O Governo decidiu aumentar as remunerações da carreira militar, para atrair os efetivos que faltam, e prometeu chegar os 2% do PIB para cumprir as suas obrigações como membro fundador da NATO. Esse investimento obrigará a um reequipamento dos três ramos das Forças Armadas, até tendo em conta a necessidade de ter as «novas» armas que se estão a impor no campo de batalha da Ucrânia, e que servem de guia e experiência: drones de todos os tipos e os mais modernos sistemas de defesa antimísseis. Há uma evolução imparável em equipamentos militares e alterações de modelos de combate táticos e estratégicos que obrigam as FA a investir poderosamente em todas as áreas.
Sendo profissionais, as nossas Forças Armadas estavam perigosamente na fronteira de não ter os efetivos mínimos para a prontidão dos equipamentos dos três ramos, e esta decisão poderá levar a que mais jovens integrem o serviço militar. Não vivemos tempos tranquilos na Europa, há novas ameaças contra a NATO, e Portugal tem de estar preparado para cumprir a sua parte.
Em resposta à decisão do Governo, um sindicato da PSP, e também associações da GNR, veio contestar e ameaçar o MAI com novas pressões públicas, exigindo um tratamento igualitário na carreira remuneratória. A PSP e a GNR entenderam-se com o Governo, encontraram um mínimo denomidar comum, merecido, mas agora acham que as forças militares e policiais são uma e a mesma coisa. Ou até que uns trabalham e arriscam mais do que os outros.
São os dois muito importantes, mas cada um na sua missão. Cabe às polícias garantir a segurança interna, ordem pública e zelar pelo cumprimentos das leis, e às FA manter a nossa soberania, integridade territorial e conter qualquer ameaça externa. Não há misturas nem desmerecimentos, mas cada um no seu papel. Não foi bonita, nem elegante, nem justa, a forma como um dos presidentes de um sindicato tratou as nossas forças militares. Dizendo o que disse, e ameaçando como ameaçou, não esteve à altura das elementos das forças de segurança que representa. E os militares não mereciam esse tratamento quase insultuoso.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.
