O chamado “modelo português” de prevenção, combate e tratamento da toxicodependência já foi, um dia, um êxito, e alvo de rasgados elogios internacionais. Começou em 1987 com a criação de um centro-piloto de atendimento e tratamento de toxicodependentes, o das Taipas, em Lisboa, dotado de meios humanos e técnicos para dar resposta a muitas das necessidades, mas que, sendo o único, rapidamente ficou lotado, com pessoas vindas de todo o País. Estava-se numa epidemia que, nos anos seguintes, chegaria a uma população de 100 mil heroinómanos. 


Perante tal catástrofe, houve ação do poder político. Em 1997 foi criado o Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência, a primeira grande estrutura a nível nacional. Entretanto, até àquele ano, nasceu uma rede de 16 centros de atendimento a toxicodependentes, espalhados pelo País, com dimensão para dar resposta à maioria dos que os procuravam. 

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Muitos gigantes tecnológicos dos EUA como a OpenAI e a Google tendem a manter o código dos seus grandes modelos de linguagem secretos. Este comportamento é distinto das empresas chinesas que têm optado por abrir o código e, dessa forma, recolher apoios por parte das comunidades de programadores e dar maior visibilidade sobre as suas capacidades tecnológicas. A RedNote é o mais recente exemplo disso mesmo, numa altura em que as relações Washington-Pequim estão tensas.

A RedNote disponibiliza agora o modelo dot.llm1 e a documentação técnica no Hugging Face, um repositório especializado. De acordo com a informação recolhida pela Reuters, este modelo tem um desempenho comparável ao do Qwen 2.5 da Alibaba, mas ainda fica atrás do DeepSeek-V3.

A RedNote opera uma plataforma semelhante ao Instagram, onde os utilizadores partilham fotografias, vídeos, publicações de texto e conteúdo ao vivo. A plataforma saltou para a ribalta quando muitos utilizadores dos EUA a procuraram como alternativa ao TikTok, numa altura em que estava iminente a proibição deste naquele país.

A empresa chinesa está a apostar no desenvolvimento de soluções de IA próprias desde 2023, pouco depois de a OpenAI ter chegado ao mercado com o ChatGPT. A RedNote conta já como o Diandian, uma aplicação de pesquisas com Inteligência Artificial que ajuda a encontrar conteúdos na plataforma principal.

Alibaba e DeepSeek são dois dos outros nomes de empresas chinesas que estão a libertar o código dos seus modelos, com desempenho elevado e desenvolvidos a uma fração do custo dos seus congéneres americanos.

A Motorolo anunciou as duas mais recentes adições ao portefólio moto g, uma linha de produtos projetada para a resistência e para a utilização em atividades ao ar livre principalmente. A próxima geração é composta pelos moto g56 5G e moto g86 power 5G, com qualificações de durabilidade de nível militar para proteção reforçada. Cada modelo oferece uma combinação única de características, focada na autonomia de bateria poderosa, entretenimento e captura de conteúdos vívidos.

O modelo de topo, moto g86 power 5G, tem uma bateria de 6720 mAh com 53 horas de autonomia e capacidade de carregamento TurboPower de 30 W que assegura carregamentos para um dia de utilização em apenas 30 minutos. O processador MediaTek Dimensity 7300 permite uma utilização mais rápida num amplo leque de tarefas e jogos, complementado pelos 8 GB de RAM (expansíveis até 24 GB) e 512 GB de armazenamento. O aparelho conta com certificação IP68 e IP69 com proteção contra chuva, pó, sujidade, areia e água de alta pressão, incluindo a submersão em até 1,5 metros de profundidade durante 30 minutos. Já a certificação MIL-STD-810H permite suportar temperaturas extremas, alterações de pressão, altitudes e quedas e o vidro Corning Gorilla Glass 7i resiste a danos e riscos. O ecrã Super HD pOLED de 6,67” tem mais 28% de resolução e é 2,8x mais brilhante do que o modelo anterior. No som, a tecnologia Dolby Atmos assegura uma experiência mais imersiva.

Um outro destaque deste modelo é o seu desempenho em fotografia, com a inclusão do Photo Enhancement Engine do moto ai para resultados de qualidade profissional, um sistema de câmaras com sensor Sony LYTIA 600 e um sensor de luz 3-em-1.

No moto g59 encontramos um acabamento premium suave, proteção contra água e poeiras (MIL-STD-810H, IP68 e IP69). O ecrã é um Full HD+ de 6,72” e também há tecnologia Dolby Atmos e Bass Boost para o som. Aqui o sistema de câmaras é um Sony LYTIA 600 de 50 MP, com sensor principal de 50 MP, uma lente grande angular dedicada e uma câmara selfie de 32 M com tecnologia Quad Pixel. Neste modelo a bateria é de 5200 mAH e também há tecnologia TurboPower 30 para carregamentos mais rápidos. Lá dentro, um processador MediaTek Dimensity 7060 de 6 nm alimenta a tecnologia HyperEngine Gaming para desempenho rápido e reativo.

Para ambos os modelos, o sistema operativo é o Android 15 e há funcionalidades Smart Connect alimentadas por IA.

O moto g56 5G está disponível a partir de meados de junho com um PVP de 299,99 euros e o moto g86 power 5G chega em agosto com PVP recomendado de 349,99 euros.

É sabido que faltam magistrados do Ministério Público. Essa falta vem sendo assinalada há praticamente dez anos, sem que medidas concretas tenham sido tomadas.

Na base de tal falha estiveram as medidas de austeridade impostas pela Troika que bloquearam e limitaram o acesso a esta carreira.

Acresce que a reforma do mapa judiciário regulamentada pelo Decreto Lei n.º 49/2014, de 27 de março, veio demandar mais magistrados do Ministério Público para os lugares criados. Contudo, tal necessidade nunca foi considerada e nunca se solicitou a formação de mais magistrados do Ministério Público.

Ao longo dos últimos dez anos, os magistrados foram aguentando progressivas cargas de trabalho, acreditando que a situação haveria de ser reposta.

Chegados a 2025, deparamo-nos com uma carência extrema de magistrados para desempenhar as funções basilares, previstas na lei.

Ora, no passado dia 4 de junho o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) aprovou a abertura do movimento de magistrados do Ministério Público, ou seja, o procedimento através do qual os Magistrados do Ministério Público são transferidos, promovidos ou colocados (cfr. deliberação n.º 724-A/2025, de 4 de junho, publicada no Diário da República n.º 107/2025, Suplemento, Série II de 2025-06-04).

É óbvio que, havendo carência de magistrados, iriam ficar lugares por preencher ou ter-se-ia de recorrer aos instrumentos de mobilidade e gestão processual, previstos no nos artigos 76.º e seguintes do Estatuto do Ministério Público, entre outras a acumulação e a agregação.

Tais instrumentos visam melhorar o equilíbrio da carga processual e a eficiência dos serviços e destinam-se a satisfazer necessidades pontuais de serviço e devem respeitar o princípio da especialização.

Este princípio foi uma das pedras de toque do novo Estatuto do Ministério Público, aprovado, pela Lei n.º 68/2019, de 27 de agosto. Entendeu-se que a complexidade e variedade do direito imporia que os magistrados devessem estar especializados em áreas específicas como cível, criminal, família e menores, trabalho e administrativo.

Sucede que, ao arrepio do que decorre do Estatuto do Ministério Público, em clara violação da Lei, o CSMP deliberou (por uma escassa maioria) solucionar milagrosamente a falta de magistrados, passando por obrigar os magistrados a desempenhar mais funções, sem recorrer às figuras legalmente previstas no referido Estatuto.

Além de “extinguir” lugares, ou melhor, anunciar que determinados lugares não irão ser preenchidos, passou a ampliar os conteúdos funcionais previstos, obrigando os magistrados a trabalhar em áreas completamente distintas.

É falacioso dizer-se que se está a gerir melhor os quadros e que as medidas adotadas não implicam um maior volume de trabalho para os magistrados.

Se faltam magistrados e se distribuiu o mesmo serviço por menos, há mais trabalho para cada um. É pura matemática!

Dizemos isto com base em factos muitos objetivos, recolhidos do anexo B à referida deliberação (denominado: alteração de conteúdo funcionais).

Passamos a demonstrar, em concreto e por referência ao anexo B, como é que o CSMP conseguiu instituir uma magistratura do Ministério Público multifuncional e generalista, extinguindo, na prática, o princípio da especialização.

Porque não, não se trata de situações pontuais!

Vejamos.

De forma inédita, o CSMP entendeu que o magistrado que atende o cidadão no Tribunal de Família não precisaria de ser especializado na área da família e crianças.

Desta forma, assistimos, em praticamente todo o país, à agregação dos Juízos de Família e Menores com os Juízos Locais Cíveis. Tal irá ocorrer em: Aveiro, Estarreja, Oliveira do Bairro, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Beja, Barcelos, Fafe, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Castelo Branco, Covilhã, Coimbra, Évora, Faro, Portimão, Alcobaça, Leiria, Almada, Barreiro/Moita, Seixal, Torres Vedras, Vila Franca de Xira, Amadora, Cascais, Mafra, Sintra, Gondomar, Maia, Matosinhos, Santo Tirso, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, Marco de Canavezes, Paredes, Porto, Santarém, Tomar, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Lamego e Viseu.

E, de forma ainda mais inusitada, o CSMP ampliou o conteúdo funcional do Juízo de Família e Menores de Santiago do Cacém, passando a obrigar os magistrados do Ministério Público a dirigir investigações criminais!

Com esta deliberação, que repudiamos, o CSMP quer também que os magistrados sejam, simultaneamente, especialistas na área cível e na área criminal.

Vejamos, alguns exemplos:

Os Procuradores da República colocados no Juízo do Comércio do Fundão, passam a liderar investigações criminais (além de assegurar o Ministério Público nos juízos locais cíveis). Os Procuradores da República colocados nos Juízos do Comércio de Olhão e da Lagoa, passam a ter competência genérica, assumindo também a investigação criminal (inquéritos criminais).

De igual forma, os magistrados colocados no Juízo do Comércio de Leiria, passam a ter funções não só nos Juízos Central Cível, no Juízo Local Cível como também no Departamento de Investigação e Ação Penal (inquéritos criminais).

Para os cidadãos de Santarém, entendeu-se que lhes bastava o mais generalista possível, então o Ministério Público além assumir a representação do Juízo Central Cível, Juízo do Comércio e do Juízo Local Cível, ainda deverá zelar pela direção da investigações criminais e tramitação inquéritos.

Em Viseu, o Ministério Público, além de assegurar o Juízo do Comércio, Juízo Central Cível e de Juízo de Execução, terá ainda de assumir a representação do junto do Juízo de Instrução Criminal.

O CSMP desconsiderou, por completo, a importância do Ministério Público junto do Tribunais de Trabalho, no patrocínio oficioso dos trabalhadores e das suas famílias e no atendimento ao público.

Assim, e numa medida nunca antes vista, impõe que os magistrados em funções nos Juízos do Trabalho passem a acumular com funções da área cível (Juízos Locais ou Centrais Cíveis, Execução ou mesmo com o Comércio), como acontecerá em Aveiro, Beja, Barcelos, Vila Nova de Famalicão, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Figueira da Foz, Évora, Faro, Portimão, Guarda, Almada, Barreiro/Moita, Loures, Torres Vedras, Vila Franca de Xira, Cascais, Sintra, Portalegre, Valongo, Santarém, Tomar, Sines, Vila Real, Lamego e Viseu.

Note-se que as acumulações suprarreferidas poderão ser desempenhadas em edifícios ou mesmo em municípios distintos, obrigando o magistrado a perder tempo em deslocações.

Questiono-me:

Como se pode prestar um bom serviço ao cidadão nestas condições?

Que especialização afinal é esta que agrega tantos conteúdos e tão distintos?

Imagine-se, que sentido faria um médico dermatologista passar a acumular com consultas de cardiologia? Ou um médico ortopedista passar a tratar doentes oncológicos? Não veríamos qualquer problema, porque são todos médicos?

Parece-nos evidente que a resposta é negativa.

E na magistratura, a resposta tem de ser igualmente negativa.

Estamos seguros que o Conselho Superior do Ministério Público, que não ouviu previamente os magistrados, não terá equacionado as consequências desta deliberação, na saúde, eficácia, eficiência e produtividade dos magistrados e, consequentemente, na qualidade e tempestividade do serviço prestado ao cidadão.

Aguardemos, com esperança, pela anulação da deliberação que determinou a abertura do corrente movimento de magistrados do Ministério Público, em face da petição pública subscrita por mais de um milhar de magistrados.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

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A Wondercraft é uma empresa de Paris especializada em exosqueletos e anunciou ter usado os seus conhecimentos e experiência para desenvolver em apenas 40 dias um robô humanoide, sem cabeça e controlado por voz, que irá ajudar nas fábricas do Grupo Renault para executar tarefas não ergonómicas e pesadas.

A parceria entre a Renault e a Wandercraft tem como objetivo desenvolver uma família de robôs Calvin, destinados inicialmente para fins industriais. Além de libertar os trabalhadores humanos nas fábricas de tarefas não ergonómicas e mais dolorosas, há a intenção de também cortar os tempos de produção e ganhar assim produtividade. “Esta parceria vai aumentar as nossas capacidades de construção e escalar para a robótica de grande impacto e baixo custo para melhorar a qualidade de vida das pessoas – seja para ajudar indivíduos com dificuldades de locomoção ou ajudar trabalhadores industriais com a automação – nos pisos das fábricas, em clínicas e muito mais”, afirma o CEO e co-fundador da Wandercraft Matthieu Masselin ao Interesting Engineering.

No reverso da medalha, a Renault vai ajudar na industrialização de robôs e exosqueletos para redução de custos e produção em escala – duas disciplinas em que a indústria automóvel é muito forte. Assim, a Wandercraft vai aproveitar a oportunidade para produzir o exosqueleto Eve e trazê-lo ao mercado, abrindo novas possibilidades de negócios.

No caso do Calvin, é o primeiro robô do género a ser feito pela Wandercraft, num processo que demorou apenas 40 dias. As suas mãos asseguram dexteridade para tarefas como sucção ou agarrar objetos e podem ser adaptadas a diferentes necessidades de utilização.

A Qualcomm acaba de anunciar a compra da Alphawave por 2,4 mil milhões de dólares, num acordo que vai render um bónus de 96% por cada ação aos acionistas da Alphawave. O valor das ações em Londres disparou 22% após o anúncio da compra.

A Reuters recorda que as empresas norte-americanas estão focadas na indústria britânica, tentando tirar partido de um mercado com valorizações mais fracas e um crescimento mais lento.

A Alphawave estava na mira da Qualcomm e da Arm, que mostraram interesse na tecnologia ‘serdes’, que é fundamental para a velocidade a que os dados são processados pelos processadores, uma métrica crítica para o desenvolvimento de Inteligência Artificial. É esta tecnologia que alimenta as soluções da Broadcom e da Marvell Technology.

Em abril, a ARM, apoiada pelo SoftBank, afastou-se das negociações com a Alphawave. Desde então, a Qualcomm tem estado sentada e a avaliar as várias opções de compra que poderia efetivar, tendo avançado com um montante de 2,4 mil milhões de dólares que considera adequado. Do lado da Alphawave, a oferta foi bem recebida e a empresa fez saber que também considera o valor oferecido justo e que vai recomendar unanimemente a todos os acionistas que o aceitem.

Segundo um resumo do estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) enviado à agência Lusa, “apenas 2%” das crianças com menos de 16 anos seguidas na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, no distrito do Porto, de 2001 a 2021, estão referidas como prováveis vítimas de abuso, negligência ou disfunção familiar, ou seja cerca de 900 em mais de 40 mil.

“E quando nós sabemos que a violência doméstica, de acordo com as estatísticas das diversas associações, e também a constante no RASI [Relatório Anual de Segurança Interna], corresponde a cerca de 20, 25% das famílias em Portugal. Se, neste período e com esta amostra, se detetou apenas 2%, alguma coisa está mal contada”, acrescentou à Lusa a professora da FMUP Teresa Magalhães, deixando alertas aos decisores públicos, profissionais de saúde e educadores.

“Detetar e reportar casos de vítimas de trauma na infância é fundamental para instituir um tratamento precoce e, assim, evitar a escalada de danos na sua saúde atual e futura”, referiu Teresa Magalhães.

Para a docente, “a falta de comunicação da parte do sistema de saúde irá atrasar ou mesmo impedir o acesso das vítimas ao apoio médico, psicológico, social, de segurança e judiciário, de que precisam”.

O estudo também detetou que nas pessoas que terão vivido eventos traumáticos na infância, a percentagem de problemas de saúde é superior.

Existe um risco aumentado de ferimentos, que pode ser mais do dobro, bem como de intoxicações, de perturbações mentais, como perturbação de hiperatividade e défice de atenção, e problemas sociais, comparativamente com o resto da população estudada.

O trabalho, publicado em janeiro na revista académica Frontiers of Medicine, indica, também, que a diabetes tipo 2 e o colesterol elevado são as principais doenças apresentadas pelas pessoas que terão experienciado traumas quando eram crianças.

A diabetes tipo 2 é quase três vezes mais elevada neste grupo.

São igualmente mais comuns doenças como a síndrome metabólica, asma, infeções urinárias e mesmo cancro.

De acordo com os investigadores, esta associação entre eventos traumáticos e problemas de saúde poderá explicar-se por “stresse crónico” que provocará um desequilíbrio do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal, bem como uma “disrupção da rede imunitária e neuroendócrina”.

No resumo da FMUP é ainda descrito que “poderão existir modificações epigenéticas nestas crianças, devido a alterações no próprio ADN e ao encurtamento dos telómeros, fenómeno que se associa a uma série de doenças”.

Insistindo que as conclusões são “assustadoras” e “responsabilizam todos”, Teresa Magalhães alerta que o desenvolvimento de doenças físicas e mentais dependerá muito da capacidade dos profissionais de saúde de identificarem os sinais e os sintomas suspeitos, mesmo na ausência de um sinal físico explícito.

“A maior parte dos ferimentos em crianças é acidental. No entanto, os médicos têm de estar atentos à possibilidade de um ferimento ser sinal de abuso”, refere.

Podem ser considerados indicadores a falta de justificação, a localização invulgar, padrões e simetria, ferimentos múltiplos e em diferentes estados de evolução, e a procura tardia dos cuidados de saúde.

Desde 2001, os maus tratos a crianças constituem crime público, pelo que, depois da notificação da suspeita, por parte dos profissionais de saúde, não é necessária a apresentação de queixa para que seja iniciada uma investigação do caso.

Os registos consultados são de atendimentos em hospital, quer em contexto de urgência quer em internamento bem como nos centros de saúde.

A Fórmula 1 não são apenas monolugares que atingem velocidades superiores a 300 km/h, é um desporto que gera milhões de euros em cada corrida, sendo anualmente acompanhado por cerca de 1,5 mil milhões de espetadores em todo o mundo. Por detrás do espetáculo, há uma infraestrutura tecnológica robusta, construída com base numa parceria sólida com a gigante tecnológica Lenovo. Desde os bastidores corporativos até à pista, é essa base que garante que tudo funciona – e que continua a evoluir.

Amie Smith, responsável pelas operações de tecnologias de informação (IT) na F1, trabalha na organização há quase 12 anos e tem acompanhado de perto essa transformação. “Somos responsáveis por oferecer suporte de ponta a ponta, desde a nossa infraestrutura principal até aos portáteis e dispositivos móveis nas mãos das pessoas”, explica. “Estamos em todo o lado: no lado corporativo, mas também no terreno, durante os eventos”, explicou a britânica durante uma conferência de imprensa que antecedeu o Grande Prémio de Barcelona, onde a Exame Informática marcou presença.

Como são realizadas as transmissões televisivas?

Para garantir a produção televisiva de cada Grande Prémio, uma equipa especializada da Fórmula 1 desloca-se ao circuito, dez dias antes do início de cada grande prémio, levando consigo todo o equipamento necessário. No centro de produção digital (DCC – Digital Content Centre), a operação divide-se em várias secções e funções, funcionando como um verdadeiro centro nevrálgico para o tratamento de vídeo, áudio, telemetria e outros dados técnicos.

O DCC está ligado ao centro de operações em Biggin Hill, no Reino Unido, através de duas ligações de 10 gigabits por segundo. Esta infraestrutura permite à Fórmula 1 manter uma instalação de produção remota internacional — uma abordagem pioneira a nível mundial implementada durante a pandemia, numa altura em que só existiam experiências semelhantes dentro de fronteiras nacionais. Como a produção é feita em 4K, as imagens captadas pelas câmaras são primeiro encaminhadas para o centro local, onde são tratadas, e, em parte, reenviadas para Biggin Hill, para serem integradas no sinal global. A comunicação entre as equipas nos dois locais é permanente, com monitores a mostrar em tempo real o que se passa de ambos os lados, promovendo um ambiente de colaboração constante.

A galeria principal de produção está organizada por filas, com funções bem definidas. Na fila da frente estão os operadores responsáveis pelos feeds das mais de 20 câmaras instaladas ao longo do circuito. Apenas uma dessas câmaras é enviada em tempo real para o Reino Unido — a que está em uso na transmissão principal. O diretor de pista, que ocupa essa zona, recebe instruções do realizador sediado em Biggin Hill e coordena as câmaras locais para garantir que o plano certo é transmitido.

Noutras áreas, encontram-se as equipas responsáveis pelos gráficos, reptições, publicidade e análise de dados. Uma das equipas monitoriza, por exemplo, o tempo de exposição dos logótipos dos patrocinadores em ecrã. Outras gerem as câmaras móveis, como as utilizadas nas boxes ou a câmara suspensa que percorre a linha das boxes. Existe também uma equipa dedicada à rede de fibra ótica que cobre todo o circuito — uma infraestrutura que pode atingir os 58 quilómetros e que exige uma monitorização constante para assegurar a integridade dos sinais.

A telemetria dos monolugares é igualmente gerida a partir deste centro. Os dados são recolhidos, processados e entregues em tempo real às equipas, eliminando a necessidade de estas montarem os seus próprios sistemas. Estes mesmos dados alimentam gráficos técnicos usados na transmissão, como rotações do motor, travagens ou ângulos da direcção.

Na área técnica, os sistemas de cronometragem são partilhados entre o DCC e Biggin Hill, permitindo distribuir a carga de trabalho. No centro da operação está ainda uma equipa de supervisão, que assegura o funcionamento de toda a infraestrutura — desde os equipamentos físicos aos sistemas digitais.

A mesma estrutura tecnológica suporta as transmissões da Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3, com algumas adaptações. As corridas das categorias inferiores funcionam frequentemente como ensaios gerais técnicos, permitindo testar câmaras e ângulos de filmagem antes da corrida principal do fim de semana.

Mónaco, a corrida mais exigente

Em termos técnicos, o circuito mais exigente é, previsivelmente, o do Mónaco. O traçado urbano e a complexidade logística tornam cada operação especialmente delicada — desde a passagem de cabos por espaços públicos até à substituição de cabos de fibra óptica cortados acidentalmente. O DCC local funciona, há vários anos, a partir de um parque de estacionamento subterrâneo, onde as condições são mais exigentes e os espaços, bastante limitados. Ainda assim, a equipa mantém a operação estável, com capacidade para trocar secções de fibra com mais de um quilómetro de comprimento sempre que necessário.

Apesar de toda esta complexidade, os atrasos na transmissão de dados são mínimos. A ligação entre o DCC e Biggin Hill tem uma latência de apenas 14 milissegundos, e os feeds são sincronizados para compensar qualquer diferença. O maior atraso ocorre nos dispositivos dos espectadores, com o conteúdo a chegar com cerca de 45 segundos de diferença devido às redes de distribuição, como o Facebook. Ainda assim, o realizador tem acesso imediato ao que se passa em pista, podendo reagir em tempo real sempre que há um incidente.

A Inteligência Artificial como próxima curva da Fórmula 1

A Fórmula 1 está a intensificar o investimento em Inteligência Artificial (IA), posicionando esta tecnologia como uma das grandes apostas para o futuro imediato da modalidade. A IA está a ser testada em várias frentes, desde o aumento da produtividade até à aceleração da análise de dados em tempo real, dois fatores críticos num ambiente altamente competitivo e movido por informação.

“Estamos claramente a explorar bastante o potencial da inteligência artificial”, admite Amie Smith, a diretora de operações de IT da Fórmula 1. “Seja para aumentar a produtividade ou melhorar a velocidade de análise, a IA é uma das áreas onde mais estamos a investir.”

Entre os projetos-piloto em curso, destaca-se uma colaboração com a Lenovo focada em melhorar a qualidade de vídeo das transmissões em direto. A responsável descreve o processo como um verdadeiro trabalho de equipa: “Sentamo-nos com a Lenovo, discutimos o que queremos alcançar, e eles ajudam-nos a ir dez passos além.”

A IA está também a ser estudada ao nível da mobilidade, com a possibilidade de integrar funcionalidades avançadas em smartphones utilizados durante os fins de semana de corrida, com o objetivo de reforçar a comunicação operacional em pista.

Resistência à prova de calendário

O calendário da F1 leva o equipamento técnico aos locais mais diversos e exigentes do planeta — desde circuitos em desertos até zonas de clima extremo e humidade elevada. Essa mobilidade impõe um desafio significativo à robustez do hardware, que precisa de funcionar sem falhas em condições que vão muito além de um centro de dados tradicional.

“Dissemos logo à Lenovo: vamos levar este equipamento para temperaturas negativas, para desertos, para tempestades, e depois vamos pô-lo num avião para o próximo local. E tem de funcionar sempre”, recorda Amie Smith. Segundo ela, a exigência é máxima, mas a resposta tem estado à altura. “Ainda não tivemos problemas. A resiliência do hardware da Lenovo tem sido excecional.”

Parceria de inovação com a chinesa Lenovo está a transformar a forma como a Formula 1 gere dados, realiza as transmissões televisivas das corridas, garante resiliência, explora a inteligência artificial e aposta na sustentabilidade tecnológica

Para mitigar riscos adicionais, a F1 opera com uma arquitetura híbrida que integra soluções em cloud como redundância. “Temos um plano de contingência, mas felizmente não temos tido necessidade de o ativar”, acrescenta.

Menos energia, mais eficiência

A parceria com a Lenovo também tem impacto em termos de sustentabilidade. A adopção de hardware mais eficiente permitiu à F1 reduzir o número de dispositivos em operação, cortando no consumo energético e na carga térmica, o que se traduz em menor necessidade de sistemas de refrigeração.

Além disso, cerca de 95% do hardware substituído é encaminhado para o serviço de recuperação da Lenovo, que assegura tanto a eliminação segura dos dados como a reciclagem responsável dos componentes. “Não se trata apenas de sustentabilidade eletrónica. Trata-se de um compromisso ambiental e social real que partilhamos com a Lenovo”, sublinha a responsável.

Preparados para o futuro

Com a entrada de novas equipas, como a Cadillac em 2026, e a chegada de regulamentos técnicos profundamente reformulados, é expectável que o volume e complexidade dos dados continue a crescer. No entanto, a organização da Fórmula 1 considera-se preparada para acompanhar essa evolução.

“It’s business as usual for us” (Para nós, é o habitual, em tradução livre), afirma Amie Smith. “Estamos habituados à mudança e prontos para o que vier.” A experiência acumulada, a infraestrutura consolidada e a colaboração contínua com parceiros tecnológicos como a Lenovo e a Amazon Web Services garantem que o sistema está pronto para responder às exigências futuras, mantendo a F1 na vanguarda tecnológica do desporto global.

A seleção nacional conquistou esta noite a Liga das Nações nas grandes penalidades, em Munique, depois de 120 minutos que terminaram com Portugal e Espanha empatados a duas bolas. Nos penáltis foi a equipa das quinas a vencer por 5-3 e o duelo ibérico acabou com a taça nas mãos dos escolhidos de Roberto Martínez.

O prémio de melhor jogador da final foi para Nuno Mendes.