Nos locais de trabalho, nos cafés, nos jantares mundanos, foram só piadas jocosas e especulações sobre o significado desta informação (ainda por confirmar), sobre o significado da fuga desta informação, e sobre o comportamento de DSK – culpado, não culpado, vítima de armadilha política…
E depois, ao cair da noite, uma gargalhada sadia graças a António Lobo Antunes. O escritor está em Paris para uma semana de palestras sobre a literatura mundial do passado e do presente. Já no fim da sua intervenção, na Fundação Calouste Gulbenkian, Lobo Antunes explicava como é difícil a existência, hoje, de um bom livro – desde a dificuldade em ser publicado entre os tantos livros de má qualidade que lhe serão preferidos pelas editoras, o seu curto lapso de vida nos escaparates das livrarias, onde as novidades não duram mais de uma semana, e as inúmeras distracções a que o leitor potencial é submetido – telemóvel, iPad, internet, que lhe absorvem toda a atenção. De repente exclama: “Vejam só hoje! Há esperma! Y a d’sperme! Y a d’la joie!“. A sala ri com este atalho entre o caso do dia e uma velha canção francesa de Charles Trenet, Y d’la joie! (há alegria!) e Lobo Antunes repete: “Y a d’sperme! Y a d’la joie! Vejam só“.
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