Começou a avalanche de debates políticos para as eleições de 18 de maio. São muitos e difíceis de acompanhar. Há, por agora, uma constatação e uma surpresa: Luís Montenegro venceu o debate com o líder do PCP, mas Raimundo surpreendeu pela positiva — e muito bem — o seu espetro político de eleitores.
Montenegro está na sua zona de conforto. A experiência de ter sido líder do grupo parlamentar do PSD é visível nestes debates, tal como aconteceu nos anteriores. O primeiro-ministro está em boa forma política, virado para os eleitores e não para as suas atividades empresariais privadas quando era «civil» — que, por acaso, até tiveram sucesso.
Sendo o primeiro-ministro, e percebendo a tentação dos líderes que irão debater com ele em não largar o tema, diria, desde logo, que estava ali para apresentar propostas e soluções, reformas e crescimento. Tudo o resto está no sítio certo. Na verdade, serão os portugueses, com a sua sabedoria ancestral, a decidir se querem que Montenegro continue como primeiro-ministro e que a AD forme o novo Governo. Tudo o resto é tempo perdido.
Paulo Raimundo foi a grande e boa surpresa no seu primeiro debate. Está cada vez mais solto, mais eficaz e mais empenhado em reconquistar lugares na Assembleia da República. Curiosamente, é talvez o partido que, à sua escala, melhor se poderá sair desta embrulhada e emboscada: tem um Bloco fragilizado, um PAN abaixo do expectável e muitos socialistas desencantados. Não entrará no Livre, em princípio e decisivo poderá ser o debate entre os dois líderes.
(A propósito: sou dos dos poucos, em extinção, que acredita que o jogo eleitoral já está fechado; a quase totalidade dos eleitores já decidiu o seu voto, que castigará fortemente a Direita populista — exceto a IL — e não dará à Esquerda qualquer hipótese de novas geringonças ou engenhosas soluções políticas.)
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