Com ou sem a abstenção do PS, o Orçamento do Estado para 2025 seria sempre aprovado. Bastaria o Chega, e isso mostraria um inegável sentido de Estado, assumindo a inerente responsabilidade. Mas o primeiro-ministro e o líder socialista nunca deixaram de falar, discretamente, e isso poderá ter ajudado a finalizar este bailado político.
O PS disse o que queria, e o Governo aceitou recalibrar o OE, mesmo com a limitação de 1% na descida do IRC para o próximo ano. Os socialistas também queriam impedir novas descidas nos anos seguintes, até 2028 (duração da legislatura), mas isso seria uma abstração política inaceitável. Não faz sentido que um Governo se comprometa, limitando o país, com orçamentos para os anos seguintes. O OE está fechado, e cabe agora ao PS tomar a sua decisão.
Portugal precisa de estabilidade, de um orçamento e de um Governo em plenas funções, que acelere as capacidades nacionais e ultrapasse os permanentes solavancos económicos e políticos. Seria mau, muito mau, que o Governo fosse derrubado ao fim de seis meses.
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