Trump não recebeu Biden na Casa Branca em 2020. Não queria, não aceitava os resultados, e nem sequer apareceu na sua posse nas escadarias do Capitólio. Pelo contrário, o veterano Biden deu as boas-vindas a Trump, felicitou-o pelo seu regresso e até brincou com a ideia de que estava a ponderar candidatar-se em 2028.
É uma verdade indiscutível que o presidente dos EUA já não tinha condições físicas e cognitivas para desempenhar o cargo. Foi afastado à força, quando poderiam ter feito tudo isso com algum decoro e decência, e muito antes. Agora, sairá de cabeça erguida, calmamente, quando chegar o dia 20 de janeiro de 2025.
A sua gentileza contrasta com o estilo de Trump. Biden irá para a sua casa de praia descansar e, certamente, criar uma fundação ou um centro que homenageará todo o seu percurso político. Nunca ninguém, nos EUA, permaneceu na vida política ativa durante tanto tempo. Ele é o António Costa americano.
É esse serviço público, muitas vezes polémico e embaraçoso, que Biden levará orgulhosamente na sua lapela. Num extraordinário gesto de gentileza, a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil americana, deveria ser atribuída a Biden por Trump. Só lhe ficava bem!
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