.

“As famílias foram informadas sobre a situação dos seus entes queridos”, acrescentou Mencer, em conferência de imprensa.

Esta madrugada, Israel indicou que tinha em mãos uma lista há muito exigida ao Hamas sobre o estatuto de todos os reféns, vivos ou mortos. “Esta lista coincide com a dos serviços de informação israelitas”, esclareceu Mencer, sem adiantar os nomes dos reféns mortos.

Fundada em 2023, por Liang Wenfeng, a empresa chinesa DeepSeek de Inteligência Artificial (IA), tem vindo a rivalizar com as gigantes tecnológicas norte-americanas – como o ChatGPT da OpenAI ou a Meta AI – e a preocupar os investidores norte-americanos.

Criada com o objetivo de desenvolver modelos de IA de código aberto, o que a diferencia de outras aplicações é a explicação do seu “raciocínio” que apresenta antes de responder a um pedido feito pelo utilizador. De acordo com a empresa, a sua nova versão do R1, lançada em novembro do ano passado, é superior aos modelos rivais em vários comandos computacionais relevantes, nomeadamente os que dizem respeito a tarefas matemáticas, conhecimento geral e desempenho em situação de pergunta/resposta. O lançamento desta versão – especialmente desenvolvida para imitar o pensamento humano – tem feito bastante sucesso por ser uma alternativa mais barata à da OpenAI. A aplicação tornou-se a mais descarregada na Apple Store na Austrália, Canadá, China, Singapura, EUA e Reino Unido, ultrapassando o ChatGPT.

Embora não divulgados pela empresa, os custos de desenvolvimento dos modelos do DeepSeek são bastante menores aos, até agora, investidos por grandes empresas de IA – como a Nvidia Corp – para financiar projetos semelhantes. De acordo com o Wall Street Journal, a empresa terá gasto 5,6 milhões de dólares no treino do R1, comparativamente aos milhares de milhões de dólares gastos por empresas norte-americanas.

Porque é que a DeepSeek está a preocupar os EUA?

De forma a tentar travar os avanços da China na área da IA, os Estados Unidos proibiram a exportação e partilha de grandes tecnologias com o país. Contudo, os avanços tecnológicos demonstrados com a DeepSeek, mesmo com recursos mais limitados, revelam que as restrições impostas pelos EUA não foram bem sucedidas em atrasar o progresso chinês. “O desempenho superior dos EUA [na área] tem sido impulsionado pela tecnologia e pela liderança que as empresas americanas têm em IA. O lançamento do modelo DeepSeek está a levar os investidores a questionar a liderança que as empresas americanas têm, o quanto está a ser gasto e se esse gasto resultará em a lucros (ou gastos excessivos)”, explicou Keith Lerner, analista financeiro, à CNN. O sucesso da empresa chinesa, especialmente com a sua última versão, pode resultar numa redução dos preços praticados pela OpenAI e outros fornecedores dos EUA, para tentar manter a sua liderança no mercado.

A popularidade da DeepSeek levou esta semana a uma quebra das principais bolsas europeias e norte-americana, com vários investidores de grandes empresas – incluindo a Nvidia – a abandonarem os financiamentos. Já as ações de empresas chinesas ligadas à DeepSeek – como a Iflytek Co – subiram.

Por outro lado, o software da DeepSeek está a ser analisado por diversos programadores mundiais, que tentam criar ferramentas com o mesmo, o que poderá vir a acelerar a adoção de modelos avançados de Inteligência Artificial.

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Rudiger Koch é o cofundador da Ocean Builders, empresa que cria habitáculos que alimentados a energia solar e que alojam uma cápsula que pode ser mantida debaixo de água. Foi numa destas que Koch passou os últimos 120 dias, numa sala de cerca de 30 metros quadrados e de onde emergiu agora para ver o recorde ser reconhecido.

Na cabina, Koch pôde apreciar uma tranquilidade a observar a vida marinha à sua volta e captou mais de mil horas de vídeo através de uma janela. A cápsula onde viveu nos últimos quatro meses tinha cama, casa de banho, televisão, internet e uma bicicleta para exercício e estava ligada a outra onde eram feitas as entregas de comida, as visitas de outras pessoas, incluindo um médico.

O habitáculo estava localizado a 15 minutos de barco a partir da costa norte do Panamá e contava com painéis solares à superfície para fornecer eletricidade e um gerador de contingência. O engenheiro celebrou o feito com champanhe e um charuto, antes de mergulhar no mar das Caraíbas onde acabou por ser recolhido por um barco.

Na mesa de cabeceira, durante a estadia, Koch tinha um exemplar da obra de Júlio Verne “20 mil léguas submarinas” para manter a inspiração.

A equipa em terra observava Koch a partir de quatro câmaras, para garantir a sua saúde, documentar o quotidiano e monitorizar a saúde mental. As câmaras foram também usadas pela organização do Guinness para garantir que Koch nunca foi à superfície durante este período, com a representante da organização a garantir que este recorde é, sem dúvida, um dos mais extravagantes e que requer muita observação.  

Donald Trump assinou uma ordem executiva na qual adia a proibição de a TikTok operar nos EUA para mais 75 dias. De recordar que os tribunais já tinham estabelecido um prazo para a ByteDance vender a operação da rede social nos EUA sob pena de não poder continuar a operar no país, mas que Trump autorizou a extensão deste prazo.

“Fontes próximas das conversações” tinham confirmado à publicação NPR que Trump estava em conversações com a Oracle para uma potencial compra, mas estas foram desmentidas pela Casa Branca que adianta, no entanto, que o presidente “já falou com muitas pessoas” sobre o negócio. Os primeiros rumores davam conta de um cenário com múltiplos investidores americanos, entre os quais a Microsoft, e no qual a Oracle iria monitorizar a rede social e fornecer orientações.

No fim de semana, a bordo do Air Force One, Trump terá negado os dados aos jornalistas: “Não, com a Oracle não. Muitas pessoas estão a falar comigo, pessoas muito relevantes, sobre uma potencial compra e eu irei tomar a decisão provavelmente nos próximos 30 dias”, cita o Engadget.

A ByteDance, que a início rejeitou a ideia de vender a rede social, escreveu depois que vai “trabalhar com o presidente Trump numa solução de longo prazo que mantenha a TikTok nos EUA”. Poucas horas antes, Trump escrevera na Truth Social que “gostaria que os EUA tivessem uma posição de 50% de propriedade numa parceria”, algo que tem intrigado os especialistas.

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O novo acordo entre a Rolls Royce e a marinha britânica contempla a manutenção e melhoria dos submarinos nucleares ao serviço de ‘Sua Majestade’, bem como o desenvolvimento e construção de reatores nucleares para alimentarem a próxima geração destes veículos. A fabricante vai receber nove mil milhões de libras, quase 11 mil milhões de euros, pelos serviços, naquele que é o maior contrato deste género no Reino Unido.

Atualmente, a frota britânica tem um submarino nuclear em uso constante, em patrulha, alimentado por um reator nuclear, o que lhe pode permitir navegar durante 20 anos sem necessidade de reabastecimento. A bordo deste estão oito ogivas nucleares, cada uma seis vezes mais potente do que a bomba atómica de Hiroshima, noticia o The Next Web.

A armada britânica está dividida em dois tipos de submarinos: os de classe Astute (SSNs), alimentados a energia nuclear, mas com armamento convencional, e os Vanguard, submarinos com os mísseis nucleares Trident II D5. A Marinha pretende substituir os Astute por outros criados em parceria com os EUA e a Austrália, e os Vanguard pelos Dradnought no início da década de 2030.

Ao abrigo deste acordo, devem ser criados mais de mil postos de trabalho no Reino Unido e assegurados outros quatro mil.

O conceito de “morte do autor”, desenvolvido por Roland Barthes, diz-nos que o texto deixa de pertencer ao seu criador a partir do momento em que é escrito; torna-se um campo aberto, com múltiplos significados a florir nessa paisagem, tantos quantos os leitores colherem. Assim, o pobre autor morre — ainda que apenas simbolicamente, claro — logo que a obra é entregue ao mundo, transformando os leitores em criadores de significados. Esta morte também desfaz essa estranha e recorrente ideia de que o texto possui uma única e verdadeira interpretação, previamente definida pelo autor. As intenções deste, bem como a sua identidade ou biografia, devem ser irrelevantes para a leitura e para o leitor. A linguagem é uma rede de significados, influenciada pela cultura, história e contexto, ou seja, a obra transcende as intenções individuais de quem a escreveu. No instante em que o livro chega às mãos do leitor, torna-se outra coisa: múltiplo, indomável, aberto. É um cavalo selvagem. Parafraseando Barthes, o pagamento para o nascimento do leitor é a morte do autor, deixando este de ter autoridade sobre a própria criação: o texto passa a existir como uma entidade independente, aberta a interpretações potencialmente ilimitadas, deixando definitivamente a casa dos pais.

Antoine de Saint-Exupéry desapareceu a 31 de julho de 1944, quando fazia um voo de reconhecimento militar durante a Segunda Guerra Mundial, pilotando um Lockheed P-38 Lightning, numa missão de espionagem sobre território ocupado pelos alemães. Os destroços do avião de Saint-Exupéry foram encontrados no Mediterrâneo, perto de Marselha, em 2000, e uns anos depois, Horst Rippert, um antigo piloto da Luftwaffe, veio afirmar ter sido ele a abater o avião de Saint-Exupéry, mas sem saber, à época, quem estava a bordo. Rippert ficou devastado quando descobriu ter sido responsável pela morte dum escritor que admirava profundamente, encarnando a ideia de que o autor morre às mãos do leitor. A realidade, coitada, é demasiado literal.

O que Jorge Luis Borges disse de Eça

“No finais do século XIX, Groussac pôde escrever com veracidade que ser famoso na América do Sul não era deixar de ser um desconhecido. Essa verdade, naqueles anos, era aplicável a Portugal. Famoso na sua pequena e ilustre pátria, José Maria Eça de Queirós (1845-1900) morreu quase ignorado pelas outras terras da Europa. A tardia crítica internacional consagra-o agora como um dos primeiros prosadores e romancistas da sua época.”

Pensar nos leitores

Sobre a questão, tantas vezes colocada, se um autor deve ou não pensar nos leitores, Kurt Vonnegut respondia afirmativamente, mas avisava que jamais se deve pensar numa multidão, isso é demasiada gente: deve-se pensar num amigo. Há uma música, da autoria de Bennie Benjamin, Eddie Durham, Sol Marcus and Eddie Seiler, que conheci através dos The Ink Spots (mas tem muitas outras versões: a primeira vez que foi gravada foi por Harlan Leonard and His Rockets), cuja letra diz o seguinte: I don’t want to set the world on fire, I just want to start a flame in your heart. Poderia ser a versão romântica do conselho de Vonnegut.

Dizia que era um jornalista de infantaria. Isso significava que, nos dias de fecho, apesar da sua posição de editor, arregaçava as mangas e escrevia as breves, as notícias; escrevia o jornal inteiro se fosse preciso. O Zé Manel Rodrigues da Silva, falecido há 16 anos, era um soldado talhado para travar a guerra do Jornalismo e da Cultura. Esmerava-se especialmente no seu texto de cinema, a que nunca chamava de crítica, mas gostava de dar a ler e discutir enquanto dava baforadas no seu nervoso cachimbo (mesmo depois da lei o proibir em espaços fechados). Defendia o jornalismo do ‘eu’ e tinha uma escrita coloquial e gaga. Uma escrita gaga, porque… porque de vez em quando fazia uma pausa e repetia uma palavra, para pautar o seu estilo. Uma gaguez retórica, pois.

Quando entrei como estagiário no JL, fui recebido pelo cachimbo do Zé Manel. Disse-me que o JL era a terceira divisão e que me restava esperar que um clube grande me contratasse. Não demorei muito a perceber que era nesta terceira divisão que queria jogar. E, ao longo dos tempos, fui fazendo os possíveis para melhorar o estilo de jogo, aproveitando as ténues margens para abrir o espírito do jornal a novas ideias. Sim, Zé Manel, estou na jogada.

O Zé Manel, o meu mestre, era um soldado da redação. Ele sabia que, por mais patentes superiores que existissem, por mais ilustres que fossem os colaboradores, de Saramago a Eduardo Lourenço, a seiva de um jornal era o seu corpo de jornalistas. E, no caso do JL, a redação sempre foi dedicada e mal paga, extrapolando as suas funções, numa entrega rara e pouco reconhecida. Tudo isto a pretexto de uma luta, uma luta de classes, uma luta por certos valores, uma luta pelo Jornalismo e pela Cultura. É justo referir alguns dos soldados que tornaram o jornal possível ao longo destes anos, como Maria Leonor Nunes, Maria João Martins, Francisca Cunha Rego, Carolina Freitas, o nosso lendário designer gráfico Miguel Eduardo Serrano, o nosso lendário fotógrafo João Ribeiro… Isto além daqueles que por cá continuam: Luís Ricardo Duarte, Mariana Almeida Nogueira, Patrícia Pereira (na paginação)… E eu próprio, que por aqui estou há quase 27 anos.

O JL encontra-se em mais uma das suas encruzilhadas. A empresa que o engloba está num processo de insolvência, temos salários em atraso, o futuro é uma incógnita. A redação tem a consciência de que este é um momento decisivo e por isso continua a trabalhar, mesmo sem receber, na esperança de que se vislumbre um horizonte.

Ninguém quer que as coisas fiquem na mesma. Queremos virar a página em direção ao JL do futuro. Um futuro que não apague a sua memória, mas que se centre mais no devir cultural contemporâneo. Um novo e renovado JL que faça jus à sua história, mas que se projete e se inscreva nas novas vanguardas, na realidade cultural do presente.  Assim, continuamos em luta. Oxalá esse futuro se desenhe, nem que seja pelas nossas próprias mãos, para que, com todo o orgulho, possamos responder ao Zé Manel: sim, ainda estamos aqui. 

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis online, pela primeira vez, a partir desta segunda-feira estão fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial. Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Biblioteca acessível a partir daqui

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930 e reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, justifica Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas online, estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, explicam ainda os responsáveis pela biblioteca.

“A Europa cumpre o prometido: os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE acabaram de concordar em alargar novamente as sanções contra a Rússia”, escreveu a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, numa mensagem divulgada na rede social Bluesky. “Esta medida continuará a privar Moscovo de receitas para financiar a sua guerra”, acrescentou, salientando que “a Rússia tem de pagar pelos danos que está a causar”.

A aprovação da renovação das sanções tinha de ser por unanimidade dos Estados-membros, o que aconteceu depois de ultrapassadas as reticências da Hungria.

Os 15 pacotes de sanções já adotados pela UE caducariam em 31 de janeiro se os ministros não tivessem chegado a um acordo para a sua renovação.

Os edifícios são feitos para durar gerações, mas as necessidades e preferências das pessoas e empresas variam ao longo do tempo, pelo que o valor funcional e económico dos ativos tende a diminuir caso não seja garantida a sua operação, manutenção e renovação de forma adequada.

É neste contexto que o conceito Building as a Service (BaaS) ganha particular importância, ao implicar uma entidade (proprietária ou não do edifício) que fica responsável por assegurar todo o acompanhamento dos espaços e respetivos sistemas de instalações e equipamentos enquanto serviço prestado aos seus utilizadores. Assim, ao invés de uma aquisição ou aluguer corrente, os clientes subscrevem serviços para a utilização de espaços constantemente adaptados às suas necessidades durante períodos e condições previamente acordados. Estes serviços podem incluir desde climatização, segurança, limpeza, energia e comunicações, até ao mobiliário e decoração e obras de reparação ou renovação dos espaços, que podem ser, por exemplo, para escritórios ou centros de saúde.

Enquanto no setor da tecnologia a oferta deste tipo de soluções já existe há décadas (e.g. Software as a Service ou SaaS), no setor da construção este conceito começou a ganhar tração principalmente a partir de 2008, com a crise financeira global, em que os investidores passaram a focar-se mais nas despesas de operação (do inglês, operational expenditures ou OpEx), ao invés de investimento (do inglês, capital expenditures ou CapEx), dos seus ativos construídos, procurando para tal apoio externo e profissionalizado.

Uma outra abordagem, denominada por Construction as a Service (CaaS), consiste em providenciar serviços integrados de construção, operação e manutenção, algo que poderá ser feito, por exemplo, por uma ou mais empresas de construção capacitadas para o efeito. A transferência da responsabilidade do BaaS para a entidade executante promove naturalmente uma melhor qualidade e preparação da obra para a fase de operação, que se torna assim mais sustentável do ponto de vista económico e ambiental a longo prazo.

De entre os benefícios do BaaS destacam-se a adaptabilidade e o foco na experiência do utilizador (adaptação dos espaços conforme os requisitos dos clientes ao longo do tempo), assim como a eficiência energética e a economia circular (preferência por materiais renováveis, recicláveis e reaproveitáveis para outros espaços sob gestão).

Os desafios/oportunidades passam, por exemplo, pela adoção de soluções modulares (e.g. sistemas de fachada ou módulos de cozinhas e casas de banho facilmente substituíveis) e pelo registo digital e organizado da informação (e.g. sobre instalações, equipamentos e acabamentos) durante a construção do ativo; e, posteriormente, pela implementação de infraestruturas tecnológicas robustas, como sistemas inteligentes incorporando sensores de Internet of Things (IoT) para apoiar a análise de dados (e.g. temperatura, humidade, nível de ocupação) e o planeamento de soluções adaptadas aos utilizadores dos espaços. Na perspetiva do proprietário e da empresa gestora, o modelo de negócio a adotar para explorar o ativo é também uma preocupação, seja através de uma renda fixa, taxa de gestão, participação na receita ou indiretamente através da valorização do imóvel.

As medidas para facilitar a implementação do BaaS na gestão de edifícios incluem a utilização de modelos de contratação para a construção e exploração de edifícios (e infraestruturas) que envolvam as entidades operadoras o mais cedo possível na cadeia de valor do ativo construído, ao abrigo de processos colaborativos e vinculativos em função do desempenho (e.g. funcional e económico) a longo prazo. Adicionalmente, a formação e capacitação dos profissionais e empresas na área das novas tecnologias (e.g. building information modelling e inteligência artificial) é crucial para sustentar o desenvolvimento de modelos BaaS.

Por fim, a tendência de mercado aponta para uma economia de serviços onde o foco está na experiência do utilizador e na valorização contínua do ativo construído ao longo do seu ciclo de vida. Pretende-se com isto responder à dinâmica da evolução das sociedades com o tempo, juntamente com o progresso tecnológico e a adoção de modelos para o desenvolvimento e gestão de edifícios mais colaborativos e rentáveis para as partes interessadas.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.