Mais umas primeiras impressões. Afinal, isto também é uma autocaravana-escritório e o caminho não deve ter surpresas até Barão de São João. Como partimos atrasados, lá se foi a boa intenção de descer pela EN10 e cá estamos nós, a uns vertiginosos 120 km/h, a direito pela A2 abaixo.
Os sobreiros sucedem-se nas janelas, março é mês verde. O José Carlos Carvalho continua ao volante e o José (António, António) Pinto no lugar do navegador. Eu mudei de “sofá”, não resisti. Estou agora de costas porque ligámos este portátil a uma das tomadas da autocaravana, não fosse ficar sem bateria no pior momento. Enjoarei?
Ainda não conhecemos muito bem a autocaravana – uma Challenger Genesis 49 – mas já descobrimos que tem três tomadas (tipo isqueiro) de 12 volts, onde basta ligar um transformador para ganhar 220 volts. Ao transformador podemos sempre ligar extensões, sem problema. Há ainda mais duas tomadas normais que só funcionam se a autocaravana receber energia do exterior.
A energia – ou a falta dela – foi um assunto central durante os preparativos e continua a ser um tema. Será que vamos conseguir ser autossuficientes? Será que a bateria da autocaravana vai dar para alimentar computadores (três), telemóveis (cinco), câmaras de filmar (duas) e ainda frigorífico e luzes? A ver.
A água é outro tema. Quando fizemos a primeira paragem para testar o sistema de vídeo em direto que vamos utilizar no site da VISÃO à chegada a Barão de São João (pelas 7 e meia da tarde, esperamos), apareceu um riozinho aqui dentro, no corredor. Não percebemos de onde saiu. O JCC, sempre otimista, acha que sobrou das limpezas de segunda-feira, ainda em Leça da Palmeira, na sede da Campinanda. Oxalá. Eu lembrei-me logo que o depósito de água, a que se acede pelo exterior, não veda bem, mas calei-me.
Daqui de onde estou sentada, o mapa de Portugal que a Cláudia Lobo colou na porta do armário principal parece enorme e Barão de São João é um pontinho minúsculo bem lá em baixo. Ainda nem começámos a sério e já estou com pena de só “fazer” um bocadinho do mapa. Resolvo, então, olhar mais para a direita, para as capas da VISÃO, VISÃO Júnior, VISÃO História e VISÃO Vida & Viagens que estão coladas noutros armários, mais pequenos. Férias (quase) de graça, A vida das novas aldeias urbanas, É hora do recreio!, 1975 O verão quente, As vidas tão diferentes de Aníbal e Manuel. Ao ler a manchete da última, neste momento mais brilhante por culpa de um raio de Sol, sorrio: Acha que conhece Portugal?