Emmanuel Macron, na Sala Oval, corrigiu e colocou Donald Trump na defensiva, na sua própria Casa, mostrando que a França e a Europa não têm qualquer receio de que os Estados Unidos se possam retirar da NATO ou transformar a sua participação num mero ato simbólico.

Trump ouviu das boas e não gostou. Quis centrar-se apenas no dinheiro americano investido na Ucrânia, em equipamentos militares e ajudas financeiras diretas, repetindo que queria esse valor de volta, através do tal negócio das Terras Raras. No entanto, o presidente francês silenciou-o, afirmando que a Europa tinha investido o mesmo montante, além do que ainda será entregue, mas não como um empréstimo a Kiev. A Europa ajudou, deu, ofereceu os milhões em nome de um país que não se vergou à barbaridade do seu vizinho. E mais fará!

Aí sim, viu-se um Macron aguerrido, consciente do seu papel e do seu poder como líder de uma potência nuclear, capaz de dizer a Washington que o guarda-chuva americano pode ser substituído pelo francês e pelo britânico. Trump vai encontrar-se com Putin, não reteve metade do que foi dito e insiste na ideia de que a Rússia não lançou, há precisamente três anos, uma operação militar especial para eliminar Zelensky e transformar a Ucrânia numa nova Bielorrússia.

Na quinta-feira, dar-se-á o confronto com a Grã-Bretanha, que já percebeu com o que pode contar. Sir Starmer não tem qualquer afinidade com o presidente americano e considera que Trump está a destruir a credibilidade e a confiabilidade dos Estados Unidos. A menos que isso mude rapidamente, com um novo Congresso, mais valerá a todos os aliados da NATO concentrarem-se no reforço das suas capacidades militares a curto prazo, integrando todas as inovações testadas na guerra da Ucrânia.

Macron, finalmente, elevou-se e bateu-se, taco a taco, contra o homem supostamente mais poderoso do planeta, e ganhou esse confronto. Sem qualquer medo. Se os EUA de Trump não querem participar no apoio à Ucrânia, então que abandonem a Aliança Atlântica e fiquem isolados no seu continente, perante uma China cada vez mais agressiva e poderosa e um Putin que também manda na Casa Branca. Que interessante 2025!

Vergonha: EUA votam contra Resolução da ONU a condenar guerra na Ucrânia, ao lado da Rússia, China e Coreia de Norte. Sem Vergonha!

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

A EngineAI, uma startup chinesa, apresentou recentemente o PM01, o primeiro robô humanoide a conseguir realizar um salto mortal para a frente. O PM01, lançado em dezembro de 2024, é uma versão mais compacta do SE01, o modelo principal da EngineAI, que tem impressionado o público mundial com a sua capacidade de realizar movimentos realistas. O robô executa o salto mortal, um feito desafiador tanto para humanos quanto para máquinas, devido à complexidade de manter o equilíbrio e a estabilidade durante a aterragem.

O PM01, tem 1,38 metros de altura, pesa cerca de 40 kg, e é mais pequeno e leve do que o SE01, que tem 1,65 metros e 48 kg. O tamanho reduzido confere-lhe um centro de gravidade mais baixo, facilitando o equilíbrio, o que é crucial para realizar movimentos acrobáticos como o salto mortal para a frente.

Veja abaixo um vídeo detalhado do robô:

Esta agilidade foi um dos pontos de destaque durante a apresentação, onde o robô também foi filmado a caminhar pelo Centro de Informação Turística de Shenzhen, mostrando a sua capacidade de interação e mobilidade, de acordo com o website Interesting Engineering.

Além da capacidade de realizar movimentos complexos, o PM01 possui um design biónico, replicando os movimentos humanos com precisão, e é equipado com uma impressionante rotação de cintura de 320 graus. A estrutura é feita de liga de alumínio, tornando-o mais leve e resistente. O PM01 também é dotado de uma câmara de profundidade Intel RealSense e chips poderosos como o NVIDIA Jetson Orin e o Intel N97, que conferem uma perceção visual avançada e potência de processamento para interagir com o ambiente e realizar tarefas de forma eficiente.

Design, câmaras, ação – este bem que podia ser o mote para os mais recentes smartphones da Oppo. Os Reno13 e Reno13 Pro apostam num aspeto diferenciador, num conjunto fotográfico versátil e ainda em funcionalidades de Inteligência Artificial, tudo com o objetivo de conquistar utilizadores no competitivo segmento dos smartphones.

A apresentação dos novos modelos foi feita nesta segunda-feira em Milão, Itália. “Desde 2018 que a Europa tem sido uma parte importante da nossa jornada. A nossa presença aqui continua a crescer. Em 2025, a Oppo vai entrar em novos mercados, nos países nórdicos e do leste da Europa”, anunciou Billy Zhang, presidente de serviços de marketing e vendas internacionais da Oppo durante a apresentação à imprensa. E os novos Reno13 fazem parte da estratégia mais alargada da empresa para conquistar novos utilizadores.

Começando pelos materiais de construção. Os novos smartphones têm, segundo a marca, uma estrutura feita em alumínio de calibre espacial, o que lhes confere maior resistência. A isto juntam-se outros elementos – como o vidro temperado na parte frontal e traseira, e um sistema interno de reforço contra quedas – para aumentar a durabilidade dos dispositivos.

Do ponto de vista do design, a Oppo tenta destacar-se com a aposta num acabamento reflexivo e que transforma a traseira do smartphone numa espécie de jogo de luz e sombras. De considerar ainda que os novos Reno13 e Reno13 Pro têm apenas 181 e 195 gramas de peso, respetivamente, e têm uma espessura abaixo dos 7,3 milímetros e 7,6 milímetros, respetivamente.

É notório o ‘efeito borboleta’ na traseira do smartphone

Ainda relativo ao capítulo da durabilidade, os novos modelos têm uma certificação IP69, o que significa que podem ficar submersos em água até dois metros de profundidade, durante 30 minutos, aguentando também jatos de água quente.

Oppo Reno13
Imagem da parte traseira do Oppo Reno 13, disponível em duas versões: azul e branco

Pequenas (ou grandes?) diferenças

Os dois smartphones são iguais nas especificações e nas funcionalidades, com exceção de três áreas – tamanho do ecrã e, por consequência, tamanho da bateria, e no número de câmaras disponíveis.

O Oppo Reno13 Pro está equipado com um ecrã AMOLED de 6,83 polegadas, 2800×1272 píxeis de resolução, suporta uma taxa de atualização máxima de 120 Hz e reproduz mais de mil milhões de cores. Já o Reno13 está equipado com um ecrã AMOLED de 6,59 polegadas, tem 2760×1256 píxeis de resolução, suportando igualmente uma taxa de atualização máxima de 120 Hz e reproduzindo também mais de mil milhões de cores. De destacar as margens finíssimas em torno do ecrã de ambos os smartphones, com o rácio ecrã/corpo a ser superior a 93% nos dois modelos.

O modelo Reno13 Pro está depois equipado com três câmaras, duas das quais com sensores de 50 megapíxeis: a principal, com lente grande angular, com estabilizador ótico de imagem (OIS) e uma abertura de f/1.8; e a de telefoto, capaz de executar um zoom ótico de 3,5 vezes e um zoom digital até 120x; a terceira câmara é uma ultra grande angular, de oito megapíxeis. Por fim, a câmara frontal, dedicada para selfies, também está equipada com um sensor de 50 megpaíxeis.

No caso do Reno13, a câmara principal, ultra grande angular e de selfie são iguais, a grande diferença está na ausência da câmara de telefoto – a marca opta por um sensor monocromático de dois megapíxeis neste modelo.

Oppo Reno13
Imagem de pormenor do módulo de câmaras do Oppo Reno13

Uma novidade diferenciadora na área da imagem nestes dispositivos é o modo de fotografia subaquática. Quando selecionado, o equipamento faz uma calibração diferente dos perfis de cor, para que o azul da água sobressaia, assim como os elementos que estão submersos (como o tom de pele dos utilizadores ou as cores exóticas de peixes).

Quanto à capacidade de processamento, o chip MediaTek 8350 garante uma performance 20% superior em tarefas gerais e 60% superior em tarefas gráficas (como jogos), em comparação com o modelo anterior (MT 8300). E integra também núcleos de processamento neurais, o que facilita nas tarefas dedicadas de Inteligência Artificial (IA). E por falar em IA…

Oppo Reno13: Os truques na manga

Entramos depois no campo da Inteligência Artificial, a área na qual todos os fabricantes estão a apostar as fichas da diferenciação nos dias que correm. No caso dos Reno13, a Oppo aposta numa mão cheia de funcionalidades para tentar apelar aos utilizadores.

“Estamos a trabalhar para garantir que a IA beneficia os utilizadores e contribui para o nosso desempenho no mercado”, disse Billy Zhang, numa conferência posterior à apresentação, sobre a importância da aposta em novas funcionalidades. Para o executivo chinês, existem três grandes fatores que neste momento pesam na hora de os consumidores escolherem dispositivos Oppo: o design dos equipamentos; o sistema operativo ColorOS; e a IA combinada com um bom sistema de câmaras.

Billy Zhang, da Oppo, numa conferência com jornalistas depois da apresentação dos novos smartphones

Uma das novidades é o modo de Melhorar Nitidez, que permite fazer uma aproximação (zoom) e recorte (crop) numa fotografia, mas garantindo que o pormenor fica na mesma detalhado, graças a uma camada extra de píxeis gerada por IA. Já o Remover Desfoque permite tornar nítidas as imagens que têm elementos desfocados, muitas vezes associadas a movimentos inesperados no momento de captação da foto. Uma função que poderá ser particularmente útil é o Removedor de Reflexos, que permite ao utilizador captar uma imagem atrás de um vidro (uma montra, p.ex.), com o algoritmo a remover os reflexos e efeitos de transparência que tipicamente ficam associados a essas imagens.

Existem depois duas outras funcionalidades (AI Motion e AI Reimagine), integradas numa aplicação à parte e com microtransições (é precisar usar uma moeda virtual para tirar partido destes sistemas). No caso do AI Motion, é usada IA generativa para transformar imagens fixas em vídeos três segundos. Já o modo AI Reimagine permite ao utilizador transformar visualmente as suas fotografias, através da aplicação de estilos artísticos específicos ou dando-lhes um aspeto de desenho animado, por exemplo. 

Ambos os modelos estão ainda equipados com a tecnologia Supervooc, que garante compatibilidade com carregadores até 80 watts, e com o chip SignalBoost X1, que deverá garantir melhor desempenho de ligação à rede móvel.

Os smartphones ficam disponíveis em pré-venda já a partir desta terça-feira, 25 de fevereiro, estando a chegada às lojas prevista para 7 de março. O Oppo Reno13 custa 649,99 euros e o Oppo Reno13 Pro 799 euros. A marca está a lançar outros dois smartphones desta linha, o Reno13 F (399,99 euros) e o Reno13 FS (449,99 euros), que são inferiores em termos de especificações técnicas, mas apresentam valores mais acessíveis para os consumidores.

N.R: Notícia atualizada com mais informação sobre o lançamento dos smartphones Oppo Reno13

A Apple anunciou um investimento de 500 mil milhões de dólares nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, numa estratégia para mitigar o impacto das tarifas comerciais impostas pela administração de Donald Trump. 

O anúncio surge após um encontro entre Tim Cook, diretor executivo (CEO) da Apple, e o presidente norte-americano. A empresa procura reduzir os efeitos das tarifas impostas sobre produtos importados da China, que já incluem uma taxa de 10%, com a possibilidade de um agravamento para 25% sobre os chips. Entre os principais investimentos, destaca-se a nova fábrica na cidade texana de Houston, prevista para abrir no próximo ano, e que será dedicada à produção de servidores para o Apple Intelligence, a plataforma de Inteligência Artificial da empresa norte-americana.

Criação de empregos e formação especializada

Durante o período do mandato de Donald Trump, a Apple prevê contratar 20 mil profissionais para áreas como investigação e desenvolvimento, engenharia de semicondutores e Inteligência Artificial. A empresa também vai abrir uma Academia de Manufatura em Detroit, EUA, para apoiar empresas locais e oferecer formação gratuita a trabalhadores, avança a publicação The Verge.

“Acreditamos no futuro da inovação americana e estamos orgulhosos de fortalecer os nossos investimentos com este compromisso de 500 mil milhões de dólares”, afirmou Tim Cook, que destacou ainda a importância de expandir a produção nos EUA e apoiar a manufatura local.

A Apple já tinha anunciado, em 2021, um investimento de 430 mil milhões de dólares, incluindo um campus para três mil funcionários no estado norte-americano da Carolina do Norte. No entanto, este projeto encontra-se atualmente suspenso.

Carlos Reis enviou um e-mail a Luís Newton lembrando que ainda não tinham sido convocadas eleições para a direção da bancada da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) e assumindo que é candidato à liderança.

Luís Newton não saiu da liderança da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) depois de ser acusado na Operação Tutti Frutti, mas um dos seus deputados, Carlos Reis, tenta agora defrontá-lo, concorrendo ao lugar.

Num e-mail a que a VISÃO teve acesso, Carlos Reis invoca o Regulamento Interno do Grupo do PSD para recordar que ainda não foram convocadas eleições para a direção da bancada e assume que será candidato à liderança.

Depois de Luís Newton ter sido acusado no processo da Operação Tutti Frutti e de a direção nacional do PSD ter avocado a feitura das listas para as autárquicas em Lisboa, na prática retirando-lhe poder enquanto líder da concelhia, esta é mais uma movimentação que mostra como o caso judicial deixou Newton politicamente fragilizado.

Apesar de ter suspendido o mandato como deputado na Assembleia da República, muito por pressão do líder parlamentar Hugo Soares e de Luís Montenegro, Luís Newton entendeu não haver motivos para se demitir nem da presidência da Junta de Freguesia da Estrela, nem da bancada da AML nem da concelhia de Lisboa.

Ao que a VISÃO apurou, essa decisão foi tomada por Newton depois de uma reunião da comissão política concelhia na qual lhe foi reiterado o seu apoio.

Até este mail a que a VISÃO teve acesso, não havia também no interior da bancada do PSD na AML sinais de que o grupo social-democrata tinha perdido a confiança política no seu líder.

Carlos Reis, que foi bastante próximo de Luís Newton, parece assim descolar e começar a preparar um caminho que pode levar a uma candidatura à concelhia de Lisboa (embora seja militante na Amadora) ou até à distrital, uma vez que tanto o mandato de Luís Newton como o de Ângelo Pereira à frente da distrital terminam em 2026.

A VISÃO sabe que Luís Newton vai convocar eleições.

Contactados pela VISÃO, nem Luís Newton nem Carlos Reis estiveram disponíveis para fazer qualquer comentário.

No dia em que se assinalam três anos de conflito na Ucrânia, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou um novo apoio de 3,5 mil milhões de euros a Kiev. “A Europa está aqui para reforçar a Ucrânia neste momento crítico. Posso anunciar que um novo pagamento de 3,5 mil milhões de euros para a Ucrânia chegará já em março”, disse esta segunda-feira, na Cimeira Internacional de Apoio, que decorre em Kiev, acrescentando que “não é apenas o destino da Ucrânia que está em causa, é o destino da Europa”. O bloco comunitário já mobilizou 134 mil milhões e prometeu a entrega imediata de mais armas e munições.

“Estamos hoje em Kiev porque a Ucrânia é a Europa. Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em causa. É o destino da Europa”, salientou a líder do executivo comunitário, reforçando que o apoio “não é apenas fundamental para a Europa,” mas “para a Ásia, para África e para ambos os lados do Atlântico” e “um investimento na prevenção de guerras futuras”.

António Costa, antigo primeiro-ministro português e atual presidente do Conselho Europeu, também esteve presente e anunciou, para o próximo dia 6 de março, uma cimeira extraordinária em Bruxelas dedicada à defesa europeia. Costa sublinhou ainda que a União Europeia está disponível para “fazer tudo o que for necessário para a sua segurança e continuar a apoiar a Ucrânia”, e defendeu mais apoio financeiro e militar. “A União Europeia está disposta a fazer tudo o que for necessário para a sua segurança e a continuar a apoiar a Ucrânia e é por isso que vou convocar um Conselho Europeu extraordinário para a próxima semana, no dia 06 de março, sobre o apoio à Ucrânia e o reforço da defesa da Europa, trabalhando em estreita colaboração com a Comissão Europeia e com [a presidente] Ursula [von der Leyen]”, afirmou. Segundo Von der Leyen deverá ser apresentado, a propósito da cimeira, no próximo mês “um plano abrangente sobre a forma de aumentar as nossas capacidades europeias de produção de armas e de defesa”, referiu.

“Não haverá negociações credíveis e bem-sucedidas, não haverá paz duradoura sem a Ucrânia e sem a UE. Só a Ucrânia pode decidir quando estão reunidas as condições para iniciar esta negociação”, salientou o presidente do Conselho Europeu, sublinhando que “não pode ser um simples cessar-fogo, tem de ser um acordo duradouro”.

Von der Leyen, António Costa e Justin Trudeau, primeiro-ministro canadiano, participaram na cimeira que, segundo o presidente ucraniano reuniu 13 líderes mundiais presencialmente em Kiev e 24 por videoconferência. Para além da UE, os governos da Austrália e da Nova Zelândia reafirmaram hoje também o apoio a Kiev e anunciaram novas sanções contra a Rússia de Putin. Estima-se que a UE já tenha prestado, nos últimos três anos, assistência económica, humanitária, financeira e militar à Ucrânia num total de 135 mil milhões de euros.

Volodymyr Zelensky também assinalou os três anos da invasão russa através de uma publicação nas redes sociais. O líder ucraniano elogiou a resistência da Ucrânia e agradeceu “a todos aqueles que defendem e apoiam” a Ucrânia. “Três anos de resistência. Três anos de gratidão. Três anos de absoluto heroísmo dos ucranianos”, escreveu. “Que as memórias de quem deu a sua vida pelo nosso Estado e o nosso povo sejam eternas”, apelou.

O aniversário surge numa altura em que Zelensky tem sido alvo de críticas por parte de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América. O líder da Casa Branca considerou, na semana passada, que Zelensky era “um ditador” sem legitimidade democrática e acusou-o de começar a guerra, aliando-se com a narrativa construída pela presidência russa para justificar a invasão a 24 de fevereiro de 2022. A administração norte-americana considerou também como irrealistas os desígnios de Kiev de aderir à NATO e de recuperar o território controlado pelo Kremlin. Washington e Moscovo já avançaram com reuniões preliminares para determinar um acordo de paz. 

De acordo com os resultados provisórios das eleições alemãs, divulgados esta segunda-feira pelas autoridades eleitorais, o partido de Friedrich Merz, CDU (União Democrata-Cristã), registou 22,6% dos votos (164 deputados) e o CSU (União Social-Cristã na Baviera) conseguiu 6% (44 deputados).

O partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, tornou-se a segunda força mais votada, com 20,8% dos votos, passando a ter 152 deputados – mais 69 do que nas eleições de 2021.

Já os sociais-democratas do SPD, chefiado pelo atual chanceler Olaf Scholz, registaram apenas 16,4% dos votos, elegendo 120 deputados – menos 86 que nas eleições anteriores, o pior resultado de sempre do partido. Também os parceiros do SPD na coligação governamental perderam lugares, os Verdes (11,6%) elegeram 85 deputados – menos 33 – e os liberais do FDP obtiveram apenas 4,3%, não conseguindo eleger nenhum deputado.

A Esquerda, com 7,9% dos votos, é o quinto maior grupo parlamentar com 64 deputados, mais 25 dos que possui atualmente. O último deputado eleito pertence ao partido regional do estado de Schleswig-Holstein SSW.

Participaram nas eleições alemãs quase 50 milhões dos 60,4 milhões de eleitores, o que representa uma taxa de participação de 82,5%.

Nos últimos meses de dezembro e janeiro, seis dos maiores bancos americanos e cinco dos maiores bancos canadianos abandonaram a NetZero Banking Alliance, uma iniciativa das Nações Unidas para reduzir a pegada carbónica do setor financeiro.

A aliança, que chegou a contar com quase 150 bancos de 44 países (agora são 134), comprometia as instituições a estabelecer metas cientificamente sustentadas para reduzir emissões de gases com efeito de estufa até 2030, alinhando-se com o objetivo de manter o aumento da temperatura global abaixo dos 1,5ºC.

Na sequência dos resultados das eleições norte-americanas, ainda antes da tomada de posse e da saída (de novo) dos Estados Unidos do Acordo de Paris, os bancos Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Wells Fargo dos EUA, e os bancos TD Bank, Bank of Montreal, National Bank of Canada, Canadian Imperial Bank of Commerce e o Scotiabank do Canadá, abandonaram este compromisso global alegadamente por receios de conotação woke.

Dois fenómenos explicam esta decisão. Ambos, lamentavelmente, exigem estrangeirismos (que costumo tentar evitar): o “anti-wokismo” (ou “Trumpismo”, como alguns já lhe chamam) e o “greenwashing”, ou oportunismo verde.

O termo woke surgiu para descrever o despertar (daí o nome) para certas desigualdades ou preconceitos muitas vezes ignorados por uma franja grande da população. Originalmente associado a questões como racismo ou injustiça social, alargou-se depois à preocupação com o meio ambiente, igualdade de género ou orientação sexual.

Enquanto esta tendência pode ser fundamental na identificação e denúncia de injustiças sistémicas, nos últimos anos o termo passou a ser usado de forma pejorativa, por críticos que o associam a excesso de “politicamente correto” ou de bloqueio à liberdade de expressão. Curiosamente, o crescente movimento “anti-woke” é que está a tomar proporções maiores que o movimento que critica – não é a primeira vez que vemos a retaliação superar a ofensa inicial…

No caso dos bancos norte-americanos, por exemplo, a questão não era o risco de serem “woke” (isso já eles sabiam) mas sim o receio de serem rotulados como tal, ou seja, o medo dos críticos “anti-woke”. Não será esta uma ainda maior restrição à liberdade de expressão? O receio a sofrer represálias por revelar preocupação ambiental?

E o que dizer quanto à coerência destes bancos?

Se olharmos para o destino do dinheiro emprestado (ou investido) pelo setor bancário desde o Acordo de Paris, vemos que o investimento anual em combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás natural, “fracking” e desflorestação) pelos 60 maiores bancos do mundo reduziu apenas 2,6% entre 2016 e 2023. Sete dos nove bancos que agora abandonaram a aliança fazem parte do grupo dos 12 maiores financiadores desses setores.

O que faziam então bancos que continuaram a financiar este tipo de atividades numa aliança internacional para a redução de emissões?

A resposta é simples, “greenwashing”. E o que diz a sua saída? Que sentem que já nem isso precisam de fazer. Não transformaram palavras em ação, não adotaram políticas de investimento que reduzissem as emissões dos projetos que financiam, e agora sentem que já nem precisam de dizer que se preocupam.

A situação no setor financeiro é tao preocupante que a pegada carbónica do dinheiro em contas bancárias das maiores empresas dos Estados Unidos equivale em média a 76% da sua pegada de carbono. Claro que isto não afeta apenas empresas, estima-se que por cada 283€ depositados numa conta bancária é emitido um quilograma de CO2, ou seja, uma família com 10.000€ pode emitir mais dióxido de carbono através da sua conta bancária do que com o consumo energético da sua casa

Tudo isto para dizer que a sustentabilidade não é woke, não é uma moda, nem é um termo que se “desgastou”. A sustentabilidade é um valor. E certos valores – como o respeito, a integridade, a empatia ou a responsabilidade – são intemporais e inquestionáveis. A sustentabilidade é um deles.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Nas últimas autárquicas, o PSD ficou a 350 votos de ganhar a Câmara do Montijo. Um feito importante para aquele que é, historicamente, um dos distritos mais difíceis para os sociais-democratas. Isso e as boas sondagens internas pareciam tornar inevitável uma nova candidatura de João Afonso às autárquicas. Mas as críticas que fez publicamente à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, fizeram-no chocar de frente com Luís Montenegro. Este sábado, bateu com a porta, demitindo-se da concelhia do PSD Montijo e diz à VISÃO que ficará “como militante de base”. Caberá à distrital do PSD de Setúbal, liderada por Paulo Ribeiro, encontrar outra solução para o Montijo.

“O presidente do partido entendeu que o meu nome já reunia consenso [para ser candidato pelo PSD ao Montijo], conta à VISÃO João Afonso, que disse ter sabido da posição assumida por Luís Montenegro numa reunião da Comissão Permanente há duas semanas, através do líder da distrital Paulo Ribeiro, que lhe terá feito saber que Montenegro entendia a forma como tinha posto em causa Ana Paula Martins como “um ataque pessoal ao próprio primeiro-ministro”.

Em causa estava um comunicado assinado por João Afonso e enviado ao jornal local O Setubalense, no qual o social-democrata pedia a demissão da ministra da Saúde por, alegadamente, ter decidido encerrar a maternidade do Barreiro.

“A ministra é um cadáver político”

“A sra. ministra da Saúde tem manifestado um desnorte que a todos nos deve preocupar, não aceitando o PSD do Montijo que os montijenses vítimas do socialismo passem a vítimas da Social Democracia. A sra. ministra da Saúde deverá informar os portugueses se tem ou não capacidade e condições para o exercício do cargo e para executar as reformas estruturais que o SNS desesperadamente precisa”, declarava João Afonso, defendendo que Ana Paula Martins “deverá explicar ao País o que pretende fazer para reformar o SNS em oposição às medidas casuísticas e desesperadas de encerramento de serviços de saúde fundamentais para o bem-estar e dignidade das populações”.

Paulo Ribeiro terá dado a João Afonso a hipótese de se retratar do duro ataque político feito à governante, mas para o vereador social-democrata isso estava fora de questão. “A ministra é um cadáver político”, insiste à VISÃO.

“O presidente da distrital disse que eu teria de me retratar. Eu achei que era um ultimato e que não me deveria retratar. Eu acho que tinha razão”, argumenta João Afonso, que este sábado reuniu a concelhia do Montijo para apresentar a sua demissão a poucos meses das autárquicas ficando o concelho ainda sem candidato definido.

João Afonso acredita que a direção do partido não esperava este desfecho que, na prática, torna mais difícil aquela que poderia ser uma vitória histórica para o PSD no distrito de Setúbal.

“Os partidos estão habituados a que se dependam da política. Eu não cedo. Prefiro perder a câmara a perder a cara. Sou eu que vivo no Montijo”, justifica-se à VISÃO, notando o impacto negativo que poderá ter para o concelho o encerramento da maternidade do Barreiro.

Para já, fica “como militante de base”, afirmando estar “em reflexão” até às autárquicas e garantindo estar fora de questão encabeçar nestas eleições uma candidatura contra o PSD. “Não serei candidato nem pelo Chega nem por um movimento independente”, afiança.

João Afonso, que assume já ter sido sondado pelo Chega para uma candidatura autárquica, já tinha sido alvo de reparos da distrital social-democrata de Setúbal por ter defendido, em março do ano passado, uma aliança com o partido de André Ventura para as autárquicas de 2025, em entrevista a O Setubalense.

Nessa entrevista, defendia a posição do Chega relativamente à imigração e afirmava que os eleitores do distrito “olham para o PSD não como um partido reformista e popular, com capacidade de alavancar a região, mas sim como um partido que é uma espécie de primo direito do socialismo”.