Está a decorrer em Lisboa, mas também no Porto e em Faro, um festival de vírus da Covid, acabadinhos de estrear. Se quer um, ou mais, vá ao aeroporto, junte-se à multidão ofegante, às filas intermináveis, e aguarde a sua vez. É só esperar. Não custa nada, não exige um pagamento antecipado, ou simbólico, e pode levar para casa uma Delta, já idosa, ou a fascinante Ómicron, que é um «transformer» acabadinho de sair da fábrica.
Se quer um vírus só para si, para a família e amigos, mais vizinhos, género «bicho» de estimação, já com «chip», para fazer companhia, em particular aos mais idosos, dos que ainda restam e vivem (ao dia de hoje, e dos 18.458 mortos com a Covid, em Portugal, 86,6% tinham 70 a 80 anos ou mais), então não pense duas vezes: visite os aeroportos nacionais, sendo que o de Lisboa é uma grandiosa feira de Natal, carregadinha de originais e variantes. Ou melhor: animais de raça e rafeiros. É garantido. E grátis, repito.
A ideia é boa, mas o que o Governo pensava ser uma medida extraordinariamente segura e restritiva, a de controlar as entradas, está a transformar os aeroportos no «ground zero» da explosão virológica. É um Chernobil à moda portuguesa. Não há Urânio nem Plutónio, mas SARS que nunca mais acabam. Dá para todos. Não esgotam.
É urgente controlar o caos, a confusão, e a ansiedade das pessoas, que estão incapazes de respeitar medidas básicas de proteção, e o Governo, as autoridades sanitárias e de segurança têm de organizar os aeroportos de forma que os passageiros entrem em segurança, em zonas protegidas e espaçosas, que permitam evitar este espetáculo de contaminação. A não ser assim, quem vem para Portugal, mesmo tendo a obrigação de estar vacinado, tem de ser avisado que ganha um vírus. De último grito. Substitui as milhas.
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