O rolo compressor das forças militares israelitas começou agora a sentir-se na Faixa de Gaza, e se necessário no Líbano. Não terminará enquanto o Hamas não desaparecer como força militarizada e terrorista, e para isso foram convocados 300 mil reservistas, o que é inédito e extraordinário. Também o padrinho dos ataques do Hamas, e da turbulência no Hezzbolah, não será esquecido. Cedo ou tarde, o Irão vai arcar com as consequências de armar, instigar, e comandar estes dois grupos terroristas. Para todos os efeitos, Israel tem de refazer a sua imagem de potência militar regional e global, que foi perturbada por um grupo terrorista identificado.
Nesta guerra sem princípio nem fim, e que se manterá para a eternidade, mais ou menos explosiva, confrontam-se duas realidades: o lema de Israel é «nunca mais», ninguém ficará para trás, ou sem ser vingado, e o do Hamas é aceitar o confronto e a morte como uma glória divina e eterna. Não haverá Estado palestiniano sem o reconhecimento do Estado judaico, e essa linha nunca foi ultrapassada.
Nesta guerra, infelizmente, uma das partes está ausente, escondida, e dissimulada, como é o caso de Teerão. Nunca enfrentou diretamente Israel, não lhe reconhece o direito à existência, e tudo fará para o destruir, um dia. Para esse cenário sempre esteve preparado Israel, que nunca admitirá que os iranianos atinjam a capacidade de ter armas nucleares. Não aceitam os israelitas, nem qualquer outro Estado árabe da região. Ou o resto do mundo.
Embora atordoados com o vexame, entre mortos, feridos e reféns, os israelitas beneficiam agora de uma onda mundial de indignação, justa e merecida, que servirá os objetivos estratégicos e militares do Governo judaico. Na sua história, Israel foi sempre atacado por grandes exércitos, mas nunca perdeu uma guerra, e saiu sempre com grande vantagem desses conflitos. Teerão passou a ser um alvo legítimo para Jerusalém.
À Margem: Foi rápida e oportuna a decisão do Governo de enviar um avião militar para retirar cidadãos nacionais. E outros, se possível. Excelente!
MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.