A PJ surpreendeu em flagrante um acto de corrupção desportiva. Foi na primeira divisão distrital de futebol de Vila Real.
O caso, se não fosse de polícia, tinha traços de novela camiliana.
Vejamos: Mete uma associação desportiva de nome “A Colmeia”.
Um aldeia chamada Barracão.
Uns 150 euros para ensaboar as mãos a um árbitro.
Um dirigente alegadamente corrupto que carrega garrafas de água e “ajuda no que for preciso”.
E um intermediário que é árbitro e GNR, presumindo-se que não acumule: quando o caso é de polícia, fará vista grossa a penaltys; quando o jogo cheira a esturro, ele só estará ali para manter a ordem. Como qualquer ministro/dirigente partidário, dirá: “Estou aqui na qualidade de…” E vai à vidinha.
O caso é ainda mais espantoso se tivermos em conta que as quotas dos associados do clube que quis comprar o jogo não chegam para pagar um jantar no Gambrinus.
Ora, o Gambrinus só está acessível a administradores de bancos que não são apanhados com a mão na massa. Pelo menos, à vista desarmada. E os cartões de crédito, como se sabe, não falam.
Não é o caso da corrupção nas ligas dos últimos. Os protagonistas foram apanhados numa estação de serviço. Com notas. Vivinhas da silva. Um método provinciano, está bom de ver. Qualquer padrinho sabe que vender gasolina dá menos nas vistas.