Viana do Castelo, 25 Mar (Lusa) – Defensor Moura afirmou hoje que continua a ser o candidato do PS à Câmara de Viana do Castelo, mas admitiu que “seria um desafio interessante” tornar-se deputado, desde que eleito pelo distrito.
“Continuo a ser candidato à Câmara Municipal da minha terra natal, dado que não tenho conhecimento de qualquer decisão partidária em contrário, já que a Federação Distrital [do PS] apenas avocou o poder de decidir sobre isso, mas ainda não decidiu quem será o candidato”, sustentou hoje, em comunicado, Defensor Moura.
A sua recandidatura à Câmara de Viana do Castelo já foi aprovada, por unanimidade, pela Concelhia local, restando agora saber qual a decisão da Federação Distrital.
Em relação a uma eventual candidatura a deputado, Defensor Moura, no seu comunicado intitulado “Deportado não, obrigado”, apenas a admite concorrer pelo círculo de Viana do Castelo.
“Seria um desafio interessante protagonizar uma efectiva e activa representação do meu município na Assembleia da República, sendo o porta-voz do pensamento e da experiência de Viana do Castelo, que há tantos anos faz falta naquele fórum nacional”, acrescentou.
Defensor Moura é presidente da Câmara de Viana do Castelo desde 1994 mas, desta vez, a Federação Distrital do PS, presidida por Rui Solheiro, decidiu avocar o processo de escolha do candidato naquele município.
A federação acusa o autarca de, a propósito do referendo à integração de Viana do Castelo na Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima, ter mantido um “desrespeito continuado pelas instituições democráticas, pelos partidos políticos, particularmente o Partido Socialista, e um insulto calunioso aos diferentes dirigentes, autarcas e deputados”.
“O processo que envolveu o referendo, bem como o clima de injúria, ataque pessoal e político aos camaradas do partido, violaram os mais elementares princípios éticos, morais e políticos que fazem parte do nosso património colectivo e que os alto-minhotos sempre se habituaram a ver no PS ao longo dos últimos anos”, sustenta a Federação do PS.
No comunicado hoje divulgado, Defensor Moura diz desconhecer “qualquer acusação fundamentada de malfeitoria”, bem como “qualquer julgamento” que o tenha condenado “à deportação”.
Acrescenta que “não é muito próprio do sistema democrático o julgamento sem possibilidade de defesa, nem a eliminação administrativa ou desterro de adversários políticos”.
“Não abdico do meu direito democrático de exercer os cargos para que sou escolhido e eleito pelos meus pares e concidadãos. Independentemente, quer das dificuldades do empreendimento, quer dos engulhos que possa provocar aos meus adversários”, frisa.
A Lusa tentou ouvir o presidente da Federação Distrital do PS, mas ainda sem sucesso.
VCP.
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