Não poderia ser de outra forma. A paz faz-se com aqueles que estão em guerra, e se a Ucrânia quer e tem o apoio de dezenas de países e organizações para encontrar uma solução, que não a rendição, o mesmo não acontece com a Rússia de Putin, que mantém uma agressão desumana contra populações civis e indefesas. A cimeira foi um passo na direção certa, mas só no teatro de batalha é que a paz poderá ser alcançada.
Putin quer que Kiev se ajoelhe às suas imposições, mesmo que já tenha esgotado o impulso e o momento que tentou imprimir às suas forças na zona de Kharkiv. Esta cimeira coincide – é um bom sinal – com importantes avanços militares ucranianos, e só assim é que Moscovo se sentará à mesa de negociações, mesmo que por interpostos países.
Zelensky sabe que tem poucos meses para virar a seu favor a sorte das cartas militares. O ambiente político na Europa e nos EUA não o vai favorecer a médio prazo – na Grã-Bretanha e na França há sinais preocupantes – e se Novembro trouxer a reviravolta nos EUA, então tudo pode regredir e complicar-se.
Todos os aliados da Ucrânia já perceberam que o tempo jogará a favor de Putin. E é por isso que estão cada vez mais ousados e empenhados numa ofensiva vitoriosa de Kiev, aceitando para isso que o poder militar russo seja degradado e danificado no seu próprio território. É urgente dar tudo o que os ucranianos precisam. Agora.