Fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo indicou à agência Lusa que o alerta para o acidente no complexo mineiro foi dado aos bombeiros às 14:08.
A ocorrência envolve “um trabalhador soterrado nas minas”, segundo a mesma fonte.
O comando sub-regional disse ainda que, às 15:40, as informações que possuía indicavam que “o médico do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estava reunido com a equipa de intervenção da mina”.
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Contactada pela Lusa, fonte do Comando Territorial de Beja da GNR acrescentou que “o trabalhador ficou soterrado devido a uma derrocada” e que “a equipa de resgate está a tentar chegar até ele”, desconhecendo-se o estado de saúde da vítima.
Para o local foram mobilizados elementos dos bombeiros de Castro Verde e militares da GNR, assim como o helicóptero do INEM estacionado no Algarve.
Numa Casa da Música com uma assistência numerosa e interessada, a EXAME realizou na passada quarta-feira a conferência dedicada às 1000 Maiores PME nacionais, numa parceria com a Informa DB e EY e com o apoio da Ageas Seguros. Além da entrega de prémios às empresas que mais se destacaram no último exercício completo, a tarde foi marcada por painéis de debate e troca de experiências.
Nos termos da decisão judicial hoje anunciada, o partido no poder na África do Sul desde 1992 tem de entregar à oposição os registos completos – atas de reuniões, currículos, comunicação por e-mail, documentos relevantes – que sustentaram a colocação dos quadros do ANC no setor público.
Em comunicado, o Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) — maior partido na oposição no parlamento sul-africano -, salientou que “o acórdão proferido esta manhã em favor do caso judicial apresentado pelo DA obriga o ANC a tornar público os seus registos completos de colocação de quadros, desde 01 de janeiro de 2013, quando o Presidente, Cyril Ramaphosa, presidiu ao comité de mobilização de quadros [do partido]”.
Na altura, Cyril Ramaphosa era vice-presidente do ANC, após a sua eleição na conferência do comité central do partido, realizada em dezembro de 2012, em Mangaung, tendo presidido ao comité partidário de colocação de quadros até à eleição para a presidência do partido, em 2017.
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“O caso também tem um significado histórico na batalha em curso contra a captura do Estado. Os registos pretendem revelar, de uma vez por todas, que o Presidente, Cyril Ramaphosa, esteve pessoalmente envolvido no projeto de captura do Estado na sua qualidade de presidente do destacamento de quadros”, refere-se no comunicado da oposição oficial sul-africana a que a Lusa teve acesso.
“A comissão de investigação da Captura do Estado [pela grande corrupção pública] já tinha confirmado que o comité de colocação de quadros do ANC foi uma engrenagem fundamental na máquina que corrompeu e desmoronou o setor público, porque foi este comité que interveio ilegalmente para garantir a nomeação das pessoas que capturaram o Estado”, adiantou.
O principal partido da oposição sul-africana tem tentado junto da Justiça sul-africana obter os registos de destacamento de quadros do ANC na administração pública desde que Ramaphosa compareceu perante a Comissão Zondo de Inquérito sobre a Captura do Estado pela grande corrupção pública no mandato do ex-Presidente Jacob Zuma (2009-2018).
No seu relatório, em junho de 2022, o juiz Raymond Zondo que liderou a comissão de inquérito à Captura do Estado concluiu que a política de colocação de quadros do ANC no setor público é inconstitucional e ilegal.
Todavia, na altura, o Presidente Ramaphosa refutou as conclusões do juiz sul-africano.
Na ótica da oposição sul-africana, “a colocação de quadros não é um crime sem vítimas, está no cerne da captura do Estado e da corrupção. É também a causa profunda do colapso da capacidade do Estado [sul-africano], porque permite ao ANC nomear pessoas para o setor público com base na lealdade ao partido, e não com base no mérito e na competência”.
A confederação desloca-se a Bruxelas com uma comitiva de cerca de 20 pessoas, liderada pelo seu presidente e composta por membros da direção e da equipa técnica.
“O primeiro ponto a destacar é o encontro com o comissário da Agricultura, o que, na situação em que estamos, é uma reunião importantíssima porque a Comissão Europeia tem que autorizar o pedido de auxílio de Estado que o Governo fez para pagar aos agricultores o que lhes devia ter pago anteriormente”, adiantou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura, em declarações à Lusa.
Em causa está um montante de 60 milhões de euros, que faz parte do pacote de apoio ao setor agrícola anunciado pelo Governo.
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A reunião com o comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Janusz Wojciechowski, está agendada para quarta-feira, na sede da Comissão Europeia.
“É muito importante que a Comissão Europeia tome uma decisão rapidamente […]. Espero que [o pagamento] seja nas próximas semanas. Os agricultores não podem ficar, indefinidamente, à espera disto”, reforçou Álvaro Mendonça e Moura.
Para o presidente da CAP, o segundo grande tema a abordar é a alteração do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que a confederação defende que o Governo deve “apresentar imediatamente” em Bruxelas.
No mesmo dia, a CAP vai ter uma reunião no Comité das Organizações Profissionais Agrícolas (COPA) sobre o funcionamento e atividades da organização.
Já da agenda para quinta-feira destaca-se uma sessão pública com as confederações agrícolas da Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália e Países Baixos para “analisar a situação geral dos agricultores na Europa”, um encontro com eurodeputados e uma reunião com a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER).
Neste último encontro, a CAP vai informar a REPER das conclusões da reunião com o comissário da Agricultura.
A deslocação termina na sexta-feira, com uma visita a uma produção agrícola na Flandres.
Durante a jornada de trabalho, a confederação quer ainda alertar para temas como a falta de medidas de apoio à produção e de uma visão estruturada para a agricultura, florestas e mundo rural em Portugal.
Na sexta-feira, a CAP acusou a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, de fazer uma “manobra política” com a aprovação de 320 milhões de euros para o setor, sublinhando que apenas 60 milhões vão ser pagos este ano.
O Conselho de Ministros aprovou, na quinta-feira, uma resolução com 320 milhões de euros de apoio para o setor agrícola, destinado a atenuar o impacto da seca e da inflação dos custos de produção.
Contactado pela Lusa, na altura, o Ministério da Agricultura e da Alimentação explicou que este montante está inserido no pacote de apoio ao setor, com mais de 400 milhões de euros de dotação, que foi lançado pelo Governo.
A restante verba refere-se aos apoios que estão dependentes de “luz verde” por parte de Bruxelas, adiantou.
O Governo tinha anunciado um pacote de apoio, com mais de 400 milhões de euros de dotação, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o PEPAC, que não travou as manifestações do setor.
Os agricultores, que reclamam a flexibilização da PAC, condições justas de trabalho e de concorrência, direito à alimentação adequada e a valorização da atividade, decidiram manter os protestos agendados, justificando que os apoios são “uma mão cheia de nada”, tendo em conta que não são definidos prazos ou formas de pagamento.
Desde então, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, tem vindo a reunir-se com o Movimento Cívico de Agricultores, associações e confederações representativas do setor.
Devido à elevada procura destes artigos durante os festejos de Carnaval e do perigo que representam, a PSP realizou 74 operações de fiscalização relacionadas com a competência de armas e explosivos, visando estabelecimentos comerciais e operadores similares.
Foram fiscalizados 59 estabelecimentos, duas pirotecnias, três locais de emprego de explosivos e um estanqueiro, segundo um comunicado da PSP.
A PSP apreendeu 1.031 artigos de pirotecnia e verificou 10 infrações relacionadas com o incumprimento das regras previstas para os operadores económicos, “com a posse, transporte e armazenagem de artigos de pirotecnia em desrespeito pelas prescrições contidas em regulamentação, e com a utilização de artigos de pirotecnia em violação das prescrições contidas nos respetivos rótulos”, precisou a Polícia de Segurança Pública.
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A PSP sublinhou ainda que, para garantir a segurança de todos, qualquer utilização de artigos de pirotecnia terá de cumprir sempre os requisitos legais, como a proibição de venda através de plataformas eletrónicas ou por telefone, sempre que não seja o próprio comprador a proceder ao levantamento destes artigos junto do estabelecimento de venda devidamente licenciado pela polícia para essa atividade.
Só podem ser adquiridos artigos de pirotecnia até ao limite máximo de cinco quilos de teor líquido de explosivo.
“Se encontrar resíduos perigosos ou artigos de pirotecnia não deflagrados após o espetáculo de fogo-de-artifício, não mexa e alerte as autoridades policiais”, avisou a PSP no documento.
AH // ZO
Dói-nos a Palestina, porque prossegue o desumano ataque israelita contra o povo palestiniano, com a cumplicidade e intervenção direta dos EUA, da NATO e da União Europeia e com trágicas consequências para centenas de milhar de seres humanos, muitos dos quais jovens e crianças.
Após mais de 120 dias desta nova fase de brutal agressão isrealita à Faixa de Gaza, já se contabilizam mais de 27 mil mortos e de 66 mil feridos, para além de milhares de desaparecidos, na sua maioria crianças e mulheres.
Vitimas dos bombardeamentos indiscriminados, são mais de um milhão e meio de deslocados que nem em hospitais, nem em escolas ou edifícios da ONU conseguem abrigo do massacre desencadeado.
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Uma crescente repressão e violência israelita que se manifesta também na Cisjordânica com as Nações Unidas a reportar, desde outubro de 2023, 447 ataques de colonos israelitas contra a populações palestinianas, ataques que contam com o apoio das forças de segurança israelitas.
E os aliados de Israel continuam numa vergonhosa cumplicidade que agora se materializa na suspensão de fundos à agência ONU que apoia os refugiados palestinianos e que afetará a assistência vital a dois milhões de palestinianos, mais de metade dos quais são menores de idade.
É a este horror que urge colocar fim e que leva tantos milhares, aqui no nosso país, e por todo o mundo, a sair à rua e a erguer bem alto os valores da paz e da solidariedade.
Não desvalorizando aquilo que é o poderio e a influência dos EUA, no plano económico, social, mediático e militar, não é falso afirmar que há cada vez mais quem resista e faça frente à política de guerra norte-americana e dos seus aliados.
É exemplo disso o processo que decorre no Tribunal Internacional de Justiça movido pelo Governo da África do Sul, dirigido pelo Congresso Nacional Africano (ANC na sigla em inglês), contra Israel, acusando este país de violar a Convenção sobre o Genocídio na atual agressão à Faixa de Gaza.
Um caso cujas provas apresentadas mostram a crueldade da ação de Israel: a destruição de infra-estruturas básicas como escolas, hospitais e reservas de água; o elevado número de mortos, especialmente crianças, o ataque a refugiados e a privação dos bens mais básicos como água, alimentos e energia.
Um processo que também é acompanhado com um conjunto de declarações por parte de altas figuras de Israel que colocam a nu as intenções por detrás deste massacre.
“Não poupes ninguém, mata igualmente homens e mulheres, crianças e crianças de peito (…).” – invocou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“O Norte da Faixa de Gaza está mais bonito do que nunca. Tudo foi feito explodir e tudo foi destruído e arrasado, é simplesmente um prazer para os olhos.” – afirmou o ministro israelita do Património.
Já o vice-presidente do Parlamento israelita declara o objetivo comum: “apagar a Faixa de Gaza da face da Terra.”
São muitos os perigos que esta política de guerra dos EUA e dos seus aliados colocam à humanidade, de que é exemplo o alastramento da guerra ao Iémen, um dos países mais pobres do Mundo, unicamente culpado pela imensa solidariedade que o seu povo mostra com a causa palestiniana, bem visível nas gigantescas manifestações que enchem as ruas de Sanaa e tantas outras cidades iemenitas.
Numa altura em que no nosso país se realizam as eleições para a Assembleia da República, para a eleição de 230 deputados, reforça-se a importância de eleger deputados comprometidos com os valores e o projeto de Abril, com a Constituição da República Portuguesa nascida da revolução de Abril e que aponta os caminhos da paz e da solidariedade entre os povos do mundo, porque Abril é mais Paz.
Deputados que rejeitem quem lucra com a guerra e com o desvio de recursos para a política de guerra dos EUA, da NATO e da UE. Recursos que tanta falta fazem à juventude e às conquistas de Abril: a Escola Pública, a cultura, o SNS, o desporto, a habitação.
Deputados comprometidos com o reconhecimento do Estado da Palestina por parte do Estado Português. Não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos.
Deputados que se batam por uma solução que acabe uma vez por todas com o sofrimento deste povo e dos seus jovens que há décadas são perseguidos, humilhados, presos e assassinados, impedidos de exercer os direitos humanos mais elementares, como ir à escola, brincar livremente na rua, criar família em paz e serem felizes.
É mesmo de se dizer que é preciso semear em março para colher Abril.
A política no tempo do alcance sem mediação, das partilhas, dos gostos, da gratificação imediata, da instantaneidade, do acesso rápido, do marketing e da solução digital para tudo traz novos desafios (e muitos perigos) para o modelo da velha democracia representativa em que construímos as modernas sociedades ocidentais demoliberais.
Ultimamente, tenho vindo a refletir sobre este tema e, em particular, sobre o impacto do inevitável progresso tecnológico e digital na política, no sistema de representação, no tempo da decisão e na (in)satisfação do eleitorado com a política. Num mundo ideal, sem corrupção, higienizado da natureza humana, sem problemas de fundo, reais e substantivos, que afetam a vida das pessoas, seria mais uma etapa do desenvolvimento e da história da humanidade.
Como a nossa vida – individual e coletiva – é mais acidentada, salteada de contradições, erros, injustiças, com recursos limitados e que não chegam a todos, com a necessidade humana imperiosa de vivermos em comunidade, aqueles que querem destruir os nossos sistemas representativos e demoliberais têm hoje um aliado poderoso: a digitalização das nossas vidas.
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É o populismo que, de mãos dadas com o algoritmo que apenas prioriza o tempo de retenção nas plataformas, tem hoje acesso direto a milhões de indivíduos que apenas querem ver a sua opinião e crítica validadas.
É altura de fazer um parêntesis: não sou contra a digitalização, reconheço os seus méritos e tal como biliões de pessoas no mundo, uso os seus serviços todos os dias, que nos facilitam a vida, poupam tempo e recursos. Mas também não gosto de ser uma amiba acrítica.
A política digital aproxima pessoas, faz-se sem mediação, acabou com o gatekeeping mediático, dispensa jornalistas, afeta o agenda-setting dos meios de comunicação social e trouxe novos protagonistas, que antes dificilmente conseguiriam alcançar mais do que o seu prédio ou a sua rua porque veriam a sua entrada vedada ao circuito dos artigos de opinião e do comentário televisivo.
A política digital permite recolher contributos, fazer targeting com mensagens específicas para grupos-alvo, mobilizar rapidamente petições, testar posições, mudar e moldar programas de acordo com o sentimento das redes e das populações, avançar ou fazer cair com propostas em detrimento desse sentimento das audiências, criar políticos-algoritmos e “partidos-algoritmos”, como cunhou Guiliano da Empoli, a propósito do bizarro e emblemático caso do Movimento 5 Estrelas, que na sua fase de ascensão na política italiana, levou ao extremo o uso da Internet e do sistema digital no dia-a-dia do partido.
Através da plataforma Rousseau, criada pela Casaleggio Associati, o M5S implementou uma gestão centralizada das atividades de cidadãos, membros e eleitos do partido, com o objetivo de criar a verdadeira democracia direta. Davide Casaleggio, presidente da Associação responsável pela Rousseau, referiu-se a este mecanismo e ao partido que o usava da seguinte forma: “Nós garantimos um melhor serviço e somos mais eficazes para levar as exigências dos cidadãos às instituições. A velha partidocracia é como um Blockbuster, ao passo que nós somos como a Netlfix”.
A ligação que a política tem hoje à física quântica, à matemática e aos algoritmos, faz com que seja possível um contacto diferente entre políticos e cidadãos, em que o mundo que vemos, através dos feeds dos nossos ecrãs, não seja o mesmo que vê a nossa namorada, o nosso pai, o vizinho do lado ou o colega de escritório. Resultado: estamos a ficar mais distantes de entendimentos, porque experienciamos uma bolha individual, que nos alimenta com os nossos gostos e bombardeia com recorrentes opiniões e visões do mundo às quais já temos adesão prévia. Por isso, é cada vez mais difícil colocar as pessoas em acordo relativamente aos factos. Todos conhecemos esta realidade nas redes sociais quando falamos de um prato, de um país ou de um eletrodoméstico e, nos dias seguintes, são-nos sugeridas as mesmas coisas ou similares. Acontece semelhante fenómeno com a política e as nossas opiniões políticas. Tudo isto no tempo da hipervalorização da forma e da política-dança de 15 segundos e dos debates de 13 minutos para cada político que vai disputar uma eleição nacional. Traz também promessas de novos mundos, mesmo que procure implementá-los através do velhinho ódio e do ressentimento que sempre existe nas comunidades.
Não tenho espaço num artigo de opinião para abordar todas as causas e consequências desta política-algoritmo do novo mundo digital, mas não tenhamos dúvidas que ela está a causar impacto nas nossas democracias representativas, lentas, hierárquicas, assentes em administrações públicas burocráticas e cinzentas, com ordenamentos legais complexos e que demoram a responder às exigências e aos pedidos dos cidadãos. Já para não falar do velho fenómeno da mentira e da desinformação, que é mais facilmente disseminado na era do WhatsApp e do TikTok, num tempo em que a verdade factual, complexa, aborrecida e despida de emoções reúne cada vez menos admiradores. Não faltam exemplos cá dentro e lá fora desta realidade.
Quem defende instituições representativas demoliberais e quem não morre de amores pela visão plebiscitária ou referendária da política – grupo onde me insiro – tem um gigantesco desafio pela frente nos próximos anos e décadas com o avanço do canto libertador da democracia digital e direta que libertará as sociedades.
Teremos de nos adaptar, de nos recriar, reinventar a nós próprios e aos nossos partidos, usar os mesmos algoritmos, mas para conseguir defender os valores da democracia liberal e representativa.
Neste novo mundo onde a tolerância para a diferença e moderação é cada vez menor, não há respostas fáceis, mas o desafio é gigantesco.
A Mota-Engil venceu um novo contrato no Peru, por cerca de 115 milhões de euros, com uma duração máxima de 50 meses, indicou hoje, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Na nota, a empresa disse que a sua participada Mota-Engil Peru “celebrou um novo contrato, no valor de cerca de 115 milhões de euros, no âmbito do projeto de Las Bambas”.
De acordo com o grupo, o contrato foi adjudicado pela Minera Las Bambas e corresponde à empreitada para a “Construcción de la Etapa 6 de la Presa de Relavesa”, ou seja, “mais uma fase dos trabalhos de desenvolvimento do projeto de Las Bambas (localizado a cerca de 560 km de Lima, a 4.000 metros de altitude, no interior sul do Peru)” no qual o grupo “tem vindo a operar desde 2011”.
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Este contrato terá uma duração máxima de 50 meses, destacou.
No dia 02 de fevereiro, a empresa anunciou outro contrato no Peru, no valor de cerca de 160 milhões de euros.
Com esta nova adjudicação, “a Mota-Engil reforça a sua carteira de encomendas num dos seus mercados ‘core’, alcançando nestas primeiras semanas de 2024 cerca de 300 milhões de dólares [278 milhões de euros] de novas adjudicações”.
Os Jogos Olímpicos de Paris, que se realizam no próximo verão, vão ter uma atração suplementar. Nada que ver com uma nova modalidade desportiva, mas antes com uma aeronave que é uma mistura de drone e helicóptero, com propulsão elétrica, e que transportará passageiros, sobre os engarrafamentos rodoviários lá em baixo, dos aeroportos Charles de Gaulle e Le Bourget para o centro da capital francesa. Habitue-se, pois, a esta sigla: EVTOL. Traduzida do inglês, quer dizer aeronave de descolagem e aterragem vertical, sendo o “E”, claro, relativo às baterias que servem de motores.
Desenganem-se, porém, os visionários que já anteveem “carros voadores”, ao estilo dos que aparecem em filmes como Blade Runner ou O Quinto Elemento, a sobrevoar Paris dentro de poucos meses. Os EVTOL, que vão operar como táxis aéreos entre aqueles aeroportos e o “vertiporto” (designação do local de aterragem e descolagem destas máquinas), situado junto à gare de Austerlitz, terão um piloto profissional a bordo. Ainda não será desta que se estreiam, em operação comercial, os EVTOL de condução autónoma (leia-se pilotagem remota). Mas para aí se caminha.
Os fabricantes destes engenhos advogam, em sua defesa, sobretudo, a sustentabilidade ambiental dos aparelhos, a começar pela nula emissão de CO2. No entanto, omitem, por exemplo, a produção de baterias, que “implica uma pegada de carbono” e cuja reciclagem “ainda é uma questão complicada nos dias de hoje”, nota Alexandra Moutinho, professora no Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Mas, continuam os fabricantes dos EVTOL, à emissão zero de CO2 destas máquinas somam-se a baixa poluição sonora (65 decibéis a 120 metros de altitude, quatro vezes menos do que um helicóptero), o recurso a materiais reutilizáveis ou naturais, na fuselagem e no interior das aeronaves, e a operação sem interrupções excessivas.
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Foto: Uwe Anspach/picture alliance/Getty Images
Como objetivo final, os fabricantes dos EVTOL (que voam a mais de 100 km/hora) referem a utilidade destes engenhos ditos verdes enquanto, no mínimo, complementares do transporte terrestre de passageiros e de carga. Mas, em Paris, a controvérsia rebentou de imediato, à boleia da atribuição de um subsídio público de um milhão de euros para a construção do “vertiporto”. Céline Malaisé, autarca comunista da região, comentou ao semanário francês L’Obs: “Isto equivale a financiar, com fundos públicos, uma distopia de segregação social, cujo único objetivo é poupar alguns minutos a uma minoria de pessoas privilegiadas. Nunca constituirá uma alternativa aos engarrafamentos. A verdadeira solução seria tornar o transporte público mais confiável e confortável.” Para Céline Malaisé, “os táxis voadores vão enfeitar a vitrina, mas o papel dos decisores da região é cuidar do transporte do dia a dia”.
O fabricante alemão Volocopter parece ser o mais bem posicionado para se destacar na capital francesa, até porque tem como parceiro o grupo Aeroportos de Paris (ADP), embora o seu EVTOL, o Volocity, apenas tenha lugar para um passageiro (o outro assento é para o piloto) e uma autonomia de 35 quilómetros. Também ao L’Obs, Edward Arkwright, administrador-executivo do ADP, considerou “simplista” o conceito de táxis voadores. “O transporte de passageiros é só um dos usos possíveis dos EVTOL”, argumentou. “Uma vez concluídas as experiências, a sua aplicação deverá ser, sobretudo, médica, no transporte de órgãos para transplante ou de clínicos ao local de um acidente. Além disso, em todo o mundo, o mercado dos EVTOL também se prepara para o transporte de mercadorias.”
HORA DE VOO: €500/€600
Edward Arkwright ainda dirá que, durante os Jogos Olímpicos, os EVTOL farão outros voos, entre o “vertiporto” junto à gare de Austerlitz e o heliporto Paris-Issy-les-Moulineaux, para “medir a sua integração num ambiente urbano denso”. E entre aquele heliporto e o aeródromo de Saint-Cyr-l’Ecole, “no final dos jardins do Palácio de Versalhes, linha com forte potencial turístico”. Em todos os casos, garantiu, “com um requisito de segurança muito elevado”. Estima-se que uma hora de voo num EVTOL, que sobe a altitudes que variam entre 760 metros e 1,2 km, custe de €500 a €600. Para quem pode, a aquisição de uma destas aeronaves fica, no mínimo, por 200 mil euros.
O citado gestor do ADP prevê que sejam “necessários quase cinco anos, com a ampliação dos usos”, para que a tarifa cubra o custo de um EVTOL. “Após a fase de investimento, deveremos atingir um ponto de equilíbrio económico, sobretudo quando os fabricantes desenvolverem um veículo com quatro ou cinco lugares”, diz. Aí, alvitra, o custo de uma viagem de EVTOL entre o aeroporto Charles de Gaulle e o centro de Paris deve rondar a tarifa de um táxi normal – cerca de €100.
As operações dos EVTOL serão feitas com piloto. A condução autónoma não está autorizada na Europa, embora já existam experiências na China
Responsável pela Cátedra CEIIA de Ciências e Tecnologia Aeroespacial, José Lourenço da Saúde lembra que a agência europeia de segurança aeronáutica, EASA, já certificou um pequeno avião de treino, movido a baterias: o Pipistrel Velis Electro. “Se já está certificada uma aeronave tripulada e movida a propulsão elétrica, a autoridade aeronáutica não tem hoje qualquer motivo para não certificar seja o que for, desde que cumpra os critérios e tenha piloto”, diz o especialista.
Mas, no ano passado, duas empresas chinesas deram o passo em frente, colocando no ar, em voos de teste, quatro EVTOL em condução autónoma (ou pilotagem remota). A AutoFlight pôs três Prosperity I, o seu veículo para quatro passageiros e com uma autonomia de 250,3 km, a voar em formação, sem pilotos a bordo. Já a EHang embarcou um passageiro no seu EH216-S, que voou em pilotagem remota sobre a região de Guangzhou a 130 km/hora.
Aqui, Lourenço da Saúde não vê a EASA ou a homóloga dos EUA, FAA, que “têm um funcionamento harmonioso”, a serem rápidas na concessão da certificação. Muito pelo contrário. “A modalidade sem piloto a bordo e com passageiros será a última” a chegar ao mercado europeu e norte-americano, diz o especialista. “Antes de dez anos, não a vamos ter”, prevê. A propósito, refere as “exigências do ponto de vista da segurança do voo” e de certificação, e a “capacidade do sistema operado sem piloto a bordo poder responder adequadamente a situações de emergência – por exemplo, uma falha de motor”. Acresce, ainda, “a fundamental interação com o controlo de tráfego aéreo”, cuja máxima é “ver e ser visto”. Ainda assim, Lourenço da Saúde admite, “sem qualquer reserva científica”, que “países como a China possam rapidamente vir a certificar EVTOL não tripulados”, permitindo voos nas respetivas regiões.
O certo é que muitos milhões estão a ser investidos no desenvolvimento tecnológico destas máquinas e até gigantes como a Airbus, a Boeing ou a Embraer têm os seus projetos de EVTOL. “A partir do momento em que esteja a certificação feita e as autorizações legais comecem a definir o modo de operação destas aeronaves, depois mais fácil será para o mercado expandir-se, e aí o crescimento será exponencial”, diz Alexandra Moutinho. A professora do Instituto Superior Técnico prevê que a “banalização” dos EVTOL possa ocorrer dentro de dez anos. “Não é muito”, diz. “O tempo passa rápido.”
Às 14:55 (hora de Lisboa), o índice Dow Jones subia 0,08% para 38.705,35 pontos e o tecnológico Nasdaq avançava 0,02% para 15.994,54 pontos.
O índice alargado S&P 500 registava uma variação positiva de apenas 0,01% para 5.027,06 pontos.
Na sexta-feira, a bolsa nova-iorquina encerrou a sessão em terreno misto, mas com novo recorde do S&P 500, que fechou pela primeira vez acima de 5.000 pontos.
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A bolsa registou também a sua quinta semana consecutiva de ganhos, impulsionada por resultados de empresas que têm superado as expectativas e remetem para segundo plano os dados económicos e as perspetivas de política monetária.
O Dow Jones registou um ganho semanal de 0,04%, o Nasdaq avançou 2,3% e o S&P 500 somou 1,4%.