Estamos prestes a celebrar a Páscoa, uma das festividades que está associada a algumas tradições à mesa, como é o caso do borrego ou cabrito assado, do folar com o ovo cozido, ou até mesmo das amêndoas doces e dos ovos de chocolate. Quem passa por um supermercado não consegue deixar de reparar na grande variedade de doces disponíveis, verdadeiras tentações para os mais gulosos e até mesmo para aqueles que gostam de apenas provar um ou outro.

É uma época propícia aos excessos alimentares, com especial destaque para o consumo de açúcar. Diz o site do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que “os hábitos alimentares inadequados são o fator de risco que mais contribui para o total de anos de vida saudável perdidos pela população portuguesa (19%) e um dos determinantes da doença crónica, que representa mais de 85% da carga de doença no sistema de saúde português”.

Diz o povo que “um dia não são dias”… mas será que comer um ovo de chocolate ou um pacote de amêndoas por inteiro é realmente um risco para a saúde?

A quantidade de açúcar nos doces de Páscoa

A Organização Mundial da Saúde recomenda que não se deve ingerir mais de 50 g de açúcar por dia. Perante este valor, é importante referir que, em média, 100 g de chocolate de leite têm cerca de 52 g de açúcar, enquanto que a mesma quantidade de chocolate negro tem 48 g de açúcar e a de chocolate branco tem 59 g. Sendo assim, um ovo de chocolate de leite com 150 g tem 72 g de açúcar, o que faz com que ingerir um destes doces num só dia ultrapasse o recomendado.

Quanto às amêndoas, existe uma oferta variada, das mais simples às torradas, recheadas e as cobertas com chocolate. Um pacote de 100 g das tradicionais amêndoas coloridas cobertas com uma capa de açúcar tem cerca de 80 g de açúcar, enquanto que a mesma quantidade de amêndoas as torradas tem um pouco mais de 60 g.

Um pacote com 100 g de amêndoas com capa de açúcar e recheio de chocolate tem cerca de 61 g de açúcar, enquanto as cobertas por chocolate de leite têm 41 g de açúcar, as cobertas com chocolate negro têm 39 g e as cobertas por chocolate branco têm 50 g.

O efeito do excesso no corpo

Dizer que o excesso de açúcar faz mal à saúde não é uma novidade para ninguém. A longo prazo, este consumo pode aumentar o risco de obesidade e do desenvolvimento de diabetes, e a curto prazo também existem problemas associados uma vez que o organismo entra em desequilíbrio. 

No cérebro, o excesso de açúcar altera o sistema de recompensa, uma vez que a glicose propicia uma sensação de bem-estar. Quando este órgão recebe uma dose superior de açúcar, sente necessidade de ter ainda mais, como um vício, quer haja ou não fome. A longo prazo, esta situação pode desencadear problemas de memória, com o desenvolvimento de gordura a aumentar o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC.)

No coração, o consumo exagerado de açúcar promove a formação de placas de gordura nas artérias coronárias que podem formar coágulos e afetar a pressão arterial

Perante um pico de açúcar no sangue, os rins sofrem uma sobrecarga para o eliminar do corpo. A longo prazo, pode haver falência deste órgão. 

A curto prazo, a flora dos intestinos pode ficar desequilibrada, o que dá origem a dores abdominais, diarreia, flatulência e até dificuldade na absorção de vitaminas pelo corpo. 

Quanto mais açúcar o pâncreas recebe, mais insulina liberta, mas há um limite para a função deste órgão. Quando este órgão trabalha em demasia, pode entrar em falência, deixando de captar a glicose e de produzir insulina, o que leva ao desenvolvimento de diabetes. O fígado recebe excesso de açúcar que é transformado em gordura, o que pode resultar numa inflamação, fibrose e até cirrose. 

A pele, maior órgão do corpo, também reage ao excesso de açúcar, ficando mais oleosa, o que pode originar borbulhas indesejadas, dermatite seborreica e descamação facial. Nos dentes, o açúcar é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de cáries. 

Moderação é a palavra-chave para esta questão. Será difícil escapar a um doce ou outro, mas com a informação acima poderá ser mais fácil fazer escolhas e perceber que quantidades pode ingerir. Comer um ovo de chocolate em apenas um dia não é de todo a recomendação, mas parti-lo e deliciar-se com um pedaço ao longo da semana pode ser um bom equilíbrio entre manter a saúde e satisfazer o desejo.

Palavras-chave:

A inovação tecnológica, a par com a Diretiva Europeia dos Serviços Pagamentos (PSD2), tem desempenhado um papel fundamental na transformação do setor financeiro. Durante décadas, o acesso a serviços bancários esteve condicionado por obstáculos como custos elevados, burocracia excessiva e outras exigências que excluíam uma parte significativa da população. No entanto, este é um paradigma que tem vindo a mudar, especialmente devido ao aparecimento das fintech, que têm democratizado o setor, tornando os serviços financeiros cada vez mais acessíveis, simples e transparentes.

A digitalização e a inovação tecnológica permitiram o aparecimento de novos modelos de negócio que estão a romper algumas das principais barreiras da banca tradicional e as fintech estão na vanguarda dessa mudança. A abertura de contas, que no passado exigia deslocações a uma agência e inúmeros documentos, pode agora ser feita em poucos minutos através de um telemóvel ou computador. Serviços como pagamentos, transferências e a gestão financeira do dia a dia são também cada vez mais intuitivos e ao alcance de todos, graças a plataformas mais ágeis e descomplicadas.

No entanto, é fundamental não esquecer a importância da presença física para muitas pessoas que precisam de apoio personalizado, que utilizam dinheiro vivo no seu dia a dia ou que têm mais dificuldade em adotar estas novas soluções.

De uma forma mais ampla, esta evolução beneficia não só os consumidores, como também promove uma maior competitividade no setor financeiro. As instituições bancárias tradicionais, que dominaram por muito tempo o mercado, têm agora de se adaptar a este novo enquadramento, rever o seu posicionamento e proposta de valor e melhorar a sua oferta, combinando o melhor do digital com a presença humana, quando necessário.

Neste sentido, algumas fintechs têm apostado na implementação de modelos híbridos que integram tecnologia com presença física através de parcerias locais, permitindo que o contacto humano não se perca. Este equilíbrio pode ser a chave para o futuro, garantindo que os serviços sejam não só acessíveis, mas também sensíveis às necessidades individuais de cada cliente.

Aliás, a inovação trazida pelas fintech tem sido uma ferramenta crucial na inclusão financeira. Devido a dificuldades económicas, falta de documentação ou até mesmo à ausência de uma rede bancária próxima, muitos cidadãos estavam excluídos de algo tão simples e necessário como uma conta. O novo ecossistema financeiro está rapidamente a alterar esta realidade, permitindo que qualquer pessoa, independentemente da sua situação financeira ou localização geográfica, tenha acesso a uma forma segura e prática de gerir o seu dinheiro no dia a dia.

Para além disso, este novo paradigma reforça a transparência. As fintech têm sido pioneiras na eliminação de estruturas complexas de taxas e preçários, substituindo-as por modelos mais claros, onde os clientes sabem exatamente quanto pagam e porquê. Este nível de transparência aumenta a confiança dos consumidores no sistema financeiro, ao mesmo tempo que os capacita para entenderem melhor a controlar as suas finanças.

É fácil afirmar que o futuro dos serviços financeiros está a ser moldado pelas fintech, que oferecem soluções inovadoras e essenciais para garantir que a democratização do setor não seja apenas uma promessa, mas uma realidade. Enquanto os bancos tradicionais tentam acompanhar esta evolução, as fintech já lideram a transformação, promovendo um sistema mais justo e acessível. Cabe a todos os intervenientes do setor aproveitar esta oportunidade para construir um setor verdadeiramente inclusivo, transparente e inovador.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.


Há uma cerimónia na Igreja Católica que começa com luz e termina na escuridão. Chama-se “Ofício de Trevas” e celebra-se nas noites que antecedem a Páscoa. Ao longo da liturgia, salmo a salmo, vela a vela, as luzes vão-se apagando. Até ficar só uma, que se esconde, perto do fim do ritual. Essa vela é Jesus — deixa de se ver, mas continua aceso. No fim, não há música, nem voz, nem claridade. Há o strepitus: um estrondo, um trovão litúrgico que sinaliza o tremor que se sentiu quando Jesus morreu. Então, no silêncio, as pessoas abandonam a Igreja.

Depois de assistir a isto, no caminho de volta, vinha de alma calada. Mas, entretanto, lembrei-me de mim. De um concerto meu. Filmado, que passou, recentemente, no segundo canal. Uma transmissão que resolvi não ver. Ninguém me impediu. Não houve catástrofe, falta de electricidade, nem sequer um convite irrecusável. A culpa não foi do realizador, nem do concerto. Não vi porque não suporto ver-me com tanta nitidez.

Explico. Não é vaidade, nem afectação. É vertigem. Aquelas lentes HD com ambição de Raio-X filmam tudo, vêm tudo. Até o que não existe. Sobretudo o que não existe. A gota de transpiração. O poro. A dúvida. Aquilo que é demasiado transparente começa a mentir. O meu nariz? O sobrolho tenso? A falta de cabelo no alto da cabeça?

Tudo isso é suportável. Mas quando se acendem os faróis digitais, a imagem dissolve-se num excesso de clareza que me provoca dores de cabeça.

Isto partiu de um instinto e com o tempo fui-me apercebendo de razões mais fundas que deram corpo a essa intuição. Durante anos, filmei com câmaras velhas. Super 8, Hi8, o que houvesse. Achava bonito, claro. Mas mais do que bonito, era suportável. Havia ali misericórdia. Tal como os corpos precisam de roupa, o mundo precisa de um véu. Um certo fumo, um certo nevoeiro. As coisas, cobertas de grão e neblina, seriam mais humanas, e assim, mais próximas de Deus — o supremo verdadeiro, o supremo encoberto.

Aquela névoa dos VHS, o papel gasto dos livros usados ou até os filtros dos iPhones — tudo isso ajuda. É como com o vinil. Estão a ver aquele clássico de sala de estar: “Com o vinil é outro som”? É mesmo. Pior que o do CD ou do streaming (quem não sabe, aproveita e fica a saber). Mas todos o amam. Porque o que se ouve não é bem música: é memória. E o ruído não é bem defeito: é inocência; e é verdade.

Mas há uma relação difícil com a distorção. Quando alguém diz o que diz sobre o som do vinil, é porque está convencido que o som é mais nítido. Quem quiser, que acredite: que só vendo tudo se conhece a alma das coisas, só ouvindo tudo se chega ao cerne da experiência estética. Mentira. São essas ideias que matam o mistério — e com ele, o acesso ao desconhecido.

Talvez quando a nitidez nos tiver entalado a vergonha, alguém volte a filmar com uma câmara analógica, e a fita volte a crepitar. Nesse dia, meus amigos, poderemos olhar uns para os outros sem vomitar.

Até lá, resta-nos Sexta-feira Santa — o dia de hoje. Todas as imagens e crucifixos das Igrejas estão velados com panos roxos ou pretos. Marca-se o silêncio, o luto, a ausência, a suspensão de tudo o que é visível. É talvez o único dia do ano em que se afirma a verdade cobrindo-a. Esse gesto é uma das mais poderosas negações visuais da modernidade: diz que o essencial não se mostra. Que é preciso esperar, sofrer e calar, para conseguir ver alguma coisa. É o dia mais real do ano. O único em que a verdade se esconde. Como Deus.


Manuel Fúria é músico e vive em Lisboa.
Manuel Barbosa de Matos é o seu verdadeiro nome.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

1. Cabrito assado no forno, por Marco Gomes

Receita do chefe de cozinha do restaurante Oficina, no Porto

Ingredientes (6 pessoas)

Foto: DR
  • 1 cabrito transmontano pequeno
  • 8 dentes de alho
  • 2 folhas de louro
  • 400 ml azeite
  • 100 ml banha
  • 1 kg batatas
  • 1 cebola
  • 300 ml vinho branco
  • 1 colher de sopa de colorau
  • 1 limão
  • Rosmaninho
  • Sal

Preparação

  • Separar as fressuras do cabrito, limpar algumas gorduras que possa ter e retirar o bedum das pernas (bola de sebo que é obrigatório eliminar da parte interior da perna). Em seguida, cortar o cabrito em pedaços. Colocar numa bacia água e o limão às rodelas, lavar bem o cabrito.
  • Para a marinada: Juntar o azeite, a banha, o vinho branco, o colorau, o louro, o rosmaninho, o alho picado e o sal. Amassar tudo muito bem. Envolver o cabrito na marinada e deixar ficar a marinar de um dia para o outro.
  • Descascar, lavar e cortas as batatas.
  • Numa assadeira colocar a cebola às rodelas, em seguida o cabrito e as batatas em volta, por fim regar tudo com a restante marinada. Levar ao forno previamente aquecido. 

Nota: Quando o cabrito começar a ficar corado, virar com a ajuda de um garfo e mexer as batatas. Continuar a assar até ficar novamente corado.  

2. Presa de porco preto com migas de espargos e molho de pimentos, por Miguel Laffan

Receita do chefe de cozinha do restaurante Palma, do Torre de Palma Wine Hotel, em Monforte

Foto: DR

Ingredientes (para 4 pessoas)

  • 800 gr presa de porco

Marinada

  • 250 gr massa de pimentão
  • 20 gr sal
  • 100 gr alecrim
  • 100 gr tomilho

Molho de Pimentos

  • 200 gr pimento vermelho
  • 40 ml vinagre mirin
  • 40 ml molho soja
  • 15 gr pasta miso

Acompanhamento

  • 500 gr pão alentejano
  • 100 gr chalota
  • 200 gr espargos
  • 10 gr coentros
  • 10 ml azeite

Preparação:

  • Começar por arranjar a presa de porco retirando algum excesso de gordura. Temperar com sal e massa de pimentão deixando marinar durante 24 horas preferencialmente. Levar ao forno a assar a 160ºC durante 25 minutos numa cama de alecrim e tomilho aromatizando a carne.
  • Enquanto a presa cozinha fazemos o nosso molho e acompanhamento.
  • Para o molho, tritura-se os pimentos juntamente com o mirin, o molho de soja e a pasta miso. Retifica-se de sal e leva-se a ferver. Passa-se o molho por um peneiro depois de fervido e se necessário engrossa-se com um pouco de farinha de milho. Reserva-se.
  • Para a miga, picam-se as chalotas e deixa-se alourar em azeite. Juntar de seguida os espargos, o pão alentejano previamente triturado. Adiciona-se um pouco de caldo de legumes, ou um pouco de água. Deixa-se cozinhar o pão e retifica-se o sal. Por fim, adicionam-se os coentros. Numa frigideira anti-aderente coloca-se um fio de azeite e enrola-se a miga.
  • Retira-se a presa do forno e corta-se em quatro peças. Serve-se com a miga de espargos e com o molho de pimentos.

3. Arroz de Pato, por Luísa Villar

Receita do livro MesaLuisa – Receitas e Mulheres de Todos os Tempos, de Luísa Villar, editado pela Casa de Letras

Foto: DR

Ingredientes

  • 1 pato inteiro
  • 1 cebola
  • 2 cenouras
  • 1 ramo de salsa, picado
  • 400 g de arroz vaporizado
  • ½ chouriço, às rodelas
  • 4 fatias de bacon
  • Azeite q.b.
  • Sal e pimenta q.b.

Preparação

  • Descascam-se e picam-se as cenouras e a cebola e põem-se num tacho a refogar em azeite até alourar.
  • Corta-se o pato em pedaços.
  • Quando o refogado estiver dourado-escuro (tem de se ter paciência porque demora um pouco) põe-se lá dentro o pato cortado, e deixa-se alourar bem. Baixa-se o lume, adiciona-se um pouco de água, deixa-se estufar pelo menos meia hora. Vai-se controlando o pato.
  • Retira-se o pato do tacho e limpa-se de ossos e peles, reservando-os numa tigela e o pato noutra.
  • Os ossos e as peles voltam depois para o tacho, acrescenta-se mais água e deixa-se ferver uns 10 minutos.
  • Entretanto, desfia-se o pato.
  • Passa-se a água onde ferveram os ossos pelo passador e volta para o tacho.
  • Neste momento, mede-se a água, que deve ser o dobro da quantidade do arroz.
  • Se houver tempo, deixa-se arrefecer um pouco para se tirar a gordura que fica ao de cima.
  • Quando a água voltar a ferver, adiciona-se o arroz.
  • Quando o arroz está cozido, põe-se num prato de ir ao forno camadas de arroz e de pato e enfeita-se com rodelas de chouriço e pedaços de bacon.
  • Vai ao forno 5 minutos, só para tostar o chouriço e o bacon.

4. Bola de queijo Ilha de São Miguel, por Diogo Rocha

Receita do livro Queijaria do Chef – Guia de Queijos Portugueses, do chefe de cozinha Diogo Rocha, editado pela Casa das Letras

Foto: Mário Ambrózio

Ingredientes

Para a massa

  • 500 g de farinha T65
  • 25 g fermento de padeiro
  • 75 g manteiga
  • 3 ovos
  • 10 g açúcar
  • 5 g sal
  • 12 ml azeite

Para o recheio:

  • 300 g queijo Ilha de São Miguel
  • Poejo q.b.

Preparação

  • Coloque a farinha na bancada e abra uma cavidade ao centro. Adicione todos os ingredientes na cova e amasse bem até começar a formar uma massa homogénea. Divida-a em três porções e deixe-as repousar por 15 minutos no frio.
  • Estique a massa com um rolo, polvilhando a bancada com farinha.
  • Forre um tabuleiro com papel vegetal e disponha uma das porções de massa.
  • Espalhe metade do queijo e coloque outra camada de massa por cima. Disponha o poejo e o restante queijo.
  • Finalize com a última porção de massa e deixe levedar por 30 minutos com um pano húmido por cima.
  • Entretanto, pré-aqueça o forno a 180 °C. Leve a bola ao forno pincelada com ovo por cerca de 45 minutos.

5. Pão-de-ló, por Vítor Adão

Receita do chefe dos restaurantes Plano e Planto, em Lisboa

Ingredientes (2 pessoas)

  • 140 g de açúcar
  • 3 ovos
  • 8 gemas
  • 80 g de farinha
  • 3 g de fermento
  • 10 g de queijo de ovelha curado serra da Estrela

Preparação

  • Bater os ovos, as gemas e o açúcar durante cerca de 20 minutos, até obter um creme branco. Peneirar a farinha e o fermento e envolver tudo.
  • Levar a cozer no forno numa forma com papel vegetal untada com manteiga durante dez minutos a 200º C.
  • Retirar do forno e, antes de servir, ralar o queijo por cima.

Preparação

  • Coloque a farinha na bancada e abra uma cavidade ao centro. Adicione todos os ingredientes na cova e amasse bem até começar a formar uma massa homogénea. Divida-a em três porções e deixe-as repousar por 15 minutos no frio.
  • Estique a massa com um rolo, polvilhando a bancada com farinha.
  • Forre um tabuleiro com papel vegetal e disponha uma das porções de massa.
  • Espalhe metade do queijo e coloque outra camada de massa por cima. Disponha o poejo e o restante queijo.
  • Finalize com a última porção de massa e deixe levedar por 30 minutos com um pano húmido por cima.
  • Entretanto, pré-aqueça o forno a 180 °C. Leve a bola ao forno pincelada com ovo por cerca de 45 minutos.

6. Arroz-doce de cesto, por Henrique Sá Pessoa

Receita do livro ComTradição, de Henrique Sá Pessoa, editado pela Casa das Letras

Foto: DR

Ingredientes (para 4 pessoas)

  • 130 g de arroz carolino
  • 700 ml de leite meio-gordo
  • 300 ml de natas
  • 4 gemas
  • 120 g de açúcar
  • Sal q.b.
  • 1 raspa de limão
  • 3 sementes cardamomo
  • 2 paus de canela
  • Canela moída q.b.

Preparação

  • Aquecer o leite com a nata, num tacho de fundo grosso, juntamente com o cardamomo, a canela e, por último, a raspa de limão.
  • Juntar o arroz ainda com o líquido frio, com algumas pedras de sal, e deixar cozinhar lentamente durante 10 minutos, sempre a mexer, de modo a não pegar. Quando levantar fervura, baixar para lume brando. Quando o arroz estiver cozido, retirar os elementos sólidos do preparado, já com o lume desligado.
  • Misturar o açúcar com as gemas. Juntar um pouco do arroz à gemada e, posteriormente, adicionar ao arroz e mexer durante 2 minutos com o lume no mínimo.
  • Deixar arrefecer completamente e servir polvilhado com canela moída.

“O que nos falta é o que chamaria de ‘espanto político’. Aqui, as coisas espantosas deixaram de espantar”. O aqui é o Brasil e o agora o ano de 1967. Mas as coisas mais extraordinárias que são escritas não têm tempo nem lugar. E é, por isso, que ao tropeçar nesta frase de Nelson Rodrigues, ela me parece respirar ao meu lado, acabada de escrever, ainda secando a tinta. O que nos falta é “espanto político”. Diria que nos falta espanto, espanto em geral, espanto do que nos faz parar diante de uma pedra, do que nos paralisa de admiração perante o azul do céu. Mas não é disso que trata esta crónica. E o que aqui vai mesmo bem é esta falta de “espanto político”.

O “espanto político” é o contrário da indignação. A indignação é um chão onde não cresce nada. Uma cinza de ódio queimado. O “espanto político” é o que nos faz olhar para as coisas, olhar e ver e perceber que há ali alguma coisa a fazer. E fazê-la.

A primavera está fria e molhada. Enquanto me aproximo do centro comercial, enrolada na écharpe, segurando com força o chapéu de chuva barato que ameaça quebrar-se, começo a ouvir a música que sai muito alta de uma pequena coluna, escondida atrás da fila das bicicletas das entregas da Uber. “Agora não, que me dói a barriga/ Agora não, dizem que vai chover/ Agora não, que joga o Benfica/ E eu tenho mais que fazer”, canta a Ana Bacalhau.

Eles são poucos, menos de dez, com bandeiras e panfletos. Mas não lhes dói a barriga nem se assustam porque está a chover. E está a chover. São trabalhadores do comércio que distribuem panfletos, contando como o Auchan lhes mudou as folgas para coincidir com o encerramento da loja no domingo de Páscoa e, assim, lhes subtraiu um dia de descanso, para acrescentar uns euros ao seu lucro.

O facto de ali estarem é já uma homenagem ao “espanto político”. E alguma coisa me anima, num mundo que vai aumentando as doses do grotesco até à saturação da indignação e daí à indiferença.

Chego a casa e um áudio num WhatsApp conta-me como estão encurraladas milhares de pessoas em Rafah, Gaza, atacadas, no sítio para onde fugiram. “Uma guerra de extermínio”, diz a Aljazeera, que cita a UNICEF para lembrar que desde 2 de março que não entra qualquer ajuda humanitária num território onde se estima estar um milhão de crianças em sofrimento extremo.  A que espanto nos devia levar esta informação?

Abro o Instagram. Um grupo de mulheres esbeltas, em fatos brilhantes azuis colados ao corpo, posa ao lado de um milionário careca de meia-idade que lhes financiou uma ida de muitos milhões e poucos minutos ao espaço. Acabadas de aterrar, beijam o chão e dizem frases desconchavadas de terceira categoria sobre como todos podemos atingir os nossos sonhos ou sobre como aquela subida aos céus foi intensa e emocional.

E talvez isto espante alguns, mas não sei se o suficiente para perceber a que ponto o careca milionário não gastou todos os milhões que a ida aos céus lhe custou, mas antes os investiu na nossa doutrinação. Para que não restem dúvidas de que o dinheiro tudo compra e de que até um careca de meia-idade se torna um Deus, com o número certo de zeros nas contas.

Mas mais importante do que isso: com esta pequena jogada, ele atordoa-nos e afasta-nos de qualquer possibilidade “espanto político”. As atoardas bacocas das mulheres vindas do espaço são a forma que estes todo-poderosos encontraram para nos dominar: acreditem, que todos conseguem, é só a dose certa de esforço.

E o esforço tem de ser celebrado como se fosse divino, mas só o esforço que rende milhões e nunca o suor dos que trabalham, dos que se levantam de madrugada e andam de transportes, dos que passam o dia sentados no escritório ou a ganhar varizes de pé atrás do balcão da loja. Quem alcança todo esse sucesso não merece ser castigado com impostos ou obrigações para com os outros milhões de falhados que não conseguem lá chegar.

Paralisados pelas ideias da autoajuda, limitados pela crença de que só as nossas crenças nos limitam, anestesiados pela indignação amorfa das redes sociais, incapazes de interrogação e “espanto político”, deixamo-nos domar. Estamos domesticados e incapazes de reivindicar. Estamos domesticados e incapazes de imaginar. Porque só “espanto político” nos pode fazer ver o mundo como ele é e ser capazes de exigir que ele seja como imaginamos que devia ser.

A perda de uma relação amorosa, para alguns, é uma verdadeira experiência traumática. Apesar do estigma social que desvaloriza o sofrimento desta perda e contribui para silenciar a dor, este pode ser o processo de luto mais doloroso do ciclo da vida de uma determinada pessoa. Neste sentido, a psicologia tem vindo a comparar a perda de uma relação com o processo de luto por morte real de uma pessoa próxima, dadas as semelhanças nas reações emocionais.

Em primeiro, o anseio e o desejo de recuperar a pessoa perdida. Não é só na morte que gostaríamos de ter a pessoa perdida de volta. Enquanto seres humanos, tendemos a permanecer onde e com quem já conhece­mos, mesmo que estejamos numa relação tóxica. É como se nascêssemos com uma necessidade de perma­necer com tudo o que é familiar, conhecido, dado que a estabilidade e a segu­rança são tão importantes para o nosso bem-estar (e é também por isso que temos medo do desconhecido). Como consequência desta necessidade, uma separação emocional tende a ser dolorosa e a ativar o anseio pelo outro, ou seja, a vontade ou o de­sejo de recuperar a pessoa perdida e retomar o relacionamento.

Em segundo, a solidão. Não é apenas uma morte que nos faz sentir sozinhos ou abandonados. Um dos elementos que mais se aprecia numa relação é sentir que temos um “porto seguro” na pessoa ao nosso lado. Mesmo em situa­ções em que o relacionamento já envolve fragilidades e distancia­mento emocional, o ser humano gosta de sentir que não está só, que beneficia da companhia do outro. A sensação de estar sozinho numa casa anteriormente partilhada e a impossibilidade de desa­bafar e receber colo emocional do parceiro no final de um dia de trabalho são elementos que podem ativar sentimentos de solidão e o medo de ficar sozinho para sempre.

Em terceiro, a raiva. Aquando de uma morte, somos invadidos pela tristeza, impotência, injustiça e a mencionada raiva. O mesmo se aplica ao término de um relacionamento, em que esta emoção tende a ser alimentada pela sensação de que o outro nos acusa ou responsabiliza pelo fim da relação. Esta também pode existir no que diz respeito a nós próprios, por sen­tirmos que negligenciámos o relacionamento ou por termos con­cluído que ficámos demasiado tempo numa relação infeliz. Por acréscimo, a raiva pode ainda ser desencadeada pelo medo de começar do zero e/ou pelo medo de ficar sozinho.

Em quarto, a desesperança, ou seja, a tendência para ver o futuro sem esperança, de forma totalmente negativa e associada a uma postura de impotência relativamente ao que está por vir. Como se fosse impossível virar a página e seguir em frente. Quando nos confrontamos com a morte de alguém, ouvimos pessoas dizer que a vida deixou de fazer sentido. O mesmo se aplica ao término de um amor (o qual seria para a vida toda).

Para explorar mais profundamente as fases do luto após o fim de uma relação e os comportamentos que podem ajudar a reconstruir o equilíbrio emocional, convido à leitura do meu livro Virar a Página: Como lidar com o fim de uma relação – pensado para apoiar quem atravessa este processo de forma construtiva e consciente.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

“Quem ganha em Braga, ganha o País”, diz à VISÃO um socialista bracarense, olhando para o histórico de resultados nas legislativas, para concluir que o distrito minhoto está sempre alinhado com o sentimento da maioria nacional. Do lado de lá da barricada política, Paulo Cunha, o eurodeputado do PSD que foi líder do seu partido em Braga, diz que isso se pode dever à diversidade da região. “É um distrito que tem uma zona fortemente urbana, mas também tem zonas rurais, tem litoral e tem interior, tem concelhos com 6 mil habitantes e com mais de 200 mil.” Há um ano, só dois dos 14 concelhos bracarenses não ficaram pintados de laranja. A AD quer repetir o feito, mas os socialistas estão mais animados do que em 2024.

AD mais forte a norte

Braga tem cabeças de cartaz fortes a ir a votos. Hugo Soares vai novamente pela AD e joga em casa. “Hugo Soares é um protagonista nacional, mas é um cidadão de Braga”, diz Paulo Cunha, que vê “o distrito muito comprometido” com uma lista que “foi constituída de forma muito consensual” e que tem “pessoas com um percurso muito associado ao distrito”. A campanha ainda mal arrancou, mas o social-democrata já nota uma “fortíssima adesão”.

Em Braga, Francisco Louçã tem dado nas vistas nas redes sociais, onde usa linguagem da Geração Z e se associa a influencers jovens

No PS, a constituição da lista foi mais atribulada: a estrutura local chumbou-a e José Luís Carneiro só ficou fechado como cabeça de lista depois de ter recusado o convite de Pedro Nuno Santos para ir por Coimbra. Carneiro volta, assim, a ser candidato por Braga e já anda pelo terreno, onde os socialistas têm notado “incompreensão com o facto de haver eleições outra vez” e comentários sobre as relações entre Hugo Soares e João Rodrigues, o candidato social-democrata à Câmara de Braga e filho do dono da gasolineira responsável por grande parte da faturação da Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro.

Regresso à estrada Esta imagem de 2024 está prestes a repetir-se, mal Pedro Nuno Santos acabe a “época dos debates televisivos” LUSA

Com parte da história da Spinumviva a passar por Braga, Paulo Cunha diz, contudo, que os casos de Montenegro não parecem estar a ser uma pedra no sapato da campanha bracarense da AD. “Quando é tema é no sentido de as pessoas se interrogarem se o primeiro-ministro não poder ter uma vida profissional. Não está a ser perturbador da campanha. Pelo contrário”, assevera o social-democrata.

Apesar disso, entre os socialistas acredita-se que a AD já sofre de “desgaste”, não só pelos casos que envolvem Montenegro mas porque a governação deixou vários problemas por resolver. “Sente-se uma adesão dos jovens”, diz uma fonte do PS local, que vê os socialistas do distrito “muito mobilizados” para estas eleições.

Além de Hugo Soares e José Luís Carneiro, há outro protagonista que dá nas vistas em Braga: Francisco Louçã, a aposta do BE para tentar voltar a eleger pelo distrito e que tem dado nas vistas sobretudo nas redes sociais, onde usa a linguagem dos Gen Z (a geração dos nascidos entre 1990 e 2010) e se associa a influencers jovens. Não será, contudo, fácil eleger Louçã. Nas últimas eleições, os bloquistas tiveram 3,84%, muito abaixo dos 6,10% que deram o quarto lugar à IL e fizeram eleger Rui Rocha, o líder liberal que é bracarense de gema e volta a ser cabeça de lista pelo distrito. Muito melhor resultado teve o Chega, que elegeu quatro deputados, com 16,86%, e que este ano volta a ter Filipe Melo a encabeçar a lista.

Em Aveiro, reside uma das maiores curiosidades destas eleições: os cabeças de lista da AD e do PS são os respetivos líderes máximos, ambos naturais do distrito. Quem ganhará?

Uns quilómetros ao lado, em Vila Real, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, é uma paraquedista que aterrou com estrondo. “Toda a gente acha muito estranho como enviaram para cá a pior ministra do governo”, comenta Rui Santos, o cabeça de lista do PS a quem não falta currículo local: foi até agora presidente da Câmara de Vila Real, deputado pelo distrito – votando desalinhado do PS quando o tema eram as SCUT – e esteve num movimento pelo Interior a defender o túnel do Marão.

Já Ana Paula Martins tem sido alvo de piadas nas redes sociais por não conseguir dizer “vila-realenses” e por se referir aos “durienses” esquecendo os “transmontanos”. Mais: Vila Real é a terra de Pedro Passos Coelho (onde Passos e o pai foram presidentes da Assembleia Municipal) e não falta quem no PS note desconforto entre as hostes passistas locais com os casos que envolvem Luís Montenegro.

Apesar disso, a matemática eleitoral tem tudo para ser mais favorável à AD do que ao PS. Historicamente, o PSD tem mais 10 a 20 pontos em Vila Real do que no resto do País e os socialistas só conseguiram ganhar o distrito duas vezes: quando tiveram maioria absoluta. E isso explica o otimismo do PSD local, onde se acredita ser possível eleger três deputados, roubando um ao Chega. “A indicação da ministra da Saúde pode traduzir-se num reforço positivo na concretização da Faculdade de Medicina para Vila Real, há muito reclamada”, diz um social-democrata de Vila Real.

Seguindo viagem para o Porto, as contas complicam-se no duelo entre AD e PS. Os sociais-democratas ganharam por pouco no distrito. Tiveram 30,42% contra os 30,33% do PS que, por umas décimas ficaram com 13 deputados contra os 14 da AD. Esse histórico fez Pedro Nuno apostar forte no Porto e escolher Fernando Araújo como cabeça de lista. Araújo tem no currículo uma reestruturação das urgências a norte que só lhe valeu elogios, é visto como muito competente e como um possível ministro da Saúde – um dos calcanhares de Aquiles da governação da AD –, caso Pedro Nuno Santos ganhe as eleições.

Paulo Rangel, o cabeça de lista pelo Porto, também é uma figura forte do Porto e um peso-pesado político no Governo, onde foi o número dois de Luís Montenegro. No PSD Porto, há, porém, quem desvalorize a importância de quem encabeça as listas. “As pessoas do distrito votam nos candidatos a primeiro-ministro”, diz um social-democrata, que está mais confiante na vitória da AD no concelho do Porto do que no distrito. No PSD local, admite-se que os casos que envolvem Montenegro possam trazer desgaste, mas há a expectativa de que as benesses dadas a alguns setores da administração pública possam compensar isso. “Diria que se vão repetir mais ou menos os resultados de há um ano”, diz um social-democrata portuense, apostando num quase empate, com ligeira vantagem para a AD.

Os duelos ao centro

Se os portugueses votam mais nos candidatos a primeiro-ministro do que nos cabeças de lista, Aveiro é precisamente onde se dá o duelo entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos. Jogam os dois em casa. Montenegro é de Espinho e Pedro Nuno de São João da Madeira. Talvez tenha sido por isso que São João da Madeira é uma das três manchas rosa no mapa das últimas legislativas, a par de Ovar e da Mealhada. Tirando esses concelhos, o distrito é um mar de laranja.

E talvez essa seja uma das razões que fez Luís Montenegro desta vez não ir por Lisboa – como aconteceu no ano passado e como é mais habitual no caso dos candidatos a primeiro-ministro – e apresentar-se a votos no distrito onde cresceu e trabalhou.

Portugal a votos Influentes locais, paraquedistas de fora ou pesos-pesados dos partidos: o folclore eleitoral arranca nos distritos

Os resultados de há um ano deram sete deputados à AD, cinco ao PS, três ao Chega e um à IL. Aveiro é um dos distritos onde o BE deixou de eleger e para os quais convocou os seus históricos. Neste caso, cabe a Luís Fazenda a difícil missão de fazer com que os bloquistas voltem a ser representados.

O distrito ao lado, Viseu, é outra mancha laranja. Mesmo que os dirigentes locais do PS digam que “a coisa está a animar” e que “os casos em torno do primeiro-ministro estão a fazer estrago”, Viseu já não é o cavaquistão (o PS tem 11 das 24 câmaras do distrito, o PSD tem 12 e há uma independente), mas é uma região que vota muito à direita.

Há um ano, a AD teve 36,36% (contra os 27,45% do PS), o Chega teve 19,45%, o ADN chegou aos 3,13% (não se sabe se por confusão com a sigla ou convicção no voto) e a IL alcançou os 2,81%. No PS, acredita-se que o cenário que deu dois deputados ao Chega “não é repetível” e que é possível empatar a AD, sendo que a vitória socialista só aconteceu no distrito aquando das maiorias absolutas de José Sócrates e de António Costa.

Os cabeças de lista, acredita-se, não serão aqui muito determinantes. Tanto António Leitão Amaro como Elza Pais têm ligações à região, mas ninguém vê nos dois uma capacidade mobilizadora que ultrapasse a dos próprios partidos.

O cenário é muito diferente em Coimbra, onde os socialistas têm pergaminhos e há um ano elegeram quatro deputados, contra os três da AD. Só à terceira Pedro Nuno Santos conseguiu cabeça de lista para este círculo. Depois das negas de José Luís Carneiro e Maria Manuel Leitão Marques, foi Pedro Delgado Alves que avançou. Delgado Alves tem avós maternos e paternos na região, mas nem sequer estudou na cidade. Tem pela frente Rita Alarcão Júdice que, mais do que ser ministra da Justiça, é conhecida por ser filha de uma das figuras mais famosas de Coimbra, José Miguel Júdice, dono da histórica Quinta das Lágrimas.

MINISTROS EM CAMPANHA

Luís Montenegro transformou o Conselho de Ministros numa caravana de campanha. De fora das listas de candidatos só ficaram as ministras da Administração Interna, Margarida Blasco, do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, e da Cultura, Dalila Rodrigues. Todos os outros estão como cabeças de lista

Se tudo acontecer como habitual, a expectativa é que o PS fique acima da média nacional. Mas o PSD tem hipóteses de eleger mais um, se a abstenção penalizar o Chega, que nas últimas eleições elegeu dois deputados. De resto, há um ano, o último eleito pelo distrito foi para o partido de André Ventura por poucas centenas de votos, pelo que isso torna tudo mais renhido.

E os casos que envolvem Luís Montenegro estão a fazer estrago em Coimbra? “Acrescentam desgaste, mas não sei a que ponto serão penalizadores na eleição. As pessoas estão preocupadas é com as suas vidas”, comenta um dirigente do PS local.

Quando se começa a descer no mapa, o laranja quase desaparece. A grande exceção é Leiria, onde o duelo se dá entre a ministra da Juventude Margarida Balseiro Lopes e o socialista Eurico Brilhante Dias e onde a IL tem a expectativa de eleger um deputado, roubando-o à AD, e os socialistas tentam passar dos três para os quatro eleitos, o que deixaria a coligação de Montenegro com quatro também.

Mais difícil parece ser a possibilidade de eleger a aposta do BE para estas eleições em Leiria, onde é cabeça de lista Fernando Rosas. Há um ano, o Bloco teve 4,29%, abaixo dos 5,65% da IL, apesar de bem acima dos 2,63% do Livre e dos 2,41% da CDU (que continua a ser forte no concelho da Marinha Grande, onde teve 7,80% dos votos).

O interior em cores de rosa

Em Castelo Branco, a aposta de Luís Montenegro no ministro Pedro Reis não parece capaz de fazer tremer a supremacia socialista. “Não vai mudar muito em relação há um ano”, admite um dirigente do PSD em Castelo Branco, notando que as pessoas não reconhecem Pedro Reis nas ruas, mas nas empresas o ministro da Economia é muito popular. “Tem uma visão desempoeirada. É simples, acessível. Foi uma bela surpresa”, diz a mesma fonte, numa altura em que Pedro Reis ainda pouca campanha conseguiu fazer no distrito.

Se em 2024, o PS elegeu dois deputados, a AD um e o Chega outro, a expectativa entre os sociais-democratas é que a abstenção irá aumentar, penalizando o partido de Ventura. Resta saber se o suficiente para fazer voltar esse eleito para a bancada laranja, equilibrando o resultado.

Debate morno Esta segunda-feira, na RTP, Luís Montenegro e Rui Rocha exibiram alguma cumplicidade. Acordo pós-eleitoral à vista?

Debates geram menos interesse

Há muitos indecisos e a ameaça de um empate entre AD e PS, mas nesta primeira semana foram menos os que viram os frente a frente do que em 2024

Com as sondagens a dar sinais de um empate técnico entre AD e PS, mesmo que umas mostrem Luís Montenegro à frente e outras Pedro Nuno Santos, e com um enorme número de indecisos em todos os estudos de opinião, os debates são apontados por muitos como decisivos. Mas as audiências da primeira semana destes frente a frente televisivos revelam que o interesse dos portugueses caiu face a 2024.

Segundo dados da Universal McCann (UM), agência de meios do grupo Mediabrands, no ano passado a audiência média da primeira semana de debates foi de 789 mil telespectadores. Este ano, esse valor caiu para os 688 mil telespectadores. A queda é ainda mais acentuada se se tiver em conta apenas os confrontos emitidos pelos canais informativos. Em 2024, estes debates foram vistos em média por 145 mil telespectadores. Em 2025, por apenas 90 mil.

Com 13 dos 30 frente a frente já realizados, o mais visto foi o que juntou Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua, na SIC. Teve uma audiência total de um milhão e 388 mil telespectadores. O confronto entre Luís Montenegro e Paulo Raimundo, na TVI, foi o segundo mais visto, com um milhão e 202 mil telespectadores. Isto, no que toca às emissões em sinal aberto.

No campeonato dos debates emitidos apenas nos canais informativos, o mais visto nesta primeira semana foi o que juntou o presidente do Chega, André Ventura, com o porta-voz do Livre, Rui Tavares. Chegou a 268 mil telespetadores, na RTP3.

Nesta primeira semana, a Defesa, a Habitação e a Saúde foram os temas mais debatidos entre os partidos. Luís Montenegro, que recusou debater com o BE, o Livre e o PAN, compareceu perante um Paulo Raimundo, que surpreendeu pela desenvoltura e capacidade de resposta, não só face a Montenegro mas também frente a Rui Rocha.

Foi precisamente com Rui Rocha que tanto Luís Montenegro como Pedro Nuno Santos tiveram as suas melhores prestações, com o líder da IL a ter dificuldades em defender as suas próprias propostas, nomeadamente no que toca às explicações sobre onde quer cortar para suportar a descida fiscal que advoga ou em que medida o sistema de Segurança Social parcialmente privada que propõe consegue proteger quem desconta ou como funcionaria o seguro público de saúde obrigatório que acabaria com o SNS, tal como existe.

Igual a si próprio, André Ventura tem usado todos os debates para trazer os temas da corrupção, da imigração e da insegurança para a campanha, mas quase não tem falado das soluções que tem para temas como a Habitação e a Saúde.

Logo abaixo, em Portalegre, outro ministro começa a conhecer o terreno, mas Castro Almeida não faz tremer os socialistas. “Portalegre elege dois e um é PS. Está estabilizado”, resume um dirigente do PS local, que acha, contudo, que a AD pode vir a ficar com o deputado que há um ano foi para o Chega, depois da saída das listas de Henrique Freitas e com um previsível aumento da abstenção. “O PSD só precisa de roubar 350 votos ao Chega para ser eleito”, prevê.

Natural de São João da Madeira, Castro Almeida já se fez à estrada para os primeiros contactos no terreno. “É o único distrito onde o PSD não tem nenhum deputado eleito. Fui para lá justamente com o objetivo de quebrar essa falha”, afirma à VISÃO, garantindo que nunca entrou numa campanha para perder. “Nunca perdi. Quando fui candidato a São João da Madeira, o PSD era o terceiro e eu tive maioria absoluta.” O argumentário já está preparado: vai explicar as vantagens de ter na bancada que suporta o Governo (isto a acreditar na repetição da vitória da AD) um eleito por Portalegre. “Estou muito esperançado. Do que pude ver, há um sentimento de esperança.”

Lisboa e Setúbal: todos à procura de votos

Na metade de baixo do mapa, o rosa que pinta o distrito de Lisboa é enganador. O PS ganhou há um ano, mas por pouco. Os socialistas tiveram 27,73% e elegeram 15 deputados, a AD só elegeu 14, mas teve 27,04%. É uma diferença de apenas 9140 votos. Muito pouco, mas nas ruas do distrito a campanha ainda não está propriamente no terreno. Joaquim Miranda Sarmento, o cabeça de lista pela AD, tem ainda muito do seu tempo ocupado pelas funções de ministro das Finanças, e Mariana Vieira da Silva, que encabeça a lista socialista, também ainda não teve grandes ações de campanha.

Se, um pouco por todo o País, são os cabeças de lista nacionais que mais pesam, em Lisboa isso é ainda mais verdade. E, no caso de vários dos partidos, são mesmo os líderes os cabeças de cartaz. No Chega é André Ventura o cabeça de lista, no Livre é Rui Tavares, no BE é Mariana Mortágua, na CDU é Paulo Raimundo e no PAN é Inês Sousa Real. Para as mais pequenas destas forças políticas, Lisboa é mesmo um distrito essencial. Há um ano, foi aqui que Livre e CDU elegeram metade das suas bancadas, ou seja, dois de quatro deputados. O BE conseguiu em Lisboa dois dos seus cinco eleitos e o PAN teve aqui a sua única eleita.

Vamos lá outra vez Um ano depois, o candidato a primeiro–ministro da AD já será julgado por exercício do cargo LUSA

Mais abaixo, Setúbal continua pintado de rosa, mas deixou de ser um bastião da esquerda. O PS ganhou com larga vantagem em 2024 e elegeu sete deputados, contra os quatro da AD, mas o segundo lugar ficou para o Chega com 20,31% e quatro deputados.

O Algarve, círculo eleitoral onde o BE já chegou a obter cerca de 16% dos votos, deu a única vitória distrital ao Chega. Uma região onde o voto de protestoé dos mais fortes

No PSD local, há quem admita que os casos em torno de Montenegro fazem “algum” estrago e que o Chega continua muito forte no distrito. Isso, associado a uma eventual subida da IL – que há um ano chegou a 5,36% ‒ pode fazer a bancada laranja perder um eleito. “O PS ganha com boa vantagem. A AD fica em terceiro”, vaticina um dirigente socialista.

Teresa Morais volta a ser cabeça de lista da AD por Setúbal e tem pela frente António Mendonça Mendes, um dos homens-fortes da máquina socialista local, e forte candidato a repetir a vitória de há um ano. Mas uma das estrelas da campanha será seguramente Rita Matias, cabeça de lista pelo Chega, muito influente nas redes sociais e capaz de captar voto jovem.

À esquerda, é essencial segurar votos. Há um ano, a CDU foi a quarta força mais votada, com 7,73% e a eleição da líder parlamentar Paula Santos, que volta a encabeçar a lista. E o BE chegou aos 6%, elegendo Joana Mortágua, que também repete o lugar nesta eleição.

Algarve: votos de protesto

Chegando ao Algarve, o mapa muda de cor. O distrito de Faro é o único pintado de azul. Não é a cor do mar, mas a do Chega. Olhando com mais atenção, vê-se que nas duas pontas há manchas rosa. O Chega ganhou, mas por pouco. Há um ano, o partido de Ventura teve 27,19% e elegeu três deputados, os mesmos que o PS conseguiu com 25,46% dos votos e os mesmos com que ficou a bancada da AD com 22,39%.

A aposta da AD em Maria da Graça Carvalho é forte. A ministra do Ambiente é uma turista na região (tem lá casa), mas nos últimos 10 meses esteve 25 vezes no Algarve. Um recorde absoluto de visitas de um governante, que se prende com a importância que o tema da água tem na zona. Tendo chovido muito e com este nível de presença no terreno, Maria da Graça Carvalho conquistou o título simbólico de cidadã algarvia numa cerimónia, na semana passada, na Universidade do Algarve. O galardão é importante porque o Algarve dá-se mal com paraquedistas, como se notou no ano passado com Miguel Pinto Luz.

A ideia de que os ventos internacionais podem trazer uma crise é a grande nuvem negra que paira sobre a AD. É que o histórico mostra que a região antecipou sempre as crises, penalizando quem está no poder. Com uma economia muito assente no turismo, os algarvios são o canário na mina, sentem primeiro todos os ciclos económicos. É assim que Cristóvão Norte, do PSD Algarve, explica a alta votação no Chega em 2024, como “um grito de revolta” numa região que há séculos sente “uma orfandade política”. O protesto, recorda, fez com que o BE já tivesse em tempos chegado aos 16% no distrito de Faro.

Apesar de tudo isso, Cristóvão Norte diz-se confiante. “O objetivo é ganhar. Sinto que estamos mais fortes, mas ainda há trabalho a fazer”, reconhece. Uma coisa é certa: os eleitores já estão muito desconfiados. “O novo hospital vai ser lançado até ao final do ano, mas não falamos nisso porque as pessoas não acreditam. Tem é de se ir pedir desculpa, por demorar tanto tempo, quando estiver pronto.”

No PS Algarve, olha-se para as eleições de calculadora na mão, para se chegar à conclusão de que há um ano houve 30 mil votos que saíram da abstenção para o Chega. Acredita-se que, desta vez, muitos desses votantes poderão ficar em casa. “Houve muita desilusão do eleitorado do Chega. No Algarve, não mudou nada”, comenta um dirigente do PS algarvio. Este “nada” exclui o fim das portagens na Via do Infante, que foram aprovados com votos do PS, mas também do Chega. Poderá isso ajudar Ventura? Os socialistas acreditam que na região todos sabem o histórico dessa SCUT e a forma como o PS foi baixando o valor das portagens, apesar de só ter acabado com elas já na oposição e não no governo. “Aprovámos a eliminação contra a vontade do PSD. Não foi iniciativa nem compromisso do Chega. Simplesmente, não bloquearam”, defende a mesma fonte.

Apesar disso, no PS Algarve há “um conjunto de interrogações”. Um deles é sobre o impacto que os casos que envolvem o património de Montenegro terão na hora de decidir o voto. “Não é indiferente, mas não é suficiente para decidir o voto”, admite-se, acreditando-se que pode haver uma transferência de votos para a IL.

Há elementos que não se misturam: a água e azeite, a água e a areia e as propostas do Chega e da Il. Quem assistisse ao debate e não conhecesse os debatentes, veria dois programas inconciliáveis, duas visões antagónicas, dois opostos absolutos. Nunca identificaria os oponentes como provindos de uma área ideológica supostamente vizinha. A água não se mistura com o óleo, mas a oratória incontinente de André Ventura espalha-se como uma mancha sobre a mesa do debate. É muito curioso observar a técnica do líder do Chega. Começa de forma moderada e procura adormecer o adversário com um tom conciliatório inicial: “Liberdade de escolha na Saúde? Aqui até acho que estamos de acordo…” Ventura critica o estado do SNS mas não tem propostas concretas. Rui Rocha, apresenta uma ideia, concorde-se ou não. Até aqui, relativamente morno. De repente, porém, Ventura dá um golpe, depois outro e a ideia é, agora, atordoar o adversário. Quando se discute a imigração, Rui Rocha faz protestos de ser insuspeito de admitir que ela possa ser descontrolada. Quem leu as propostas da IL, em 2024, confirma. Mas Ventura não se lembra nem se quer lembrar. E passa à habitual tática de colocar na boca do adversário palavras que ele não disse, tendo a arte de convencer o eleitor incauto de que ele as disse mesmo. Ventura vê aqui uma oportunidade de colocar o adversário à defesa. Rui Rocha está quase a ceder mas, subitamente, evita o ippon: “A ideia das quotas do Chega é estatizante! E os imigrantes que fazem os seus descontos devem ser admitidos no SNS!”

Ventura tenta outra manobra: “Se houver uma maioria de direita, só não governamos se não quisermos.” Aceita, portanto, governar com o “novo Sócrates”, que colocou em cartazes, ao lado do antigo… O “nunca é nunca” passa a “nunca pode ser já a seguir”. E confronta Rui Rocha: “Permite que o PS governe ou junta-se ao Chega? Posso contar consigo?”

Mas Rui Rocha é uma enguia. Tintim por tintim, explica porque não tem a mínima intenção de se juntar ao Chega em govemo nenhum. Inteligentemente, evita argumentos ideológicos ou morais, nunca fala de xenofobia ou racismo, mas desmonta uma a uma as propostas do Chega: porque são socialistas; porque são estatizantes; porque conduzem à bancarrota. A divergência é programática. A IL é liberal, defende a livre iniciativa. O Chega é mais Estado e mais despesa. Não governa com um partido assim.

Ventura esbraceja, mas não tem resposta para isto. Choraminga que a IL não serve para nada: é “um andarilho do PSD”, que, aliás “está em coma”. Procura, assim, frases de efeito, mas não responde à substância do contra-ataque. E acaba em desespero, quando leva um bailarico de Rocha, em matéria de tarifas aduaneiras – que Ventura quer ver aplicadas na Europa e que, como explica o líder da IL, aumentariam os valores dos preços de supermercado da cábula que Ventura trouxe para o debate. E desafia o líder do Chega a explicar a várias camadas de eleitorado que anda a namorar, como os agricultores e produtores de vinho, onde, numa guerra de tarifas, colocariam os seus produtos. Por esta altura, Rui Rocha vence claramente.

Parece karma. A experiência do Chega com os oponentes da IL é amarga. Foi assim, nas presidenciais, com Tiago Mayan Gonçalves. Foi assim com Rui Rocha, em 2024, como tinha sido antes, com Cotrim de Figueiredo. Há qualquer coisa que emperra Ventura com estes liberais que falam “do alto das suas gravatas” – coisa que, por exemplo, Cotrim raramente usava. A IL é a kriptonite de André Ventura.

Momento Sérgio Godinho

“Habitação, saúde, educação…” (Rui Rocha)

Juramento de Bandeira

“Nunca, jamais, em tempo algum viabilizaremos um governo do PS” (Rui Rocha)

Provocação mazinha

“O Chega tem uma visão socialista” (Rui Rocha)

Processo Revolucionário Em Curso

“A IL quer as privatizações selvagens!” (André Ventura)

Estudasses!

“Eu sei o preço dos ovos!” (André Ventura, puxando por uma cábula…)

Momento Autoridade Tributária

“As tarifas são o IV – Imposto Ventura” (Rui Rocha)

Momento o teu vilão é pior do que o meu

“Donald Trump? O ídolo do Rui Rocha é o [Javier] Milei…”

Nuno Guerreiro, vocalista do projeto Ala dos Namorados, morreu esta quinta-feira, aos 52 anos. A notícia foi avançada por Vítor Aleixo, presidente da câmara de Loulé, numa publicação na rede social Facebook. “Morreu Nuno Guerreiro. Estamos destroçados. A Câmara Municipal de Loulé emitirá um comunicado nas próximas horas”, escreveu o autarca.

O artista era conhecido por interpretar grandes temas como “Solta-se o Beijo” e “Loucos de Lisboa”.

De acordo com uma fonte da autarquia, ao Correio da Manhã, o cantor foi internado de urgência nos últimos dias.

A iServices disponibiliza agora uma nova solução de pagamento fracionado em parceria com a FLOA, fintech do grupo BNP Paribas especializada em Buy Now, Pay Later (BNPL), que permite aos clientes adquirir produtos e serviços com pagamentos em três ou quatro vezes, sem juros.

Esta solução de pagamento Buy Now, Pay Later está agora disponível nas mais de 60 lojas físicas da iServices em Portugal e na loja online. O pagamento através da FLOA abrange serviços de reparação, compra de recondicionados, acessórios e gadgets, para valores totais entre 50€ e 2500€.

A funcionalidade arrancou com um projeto piloto em 11 lojas iServices da Grande Lisboa e no Porto, mas o sucesso da fase inicial levou à expansão imediata para a rede nacional de lojas. O processo é simples, com a adesão a ser feita no momento da compra, oferecendo uma nova flexibilidade financeira aos consumidores.

“Vendemos cerca de 150 mil equipamentos em 2024 com pagamento a pronto, mas temos consciência de que muitos dos nossos clientes gostariam de ter acesso a uma solução de pagamento em prestações e sem juros. A FLOA foi a nossa escolha para prestar este serviço a partir de 2025 e acreditamos que será uma parceria de sucesso com uma evolução positiva nos próximos anos”, afirma Bruno Borges, CEO da iServices.

Segundo dados de um estudo da FLOA em colaboração com a Kantar, apenas 16% dos consumidores portugueses já recorreram ao BNPL para adquirir produtos em segunda mão. A iServices pretende ajudar a alterar esse cenário, promovendo o acesso facilitado à reparação e reutilização de tecnologia, através de uma experiência de compra mais conveniente e acessível.