Nesta longa viagem pelo Alentejo a autocaravana da VISÃO já desceu ao Pulo do Lobo, atravessou os campos de Baleizão e cruzou as ruas de Beja.
Para pernoitar, escolhemos até sábado, 16, parques de campismo. Na quarta-feira e na quinta-feira ficámos no degradado camping de Beja, situado nos limites da capital do Baixo Alentejo, junto à saída sul da cidade. Nota positiva: a água corre nos chuveiros com uma excelente pressão e a temperatura é fácil de regular. O staff é de uma simpatia inexcedível. Mas o parque está situado numa zona de expansão da cidade e o som das obras sobrepõe-se ao dos pássaros. Os balneários estão degradados e uma suspeita água mal cheirosa corre numa vala mesmo à saída das casas de banho. Mesmo assim, justificam-se os oito euros pela pernoita de três pessoas, com direito a eletricidade.
Na sexta-feira, mudámo-nos para o parque de campismo municipal de Castro Verde. Também situado numa zona de expansão urbanística, está bem enquadrado, junto à planície e às piscinas. O espaço público envolvente é de qualidade, os edifícios de apoio (receção, balneários e casas de banho) são novos e estão limpos. Por três pessoas pagámos 10 euros, eletricidade incluída.
Na noite de sábado tergiversámos. Aceitámos o amável convite de Marcos Aguiar, o adjunto do presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, e dormiremos, pela primeira vez desde o início da viagem, sob o teto de uma casa. Trata-se de um espaço dedicado às atividades culturais, que dispõe de uma residência para convidados. “A nossa ideia é pô-la ao serviço de artistas que queiram realizar algum trabalho sobre ou em Aljustrel”, justifica o psicólogo que há um ano e meio deixou uma associação de desenvolvimento local para apoiar a presidência socialista do município. Antes de nós, os últimos a aqui pernoitar foram estudantes de cinema que estão a fazer um documentário sobre o concelho.
Num pátio escondido por trás de uma fachada branca, um edifício de dois andares alberga 12 camas, em três quartos. Uma kitchenet e uma pequena sala de estar dão apoio aos hóspedes – local onde está a ser escrito, ao sabor de uma rara brisa, este texto. É primeira vez que a equipa da caravana Visão que anda à descoberta do Baixo Alentejo pernoita entre paredes. Bem haja, Aljustrel.