Não conhecia Tuncay. Quer dizer, na verdade nunca tinha ligado pevide à maioria dos jogadores turcos, tirando Nihat. Agora conquistaram-me. Sobretudo, Tuncay.
Com tantos especialistas, estudiosos, empresários, observadores e farejadores de talentos que por aí andam, não percebo como é que Tuncay passou despercebido aos clubes portugueses, sobretudo nos últimos anos. O rapaz tem 26 anos, tem um curriculum de golos e prestações apreciáveis (já marcou três golos ao Manchester num só jogo) e transferiu-se do Fenerbhaçe para o Middlesbrough no ano passado…a custo zero! A custo zero, leram bem. E o “Boro”, comparando com os nossos três grandes, é, no mínimo,…”boring”.
No jogo com a República Checa, a Turquia teve 15 minutos à Kubrick, versão “Laranja Mecânica”. Já os nossos habituais comentadores lhe faziam o funeral e eis que a equipa de Fatih Terim – ele próprio, um exemplar dos excessos da natureza humana – põe em campo o melhor que tem: coração. Não chega? Veremos. O treinador turco, agora guindado ao estatuto de “imperador” pelos diários de Istambul, já disse que vamos ouvir falar muito desta equipa. Acredito. Mesmo que a Turquia não ganhe mais nenhum jogo, o certo é que ninguém se lembrará de equipas de ciência certa. O República Checa-Turquia valeu mais do que muitas finais. E ficará na memória mais do que algumas delas.