Até agora, o exemplo provavelmente mais notável e tangível desta mudança é o facto de se poder ter um trabalho móvel numa escala global, disseminando, assim, o local de trabalho por diversos lugares. E quando falamos sobre o local de trabalho do futuro, é de mobilidade que vamos continuar a falar e alterar em função de cada empresa e dos seus empregados. Mas quais são os catalisadores por detrás desta nova era de mobilidade e para onde está ela a levar os nossos negócios?
Uma nova era de mobilidade
De acordo com a IDC, a cloud corresponde atualmente a quase metade do investimento mundial em infraestruturas de TI. Com as empresas a adotarem tanto clouds privadas como públicas para melhorar a produtividade e conectividade organizacional. Na era da largura de banda e do 4G democratizados, a adoção contínua de cloud computing é um fator importante para a mobilidade de uma empresa. A chegada do 5G faz prever um maior impulso na mobilidade, onde não se aumentará apenas a velocidade da rede móvel, mas também a capacidade de transmissão de dados será aumentada, o que permitirá mais trabalhadores possam adotar o mobile graças à conectividade e à velocidade disponibilizada. Os trabalhadores vão poder beneficiar de: maior velocidade no download e upload, menor latência e capacidade de executar aplicações de maior capacidade simultaneamente, isto é, podem realizar tarefas mais pesadas de forma remota. Como resultado, a Qualcomm (VER AQUI) prevê que a cadeia de valor do 5G vai gerar até € 2.9 mil milhões em receitas globais em 2035.
Certamente, um dos próximos impactos do 5G, e diversas empresas estão na expectaviva de ver o seu verdadeiro valor, é a sua capacidade de servir como alicerce para uma maior adoção de IoT nas empresas. Embora esteja na fase inicial, está previsto que os mercados de IoT combinados cresçam para um valor global de (€436 mil milhões) até 2021 (VER AQUI), com as vantagens oferecidas pela tecnologia que são demasiado atraentes para serem ignoradas. À medida que as tendências aceleram, a quantidade de produtos produzidos também vai aumentar. Para gerir isto, as empresas vão depender cada vez mais de tendências como o mobile edge computing para auxiliar na gestão de dados tanto para a eficácia como para a segurança.
Atuando como um primeiro ponto de encontro para os dados produzidos pelos dispositivos IoT, o mobile edge computing processa as informações no local para ter dados e informação em tempo real enquanto filtra os dados críticos da missão na cloud para uma análise mais profunda sem sobrecarregar as infraestruturas de TI. Os dispositivos que possuem a capacidade de processar dados no momento tornar-se-ão numa parte cada vez mais central da força de trabalho do futuro, já que, à medida que as empresas procuram reduzir a pressão sobre seus serviços em cloud ao mesmo tempo querem garantir a produtividade e segurança num perímetro de TI mais extenso.
Uma visão através dos olhos do IoT
Naturalmente, as soluções do IoT vão moldar a força de trabalho do futuro ao transformar a forma como se vai realizar o trabalho, particularmente nas indústrias dependentes de trabalhadores de campo e da linha de frente. No ano que passou vimos a chegada dos dispositivos IoT empresariais como os smart glasses com Realidade Assistida (RA), que trabalham em ambiente Windows, os quais são facilmente integrados em infraestruturas de TI já existentes e oferecem aos colaboradores a possibilidade de trabalhar com as mãos livres.
Os setores podem ir desde a engenharia e logística até à assistência médica e à segurança, estas soluções não permitem apenas maior mobilidade, mas também criam atividades novas e mais eficientes para os colaboradores. Considere, por exemplo, os colaboradores de uma fábrica, que podem utilizar óculos inteligentes para aceder e sobrepor especificações ou instruções altamente detalhadas em tempo real, garantindo maior precisão na manufactura, redução de erros e um processo geral mais eficiente.
Um futuro seguro
Com o aumento do IoT e a proliferação de dados como resultado, a força de trabalho do futuro também terá de ser mais segura do que nunca. Isto, mais do que tudo, é a principal preocupação dos líderes de TI que precisam criar um perímetro de rede segura numa área de superfície cada vez maior, especialmente face às ameaças constantes de ciberataques. Uma investigação da SonicWall (VER AQUI) revelou um aumento de 275 por cento no número de ameaças encriptadas, assim como um aumento de 101.2 por cento no número de variantes de ransomware em 2017. Como tal, não é surpreendente ver que 62 por cento de quem toma as decisões de TI na Europa vejam a segurança de dados como um investimento prioritário nos próximos 12 meses. Isto significa que as empresas devem garantir que a sua futura força de trabalho seja mais instruída sobre protocolos e regulamentações de TI, além de equipá-las com soluções que oferecem proteção robusta contra a crescente fraude de cibercriminosos, desde laptops com ferramentas biométricas e de criptografia incorporadas a soluções mobile edge computing que podem identificar e isolar ameaças antes que elas atinjam o núcleo da rede.
Estamos a entrar num cenário empresarial no qual a força de trabalho poderá acumular, analisar e agir sobre dados recolhidos nos mais diversos locais, e usá-los para criar mais vantagens competitivas e fontes de receita. Neste ambiente, a futura força de trabalho deve continuar a priorizar a segurança acima de tudo, ao mesmo tempo que aprende a adotar novas capacidades e recursos oferecidos pelas soluções IoT, que podem impulsionar novos níveis de transformação digital em todos os setores.
Conteúdo originalmente publicado na Exame Informática Semanal 92, publicada a 1 de fevereiro de 2019