No próximo dia 3 de Setembro, pelas 19 horas, içam-se as bandeiras na Quinta da Atalaia e a amizade, a fraternidade, a liberdade e a alegria reivindicam os seus 30 hectares. A 45ª Festa do Avante! começou.
A Festa do Avante! é o maior evento político-cultural do nosso país e é organizada pelo Partido Comunista Português. Mas como – ou porquê – é assim? Como é que uma Festa com estes anos todos parece sempre nova a quem a visita?
A expressão “não há festa como esta” parte do carácter que distingue a Festa de todas as outras manifestações culturais, desportivas ou recreativas.
A militância como motor de construção da Festa, erguida por comunistas e amigos, dedicando durante meses o seu tempo livre a montar as estruturas, pintar as paredes, montar os balcões e as exposições, cuidar dos espaços verdes e por fim assegurar o funcionamento nos dias da Festa.
Por outro lado, ao longo desses três dias, na Amora, Seixal, a congregação de todas as manifestações culturais, nomeadamente, no âmbito da música, com todos os géneros presentes, equilibrando artistas já conceituados com a apresentação de novos projectos, por exemplo, a partir do Concurso de Bandas Novos Valores da JCP, mas também peças de teatro, cinema, debates e exposições políticas, de artes plásticas e de ciência, desporto, gastronomia, artesanato e jogos tradicionais, une jovens e menos jovens, homens e mulheres de todos os países e etnias.
E por fim, a sua componente política, que tem o seu momento alto no grande comício de encerramento.
No ano de 2020, a 44.ª Festa do Avante! constituiu um grande êxito político, provando ao País e ao mundo como era possível e necessário fruir a vida, dar espaço à cultura, afirmar a solidariedade, exercer direitos e, simultaneamente, garantir a segurança e protecção no plano da saúde.
Vale a pena lembrar o tudo que se disse e inventou ao longo de meses, em que até capas falsas do New York Times abriram telejornais, pois é hoje mais claro ao que se deveu tal cruzada. Enquanto o grande capital investia no medo e no conformismo, a Festa resgatou a esperança e a confiança para a luta que continua por uma vida melhor, por uma política alternativa patriótica e de esquerda, por um Portugal com futuro.
Contra a ideia de que as pessoas estão votadas ao trabalho, à vida do trabalho para casa e de casa para o trabalho, a perder os seus direitos, a ver os seus salários desaparecer, ao desemprego. Afirmou-se que a alegria de viver, o direito à cultura, ao debate e intervenção política, ao desporto e ao convívio não são descartáveis, fazem parte da vida. Amputar estes ou outros direitos, em pretexto do vírus ou de outros qualquer é limitar o desenvolvimento integral a que todos os seres humanos têm direito, é limitar a democracia, é aumentar a exploração.
A Festa do Avante! é a festa que a juventude tomou como sua, estando nela presente os problemas, as lutas e aspirações dos jovens de Portugal e do mundo. A luta em defesa da Escola Pública, democrática e de qualidade para todos. A luta contra a elitização do Ensino Superior, acabando com todas as barreiras socioeconómicas, as propinas, as taxas e emolumentos, e a exigência de mais alojamento.
A luta pelo direito ao trabalho com direitos, a um vínculo efetivo, a um salário digno, a um horário regulado, que permita a todos jovens autonomizarem-se, a constituir familiar, a construir os seus projetos de vida.
A luta pela paz, o desarmamento e os direitos dos povos de todo o mundo à autodeterminação, contra o imperialismo, a guerra e a ingerência, expressando a solidariedade com todos os jovens do mundo que não aceitam que o capitalismo é o final da história, por mais humanizado ou verde que o pintem.
No ano do Centenário do Partido Comunista Português, a juventude afirmará uma vez mais que o futuro tem partido.
São 100 anos de história e de luta. 100 anos em que não há nenhuma transformação social, nenhum avanço ou conquista dos trabalhadores e do povo português a que não esteja directa ou indirectamente associada à iniciativa, à luta, à acção e à intervenção do PCP. 100 anos ao serviço do povo e do país, de luta pela liberdade, a democracia e o socialismo.
O Partido com a mais longa história, mas, igualmente, o mais jovem partido português. Pois nenhum outro apresenta para os problemas nacionais soluções mais criativas e coerentes e que melhor se identificam com os interesses e aspirações da juventude. Nenhum outro revela a mesma força, a mesma energia para intervir e lutar pela transformação da sociedade portuguesa, pelo fim de um cruel sistema em que tudo se compra e tudo se venda e se nega o presente e futuro à juventude.
Na Festa cabe tudo isto e por tudo isto a Festa é assim. É a Festa dos valores de Abril e retrato vivo do projecto e do ideal comunistas, a Festa da vida, da alegria e do futuro.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.