O desastre do elevador da Glória, que provocou tantos mortos e feridos, será o tema central da campanha para Lisboa. Carlos Moedas está afetado, sem dúvida, mas o eleitorado reconhece que nunca poderia ter antecipado. Em política há sempre um lado muito cruel: quem está ao comando político é sempre responsabilizado.
O presidente da CML, enfraquecido, tem de chamar a si o apuramento das razões que levaram a esta tragédia, exigindo igualmente responsabilidades a toda a hierarquia municipal e da Carris.
É difícil adivinhar o que poderá acontecer na noite de 12 de outubro, mas é evidente que este grave acidente, pela sua dimensão — mesmo que não houvesse ninguém nos elevadores — fragiliza o candidato Carlos Moedas. Vai passar os dias de campanha a ser questionado sobre o assunto, e poucos lhe darão ouvidos quanto ao que tem para dizer sobre o futuro de Lisboa.
Não se demitirá, obviamente, mas esse gesto não trará qualquer folga à sua campanha. O pior que pode acontecer a um candidato, ou vários candidatos da lista, é estarem permanentemente na defensiva. Estamos a um mês das eleições, e isso diz tudo sobre a capacidade de controlar os danos.
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