
Caro Leitor,
Desta vez, não parece uma falsa partida. Rui Rio já está em campo para disputar a presidência social-democrata, no rescaldo de umas autárquicas que correram muito mal ao PSD e, pior ainda, a Pedro Passos Coelho. “Mesmo sabendo que as coisas não estão bem, um tipo fica mesmo triste com isto. Afinal, é o meu partido”, desabafou o antigo autarca do Porto à VISÃO na manhã de segunda-feira, quando se confirmou que o PSD tinha perdido sete câmaras e milhares de votos. Está então na hora de avançar? “As próximas eleições internas do PSD têm de refletir a vontade de mudança dos portugueses”, responde Rio, numa conversa interrompida por muitos telefonemas e apressada, nesse dia, por uma viagem a Lisboa – que incluiu uma reunião com os barões do partido em Azeitão. Do seu lado estima-se que esteja 60% do aparelho do PSD, ainda meio envergonhados e clandestinos, escreve o jornalista Miguel Carvalho no artigo que faz capa esta semana da VISÃO. Saiba como Rui Rio chegou até aqui, à antecâmara da liderança laranja, e leia o que disse ao longo dos tempos sobre o poder político, a justiça, a banca, os meios de comunicação e, muito mais, na edição em papel que chega um dia mais cedo, quarta-feira, às bancas.
A cara do referendo catalão
Maria José Molina converteu-se numa das protagonistas do referendo de 1 de outubro na Catalunha. A sua foto, de rosto ensanguentado depois de uma carga policial, correu mundo e franziu os sobrolhos, até na Europa, de quem reagia à gestão de Mariano Rajoy da maior crise da democracia espanhola. “Agarraram-me como se fosse um saco de batatas”, lembra à VISÃO a reformada catalã que, no domingo passado, estava sentada no passeio, a ler, à espera de votar e decidir o futuro catalão. O jornalista Anxo Lugilde seguiu a história de Molina para contar os bastidores e o dia seguinte de um referendo que promete mais danos colaterais.
O ‘melting pot’ de Odemira
Na freguesia de São Teotónio, litoral alentejano, há uma escola pública diferente das outras.Ali, convivem 20 nacionalidades, a maioria dos alunos não é portuguesa e a língua ainda surge como um obstáculo. Os alunos búlgaros são em maior número, seguidos dos nepaleses e dos indianos. É um verdadeiro “planeta-escola”, criado pela necessidade de mão de obra para trabalhar nas estufas de frutos vermelhos que se multiplicam no concelho de Odemira. Por cada cem hectares de exploração são precisos mil trabalhadores – e naquela região já há perto de três mil hectares cultivados. Os números não oficiais apontam para 40 mil imigrantes, a maior parte sem estatuto de residência. O jornalista Luís Pedro Cabral acompanhou os jovens e as suas famílias numa reportagem a não perder.
Virgem perdida
Cinco anos e cinco milhões de dólares depois, o “caso Crivelli” está fechado. O quadro Virgem com o Menino e Santos, pintado pelo mestre da renascença italiana Carlos Crivelli, não volta a Lisboa. Prescreveram prazos e sobrou “inépcia” das autoridades portuguesas, nas palavras de Christopher Marinello, considerado um Sherlock Holmes do mundo das artes. O Estado português acaba de desistir da reaver a rara pintura, esquecida durante décadas num sótão açoriano, comprada depois pelo empresário Pais do Amaral, que a vendeu em 2012 a uma galeria parisiense. Na altura, teve ‘luz verde’ do então secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, contra vários pareceres. O seu sucessor, Jorge Barreto Xavier, admitiu o erro, revogou a autorização da venda, mas deixou passar os prazos. “Portugal perde”, defende Marinello em conversa com a jornalista Vanessa Rato.
Viagem às termas do Centro de Portugal
A pensar nas escapadas do outono que há de vir, a Se7e partiu à descoberta das 22 termas da região Centro onde se concentra grande parte dos recursos hidrogeológicos do País. A Joana Loureiro, nossa jornalista da delegação do Norte, deu o corpo ao manifesto, deleitou-se com duches vichy e, no final, até exclamou: “Benditas águas!”
No espaço de opinião, leia ainda as crónicas de António Lobo Antunes, Ricardo Araújo Pereira, Mafalda Anjos, José Eduardo Martins, José Carlos de Vasconcelos, Maria Helena Damião e Miguel Araújo.
Na revista VISÃO há muito mais para ler, como a sequela de Blade Runner, agora em 2049, ou a entrevista a Herman José na semana em que estreia o seu novo programa Cá Por Casa na RTP. “Sempre que me estiquei, aconteceu-me qualquer coisa grave. O País aguenta até um certo limite. Um desgraçado que diga uma coisa fora do sítio leva com um desses escritórios que têm 70 e tal advogados e dão-lhe cabo da vida”, diz o humorista que, hoje, se reinventa em vários palcos, das redes sociais aos videojogos, passando pelos shows de estrada.
A edição desta semana inclui ainda o décimo livro da coleção Ler Faz Bem: O Jogador, de Fiódor Dostoiévski, nada menos que um génio da literatura mundial. “Revi-me muito no modo como descreve os russos. Há coisas que podiam ser portuguesas”, comenta Ana Bacalhau, vocalista dos Deolinda e convidada a refletir sobre a obra do escritor russo. Veja aqui o vídeo.
A VISÃO Júnior já chegou também às bancas, com um destaque sobre os medos dos mais jovens. Medo do escuro? De estar sozinho no quarto? A revista de outubro explica o que é o medo, porque se sente, como se pode lidar com ele e como o vencer. Tudo a pensar no Dia das Bruxas que está a chegar.
Até para a semana ou até já em visao.pt