Costumo repetir esta frase, como exemplo positivo, à minha filha mais velha, aos meus alunos e atletas: “uma resposta certa não é igual a uma resposta completa”. É a minha máxima de excelência, procura constante do não conformismo. Num artigo anterior falamos do princípio de Kaisen ou aperfeiçoamento constante, inspirado na filosofia Samurai, que segundo Peter Druker tanto influenciou a ascensão das empresas japonesas. No universo da performance, seja no desporto, seja no mundo dos negócios ou mesmo na nossa vida quotidiana, a excelência é requisito determinante, o inconformismo exalta o que de melhor há em nós e guia-nos para a superação.
O treino sem excelência é um ato incompleto e pouco produtivo. Portanto, esta nobre atitude é um requisito para aqueles que se propõem atingir os seus objetivos. A excelência será então matéria prima do talento, uma atitude que devemos treinar para que se torne um hábito da nossa ação.
“Será que não podia fazer melhor?”
É o “mantra” ou palavra de ordem que nos mantém conscientes do que melhor podemos fazer e nos ajuda a delinear o nosso melhor caminho na vida.
Por todas as razões enumeradas, a excelência deveria ser uma prioridade educativa nas nossas escolas e famílias, o principal fundamento do planeamento desportivo nos nossos clubes, um pré requisito de qualquer ambiente de trabalho das nossas empresas e o compromisso de todas as relações afetivas.
Já dizia o poeta Fernando Pessoa: “põe quanto és no mínimo que fazes” (Ricardo Reis).
A excelência vive muito de exemplos, modelos de referência que nos influenciam e motivam para encontrarmos a nossa própria determinação para o perfeito. É por todas estas razões que os atletas que atingem o Olímpo são importantes referências de construção cívica para a nossa sociedade. São aqueles que se propuseram atingir o infinito e, contra todas as adversidades, prevaleceram, chegando a um círculo restrito dos que ficam entre os melhores dos melhores. O judo português tem alguns desses exemplos e, recentemente, conquistaram o passaporte para glória olímpica mais alguns: Célio Dias, Joana Ramos, Jorge Fonseca, Nuno Saraiva, Sergiu Olienic e claro, Telma Monteiro. São fantásticos exemplos para que pais, professores, empresários e treinadores possam inspirar e motivar os seus.
Se concorda comigo e quer trazer a excelência para o seu entorno, desafio-o a ler o livro recentemente apresentado pelo professor Jorge Olímpio Bento, no foyer do Estádio do Dragão, “Nuno Delgado – uma história de vida, um ensaio para excelência”*.
Bons treinos e uma “excelente” leitura!
*Autores do livro, José Mário Cachada, Ágata Aranha, Alberto Rocha e Teresa Marinho