A Suécia, a Finlândia e a Noruega, a par da Polónia, da Roménia e dos países bálticos, estão a preparar as suas populações para a guerra. O agressor será a Rússia, e eventualmente algum dos seus aliados párias e renegados, no momento em que a Ucrânia utilizar mísseis americanos de longo alcance contra posições estratégicas russas.
Para Moscovo, não interessa se é apenas uma resposta equivalente ao que fizeram a Kiev. Putin parece esquecer-se de que está a dois meses de Trump assumir a presidência dos EUA e que, mesmo assim, dificilmente poderá contar com um apoio aberto e direto do país líder da NATO. A Aliança Atlântica conta com 32 países, incluindo duas potências nucleares (sem considerar os americanos) e tem um poderoso arsenal militar convencional.
Desgastada como está, recorrendo à ajuda dos norte-coreanos, a Rússia não tem qualquer capacidade convencional, em termos de homens e equipamentos, para medir forças com o Ocidente. A Ucrânia expôs as sua fraquezas militares. Muita conversa, mas pouco conteúdo.
A grande questão centra-se, obviamente, na capacidade nuclear dos russos. É vasta e poderosa, com todo o tipo de ogivas e lançadores, e foi isso que protegeu Putin durante os mil dias de guerra na Ucrânia, inibindo os aliados de autorizarem Kiev a utilizar mísseis e outros meios de longo alcance. Essa fase, no entanto, está encerrada.
Ainda que disponha de muitas armas nucleares, estas só podem ser utilizadas uma vez. Uma só vez, repetindo. E Putin sabe disso. Só uma lançada, a retaliação será aniquiladora. E esse cenário nunca esteve muito longe de se concretizar. A senhora Liz Truss, nas suas memórias, recorda que, em 2022, ainda enquanto ministra dos Negócios Estrangeiros, o Governo britânico se preparou para a eventualidade de uma guerra nuclear. As forças estratégicas britânicas foram colocadas em prontidão e preparadas para o apocalipse. Estamos novamente perto dessa loucura.
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