A Xpeng Aeroht, divisão de carros e veículos voadores da Xpeng Motors, revelou o Land Aircraft Carrier, um carro voador modular que já está em desenvolvimento e conta com mais de três mil encomendas. A empresa chinesa apresentou o veículo inovador na CES 2025, a feira internacional de tecnologia que decorreu em Las Vegas.
O Land Aircraft Carrier foi concebido para viagens terrestres e aéreas, garantindo uma maior versatilidade para os utilizadores. O conceito modular permite que o veículo terrestre transporte o módulo voador no seu interior, funcionando como uma base de mobilidade. No momento da descolagem, o módulo aéreo separa-se do carro e levanta voo de forma autónoma.
O módulo voador realizará as aterragens e descolagens na vertical
“Desde a nossa aparição no CES 2024, transformámos o sonho dos carros voadores numa realidade tangível. A estreia internacional do Land Aircraft Carrier demonstra a nossa capacidade de transformar visão em ação. Com mais de três mil encomendas, estamos na vanguarda da revolução da mobilidade avançada”, afirmou Tan Wang, cofundador da Xpeng, em comunicado de imprensa.
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Três fases para a mobilidade aérea integrada
A Xpeng estruturou a sua estratégia de desenvolvimento em três fases:
Fase 1: Tornar o voo pessoal acessível, simplificando os processos operacionais e melhorando a experiência do utilizador.
Fase 2: Desenvolver cenários reais de transporte aéreo, colaborando com autoridades reguladoras e outras entidades para criar uma rede integrada de mobilidade aérea urbana.
Fase 3: Implementar um sistema de transporte urbano integrado terra-ar, garantindo deslocações porta a porta sem descontinuidades.
Veja mais imagens do Land Aircraft Carrier:
A Xpeng já realizou mais de 200 testes, que foram concluídos com sucesso
Tecnologia e produção em larga escala
O Land Aircraft Carrier integra uma plataforma de energia de extensão de alcance de carboneto de silício de 800 volts. No ciclo chinês CLTC, garante uma autonomia combinada de mil quilómetros, assegurando viagens de longa distância.
Para viabilizar a produção em larga escala, a Xpeng Aeroht garantiu um financiamento de 150 milhões de dólares em 2024. Com este investimento, iniciou a construção de uma unidade de fabrico em Guangzhou, na China, com 180 mil metros quadrados e capacidade para produzir até 10 mil módulos aéreos por ano.
O módulo terrestre mede cerca de 5,5 metros de comprimento, 2 metros de largura e 2 metros de altura. Equipado com seis rodas, pode ser conduzido com uma carta de condução normal para veículos ligeiros. Já o módulo aéreo dispõe de um cockpit panorâmico de dois lugares e adota um design com seis rotores de duplo duto, hélices e braços dobráveis. A descolagem e aterragem são verticais, garantindo maior segurança e facilidade de operação.
A Xpeng já realizou testes com mais de 200 unidades, demonstrando uma “fiabilidade excecional em condições adversas”, segundo a marca.
A Xpeng entrou no mercado português em 2024 através da Salvador Caetano Auto. Atualmente, comercializa modelos como os SUVs G6 e G9 e a berlina desportiva P7, reforçando a aposta na mobilidade elétrica e agora na mobilidade aérea.
A NASA lidera uma equipa de investigadores que está a analisar amostras recolhidas do asteroide Bennu e que foram enviadas para a Terra. Num comunicado, a divulgar o estudo publicado nas revistas Nature e Nature Astronomy, a agência revela que “as condições necessárias para o surgimento de vida estavam dispersas nos primórdios do sistema solar”.
Além dos blocos fundamentais para a vida, com moléculas como aminoácidos, a amostra tinha também “evidências de um ambiente antigo bem preparado para arrancar a química da vida”, cita o The Verge. Esta descoberta suporta as teorias de que os aminoácidos necessários para a vida surgir na Terra possam ter tido origem noutros locais, “aumentando as probabilidades de que a vida se formou noutros planetas e luas”.
Na amostra, a equipa encontrou 14 dos 20 aminoácidos usados para produzir proteínas pelos seres vivos na Terra, incluindo bases essenciais para a criação de ADN e RNA. A equipa, que tem investigadores do Museu Nacional de História Natural Smithsonian e do Museu de História Natural de Londres, encontrou vestígios de minerais que indiciam a presença de água salgada no asteroide de 4,5 mil milhões de anos de idade de que fazia parte o Bennu.
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As amostras foram recolhidas pela sonda OSIRIS-REx que se aproximou do Bennu em 2018 e passou dois anos a estudá-lo de perto, tendo mesmo tocado na superfície em 2020. O material foi selado numa cápsula e enviado depois para o nosso planeta, tendo chegado em setembro de 2023.
A verdade impactante do momento é que estamos reféns dos telemóveis. A dependência dos dispositivos móveis não é mais apenas um hábito quotidiano, mas sim uma epidemia silenciosa que define o século XXI. A nomofobia — o medo incontrolável de ficar desconectado — está a crescer a uma velocidade alarmante, alimentada pela explosão da digitalização e pelo reinado das plataformas e aplicações móveis. E o mais chocante? Estamos todos vulneráveis a ela.
Estudos de saúde mental lançam luz sobre este problema afirmando que cerca de 70% das pessoas experimentam níveis críticos de ansiedade ao perderem o acesso ao telemóvel, seja por falta de bateria ou sinal. Entre os jovens adultos (18 a 34 anos), mais de metade admite entrar em pânico diante da desconexão. E não para por aí: com o impacto da pandemia de Covid-19, que nos empurrou para o teletrabalho e interações virtuais, a nossa relação com os dispositivos atingiu proporções nunca vistas. O tempo médio de uso dos telemóveis disparou em impressionantes 40% desde o pré-pandemia, tornando-se quase impossível “desligar”.
Marshall McLuhan previa que a tecnologia nos conectaria como uma “aldeia global”. O que ele não antecipava era que nos tornaríamos dependentes ao ponto de não conseguirmos viver sem ela. Os telemóveis deixaram de ser apenas ferramentas e passaram a ser extensões do nosso ser, ocupando todos os espaços da vida: trabalho, lazer e até as nossas emoções.
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Como psicóloga, cabe-me vislumbrar que a ubiquidade dos dispositivos torna a desconexão uma tarefa hercúlea. Mais do que desconforto psicológico, a dependência digital está a causar problemas físicos reais como dores musculares, má postura, fadiga ocular, além de noites mal dormidas, relações prejudicadas e produtividade em queda livre. Estamos a pagar um preço alto por esta obsessão tecnológica.
Mas nem tudo está perdido. Especialistas sugerem medidas simples e eficazes para retomar o controlo. Entre elas, pausas digitais regulares, como desligar o telemóvel durante as refeições ou antes de dormir, e até a prática de uma “desintoxicação tecnológica”, onde usamos as telas de forma consciente e limitada. Desligar pode ser o primeiro passo para realmente viver.
Campanhas educativas e programas de literacia digital começam a surgir, trazendo uma mensagem clara: é hora de equilibrar. A tecnologia deve servir o ser humano — e não o contrário. Precisamos recuperar o domínio sobre os nossos dispositivos e, com isso, sobre nós mesmos.
A nomofobia pode ser o reflexo de uma sociedade hiperconectada, no entanto, a necessidade sucumbir a ela, deve ser completamente colocada de lado. A desconexão consciente pode ser o antídoto perfeito para um futuro mais equilibrado, pleno e, finalmente, livre.
“Trago o corpo da infância.
Caminhamos juntos, eu e essa criança,
pelo passeio junto ao areal.
Mas sabemos ambos a distância
que nos separa
e que é a exata medida
daquilo que nos mantem unidos.
Trago no corpo da infância,
o mais nobre dos meus sepulcros.”
A Utopia do Não Ser
de Pompeu Martins
(Labirinto, 2024)
Para muitos, a poesia tem aquela cómoda característica de se gostar, ou não, como se a poesia residisse na subjetividade de cada indivíduo. Sim, podemos gostar, ou não. Mas a natureza da poesia encontra-se, nem no autor, nem no leitor, mas sim, na capacidade que ela tem de superar cada um deles. É desta forma que a poesia foi o suporte da profecia e de outros meios de ligação ao divino.
Encarnando de forma plena o sentido metafísico, porque, para lá do físico, a poesia tem a sublime capacidade de, ao brincar com as palavras, com elas encontrar a essência das coisas, delas retirar a capacidade de chegar ao âmago das ideias e dos sentimentos. Nenhum texto em prosa, muito menos um texto científico ou académico, consegue chegar à essência de um ente de forma tão clara como a poesia.
E, se a poesia é esse exercício de passar para lá do que é óbvio e palpável, e chegar como que ao mundo das ideias, então ela é despida de todas as contingências do autor, mesmo quando elas aparentemente lá estão. Aquilo que supostamente a liga à mão que a escreveu, mas não é que a bengala necessária para fazer um caminho até ao fundamental.
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Neste quadro, o leitor é dono e senhor de todas as suas faculdades hermenêuticas, podendo levar ao limite uma estética da receção que recria, em cada leitura, a globalidade do entendimento. Se o caminho do autor à poesia é a depuração do supérfluo, o caminho inverso, da poesia ao leitor, é de encontro de cada um com aquilo que a poesia desperta em nós, com cada uma das nossas especificidades. Ler poesia é confronto connosco mesmo, é incómodo e é choque.
Pompeu Martins, neste seu livro A Utopia do Não Ser, presenteia cada um dos seus leitores com um arrojado exercício do confronto interior com o tempo, com a criança e com a materialidade do tempo dentro de nós, com os limites do nosso ser, e com a busca do que, afinal, somos.
Ler este grupo de poemas, escritos ao longo de mais de dez anos, muitos deles redigidos em geografias do mundo muito diversas, é como fazer uma arqueologia dentro do percurso de vida de cada um. Pelo confronto com as não certezas de Pompeu Martins, somos levados às mais profundas interrogações que podemos lançar sobre nós mesmos e, para as quais, não podemos almejara ter qualquer resposta.
Se “a utopia” é “o não ser”, então, as duas marcas mais palpáveis da nossa vida, o corpo e o tempo (o corpo no tempo), só se podem entender através da sua própria negação. Só fora do tempo nos entendemos nele, tal como só fora do corpo tomamos consciência de como nos vivenciamos através dele. Este caminho que Pompeu Martins faz a nossa frente, e ao o lermos, nos obriga também a fazer, é de uma profunda inquietação.
Não é que Pompeu Martins nos apresente uma defesa de um qualquer estoicismo contemporâneo -não, nada neste texto nos quer retirar do corpo e do tempo, antes pelo contrário. Mas somos compelidos a percecionar que, sendo a materialidade a única forma de viver no mundo, ela é também a guardiã das memórias e, inevitavelmente, dos afetos e dos sentidos. Uma memória que é irremediável e que, ao mesmo tempo, é a marca da nossa vida, e a marca da nossa não vida. Somos o que fomos e somos o que não fomos.
Não há nostalgias sobre o que podíamos ter feito ou não. Não há ressentimentos, nem para com o corpo, nem para com o tempo. Há uma tomada de consciência de que ao transcendente só se acede por esse caminho.
Profundamente espiritual, esta recolha de poesias de Pompeu Martins é um exercício de autoconsciência que o poeta faz, obrigando-nos à realização de um exercício espiritual através da leitura. Há Deus, mas não há religião; Há transcendente, mas não há dogma; Há espiritualidade, mas não há crença.
Há humano, apenas e não mais que humano, na verificação da sua finitude que, afinal, é o único instrumento que tem para se transcender.
Se Portugal tivesse agora eleições legislativas, os resultados não divergiriam muito das últimas. Uma nova sondagem divulgada esta quinta-feira revela que, apesar do empate técnico, a Aliança Democrática (AD) está a afastar-se do Partido Socialista (PS). Segundo o estudo realizado pelo ICS e o ISCTE, para a SIC e o Expresso, 26% dos inquiridos votaria AD, enquanto 24% escolheria o PS. O Chega manteria a sua posição enquanto terceira força política no País, com cerca de 14% de intenções de voto. Lá perto, 16%, dizem que não saberiam como votar.
Iniciativa Liberal (3%), CDU, Bloco de Esquerda e o Livre (com 2% cada) e o PAN (1%) fecham as intenções de voto.
Montenegro mais popular
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A sondagem revelou ainda que Luís Montenegro é mais popular que o opositor socialista. Numa escala de um a dez, Luís Montenegro, com uma avaliação positiva de 5.1, surge em segundo lugar na tabela, logo após Marcelo Rebelo de Sousa, com 6.1. Já Pedro Nuno Santos tem uma pontuação negativa de 4,7.
André Ventura surge na oitava posição, atrás de Rui Tavares, Nuno Melo, Rui Rocha, Mariana Mortágua.
Como está a ser o desempenho do atual Governo?
Quando questionados sobre o trabalho levado a cabo pelo governo da AD, 45% dos participantes no inquérito descreve-o como “mau” ou “muito mau” e 41% responde “bom” ou “muito bom”. Mesmo com uma diferença muito ligeira, a grande maioria faz uma avaliação negativa do Governo liderado por Luís Montenegro.
No entanto, quando comparadas com sondagens realizadas enquanto António Costa era primeiro-ministro, as respostas dos inquiridos revelam que os eleitores estão mais impressionados com o desempenho deste Governo do que com trabalho do anterior.
Já relativamente à avaliação que fazem do estado da economia portuguesa, 44% dos questionados refere que a mesma piorou, 43% afirmam que está “na mesma” e 12% acredita que a situação económica no País melhorou.
A Inteligência Artificial (IA) é uma das principais tendências para 2025 e está a afirmar-se como uma ferramenta essencial para o crescimento do e-commerce. Num cenário global em que se estima que 2,9 mil milhões de consumidores adquiram bens online — representando 36% da população mundial — a IA desempenha um papel fundamental, contribuindo em cerca de 31 mil milhões de dólares (perto de 29,8 mil milhões de euros, 1,1%) para o crescimento total do sector em 2025, de acordo com dados da Statista.
Este impacto é explicado pela expansão do mercado global de IA, com estimativas a apontar para um valor de 244 mil milhões de dólares (234,5 mil miilhões de euros) em 2025 e podendo atingir uns impressionantes 827 mil milhões (795 mil milhões de euros) até 2030. Este facto faz com que as tecnologias de Inteligência Artificial sejam um tema incontornável para empresas de todos os sectores, em especial para o e-commerce.
Para Marcelo Caruana, Head de Marketing da E-goi — plataforma de automação de marketing omnichannel e inteligência artificial — estas conclusões não surpreendem: “A utilização de inteligência artificial em e-commerces é uma mais-valia, pois a tecnologia permite impulsionar a relação com os clientes, aumentar o número de vendas e optimizar processos.”
O estudo da Statista reforça esta posição ao indicar que mais de 50% dos e-commerces já adoptaram soluções baseadas em IA, sendo que 30% contam com uma integração total. Isto demonstra como a IA se está a tornar num factor de competitividade no sector.
Neste contexto, a E-goi demonstra o impacto positivo das soluções de IA nos e-commerces, com resultados de clientes que implementaram soluções nas suas lojas online:
A Salsa Jeans registou um aumento de 73% no ticket médio ao utilizar a ferramenta Send Time Optimization, uma funcionalidade que envia a mensagem para cada destinatário na melhor hora e no melhor dia.
Um retalhista de brinquedos na Península Ibérica obteve um aumento de 24% na taxa de conversão com campanhas baseadas em Next Best Offer (NBO), uma ferramenta de IA que analisa o comportamento do cliente para sugerir produtos/conteúdos relevantes, melhorando a experiência do utilizador.
Um e-commerce na América Latina registou um crescimento de 7% na taxa de cliques em campanhas personalizadas.
Estes casos exemplificam como a IA está a revolucionar o e-commerce, oferecendo ferramentas avançadas para optimizar vendas e o engagement do cliente, e evidenciam a importância de adoptar soluções de inteligência artificial.
A trajetória que o asteroide 2024 YR4 tem vindo a seguir apresenta 1,2% de probabilidade de poder vir a embater na Terra, segundo as estimativas preliminares da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA). Apesar de a percentagem parecer baixa, coloca o objeto no topo da lista de risco da NASA, com base nestes cálculos preliminares. A colisão pode vir a acontecer já dentro de sete anos, em 2032.
O 2024 YR4 foi detetado em dezembro do ano passado pelo ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) e estava a 829 mil quilómetros da Terra, afastando-se do nosso planeta. A trajetória calculada coloca-o a aproximar-se de novo em 2028. Os cálculos preliminares feitos pela NASA, que “podem facilmente estar imprecisos por um fator de poucos ou ocasionalmente de algumas dezenas”, mostram uma percentagem de 1,2% de uma colisão em 2032.
O asteroide mede 55 metros de largura e viaja a uma velocidade de 17,32 km por segundo. Os investigadores da NASA desenharam seis possíveis cenários de impacto, entre 2032 e 2074, com o de maior probabilidade a acontecer a 22 de dezembro de 2032.
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A equipa alerta que “muito provavelmente, novas observações telescópicas devem levar a uma reavaliação para Nível 0 ou Sem perigo”, mas atualmente o objeto está classificado como Nível 3 na escala de Torino, usada para medir o perigo que os asteroides representam.
De acordo com o Gizmodo, o impacto deste asteroide libertaria uma grande quantidade de energia (oito megatoneladas, mais de 500 vezes a que foi libertada pela bomba atómica de Hiroshima).
No passado, apenas o 99942 Apophis representou um risco maior, tendo sido classificado com o Nível 4, em 2004. Nesse caso, o nível de ameaça foi progressivamente sendo reduzido para zero, com os astrónomos a descartarem qualquer possibilidade de colisão nos próximos cem anos.
Com a possibilidade de as características como velocidade, magnitude e massa do asteroide a poderem mudar nos próximos tempos, os investigadores vão estar atentos e a realizar monitorizações continuas que levem a uma reavaliação do risco de colisão.
Um avião da companhia American Airlines que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes colidiu na noite de quarta-feira com um helicóptero do exército, com três militares a bordo, durante a aterragem no aeroporto Ronald Reagan, perto de Washington. Os dois aparelhos despenharam-se no Rio Potomac.
Segundo o Washington Post, não foi encontrado, até agora, nenhum sobrevivente.
O acidente ocorreu por volta das 21:00 de quarta-feira, no horário local (02:00 de hoje em Lisboa).
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O avião regional proveniente de Wichita, no estado do Kansas, colidiu com um helicóptero militar, que realizava um voo de treino, durante a aproximação à pista do aeroporto, em Washington.
Segundo a Federação de Patinagem Artística dos Estados Unidos, a bordo do avião da American Airlines seguia um grupo de patinadores artísticos, os seus treinadores e familiares.
Não são ainda conhecidas ainda as causas da colisão, que ocorreu num dos espaços aéreos mais controlados e monitorizados do mundo, a pouco mais de cinco quilómetros a sul da Casa Branca e do Congresso norte-americano.
Foi com um anúncio no palco da Web Summit 2024 que Portugal ficou a saber que estava para nascer o primeiro Modelo de Linguagem em Grande Escala (LLM, na sigla em inglês) dedicado à língua de Camões. Nos meses seguintes, o projeto do AMÁLIA foi sendo revelado com mais detalhe, numa iniciativa que tem entre os seus grandes objetivos reforçar a soberania da língua portuguesa e preservar o património cultural, histórico, científico e literário do nosso país.
Mas Portugal não é o único país com ambições semelhantes. Um pouco por todo o mundo têm surgido vários projetos concebidos para criar LLMs focados em línguas específicas. As iniciativas, lançadas por Governos, organizações ou ainda comunidades de investigadores, refletem uma crescente preocupação em preservar identidades linguísticas e culturais num mundo dominado pelo inglês, mas também reduzir a dependência de soluções desenvolvidas por gigantes como a OpenAI, Google ou Anthropic.
Em entrevista à Exame Informática, António Branco, investigador do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), começa por explicar que há uma crescente tendência de intermediação tecnológica quando usamos linguagem natural.
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Hoje é possível recorrer a funcionalidades de inteligência artificial implementadas numa variedade de aplicações para, por exemplo, ajudar a escrever um texto ou a refinar as ideias nele expressas; transcrever ou resumir conversas gravadas. Esta é também uma intermediação que já acontece em casa, por exemplo, para quem tem equipamentos inteligentes que podem ser controlados por voz.
“O que está a acontecer na prática é que, em breve, nunca estaremos numa situação de utilizar linguagem natural sem que haja intermediação tecnológica”, afirma o investigador que coordena o laboratório NLX Ciências, que, em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), desenvolveu o Albertina, o primeiro grande modelo de IA generativa para a língua portuguesa para as variantes de Portugal e do Brasil.
“O problema é que no estado atual da tecnologia, e para onde isto se orienta, esta intermediação tecnológica está, tendencialmente, a ser feita apenas por duas ou três Big Tech”, defende. “E aí é que entra a preocupação. Quer dizer que recorrer a uma necessidade tão básica e absolutamente corrente como é falar e usar uma linguagem passa-se pela dependência de entidades externas como sejam as Big Tech”.
Como explica o investigador, “os países estão cientes disso e percebem que precisam de criar alternativas” para “democratizar a IA generativa”, fornecendo “modelos Open Source a tantos atores quanto for possível como forma de mitigar essa excessiva dependência e essa excessiva concentração”.
A excessiva dependência de entidades externas é algo que “cria riscos e ameaças imensas à soberania cultural e linguística”, realça o investigador. Os modelos mais populares “são construídos a partir de dados do inglês e, obviamente, esses dados do inglês são escritos por pessoas que têm a cultura dos países onde se fala inglês”.
Em linha com António Branco, André Martins, vice-presidente de IA de Investigação na Unbabel e Professor no Técnico, explica em entrevista à Exame Informática que “os modelos da Anthropic, da OpenAI ou da Google são modelos que têm a cultura anglosaxónica muito central. Portanto, são treinados em dados da Web com uma grande predominância do inglês e não são suficientemente representativos de outras culturas”.
“Há aqui uma questão de soberania que é muito importante, sobretudo quando olhamos para os tempos atuais e vemos a dependência que a Europa tem nas tecnologias de inteligência artificial que são produzidas fora da Europa”, afirma. “É muito importante encontrar soluções europeias, que estejam integradas com a cultura europeia e com os valores europeus”.
É para dar resposta a essa necessidade que nasceu o EuroLLM, um modelo de linguagem de grande escala aberto e concebido especialmente para apoiar as línguas oficiais da União Europeia (UE) e cuja versão mais recente foi lançada em dezembro do ano passado.
Voz Europeia
Segundo André Martins, o EuroLLM afirma-se como “uma confluência de vários outros projetos europeus” em que a Unbabel está envolvida, com destaque para o UTTER (Unified Transcription and Translation for Extended Reality), onde participam também as Universidades de Edimburgo e de Amsterdão. Em Portugal, além da empresa liderada por Vasco Pedro, o projeto conta com a participação do Instituto de Comunicações (IT) e do Instituto Superior Técnico (IST).
No âmbito do projeto UTTER foi possível reunir esforços com outros projetos para aceder à infraestrutura europeia de computação de alto desempenho (Euro HPC, na designação em inglês). “Nós concorremos e, eventualmente, conseguimos uma alocação bastante grande, cerca de um milhão de horas em GPU” no MareNostrum 5, o supercomputador localizado em Barcelona que é uma iniciativa conjunta entre Espanha e Portugal.
“O processo começou a ser executado em meados de 2024. Na primeira fase do projeto nós treinámos o modelo com 1,7 mil milhões de parâmetros”, conta o investigador. A mais recente versão do EuroLLM foi treinada com nove mil milhões de parâmetros e, além das 24 línguas oficiais da UE, suporta também outras 11 línguas, “algumas europeias e outras fora da Europa”, num total de 35 idiomas.
“Não só lançámos o modelo como fizemos uma avaliação bastante extensiva em vários benchmarks”, detalha, acrescentando que a mesma permitiu concluir que o EuroLLM é “muito forte” e “bastante competitivo” com modelos de dimensões semelhantes da Google, Mistral e Meta, assim como de outras iniciativas europeias, “sobretudo quando olhamos para línguas que não são o inglês”.
“O foco do EuroLLM não é por si só criar modelos nacionais”, pois uma das grandes vantagens de ter várias línguas num só modelo é a transferência de conhecimento entre os vários idiomas. “Nós achamos que é um passo lógico interessante poder ser depois especializado por várias línguas”, permitindo, por exemplo, que o EuroLLM seja usado como base para um país que esteja a desenvolver o seu LLM nacional.
Nesse sentido, o facto de ser um modelo Open Source “é fundamental”, afirma André Martins, pois permite que qualquer pessoa interessada e com conhecimentos na matéria possa utilizar o LLM, adaptá-lo e partilhá-lo com outros. Ao remover a barreira no acesso e utilização, esta é uma abordagem que “contrasta, por exemplo, aquilo que a OpenAI, a Google e outras grandes empresas estão a fazer em que há uma tendência para se desenvolverem modelos em ambientes fechados”, realça o investigador.
Rumo ao futuro
“Estamos a treinar um modelo maior, que esperamos que venha a ser ainda melhor e que tenha ainda mais impacto, com 22 mil milhões de parâmetros”, conta André Martins. Mas ter uma versão ainda maior do EuroLLM não é o único objetivo de futuro para o projeto. Apostar na transição para a multimodalidade e explorar novas técnicas de treino estão também entre os planos em desenvolvimento.
“Neste momento estamos a avançar em várias direções ao mesmo tempo. Nós conseguimos outras alocações em outros supercomputadores, o que nos permite continuar a fazer experiências em várias direções”, afirma.
Tal como qualquer software, os LLMs precisam de ser constantemente atualizados para acompanhar a evolução tecnológica. Criar infraestruturas robustas que permitam assegurar a sua manutenção e evolução será crucial para garantir o sucesso das iniciativas focadas na soberania das línguas e culturas nacionais, defende António Branco. “Esta atualização e manutenção não pode ser feita ao sabor de investimentos ocasionais”, alerta o investigador.
À medida que a tecnologia de IA generativa avança, com os modelos de linguagem a tornarem-se mais complexos, ter uma base estratégica sólida é cada vez mais relevante. Olhando para Portugal em específico, se o país quer concretizar o sonho de ter o seu próprio LLM e, no futuro, posicionar-se como uma referência europeia e mundial neste campo será necessário ter “uma estruturação articulada no sentido de mobilizar e de promover a nível nacional, e de acordo com os interesses nacionais, a inteligência artificial”.
Este é um processo que está longe de ser simples e, tendo em conta que a Agenda Nacional de Inteligência Artificial ainda está em desenvolvimento, prevendo-se que seja apresentada no final do primeiro trimestre de 2025, após um processo de consulta pública, há ainda muito caminho a percorrer.
AMÁLIA no horizonte
De acordo com informação avançada pelo Governo, o AMÁLIA é uma iniciativa que será liderada pela Ministra da Juventude e Modernização e Ministro da Educação, Ciência e Inovação, tendo previsto um investimento de 5,5 milhões de euros – assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – e um calendário de trabalho e desenvolvimento de 18 meses.
Por sua vez, a execução do projeto será liderada pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O treino do LLM, com recurso a dados curados do Arquivo.pt e outras fontes nacionais, ficará a cargo de um consórcio liderado pelos centros de investigação NOVA LINCS da Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Telecomunicações e Instituto Superior Técnico.
O projeto pretende também aproveitar sinergias de projetos e investimentos já realizados, entre os quais se contam, por exemplo, o EuroLLM e os modelos GlórIA e v-GlórIA; o projeto de curadoria dos dados do Arquivo.pt e os investimentos feitos nos supercomputadores Deucalion e Mare Nostrum 5.
Espera-se que a primeira versão Beta do AMÁLIA seja disponibilizada no primeiro trimestre de 2025, seguindo-se a versão base no terceiro trimestre do ano e uma versão multimodal até ao segundo trimestre de 2026. Estas versões serão disponibilizadas de forma gratuita e Open Source, indica o Governo, acrescentando que a informação usada para treino será disponibilizada em dados abertos.
Está em curso uma gigantesca operação de busca nas águas geladas do rio Potomac, em Washington DC, nos Estados Unidos, depois de um avião comercial com 60 passageiros e 4 membros da tripulação, e de um helicóptero com três militares terem colidido no ar, ontem à noite (já de madrugada em Portugal), junto ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan.
O que se sabe é que o jato Bombardier CRJ700 de uma subsidiária da American Airlines, partira de Wichita, no Kansas, pela hora do jantar, e estava a fazer a aproximação ao aeroporto da capital norte-americana.
Quanto ao helicóptero Sikorsky H-60 (modelo conhecido como Black Hawk), estaria a fazer um voo de treino. Na rede social Twitter, conta-se que o piloto terá sido avisado pela torre de controlo da presença do avião comercial, tendo respondido que estava a vê-lo, a uma distância de segurança. Mas cinco segundos depois, os dois colidiram em pleno ar, mergulhando no escuro Potomac.