O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, vai cair com fragor e o Partido Conservador perderá membros do Parlamento até em distritos e condados que sempre foram os seus bastiões. O próprio Sunak poderá não ser eleito, o que é a maior das humilhações.
A triste queda de Sunak era inevitável: governava com a maioria de Boris Jonhson, a quem tirou o tapete, e não tem nenhum carisma político. Já poucos o queriam em Downing Street, a começar pelos seus iguais no Parlamento, que vão perder o conforto das bancadas verdes.
Sunak conseguirá o feito extraordinário de perder para todos, e o sistema eleitoral de maioria simples torna a catástrofe mais pesada. Starmer também não é um exuberante Blair, mas terá, por defeito, uma vitória inimaginável. Os eleitores queriam mudar, mas o desastre conservador agrava-se com a subida dos reformistas populistas de Farage, em termos de percentagem nacional, e não tanto de membros do Parlamento.
Sunak desaparecerá mas quem ficar terá de começar a reassentar tijolo a tijolo, como fazia Churchill, na arrasada casa do Partido Conservador. E não vai ser nada fácil, com um novo PM pró-UE e desejoso de retomar uma ligação forte com Bruxelas. As fantasias do Brexit pagam-se caras.
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