A iServices, habitualmente associada à reparação de smartphones e gadgets, aventura-se em novos terrenos com a Eden, uma horta urbana hidropónica que promete trazer a frescura do campo para dentro das nossas casas. Uma proposta tentadora num mundo cada vez mais urbano e afastado da natureza. Mas será que a Eden cumpre tudo o que promete?

É (quase) só semear

Um dos grandes trunfos da Eden da iS, marca da iServices, reside na simplicidade. Ao contrário de alguns sistemas hidropónicos, que mais parecem ter saído de um laboratório de ficção científica, a Eden aposta numa montagem intuitiva e acessível a qualquer um. Em poucos minutos, mesmo sem qualquer experiência prévia, a horta está pronta a funcionar. Encaixar algumas peças, encher o depósito de água, semear nas espojas, ligar à corrente e ‘voilà’, temos um pedaço de natureza pronto a florescer.

Depois de cerca de uma semana, as sementes de morango já se tinham transformando em pequenas plantas

A caixa traz tudo o que é necessário para dar início à primeira cultura, exceto as sementes. Esta é, talvez, a primeira decisão questionável. Embora se compreenda que a iServices queira dar ao utilizador a liberdade de escolha, a inclusão de um pequeno conjunto de sementes de ervas aromáticas básicas, por exemplo, seria um gesto de boas-vindas, especialmente para os iniciantes, e evitaria uma deslocação imediata a uma loja da especialidade.

Hidroponia: cultivar sem terra

Para os novatos, a hidroponia pode parecer um conceito complexo. No entanto, a Eden descomplica-o. Basicamente, trata-se de cultivar plantas sem solo, num sistema onde as raízes estão imersas numa solução aquosa rica em nutrientes. Esta técnica oferece várias vantagens: menor consumo de água, controlo mais preciso do crescimento e, em teoria, menor necessidade de pesticidas devido ao ambiente controlado. A Eden traz esta técnica para o ambiente doméstico de uma forma compacta e elegante.

Com capacidade para até nove plantas, graças às nove cúpulas de germinação incluídas, a Eden acena com a promessa de uma horta diversificada dentro de casa. Manjericão, hortelã, salsa, tomate, talvez até morangos ou flores comestíveis – as possibilidades são aliciantes. Ter acesso a ervas aromáticas frescas e outros vegetais à distância de um braço é, sem dúvida, um dos grandes atrativos deste sistema.

Do berçário ao prato… ou ao jardim

A Eden tanto pode ser utilizada como um sistema completo, acompanhando a planta desde a semente até à colheita. O que é adequado para plantas mais pequenas, como aromáticas, que, deste modo, podem estar sempre à mão numa cozinha. Mas também pode servir de ‘incubadora’ para plantas que, depois de ganharem ‘força’, podem ser transplantadas para vasos ou para um jardim onde completarão o crescimento. Esta versatilidade é um ponto a favor, permitindo aos utilizadores escolher o nível de envolvimento que desejam ter com a hidroponia. É uma excelente porta de entrada para quem quer experimentar esta técnica, mas não quer abdicar completamente da jardinagem tradicional.

Plant Food: o elixir do crescimento

A água, por si só, não fornece os nutrientes necessários às plantas. É preciso adicionar o “Plant Food”, dois líquidos concentrados que são vendidos separadamente (€4,95 por cada par de garrafas de 100 ml). Estas duas garrafas rendem para cerca de 200 litros de água, pelo que o custo torna-se quase desprezável. E, claro, os mais avançados na hidroponia podem experimentar as suas próprias ‘receitas’ recorrendo a outras fontes de nutrientes. Mas, atenção, já que recomenda-se vivamente que sejam sempre usadas soluções líquidas para não criar problemas na bomba de água integrada.

O manual de instruções é claro, conciso e está escrito em português, com ilustrações úteis. No entanto, poderia ser mais completo. Por exemplo, poderia incluir uma tabela com sugestões de plantas adequadas à hidroponia e às características da Eden, com informações sobre o respetivo desenvolvimento, bem como dicas para otimizar o crescimento em cada um dos modos.

O sistema de alarme que avisa quando o nível da água está baixo é uma mais-valia, especialmente para os mais distraídos. Complementado por um indicador de nível visível, este sistema minimiza o risco de as plantas sofrerem com a falta de água.

Dois Modos de cultivo

A Eden possui dois modos de funcionamento, “Plantas” e “Fruta”, que ajustam o tipo de luz emitida pelos LEDs. É uma funcionalidade interessante, mas a sua eficácia real só poderá ser comprovada com uma utilização prolongada e comparando os resultados com plantas cultivadas sob luz natural ou outros sistemas de iluminação artificial. Considerando a nossa experiência, resulta, já que em poucos dias vimos as sementes de morango a transformarem-se em plantas, que cresceram rapidamente e de forma aparentemente saudável. Não esperámos o suficiente para ver os morangos a aparecer. Fique atento às nossas redes sociais e ao nosso site, onde complementaremos esta análise logo que apareça – esperamos nós – a fruta. Mas conhecemos a experiência de um outro utilizador que conseguiu, com sucesso e facilidade, cultivar várias ervas aromáticas.

Proposta tentadora

É verdade que cerca de €100 dá para comprar muitas ervas aromáticas. E gostaríamos de ter um pouco mais espaço cultivar plantas de maior dimensão. Mas, a longo prazo, a iS Horta Urbana Eden torna-se um investimento vantajoso. E, mais importante, a experiência de cultivarmos as nossas plantas é recompensadora.

Este aparelho é, sem dúvida, uma proposta atrativa para quem deseja ter uma horta em casa, mesmo sem experiência ou espaço exterior. É uma boa porta de entrada para o mundo da hidroponia doméstica, com potencial para mudar a forma como consumimos ervas aromáticas e pequenos vegetais.

Tome Nota
iS Horta Urbana Eden – €99,95
iservices.pt

Construção Muito bom
Instalação Muito bom
Consumo Muito bom
Capacidade Satisfatório

Características Dimensões (LxPxA): 250x140x275-690 mm ○ Peso: 1,78 kg ○ Capacidade de água: 4 litros ○ Potência: 24 watts ○ Acessórios incluídos: 9x esponja, 9x suporte de plantação, 9x cúpulas de germinação, 1x garrafa de nutrientes A e 1x garrafa de nutrientes B

Desempenho: 4,5
Características: 3,5
Qualidade/preço: 4

Global: 4

Ooxigénio, essencial à nossa vida, é extraído nos pulmões a partir do ar inspirado pelo nariz ou pela boca. Na respiração normal, pelo nariz, o ar é filtrado de possíveis alergénios (por exemplo, pólenes) e corpos estranhos, e é humidificado e aquecido, contribuindo para a saúde funcional dos brônquios e dos pulmões.

Ao nível da mucosa dos seios paranasais, principalmente, e das fossas nasais e nasofaringe, forma-se óxido nítrico que facilita a captação de oxigénio nos pulmões e o seu transporte pelo corpo, tem ação imunitária protetora e propriedades antimicrobianas, provoca vasodilatação, diminui a pressão arterial, melhora o fluxo sanguíneo, regula a resposta inflamatória, previne a coagulação e a obstrução arterial.

Quando existe respiração bucal, em geral associada a obstrução nasal, aquela produção de óxido nítrico fica reduzida, aumentando o risco de infeções respiratórias, hipertensão arterial, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, disfunção erétil, demências, distúrbios digestivos, entre outras.

Infelizmente, há pessoas sem qualquer obstrução nasal que adquirem o hábito nefasto de respirar pela boca, pelo que devem ser esclarecidas sobre os riscos associados e ajudadas a revertê-lo. A respiração bucal, no entanto, torna-se necessária em doenças respiratórias agudas que cursam com marcada obstrução nasal congestiva, como constipações, gripes ou certas alergias.

A respiração bucal crónica, por obstrução nasal, pode ocorrer durante todo o dia ou só durante o sono, tem causas variadas como, por exemplo, má posição da língua, amígdalas ou adenoides aumentados, desvio do septo nasal, infeções nasofaríngeas crónicas, pólipos nasossinusais, sucção de dedos, anomalias congénitas (por exemplo, fendas palatinas, deficiências maxilares).

A língua baixa permite inspirar mais ar, mas promove secura da boca, com redução da saliva, que é essencial na eliminação de bactérias. Tal agrava-se na desidratação, em pessoas dependentes de outrem para ingerir água (doentes acamados, crianças). A secura e a proliferação bacteriana podem originar mau hálito, gengivites, cáries dentárias, dores de garganta e infeções respiratórias.

A respiração bucal crónica é causa frequente de perturbações do sono profundo, roncopatia (“ressonar”) e eventual síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono, com cansaço sistemático (sono não reparador), cefaleias matinais, problemas digestivos, fraca produtividade, entre outras. A má postura corporal é frequente, procurando facilitar a respiração, pelo encurvar dos ombros e o inclinar da cabeça para a frente, mas como isso pressiona o tórax, pode dificultar a respiração.

Nas crianças, a diminuição do nível de hormona do crescimento, associada às perturbações do sono, leva a um desenvolvimento físico inadequado, faces estreitas e longas, maxilares pouco desenvolvidos, dentes tortos e má oclusão dentária, boca aberta, sorriso gengival, disfunção das articulações temporomandibulares, incontinência salivar, problemas da fala, défices de atenção e raciocínio, hiperatividade, insucesso escolar e fraca autoestima.

Quem respira pela boca deve ter um acompanhamento multidisciplinar, pois existem muitos procedimentos e tratamentos médicos, cirúrgicos e outros possíveis, consoante o quadro clínico individual, pelo que deve ser solicitada orientação ao seu médico assistente.

De acordo com o último balanço das autoridades mais 12 mil habitações e outros edifícios da cidade de Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia, foram consumidos pelas chamas.

Esta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros da Califórnia disse estar a fazer progressos no combate aos cinco incêndios florestais ativos na região. Segundo a última atualização, o incêndio que deflagrou em Lidia está 98% contido, o de Hurst cerca de 70% e o de Kenneth em 50%.

Cerca de 11 pessoas morreram na sequência dos incêndios, um número que poderá vir a aumentar, alertam as autoridades. 

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Carlos Costa Neves foi rápido a aceitar o convite de Luís Montenegro. Ainda a polémica sobre o salário de Hélder Rosalino ocupava os espaços de comentário na televisão e já o recrutamento do novo secretário-geral do Governo estava a ser fechado. Costa Neves não hesitou graças à boa relação pessoal que mantém não só com Montenegro, mas também com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e começou a fazer as malas para vir da ilha Terceira, nos Açores, para Lisboa.

No Campus XXI, a sede do Governo, tem já quatro dos seus seis secretários-gerais adjuntos, todos eles nomeados em regime de substituição para escapar ao crivo da CRESAP, a agência criada por Passos Coelho nos tempos da Troika para avaliar as nomeações dos dirigentes da administração pública.

À VISÃO, uma fonte do Governo explica que Carlos Costa Neves não deve perder tempo: até fevereiro deve fixar o cronograma da reforma administrativa do Estado que vai começar. “Saúde e Educação ficam para o fim”, diz a mesma fonte, admitindo que o trabalho de reestruturação não será fácil, sobretudo nestas duas áreas, que são bastante complexas e têm muitas direções-gerais. “É previsível que haja resistência. A mudança é dolorosa. Mas este é um passo inicial de uma longa caminhada”, comenta a mesma fonte, explicando que as mexidas serão progressivas.

Descrito por alguns como uma espécie de “governanta do Governo”, o secretário-geral é uma figura criada por António Costa, para dar resposta a uma exigência de Bruxelas. Esta secretaria-geral do Governo que agora sai do papel é moeda de troca para receber a quinta tranche do PRR, que vale 2 775 milhões de euros e resulta da fusão de oito das atuais secretarias-gerais, concentrando também serviços como o CEGER (que gere a rede informática e a comunicação do Governo). De fora ficam, para já, as secretarias-gerais dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e da Administração Interna, ficando esta secretaria-geral a gerir todas as compras, contratações e autorizações dos restantes ministérios.

O objetivo anunciado é o de eliminar 79 cargos dirigentes e poupar 4,1 milhões de euros, através destes cortes, a que se somam 21 milhões de poupanças estimadas com rendas de edifícios desocupados até 2032. Fala-se ainda na “rentabilização de imóveis” que agora são do Estado, mas a informação é ainda muito vaga sobre como serão rentabilizados estes 27 edifícios, dizendo apenas a Presidência do Conselho de Ministros que “a maioria dos edifícios” será destinada a habitação.

Não tendo sido Carlos Costa Neves a primeira escolha de Luís Montenegro, que viu Hélder Rosalino recuar por causa da polémica em torno do seu salário, o antigo ministro de Pedro Santana Lopes pode dar o seu cunho pessoal ao lugar. “Isto ainda é um embrião”, diz-se no Governo. Acumulando o secretário-geral muitos poderes, garante quem conhece bem Costa Neves que ele acredita “na descentralização” e que vai delegar muito nos seus adjuntos. “Não vai querer ser o homem da orquestra que toca todos os instrumentos.”

Vai ganhar o salário tabelado, de €4 989,47, mais despesas de representação, num total de cerca de seis mil euros brutos.

Tensão com Centeno

A polémica em torno de Hélder Rosalino serviu para azedar ainda mais a já turbulenta relação entre o Governo e o governador do Banco de Portugal. Fontes do Governo asseguram à VISÃO que foi só por “comunicado público” que Montenegro ficou a saber que Mário Centeno não iria financiar o salário de Rosalino. “No primeiro contacto não disse que não, depois ligou passado umas horas a dizer que talvez houvesse problemas e a seguir veio o comunicado.”

No núcleo duro de Luís Montenegro vê nesta atitude um posicionamento de Mário Centeno para as presidenciais. “Quer uma guerra com o Governo, talvez até para sair mais cedo do Banco de Portugal”, comenta um ministro.

O Governo tornou esse incómodo bastante explícito no comunicado no qual Hélder Rosalino declarou a sua indisponibilidade para o cargo, no qual acusava Centeno de criar “uma complexidade indesejável” e não uma poupança de recursos públicos com a recusa de pagamento.

Contactado pela VISÃO, Mário Centeno não quis fazer qualquer comentário.

A dez dias de regressar à Casa Branca, Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, foi considerado culpado pelo Tribunal de Nova Iorque de 34 crimes de falsificação de registos financeiros. O magnata norte-americano não terá de cumprir, contudo, qualquer pena no caso, tendo sido sentenciado a uma “dispensa incondidional”, a medida de coação mais branda possível. Em causa estavam os pagamentos ocultos que o republicano terá feito à atriz pornográfica Stormy Daniels durante a campanha eleitoral de 2016.

De acordo com a lei em vigor naquele estado norte-americano, a “dispensa incondicional” não implica “prisão, multa ou supervisão de liberdade condicional”. Uma sentença geralmente aplicada quando o juiz – neste caso Juan M. Merchan – considera que “que nenhum objetivo adequado seria servido pela imposição de qualquer condição à libertação do arguido”.

Presente virtualmente no tribunal, Trump referiu-se ao caso como uma “caça às bruxas com motivações políticas” e disse que a experiência tem sido “muito terrível”. “Penso que foi um retrocesso para Nova Iorque e para o sistema judicial de Nova Iorque”, referiu, sublinhando estar “totalmente inocente”.

Horas antes, os advogados do dono da Trump Tower tinham pedido a suspensão da leitura da sentença, mas o pedido foi negado pelo Supremo Tribunal.

Palavras-chave:

No palco de Atsumori, a coreógrafa tece uma tapeçaria onde o visível e o invisível se entrelaçam, convidando-nos a uma travessia pelos interstícios da existência humana. Inspirada na peça homónima Noh do século XV, este espetáculo transcende a narrativa para se inscrever no corpo, na luz e na memória, criando um território onde o humano e o fantasmagórico coexistem. A dança, aqui, não é apenas movimento; é invocação, um gesto que rasga o véu entre mundos e reivindica o direito de existir, de agir e de ser visto.

O espaço cénico de Atsumori é uma arena de contrastes. O chão e o teto luminosos, reminiscentes de salas de jogos com néons vibrantes, delineiam um campo onde o centro iluminado e a periferia sombria dialogam incessantemente. Os corpos, inicialmente contidos na periferia, emergem da penumbra como figuras translúcidas, quase etéreas, que parecem habitar um espaço intersticial entre a matéria e o espectro. O que se oculta à margem, nos recantos escurecidos, irrompe no centro com força renovada, onde a luz revela o que antes estava ausente ao olhar. Este movimento, meticulosamente coreografado, desafia o espectador a questionar: o que ignoramos quando só olhamos para o centro?

A periferia, muitas vezes invisível, torna-se um espaço ativo e político. Aqui, Catarina Miranda insinua que a marginalidade não é um lugar de ausência, mas de gestação — o invisível ganha forma, as sombras reclamam voz, e o que parecia secundário torna-se centro.

As figuras que habitam Atsumori são presenças fugidias, corpos que oscilam entre o sonho e a vigília, a memória e a realidade. Os intérpretes evocam a fragilidade da matéria humana, enquanto buscam, incessantemente, a sua potência máxima. Movem-se como espectros que dançam para se ancorar no mundo, recusando a invisibilidade.

Esta luta é profundamente física e simbólica. Os movimentos — inspirados pelo vudu, o folclore e as danças urbanas — criam um vocabulário híbrido que desafia a linearidade e reclama a singularidade do corpo. A pulsação rítmica dos gestos individuais, muitas vezes fragmentados, transforma-se numa expressão coletiva onde o grupo constrói o seu próprio discurso. Há aqui uma tensão entre a leveza fantasmática e a necessidade urgente de inscrição no presente. Catarina Miranda parece perguntar: de que forma nos materializamos no mundo? Como nos tornamos visíveis?

Atsumori respira através da memória. Os objetos em cena — isqueiros que lançam faíscas longas como sinais de vida, espelhos que refletem clarões de luz quase apotropaicos — são mais do que simples adereços: são vestígios de um passado que se repete, sinais de SOS de tempos de guerra e conflito. As memórias ancestrais, espectrais, mas persistentes, atravessam o espetáculo como ecos, como sombras que se recusam a desaparecer.

Os intérpretes tornam-se canais vivos desta comunicação com a ancestralidade, ora batendo palmas, ora emitindo sons vocais que ecoam no vazio. Há um ritual implícito nesta invocação, um desejo de conjurar o que foi esquecido, de abrir um portal entre o passado e o presente, entre o visível e o invisível.

No mundo atual, Atsumori reflete a condição social de um tempo marcado pelo conflito, pela opacidade e pela urgência de transformação. Os corpos que emergem da sombra para a luz encarnam o gesto político de sair da invisibilidade — de recusar a transparência fantasmática e tornarem-se agentes de mudança. A coreografia, neste sentido, não é apenas estética, mas ética: desafia-nos a abandonar o papel de vítimas, a agir sobre a realidade, a construir o futuro.

O espetáculo torna-se, assim, uma metáfora da resistência e da resiliência humanas. Cada gesto é uma tentativa de transformação, um ato que afasta as forças obscuras, como um ritual apotropaico que reivindica a vida face à sombra. Há, aqui, uma força silenciosa, mas profundamente subversiva, que interpela o espectador e perdura para além do espetáculo: como é que nos inscrevemos no mundo? Que espaço ocupamos? Qual o nosso papel singular? Qual a perspetiva que escolhemos ver? A sombra ou a luz?

Q-Day: é este o nome dado pelos criptógrafos ao dia em que chegar o primeiro computador quântico suficientemente poderoso para quebrar a criptografia atual. Ainda não existem máquinas suficientemente capazes para realizar tal ‘proeza’, no entanto, à medida que a tecnologia continua a avançar, é essencial jogar na antecipação e preparar novos métodos que garantam a segurança.  

Ainda em agosto do ano passado, o National Institute of Standards and Technology (NIST) deu um passo importante nesse sentido ao publicar a versão final dos seus primeiros standards de criptografia pós-quântica. Mas o desenvolvimento de algoritmos capazes de resistirem a ataques realizados através de computadores quânticos não é a única abordagem para este problema.  

A distribuição de chaves quânticas (QKD, na sigla em inglês) afirma-se como outra das possibilidades e é neste campo onde ‘joga’ a N10GLED. Sediada no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, a startup já tem um ano e está a desenvolver um sistema de distribuição de chaves quânticas via satélite, concebido para assegurar que as comunicações permanecem invioláveis independentemente dos avanços tecnológicos.  

“A N10GLED nasceu por iniciativa dos seus dois sócios fundadores, que são a Omnidea e eu”, conta Rui Semide, CEO da startup em entrevista à Exame Informática. “Havia uma oportunidade de se fazer um projeto de desenvolvimento na área das comunicações e na distribuição de chaves quânticas e nós sentimos que era uma boa ideia fazer algo autónomo”. “Em vez de ser um projeto dentro da Omnidea, criámos uma empresa para explorar tecnologias quânticas”, detalha.  

O foco surge numa altura em que, apesar dos mais recentes marcos no desenvolvimento de sistemas de computação quântica, como o Willow, o novo chip quântico da Google, “os computadores quânticos que existem até à data são muito embrionários”, explica Rui Semide,  

“Eu costumo fazer a analogia de que nós estamos na década de 1960 da computação clássica, em que os computadores eram do tamanho de uma sala e tinham uma capacidade diminuta: ainda pouco se podia fazer com aquilo, a não ser umas contas. Nós estamos um bocadinho no mesmo pé na computação quântica”, afirma. “A questão é que temos noção do potencial que ela tem, apesar de ainda não conseguirmos fazer muita coisa em termos de computação quântica”.  

N10GLED

“Quando os computadores quânticos conseguirem implementar um algoritmo de Shor, as medidas que nós utilizamos hoje vão deixar de ser seguras. Por isso, nessa altura, nós temos que ter outra solução sem dúvida”

— Rui Semide, CEO da N10GLED

Este algoritmo quântico, desenvolvido em 1994 pelo matemático Peter Shor, mostra que é possível decompor fatores de forma muito mais rápida do que com os algoritmos da computação clássica, significando que é possível quebrar a criptografia atual.  

Além disso, “existem muitas pessoas que alegam que já se conseguem guardar dados de forma massiva e que podem estar hoje a ser gravadas, guardadas ou espiadas informações que, assim que os computadores quânticos forem capazes de implementar o algoritmo de Shor, vão ser quebradas”, sendo esta a ideia que está na base dos ataques store now, decrypt later (ou armazenar agora, desencriptar depois, numa tradução livre para português).  

Não é fácil perceber quando é que os computadores quânticos serão suficientemente potentes para quebrar a encriptação atual, mas “muitos apontam para períodos de 5 a 10 anos”, indica Rui Semide, acrescentando que este período corresponde ao tempo que a startup estima para fazer a implementação da sua solução. “Nós estamos focados em conseguir apresentar ao mercado – tão rápido quanto possível e, esperamos nós, a tempo em termos desta corrida contra o computador quântico capaz de implementar o algoritmo de Shor – uma solução comercial”.  

Entre Terra e Espaço 

Se a criptografia pós-quântica se baseia na matemática, a distribuição de chave quântica assenta na física. Através deste método, uma chave de encriptação começa por ser convertida num fluxo de fotões polarizados. O objetivo passa por “enviar feixes de luz tão ténues que chegam ao ponto de ter um único fotão ou menos por símbolo”, explica o CEO da N10GLED. “Ou seja, cada Qbit, cada fotão, tem uma informação” e “a segurança assenta no facto de que, pelo princípio da incerteza de Heisenberg e pelo No-Cloning Theorem, é impossível clonar exatamente um fotão”. “Isto significa que, se alguém interferir com este feixe de muito pouca luz que está a ser enviado, nós vamos detetar”.  

É possível ter sistemas de distribuição de chave quântica que recorrem a fibra ótica. Exemplo disso é o “portal quântico” desenvolvido pela Warpcom, IP Telecom e ID Quantique e inaugurado em 2021 que liga dois centros de dados, um em Lisboa e outro em Almada.  

“Mas como a fibra ótica tem perdas, para grandes distâncias nós precisamos de usar ligações de Espaço livre (ou Free Space) e é aí que surge exatamente aquilo em que nós estamos a trabalhar”, detalha. Neste caso, os feixes de luz muito ténue ‘navegam’ entre satélites e estações terrestres (ou ground stations), que “recebem estes fotões” e que “conseguem detetar informação para estabelecer uma chave”.  

A N10GLED começou com uma iniciativa para o desenvolvimento de uma estação terrestre com a Agência Espacial Europeia (ESA), um “primeiro projeto de performance review”, nas palavras de Rui Semide. “Entretanto, quando estamos a desenvolver uma ground station apercebemo-nos de que também temos de testar o que estamos fazer, como tal, também vamos ter de emitir”.  

Assim, e tendo em conta a experiência dos sócios e da equipa no que toca ao desenvolvimento de soluções para o Espaço, a startup avançou para outro projeto, neste caso, um estudo de viabilidade feito com o ESA Business Incubation Centre (BIC) Portugal.  

“E este estudo de viabilidade fez-nos ver que, de facto, era viável, pensarmos também no desenvolvimento para a parte do Espaço, para a parte do satélite”. Com o apoio da Agência Nacional de Inovação, a N10GLED está a fazer um primeiro desenvolvimento para o segmento do Espaço, com vista à criação de um satélite, chamado Hekate.  

A ambição valeu à startup a distinção com o prémio Born from Knowledge (BfK Awards), atribuído pela ANI, no âmbito dos Altice International Innovation Awards 2024. “É um reconhecimento muito importante para nós. O nome do prémio por si só faz-nos ficar contentes: ‘nascido do conhecimento’ – é o que estamos a trabalhar aqui”, conta Rui Semide.  

N10GLED

De olhos postos no futuro, a N10GLED tem a ambição de ser uma empresa global. “A nossa visão é que, de facto, daqui a 5-10 anos tenhamos um serviço completo, ou seja, não só um produto para a Terra e um produto para Espaço, mas sim termos ambas as metades e podermos oferecer quantum keys-as-a-service aos nossos potenciais utilizadores”.  

A startup conta já com parceiros nos projetos que estão a decorrer, incluindo na Holanda, e, em breve, espera encontrá-los também na Itália. “Não estamos muito preocupados com a questão da fronteira”, realça o responsável.  

“Vamos ter de nos integrar cada vez mais no nosso ecossistema e fazê-lo crescer o mais possível – seja com outras empresas, entidades académicas – mas temos que fazer este ecossistema crescer connosco”, afirma. “Onde existir conhecimento, onde existir vontade e onde existir capacidade, nós esperamos encontrar as pessoas e as equipas para nos ajudarem a chegar a este fim”.  

A Xiaomi apresentou hoje a nova série Redmi Note 14, composta por cinco modelos distintos. Em comunicado, a marca avança que desempenho, fotografia e durabilidade são pontos de destaque da nova linha, que chega com uma ampla gama de opções, desde o modelo básico até ao robusto Pro+, disponibilizando soluções adaptadas a diferentes necessidades e orçamentos.

A Inteligência Artificial está presente, com várias funcionalidades incluídas nos diversos modelos. Além do assistente Gemini, disponível em toda a série, a funcionalidade Circle to Search da Google chega aos modelos Redmi Note 14 Pro+ 5G e Redmi Note 14 Pro 5G para agilizar as pesquisas.

Conheça os novos modelos Redmi Note 14 ao detalhe

Redmi Note 14 Pro+ 5G: O modelo mais robusto

O Redmi Note 14 Pro+ 5G é o topo de gama desta linha e destaca-se pelo sistema de câmara principal de 200MP, estabilização ótica de imagem (OIS), zoom ótico de 2x e 4x, e zoom digital de até 30x. Conta ainda com uma câmara ultra grande angular de 8 MP, macro de 2MP e uma frontal de 20 MP.

No interior, o processador Snapdragon 7s Gen 3 promete um desempenho poderoso e é complementado por uma bateria de 5110mAh, com suporta a carregamento rápido de 120W. Está disponível em duas combinações de RAM/armazenamento interno: 8GB + 256GB e 12GB + 512GB. Este modelo conta também com resistência a água e poeira (IP68) e proteção Corning Gorilla Glass Victus 2.

O modelo com 8GB de RAM e 256GB de armazenamento tem um preço recomendado de 499,99 euros, enquanto a versão com 12GB de RAM e 512GB de armazenamento custa 549,99 euros

Veja o Redmi Note 14 Pro 5G+

Redmi Note 14 Pro 5G: Mais acessível e com qualidade

O Redmi Note 14 Pro 5G partilha muitas das funcionalidades do modelo Pro+, incluindo a câmara principal de 200MP, o ecrã AMOLED de 1,5K, e a estrutura resistente com IP68 e Gorilla Glass Victus 2. O smartphone está equipado com o processador MediaTek Dimensity 7300-Ultra para bons níveis de desempenho tanto em jogos como tarefas exigentes, afirma a marca.

Segundo a Xiaomi, a bateria de 5110mAh com carregamento rápido de 67W assegura uma autonomia prolongada. Este modelo vai estar disponível com 8GB de RAM e 256GB de memória interna, com o preço recomendado de 399,99 euros.

Redmi Note 14 Pro

O Redmi Note 14 Pro tem um sistema de câmaras com 200 MP, uma câmara ultra grande angular de 8 MP e uma frontal de 32 MP, tornando-o uma opção apelativa para quem procura uma boa experiência fotográfica. 

O modelo chega com um ecrã AMOLED de 6,67 polegadas e está equipado com o processador MediaTek Helio G100-Ultra. Com 8GB de RAM e 256GB de memória interna, o smartphone promete um bom desempenho para as tarefas diárias. A bateria de 5500 mAh com carregamento rápido de 45W torna-o prático para o uso diário. Estará disponível por 349,99 euros.

Veja o Redmi Note 14 Pro

Redmi Note 14 5G: Desempenho avançado a um preço acessível

O Redmi Note 14 5G destaca-se pela sua câmara principal de 108 MP, câmara, frontal de 20MP, macro de 2M, e grande angular de 8MP. A IA está também presente e fornece recursos como o modo AI Sky e AI Erase. Equipado com o processador MediaTek Dimensity 7025-Ultra, é uma opção ideal para quem procura um desempenho equilibrado em tarefas diárias e jogos, afirma a Xiaomi. O modelo dispõe ainda de 8GB de RAM e 256GB de armazenamento interno (expansível até 1TB), além de uma bateria de 5500 mAh com suporte a carregamento rápido de 45W. Este modelo vai estar disponível por 309,99 euros.

Veja o Redmi Note 14 5G

Redmi Note 14: No poupar está o ganho

O Redmi Note 14 pode ser uma opção a considerar para quem procura um modelo mais económico, sem comprometer o desempenho. Equipado com o processador MediaTek Helio G99-Ultra, este smartphone está disponível em duas versões de armazenamento (6GB de RAM + 128GB ou 8GB de RAM + 256GB, expansíveis até 1TB). O sistema de câmaras é idênttico ao da versão 5G, com única diferença a estar presente na câmara grande angular. Nesta versão tem apenas 2MP.

A bateria tem uma capacidde de 5500mAh e suporta carregamento rápido de 33W. Este modelo está disponível em três cores e os preços são: 239,99 euros para a versão com 6GB de RAM e 128GB de armazenamento e 269,99 euros para a versão com 8GB de RAM e 256GB de armazenamento.

Veja o Redmi Note 14

A Rictor apresentou na CES 2025 uma mota-quadcóptero híbrida que vai permitir aos utilizadores evitar o trânsito, passando por cima dos congestionamentos. Há uma versão de conceito que pode ser vista na CES em Las Vegas e a empresa espera ter as primeiras unidades a serem comercializadas já no próximo ano.

Este modelo vai ter um sistema de oito propulsores para redundância e estabilidade, conseguirá atingir os 100 km/h e ter a capacidade de voar durante 40 minutos, dependendo da configuração escolhida. A Skyrider X1 vai estar disponível com baterias de 10,5 kWh (25 minutos) ou de 21 kWh (40 minutos), noticia o Interesting Engineering.

Para aguçar ainda mais o interesse por este veículo, a Rictor promete descolagens e aterragens na vertical automatizadas e ajustes automáticos na rota de forma a ser o mais eficiente possível, baseando-se na localização, destino e bateria restante. A mota vai estar equipada com capacidades de ajuste, em tempo real, às condições meteorológicas e ao ambiente, adequando a velocidade, altura e direção conforme necessário. Os utilizadores vão ter à disposição a opção de controlos manuais sobre as operações, havendo um joystick para manobrar. Em jeito de prevenção, há ainda um para-quedas de emergência integrado.

A Rictor prevê começar as vendas no próximo ano, com preços a partir dos 60 mil dólares.