No final de fevereiro, o ator norte-americano, Gene Hackman, de 95 anos, e a sua mulher, Betsy Arakawa, foram encontrados mortos na sua casa em Santa Fé, no estado norte-americano do Novo México, EUA. A autópsia revelou que o ator faleceu de doença cardíaca potenciada “pela Alzheimer em estado avançado”. Já a sua mulher, Arakawa, de 65 anos, tinha morrido cerca de uma semana antes, vítima de síndrome pulmonar provocada por uma infeção pelo raro e potencialmente mortal hantavírus.

O que é o hantavírus?

O hantavírus é um vírus raro, transmitido para os humanos através do contacto com roedores. Nos Estados-Unidos – onde Hackman e Arakawa viviam – a espécie de roedores Peromyscus está geralmente na origem da infeção.

Quais os sintomas da infeção por hantavírus?

Os sintomas iniciais de infeção por hantavírus são semelhantes aos de uma gripe e de outras doenças respiratórias – como fadiga, febre, dores de cabeça e dores musculares. No entanto, estes podem evoluir rapidamente para dificuldades respiratórias – como tosse e falta de ar – e problemas cardíacos. “A combinação destas alterações pode levar ao choque, à falência de vários órgãos e até à morte”, refere a Associação Americana do Pulmão.

A infeção por hantavírus pode ser especialmente perigosa pela possibilidade de evoluir para a síndrome pulmonar por hantavírus, uma doença grave e potencialmente mortal que afeta o sistema respiratório. Betsy Arakawa sofreu de dificuldade respiratória extrema devido ao acumular de fluidos nos pulmões.

Embora rara, a infeção por este vírus leva mais de um terço dos infetados a desenvolverem sintomas respiratórios que podem levar à morte.

Como é que se propaga?

O hantavírus é transmitido através da urina, fezes e saliva de roedores que estejam infetados. Os casos de infeção são mais comuns em áreas rurais, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Ao secarem, as fezes e a urina dos roedores acabam por se misturar com o pó, existindo o risco de serem inalados, sobretudo em espaços pequenos e mal ventilados. “A melhor forma de prevenir a infeção por hantavírus é manter os roedores selvagens, especialmente os ratos, fora de casa, do local de trabalho, da cabana, do carro, da caravana ou de qualquer outro espaço fechado”, referiu o Departamento de Saúde Pública da Califórnia ao Independent.

Na maioria dos casos, os primeiros sintomas de infeção surgem entre uma semana a dois meses após a exposição.

Também é possível existir transmissão do vírus através do contacto ou ingestão de substâncias contaminadas ou pela mordidela de um animal infetado. O hantavírus não é transmitido de pessoa para pessoa.

Como é feito o diagnóstico e tratamento?

De acordo com o CDC, o diagnóstico por hantavírus pode ser difícil e é necessária a realização de vários testes para confirmar a infeção.

Não existe um tratamento específico para a infeção por hantavírus. As pessoas infetadas recebem geralmente cuidados médicos de apoio, incluindo repouso, hidratação e tratamento dos sintomas. Em casos graves, quando existem dificuldades respiratórias, pode exigir a necessidade de intubação.

Antes de mais, há que dizer que existem milhões de pessoas em todo o mundo religioso animadas das mais nobres intenções, que se sacrificam, desgastam e dão a vida pelos mais fracos, pobres e desprotegidos. Portanto, o discurso que atribui todos os males deste mundo à religião é injusto, superficial e, frequentemente, cínico.

A verdade é que os não crentes exigem um comportamento acima de toda a suspeita aos crentes, e bem, mas assim como uma andorinha não faz a primavera, um mau líder religioso não define a religião. Afinal, Deus não se revê na maior parte das ações dos maus religiosos, e não tem culpa do que os homens fazem invocando o seu nome.

No que toca ao mundo ocidental, os grandes avanços humanitários, científicos, educacionais, culturais e sociais são atribuíveis quase em exclusivo à influência cristã. Apesar de tudo, o cristianismo é responsável por algumas das páginas mais negras da história europeia. Relembro apenas como exemplo as Cruzadas, a Inquisição e o Codex. Por isso, pode afirmar-se que a religião é uma espécie de energia nuclear. Pode ser usada para iluminar o mundo ou para o destruir. A diferença está no caráter e motivação de cada líder religioso.

Qualquer estudioso de Ciência das Religiões sabe que algo tão poderoso como a crença religiosa, a fé e a organização e expressão da mesma, se podem encaminhar em diferentes sentidos ou cair em perigosos equívocos. A História está aí para o comprovar. Não é por acaso que tanta gente está disposta a morrer pela sua fé, tanto recusando-se a renegá-la como em ações da sua proclamação à sociedade. Tertuliano dizia que “o sangue dos mártires é a semente da Igreja.” E citava um velho ditado pagão que testemunhava com admiração do amor entre os fiéis: “Vejam só como esses cristãos se amam uns aos outros!” Até aí os cristãos iluminavam o mundo.

Com o Édito de Milão (313 dC), após cerca de dois séculos e meio de perseguição por parte dos imperadores romanos, a fé cristã passou a ser tolerada, podendo realizar os seus serviços religiosos em público, mas em 311 dC Teodósio proclama-a religião oficial do império.

O problema do potencial destrutivo da fé começou pela mão de Constantino, quando o cristianismo recebeu os templos até aí dedicados aos deuses pagãos e copiou os paramentos, as alfaias religiosas, e a cultura litúrgica de pendor fortemente sacrificial. Os líderes cristãos receberam também inúmeras prebendas e desenvolveram uma estrutura hierárquica, tentando colmatar a vacatura de poder que a sede do império deixou em Roma ao mover-se para Bizâncio. Tinha nascido a igreja imperial, uma perfeita contradição nos seus termos.

Foi aí que nasceram as perversões que haveriam de vir a influenciar negativamente a história da fé cristã, em especial devido à atração pela influência ou exercício do poder, em vez da cultura de serviço que a Igreja sempre tinha tido até aí. Jesus Cristo tinha dito: “Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal, E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:25-28).

Mas também não se podem esquecer a vaidade e ostentação emergentes em vez da humildade e simplicidade que haviam caracterizado os séculos anteriores. E sobretudo do amor ao dinheiro em vez do despojamento. Para isto já há muito que o apóstolo Paulo tinha alertado Timóteo: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Timóteo 6:10).

Em consequência destes desvios surgiram entretanto aberrações como a exploração e o abuso religioso em nome da fé, assim como a mistura entre religião e política, e mesmo algumas guerras que utilizaram a crença religiosa como pretexto para manter ou tomar o poder.

Voltaremos ao tema.

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O Citroën C3 levou a melhor aos outros seis finalistas (BYD Sealion 7, Cupra Terramar, Dacia Duster, KIA EV3, Peugeot 3008 e Renault 5) e conquistou o galardão mais importante da edição de 2025 do Seguro Direto Carro do Ano. Como é habitual, foram ainda distinguidos outros modelos em diversas categorias, numa edição que refletiu a crescente importância dos veículos elétricos no mercado automóvel.

O Citroën C3 reuniu a preferência da maioria dos jurados, que destacaram a versatilidade, o design, a qualidade de construção, a gama diversificada e o preço competitivo como fatores decisivos para a eleição do modelo. O novo C3 sucede assim ao BYD Seal, vencedor da edição anterior.

A edição deste ano do prémio Carro do Ano contou com um total de 72 candidaturas, distribuídas por oito classes. Dos 72 candidatos, 43 modelos distintos concorriam ao título principal de Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2025. O painel de jurados, composto por 18 jornalistas especializados dos principais órgãos de comunicação social do país, incluindo a Exame Informática, avaliou os automóveis a concurso ao longo dos últimos meses, com base em critérios como estética, performances, segurança, fiabilidade, preço e sustentabilidade ambiental.

Vencedores por Categoria:

  • Citadino do Ano: Citroën ë-C3 Max
  • Design do Ano: Renault 5 E-Tech Iconic
  • Desportivo/Lazer do Ano: Hyundai Ioniq 5 N
  • Elétrico do Ano: Renault 5 E-Tech Iconic
  • Familiar do Ano: Skoda Superb Break Laurin & Klement 1.5 TSI PHEV
  • Híbrido Plug-in do Ano: Renault Rafale E-Tech 4×4 300cv Plug-in Hybrid
  • SUV Compacto do Ano: KIA EV3 Tech
  • Grande SUV do Ano: Skoda Kodiaq 1.5 TSI 204cv PHEV
Os sete finalistas da edição de 2025 do Seguro Direto Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2025. Foto: DR

Hyundai Ioniq 5 N E-Shift vence Prémio Tecnologia e Inovação

Além dos prémios por categoria, a organização do Carro do Ano voltou a atribuir o Prémio Tecnologia e Inovação, que distingue os dispositivos mais inovadores e tecnologicamente avançados ao serviço da condução. O grande vencedor deste prémio foi o Hyundai Ioniq 5 N E-Shift, uma funcionalidade que simula a experiência de uma transmissão automática de oito velocidades em veículos elétricos. Esta tecnologia inovadora controla o torque do motor para imitar a sensação das mudanças de marcha, proporcionando uma experiência de condução mais interativa e semelhante à dos veículos com motores de combustão interna.

Paulo Pinheiro distinguido com o Prémio Carreira

A Comissão Executiva do Seguro Direto Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2025 atribuiu o prémio de Personalidade do Ano a Paulo Pinheiro, figura incontornável do automobilismo nacional. A paixão de Paulo Pinheiro pelo desporto automóvel levou-o a idealizar e a construir o Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, inaugurado em 2008. Paulo Pinheiro foi um dos principais responsáveis pelo regresso da Fórmula 1 e do Moto GP a Portugal. O Autódromo Internacional do Algarve faz parte do calendário do Campeonato do Mundo de Moto GP desde 2000 e foi palco do regresso da Fórmula 1 em 2020 e 2021. O legado de Paulo Pinheiro estende-se muito além destes marcos, tendo o seu trabalho e dedicação colocado o Autódromo Internacional do Algarve e a região no mapa das principais equipas de competição e fabricantes de automóveis para lançamentos e testes. Paulo Pinheiro faleceu em julho de 2024, deixando uma marca indelével no panorama do automobilismo português.

Demorou, mas foi. Foram quase cinco horas para se concretizar o chumbo anunciado da moção de confiança apresentada por Luís Montenegro, num debate esticado com muitos pedidos à mesa e com o presidente do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, a sugerir uma suspensão dos trabalhos para que o Primeiro-Ministro pudesse ter uma conversa com Pedro Nuno Santos.

O líder do PS recusou essa proposta de “Comissão Particular de Inquérito”, como lhe chamou, e o teatro parlamentar prosseguiu com emoção e algumas manobras de diversão, como a interrupção que Paulo Núncio, deputado do CDS, pediu sem explicar porquê.

Faltava uns minutos para as 8 da noite quando o Governo caiu, mesmo a tempo dos telejornais.

Pouco depois, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que iria receber hoje os partidos em Belém, a partir das 11 horas. Para amanhã está previsto o Presidente da República reunir o Conselho de Estado e muito provavelmente convocar eleições antecipadas, sendo que as datas em cima da mesa são os dias 11 e 18 de maio.

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A moção de confiança tinha chumbo anunciado. Mas não foi por isso que o debate desta terça-feira perdeu emoção. O Governo, o PSD e o CDS usaram todos os recursos possíveis para atirar o ónus da crise para o PS. Propuseram uma conversa privada entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para esclarecer as dúvidas sobre a vida patrimonial do primeiro-ministro, tentaram negociar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de 15 ou de 60 dias e foram até ao ponto de pedir a suspensão dos trabalhos durante uma hora sem que se percebesse para quê, depois de os socialistas terem deixado claro que não negociariam.

O Governo haveria de cair às 19h54, quase cinco horas depois de ter começado um debate atribulado, com apupos, interrupções e pedidos constantes à mesa para que parasse o relógio quando a Sala das Sessões estava – como esteve muitas vezes – com níveis de ruído que tornavam impossível ouvir os oradores.

A dramatização e a pressão sobre o PS começou no primeiro minuto. “A posição do PS é decisiva”, disse Luís Montenegro logo na sua intervenção inicial. Uma intervenção com poucos dados novos. Montenegro limitou-se a reafirmar nunca ter violado os seus deveres como primeiro-ministro nem ter infringido qualquer lei ou regra ética.

Uma “Comissão Particular de Inquérito”?

“Não pratiquei qualquer crime ou falha aos deveres de função”, afirmou o primeiro-ministro que deixou subentendida a possibilidade de retirar a moção de confiança quando propôs que os trabalhos fossem suspensos para que pudesse perceber que questões queria Pedro Nuno ver esclarecidas.

Horas mais tarde, Hugo Soares deixaria a proposta um pouco mais clara, ao pedir a suspensão dos trabalhos para uma conversa entre Montenegro e Pedro Nuno. O líder do PS deitou logo por terra a hipótese daquilo a que chamou uma “Comissão Particular de Inquérito”, estava fora de questão qualquer conversa em privado sobre as questões suscitadas pelo PS na proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito formalizada na segunda-feira, de forma potestativa, ou seja, sem necessidade de uma maioria para a viabilizar.

“Se não quer evitar a Comissão Parlamentar de Inquérito, tem uma solução: retira a moção de confiança”, atirou Pedro Nuno, deixando claro que as perguntas que quer ver esclarecidas não são do PS, são do país. “Hoje temos muito mais razões para chumbar a moção de confiança”, reafirmou.

Apesar desta recusa, Hugo Soares fez um requerimento à mesa para que os trabalhos fossem suspensos, gerando alguma confusão na sessão. A mesa acabaria por submeter a proposta a votação do plenário. Foi chumbada com os votos contra de PS, Chega, PCP e BE, a abstenção do Livre e do PAN e o voto a favor de PSD, CDS e IL.

O chumbo não travaria o PSD na tentativa de demonstrar perante o país estar a tentar tudo para evitar a crise, mesmo sem nunca anunciar a retirada da moção de confiança. A única coisa que estava nas mãos da AD para evitar a queda do Governo.

A primeira proposta era de fazer uma CPI de apenas 15 dias e não de 90 dias como está na proposta do PS e como é mais habitual neste tipo de comissões. No PS, a proposta não foi levada a sério. O normal é as CPI terem 90 dias e, muitas vezes, esse prazo até é prorrogado, porque os trabalhos são complexos, incluem muitas audições e a obtenção de documentos. A da TAP, por exemplo, durou cinco meses.

Pedro Duarte e Paulo Núncio fizeram intervenções pedindo que houvesse uma negociação. Núncio, deputado eleito pelo CDS, chegou a dizer, quando se discutia se se podia ou não interromper o debate de uma moção de censura, que o que se estava a passar era demasiado grave “para se estar com formalismos”.

Foi, aliás, a Núncio que coube fazer o requerimento à mesa para pedir a interrupção dos trabalhos por uma hora, sem apresentar qualquer razão para o fazer.

Pedro Nuno Santos não saiu durante do hemiciclo durante essa hora. Fechado na Sala das Sessões, o núcleo duro do PS tentava demonstrar que não havia negociação possível nem recuo numa CPI que já estava proposta ao abrigo do direito potestativo que os partidos têm de impor este escrutínio parlamentar sem o acordo de uma maioria.

Nos corredores Hugo Soares sugeria aos jornalistas que fossem pôr as câmaras à porta da sala do Grupo Parlamentar do PS para tentar perceber por que não recuava Pedro Nuno. Mas nunca esclareceu por que motivo não retirava o Governo a moção de confiança.

Durante a interrupção dos trabalhos, o PSD fez saber aos jornalistas que estava disponível para uma CPI de 60 dias. Só que a Comissão Parlamentar de Inquérito proposta pelo PS não depende do acordo nem da disponibilidade nem do PSD nem de Luís Montenegro. Por isso, os socialistas nem deram resposta à proposta.

“O primeiro-ministro tentou mercadejar a CPI”, diria mais tarde Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas nos Passos Perdidos, já depois de caído o Governo.

Marcelo cumpre calendário anunciado

Esgotada a hora de interrupção, a moção de confiança foi mesmo chumbada. Luís Montenegro saiu da Sala das Sessões, sem falar aos jornalistas, enquanto Hugo Soares já lamentava a atitude do PS. Montenegro acabaria por recuar, voltando aos Passos Perdidos com todo o Governo atrás. “Tentámos a todo o custo, até à última hora, evitar a criação de eleições antecipadas”, disse Montenegro.

Minutos depois, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que receberá os partidos esta quarta-feira em Belém a partir das 11h. O Conselho de Estado será na quinta-feira, cumprindo o calendário acelerado que o Presidente já tinha anunciado ao país depois de se saber que haveria uma moção de confiança apresentada por Governo sem maioria parlamentar para a aprovar.

Se tudo acontecer como previsto nesse calendário, as eleições serão no dia 11 ou 18 de maio.

Dia longo demais. De desconfiança no Parlamento. De danças e contradanças. Disto e daquilo. Contra e a favor. Dia em suspenso. A entrar pela noite dentro. Foi assim o dia em que o Governo caiu.

Não houve estrondo nem foguetório. A Parlamento não deu confiança ao governo. Não lhe ligou. Acabou. Agora. Em Maio tudo voltará. Eleições, nova distribuição parlamentar, conversas e entendimentos que resultarão num Governo que terá de durar, pelo menos, mais de um ano.

As culpas e desculpas servem de nada, agora. São os portugueses, com a sua vontade, que vão decidir o futuro coletivo. É assim. Não é que não saibam em quem vão votar. Votaram há um ano, e o resultado está à vista.

O Governo trabalhou, reformou, decidiu, empurrou o país. Mas caiu por falta de sustentação. É como nos aviões. A velocidade foi superior à resistência, mas o peso político negativo não conseguiu sustentar a fragilidade do apoio parlamentar.

No dia em que o Governo caiu houve avanços e recuos, conversas e seduções, vontades e disparates. Foi uma sessão extenuante. Para todos. Deputados, Governo e portugueses. Foi longe demais. Não era necessária tanta reviravolta. Mas aconteceu. Ocorreu. Calhou.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

A moção de confiança apresentada pelo Governo foi rejeitada pelo Parlamento, com os votos contra do PS, Chega, PCP, Bloco de Esquerda, Livre e PAN. Apenas PSD, CDS e IL votaram a favor.

A votação teve ligar depois de uma hora de suspensão dos trabalhos.

Antes da interrupção a proposta dp Governo para resolver a moção de confiança numa conversa à porta fechada foi chumbada com votos contra do PS, Chega, PCP e BE.

Pedro Nuno Santos diz que as explicações que têm de ser dadas não são ao PS, “são ao País”, recusando a ideia de uma conversa privada que, subentende-se pelas palavras de Hugo Soares seria para retirar a moção de confiança.

“O que importa é resolver”, dizia Hugo Soares, já depois de Pedro Nuno Santos recusado a ideia de uma reunião à porta fechada.

O executivo de Luís Montenegro fica agora em gestão, limitado aos atos estritamente necessários ou inadiáveis à continuação da sua atividade.

A Ucrânia aceitou esta terça-feira a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias, avançou a Reuters. A delegação de Kiev, presente nas negociações que decorrem na Arábia Saudita, aceitou também tomar medidas para restaurar a paz após a invasão russa, em fevereiro de 2022.

De acordo com uma declaração conjunta, os EUA e a Ucrânia concordaram em concluir rapidamente um acordo para a exploração dos recursos minerais raros da Ucrânia. 

“As notícias que recebemos desta reunião ao longo do dia, sobre as quais o Presidente [Donald Trump] foi informado, são positivas. Esta reunião foi produtiva”, disse esta tarde Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, numa conferência de imprensa.

Marco Rubio, secretário de Estado norte-americano, refere que a “bola está no lado” de Moscovo agora e que levará a oferta aos russos.

Pedro Nuno Santos diz que as explicações que têm de ser dadas não são ao PS, “são ao país”, recusando a ideia de uma conversa privada que, subentende-se pelas palavras de Hugo Soares seria para retirar a moção de confiança.

“O que importa é resolver”, dizia Hugo Soares, já depois de Pedro Nuno Santos recusado a ideia de uma reunião à porta fechada.

André Ventura também se pronunciou contra a ideia, considerando que “é o pior que pode acontecer à democracia” interromper um debate de uma moção de confiança enquanto está a decorrer para conversas secretas.

Paulo Núncio do CDS considerou que o que se está a passar “é demasiado grave para ser resolvido com formalismos”.

Em causa está o Regimento da Assembleia da República que só permite interromper os trabalhos através de uma votação no plenário, proposta que entretanto chegou à Mesa da Assembleia.

A proposta foi rejeitada com votos contra do PS, Chega, PCP e BE e os trabalhos na Assembleia da República vão prosseguir.

O Live e PAN abstiveram-se da votação.