A resiliência das redes e a sua redundância (uma espécie de caminhos alternativos em caso de obstrução) serão, a par da segurança contra ataques informáticos, as preocupações mais urgentes da Anacom, a entidade reguladora das comunicações. Na era do digital, surgem quase todos os dias novos desafios, mas nem por isso os velhos deixaram de fazer sentido. Liberalizado há quase 25 anos, o setor das telecomunicações passou de um monopólio a um oligopólio entre três operadores. A entrada de um quarto – a romena Digi, que acaba de comprar a Nowo – é encarada como um remédio para forçar a descida de preços num mercado que “nunca será de concorrência perfeita”, como admite a presidente, Sandra Maximiano.
Como é que a Anacom está a cuidar das infraestruturas críticas? A redundância da rede de comunicações está garantida em caso de novo sismo, mais forte do que aquele que ocorreu há dias, ou teremos de substituir o telemóvel pelo rádio a pilhas para sabermos o que se está a passar?
Depende da dimensão da catástrofe. Se for avassaladora e se nada ficar de pé, dificilmente podemos contar com os telemóveis. Numa situação de hipercatástrofe, teremos de recorrer não ao rádio a pilhas mas provavelmente ao rádio a manivela, como os da Cruz Vermelha. E a ajuda dos rádios amadores também será necessária. Mas é óbvio que há vários níveis de catástrofe.