Mais um dia que começa mais cedo do que é normal, em modo forçado “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”. Ser novaiorquino é viver a cidade que nunca dorme. É sentir a adrenalina e preencher o nosso dia com o mais variado leque de ocupações. Um dia especial? Sim, mas ao mesmo tempo, mais um dia completo como os outros, cheio de trabalho, amigos, vivências.
8h30 Procura de Investidores
A vida de empreendedor em Manhattan, como qualquer outra cidade vive de conhecimentos, contactos e da reunião certa com os investidor certo; principal objectivo: Financiamento. Não so o projecto tem de ser atractivo, como a nossa postura e discurso. Tudo conta.
8h35: Reunião
Uma reunião de pequeno almoço, para validar se o meu projecto, que resolve o problema de bloqueio de anúncios na Internet, é atrativo para o investidor; ou se ele conhece outros que possam ter interesse. Juntos discutimos como é possível tornar a Internet uma experiencia mais agradável e sobre o mundo actual de Investidores nos Estados Unidos. De notar um atraso de 5m, perdoável, porém não usual. Aqui a pontualidade é levada ao limite.
10h30: Três reuniões externas
Uma presencial e duas por telefone terminadas. Sem resultados imediatos, porém abertura para mais discussões, seguindo-se a dança necessária para com investidores.
13h30: Preparativos pré-casamento
De volta a minha casa para encontrar-me com o Noivo lá e preparar-me para ser testemunha. Mudámos de roupa no meu apartamento. Agora já apresentados de forma formal: fato, mas sem gravata.
Sendo o dia do casamento, esperaria um dia tranquilo para o noivo. Não é o que acontece. Ele foi trabalhar de manha. Nem colocou a hipótese de tirar o dia. “Porque faria tal coisa?”
14h30: Casamento
O casamento inicia-se no município, “City Hall”, onde se processam os casamentos civis. A noiva chega primeiro que o noivo, acompanhada da segunda testemunha, um amigo de infância.
Pude notar uma panóplia de casais, desde os mais tradicionais, vestidos a rigor, a noivos acompanhados pelo respectivo cão, vestidos de jeans e t-shirt. E notem que não era apenas o estilo de roupa que diferia, mas também as combinações de raça e sexo.
À nossa frente estariam mais de dez casais, esperámos pela nossa vez. Na nossa cerimonia, 4 pessoas, os noivos e as duas testemunhas.
15h25: Começa a cerimonia
Indicam-nos a porta da direita e para o outro casal de noivos, que estava atrás de nós, encaminham-nos para a porta da esquerda.
15h27: Vivam os noivos!
15h30: Festejos com direito a foto na entrada do City Hall!
Após uma breve foto, sem direito a atirar bagos de arroz, apanhámos um táxi para um bar em Tribecca para festeja. Celebramos com um vinho espumante, ocasião quase igual a muitas outras sexta-feiras à tarde. Outros amigos juntaram-se mais tarde. Os noivos, posteriorimente, foram jantar num restaurante especial, a sós.
18h: Visitas
Novo encontro noutra área da cidade, agora para celebrar um aniversário. Bicicleta seria mais rápido, mas nenhuma estava disponível; o metro demoraria mais do que ir de carro. Assim, o táxi foi a opção escolhida, para ir até outro bairro da cidade, o MeatPacking District,
O local escolhido foi um clube privado: restaurante, bar e hotel, com o detalhe de que apenas sócios ou hóspedes desse clube podem entrar. Ao aniversariante, um amigo de São Paulo que viajava a trabalho, juntaram-se mais nova-iorquinos e num grupo de 8 pessoas, apenas um era de nacionalidade americana. Constata-se assim, a diversidade de nacionalidades em Nova Iorque, como eu, presente!
20h: Jantar de Aniversário
As conversas na mesa de jantar continuam, com temas diversos como a nacionalidade, desde velhas memórias, a politica a piadas banais, afinal é sexta-feira, e a noite ainda está a começar.
22h: Final do dia
… O dia, digo, noite, apesar de longo continua. Do restaurante passou-se ao bar e de repente já era oficialmente Sábado.
Aprendi que em Nova Iorque o tempo é mais valioso do que dinheiro. Há sempre algo para fazer a qualquer hora do dia, seja grátis ou pago. Cada vez parece que faço mais, e acabo por dormir menos, porém sem nenhum arrependimento, zero! Prefiro as risadas e as experiências!