O que é a prematuridade e porque é importante
Quando um bebé nasce antes das 37 semanas de gestação, diz-se que é prematuro. Existem diferentes graus: muito prematuro (menos de 28 semanas), prematuro moderado (28 a 32 semanas) e prematuro tardio (32 a 37 semanas).
Em Portugal, ainda nascem muitos bebés prematuros todos os anos. Graças à medicina moderna, mais bebés sobrevivem — mesmo os muito pequeninos — mas isso traz um desafio: é essencial acompanhar o seu desenvolvimento de forma especializada e contínua.
O cérebro do prematuro e os riscos
O cérebro de um bebé prematuro ainda está a amadurecer e é, por isso, mais vulnerável. Algumas complicações que podem ocorrer logo após o nascimento, como falta de oxigénio, problemas respiratórios ou hemorragias, aumentam o risco de dificuldades no desenvolvimento motor, cognitivo ou emocional mais tarde.
Mas há boas notícias: o cérebro é plástico, ou seja, consegue adaptar-se e aprender — especialmente nos primeiros anos de vida. Intervenções realizadas precocemente podem ajudar a melhorar a estrutura e o funcionamento do cérebro do bebé.
A importância da intervenção precoce
Quanto mais cedo começarmos, melhor. Os programas de intervenção precoce, que incluem estimulação motora, sensorial e cognitiva, podem iniciar-se ainda na unidade neonatal e continuar em casa após a alta.
A participação ativa dos pais e o trabalho conjunto de equipas especializadas (neonatologistas, fisioterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos, entre outros) são fundamentais para que estas intervenções sejam realmente eficazes.
Aleitamento materno e contacto físico
Amamentar e praticar o método canguru (contacto pele a pele) traz grandes benefícios para os bebés prematuros. Além de fortalecer o vínculo entre pais e filhos, ajuda a regular a respiração, o batimento cardíaco e contribui para um desenvolvimento cerebral mais saudável.
Porque é que Portugal precisa de mais apoio especializado
Acompanhar bebés prematuros não é apenas uma questão médica — é uma necessidade para garantir que crescem e se desenvolvem da melhor forma possível. O ideal é que todos tenham acesso a serviços especializados de intervenção precoce, de forma justa e equitativa. Isto permite aproveitar a “janela de oportunidade” do cérebro, responder às necessidades individuais de cada bebé e reduzir desigualdades no acesso à saúde.
Em resumo
Nascer prematuro não precisa de ser um obstáculo ao desenvolvimento. Com o acompanhamento certo, estimulação precoce e apoio familiar, é possível oferecer a cada bebé a melhor oportunidade de crescer saudável e feliz.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.