A menos de um mês das eleições americanas, Kamala Harris tem uma vantagem de 2,1% em relação a Donald Trump, mas apenas a nível nacional. É pouco, muito pouco, para garantir uma vitória. Basta comparar: a 7 de outubro de 2020, a vantagem nacional de Biden era de 9,7%, e mesmo assim só ganhou o Colégio Eleitoral por mais 30 grandes eleitores e, em 2016, Hillary estava confortável com 4,7% das intenções de voto, e foi derrotada.
Por esta altura, tudo se vai resumir à votação de cinco estados, não tanto pelo seu peso, mas acima de tudo por estarem na lista dos indecisos: o Michigan e o Wisconsin, mais abaixo a Pensilvânia – que decide quase sempre o vencedor – e, depois, a Carolina do Norte e a Geórgia, sem esquecer o Arizona e o Nevada.
São 538 grandes eleitores em disputa, sendo que 270 elegem o presidente. Neste momento, há dois dados a ter em conta: Trump lidera o Colégio Eleitoral, com 219 grandes eleitores contra 215, com base nas centenas de sondagens e estudos disponíveis, e as apostas dão uma vantagem de 0,1% ao ex-presidente. Kamala tem de se esforçar mais. Ainda não houve nenhuma “surpresa de Outubro”, mas ela aparecerá. Só falta saber quem será atingido.
A Câmara dos Representantes mantém a vantagem para os republicanos, e o mesmo com o terço do Senado que vai a votos. Em tese, e aplicando o modelo de equilíbrio de poderes americano, a Casa Branca deveria ser de Kamala, mas há um problema que o tempo tornou insanável: a teoria «morreu» de velha e gasta, e tudo poderá acontecer, como já se viu inúmeras vezes. Ou seja, o presidente eleito também poderá ter a maioria no Congresso. Inquietante, sempre, e muito mais se a Casa Branca seguir a vantagem atual na Câmara dos Representantes e no Senado.
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