Não analisar o existente
Cada sala é um desafio sempre diferente, composto por elementos que tornam cada uma num espaço distinto e singular. Características como a cor das paredes e dos tetos, a textura, o pavimento existente, a altura do pé direito, os materiais que a constituem, a dimensão das janelas, a quantidade de portas e as alimentações de iluminação devem “vestir” o momento em que se inicia o processo criativo deste tipo de espaços. É fundamental ter total consciência desses dados, de forma a conseguirmos visualizar e desenvolver a melhor e mais adequada solução.
Não calcular e entender o espaço de circulação de uma sala
Este é um ponto que sugiro ser obrigatoriamente pensado em planta. Para o fazer, é necessário identificar e considerar o que pretende na sala, para, posteriormente, ser estudada a sua viabilidade. Para tal, devem ser considerados também os espaços de circulação e respetivas dimensões e necessidades. Estas medidas, na verdade, são muito fáceis de se saber e quase todas estão disponíveis online. Basta dar uma checada.
Não pensar no todo. Pensar no particular
É crucial haver um conceito e estilo ou estilos desde logo definidos (coloco no plural, porque, na verdade, muitas das vezes a combinação de estilos diferentes têm resultados interessantes). Contudo, é crucial perceber que isto é um exercício que deve sempre ir do geral para o particular.
Por exemplo, suponhamos que se idealiza para a nossa sala um estilo nórdico. A primeira coisa que deve selecionar é uma paleta de cores, composta por cerca de seis tonalidades diferentes. Se me permitem, sugiro que na sua base optem sempre por tons neutros. Torna-se mais fácil e mais seguro.
De seguida, identifique todos as dinâmicas que vai querer que organizem o espaço (zona de jantar, de leitura, de estar, de lareira, de ver tv…), assim como os espaços de circulação. Tenha em atenção a localização da zona de televisão, pois é conveniente esta não estar exposta a demasiada luz natural devido aos possíveis reflexos indesejados.
Tudo branco
Grande parte das pessoas acredita que apostar no branco traduz-se em espaços mais iluminados e amplos. Apesar de ser uma cor neutra, versátil e segura, a verdade é que essa regra serve para ser quebrada, uma vez que a decoração monocromática pode comprometer a percepção de profundidade. Se pretende ampliar ou iluminar espaços, existem outras soluções simples, como por exemplo a utilização de espelhos ou a colocação de tapetes de grande dimensão.
Falta de personalidade.
A sala de nossa casa deve ser vista como um livro que nos caracteriza. Não tenha receio de assumir o tipo de livros com que se identifica. Se gosta de ler sobre vinhos ou arquitetura manifeste os seus gostos e não tenha receio de usar velas com aromas que o transportem a realidades sensoriais que o faça sentir bem. Evidencie objetos que gosta ou que tenham valor simbólico e exiba arrojadamente telas, mesmo as de grandes dimensões. Na hora de decorar, coloque os medos de lado e arrisque! Facilmente verificará que valeu a pena a sua audácia, pois será a garantia de uma casa mais autêntica.
Comprar pela aparência
Isto é um dos maiores erros que vejo a serem cometidos. Comprar por impulso e porque é visualmente bonito… nunca! Valorize conforto e funcionalidade. O que é que adianta termos uma sala digna de ser capa de revista, se não nos sentirmos confortáveis ao ver um filme ou a jantar? O equilíbrio deve estar presente, de forma a que nos consigamos sentir bem.
Cortinas curtas
Acerca deste assunto, sinceramente não tenho palavras para descrever o que sinto quando vejo espaços com cortinas curtas. Para além de visualmente não fazer qualquer sentido, oferece a ilusão de um pé direito mais baixo. A altura ideal deve ser do teto ao chão, sendo que na sua largura deve trabalhar com mais vinte centímetros após a janela terminar.
Mobiliário muito grande ou muito pequeno
A escala é crucial para a obtenção de um espaço equilibrado. Por isso, é importante medir os móveis antes de os comprar e confirmar como o seu tamanho se comporta em obra.
Sofás demasiado grandes comprometem espaços de circulação, criando a ilusão de uma sala mais pequena, assim como, ao contrário, se forem demasiado pequenos acabam por se desligar e não preencher devidamente o espaço. Dica: se quiser ter mais lugares sentados, opte por um sofá e uma ou duas poltronas, libertando mais o ambiente.
Colocar todo o mobiliário encostado em paredes.
Não encoste todos os seus móveis, libertando o espaço central como forma de se tornar mais espaçoso. Lembro que o próprio sofá pode servir de divisória e, atualmente, temos uma enorme diversidade. Seja criativo ao posicionar as peças para que a sua disposição seja harmoniosa.
Má iluminação
Quem me conhece, sabe que não poderia deixar de falar na iluminação. Vou repetir o que digo todos os dias aos meus clientes: de nada adianta termos espaços super bem decorados, se a iluminação não for boa. Esta veste um espaço e é o verdadeiro criador de ambientes, para além de que muitas das vezes têm a capacidade de corrigir erros de obra.
Bem, espero ter sido útil e ir a tempo de ajudar todos aqueles que estão a iniciar esta aventura tão desafiante.