A Ucrânia, e todos os países que a ajudam, em particular os da NATO, estão confrontados com a grande lição enunciada pelo mitómano Douglas MacArthur, comandante da guerra no Pacífico e na Coreia, e um dos 9 (apenas nove!) generais de 5 estrelas, que existiram desde a fundação dos Estados Unidos: «Não há substituto para a Vitória.»
Não há, mesmo. E Zelensky sabe disso, tal como os seus generais, soldados e todos os ucranianos. Não há meias vitórias, partes separadas, pequenos sucessos. A vitória é una e indivisível, e só se consegue com um imenso sacrifício humano e material. Nada a substitui. Churchill percebeu isso na luta contra Hitler.
E não existindo quem a substitua, e num cenário de maior pressão das opiniões públicas dos aliados, e com eleições no calendário de 2024, os ucranianos têm de lançar na batalha, para atingir o Mar de Azov, tudo o que receberam e treinaram nos últimos meses. Não são os F-16 que mudarão o jogo – servirão, mais tarde, para a Ucrânia manter o seu território inviolável – e ainda cabe aos europeus e americanos o esforço decisivo para a Vitória.
São urgentes mísseis de maior alcance, como os ATACMS, mais sistemas de defesa aérea, Patriot e Iris-T, e uma grande quantidade de artilharia e Himmars, com a respetiva reposição de material e munições. E já chega de enviar tanques e blindados muito desgastados e usados. A tudo isto acrescente-se os equipamentos pesados que criam corredores desminados e seguros.
Há um nítido avanço ucraniano em direção ao Mar de Azov, as deserções e fugas de soldados russos estão a aumentar, as forças especiais estão a atuar já muito próximas do objetivo militar prioritário, a Sul, como a cidade de Melitopol, mas todo este esforço, para deixar de ser lento e sangrento, necessita de uma multiplicação numérica do arsenal. Para a Ucrânia só há a Vitória, e só ela deve estar na mesa dos aliados.