Em Portugal, nunca foi fácil ser ministro da Saúde. Nem fácil, nem saudável. Trata-se de uma área extraordinariamente exigente, sob o escrutínio permanente de todos: dos profissionais e dos utentes. Erros como o do INEM podem, a prazo, custar a cabeça desta ministra. O primeiro-ministro manteve-a no cargo, e fez bem, mas a confusão que custou vidas deve ser alvo de responsabilização.
A ministra da Saúde assumiu diretamente a tutela dos serviços de emergência médica pré-hospitalar, uma medida que faz sentido, mas a partir de agora não pode haver mais erros ou deslizes nesta área de extrema sensibilidade pública. O INEM existe para salvar vidas, e ninguém deve negar ou retardar os recursos humanos e materiais de que necessita há muito tempo.
O serviço funciona, ainda hoje, à base de muitas horas extraordinárias, o que não é um sinal de tranquilidade. Nem para os profissionais, que têm de tomar decisões rápidas e seguras, nem para quem recorre a essa emergência médica. Podem faltar profissionais e equipamentos em muitos outros serviços gigantescos do Ministério da Saúde e em toda a sua complexa máquina burocrática, mas nunca num atendimento de emergência, onde cada resposta pode significar a vida ou a morte.
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