A vacina previne, imuniza, e evita a Covid19, numa percentagem que está estimada em 95 por cento, no caso da Pfizer e da Moderna, mas para um combate direto à doença, a FDA aprovou, no sábado, para uso de emergência, dois medicamentos com excelentes resultados, os anticorpos monoclonais sintéticos da Regeneron, usado por Trump e milhares de outros doentes, e um composto idêntico da famarcêutica Lilly. Com esta dupla frente fecha-se a porta ao SARS-COV2, num espaço de tempo absolutamente inédito. Nunca tantos cientistas e técnicos se envolveram, com o apoio de biliões de dólares e euros, numa pesquisa tão vasta, percorrendo todos os caminhos de investigação, para se chegar às vacinas e aos medicamentos em apenas nove meses. Nove meses! Lembram-se dos pessimistas? Isso vai levar anos. Talvez nunca se consiga.
Portugal espera receber 16 milhões de vacinas em Janeiro, diz a ministra, e está a preparar toda a logística de distribuição, conservação, e vacinação, de acordo com o protocolo de prioridades. Convém lembrar, já agora, que somos só 10 milhões, e se estivermos bem organizados, como outros, em pouco tempo pode-se atingir a imunidade de grupo. Só nos EUA, e até final de Dezembro, sendo que se espera a aprovação da FDA na primeira ou segunda semana do próximo mês, está prevista a vacinação de mais de 20 milhões de pessoas em 15 dias.
Extrapolando este cenário, é suposto que Portugal conseguiria vacinar todos num mês, dando algum desconto. Esta sim, seria uma grande vitória deste Governo, que colocaria o país em estado de normalidade até à Primavera. Março, para ser mais preciso. Use-se tudo o que for necessário para uma distribuição rápida, mesmo que em duas doses, e convoquem todos os que podem administrar o produto. Hospitais, centros de saúde, farmácias, bombeiros, postos móveis e improvisados. Não se ponham com esquisitices.
Para além disso, Portugal, seja através da Europa ou por aquisição direta do Infarmed, deve encomendar e ter disponíveis os dois novos medicamentos, e todos os que se seguirão nas próximas semanas. Aqui o circuito é mais fácil, direto, e sem necessidade de grandes movimentos logísticos. Os médicos têm de ter à sua disposição essas novas drogas, que pelo que se conhece e sabe, resolveriam o pesadelo dos internamentos. São drogas para administrar antes de se chegar à UCI. De acordo com a carta de autorização, da FDA, os dois medicamentos devem ser usados em contagiados em risco de evoluir para uma situação grave.
Agora temos de começar a correr. Não é passo a passo, ou passinhos de bailarina, mas corrida em pista, e com obstáculos, claro. Conviria não sermos os últimos. Por uma vez.