A sondagem das sondagens do «Politico.eu» dá o PSD entre os 25 e 27% das intenções de voto, e esta tendência não melhorou nem piorou nos últimos tempos. Nem sequer com a crise política. O PSD não está a subir, e há uma razão para isso: o Chega está a atrair os eleitores do centro e da direita, e sabe-se lá de quem mais, e isso coloca-o como o terceiro grande partido, em redor dos 15/16% de votos. Por agora.
Já não é grande a distância que o separa do PSD, ou do PS. É matematicamente correto prever-se, nesta altura, que a direita terá a maioria absoluta, mas com os votos e deputados do partido de André Ventura. A Iniciativa Liberal continua com um dígito, melhor do que em 2022, e o CDS, não coligado, deverá valer 3/4%. Todos eles estão encostados à parede pelo Chega. Apertados. Esganados. E não vale a pena olhar para o lado.
Esta deveria ser a razão para Luís Montenegro deixar de se preocupar com o PS, e o seu futuro líder. Os socialistas não têm uma força política à esquerda que esteja a sugar os seus votos, mesmo com o BE, PAN e Livre a subir. Ainda é cedo para o PCP. Percebe-se agora que os socialistas não estejam à beira do precipício. Pode ser injusto, mas é o que é.
O Chega está a subir a corda do Poder, avidamente, e esse fôlego foi-lhe dado pela maioria absoluta, que ruiu a menos de três anos de completar a legislatura. O descontentamento paga-se caro. Ou os «velhos» partidos mudam, ou serão mudados pelos mais «novos» e populares, ou populistas, ou que lhes quiserem chamar. E são os portugueses, sozinhos, na sua cabeça, que decidem essa mutação. A culpa não é de Putin ou de Trump. Ou do Hamas e de Teerão.
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