É uma espécie de Facebook para gente gira, livre de publicidade e de restrições moralistas. De artistas para artistas e seus amigos. Para já só existe em versão Beta, só acessível por convite. Planeia-se uma expansão controlada e progressiva. Assim pelo menos dura mais tempo. O Ello é a última pequena tentativa de beliscar o Facebook. Mark Zuckerberg dá-lhe pouca importância, até porque eles se afirmam invendáveis e incorruptíveis. A coisa funciona por donativos e garante-se que nunca irão ter publicidade, nem ceder a interesses de grupos.
O Facebook começou por secar tudo à volta. Redes como a Orkut, que chegou a ser a mais popular em alguns países como o Brasil, não resistiram à espiral de popularidade da outra rede e cederam. Mais recentemente, o grande monstro ameaçador foi o Google +, com uma poderosíssima máquina por trás, que fazia com que quem quer que tivesse um gmail passasse a ter conta. Não obstante, o Google + é hoje uma rede vazia ou de crescimento demasiado lento. Outras apareceram e as que vão vingando caracterizam-se por se dedicar a um nicho. Acreditando que, apesar das tentativas, é impossível agradar à maioria e a cada um ou a funções específicas. Assim se compreende o sucesso do Linkedin, uma rede de contactos profissionais, que o Facebook vai tentar combater através do já anunciado Facebook Pro. Ou as chamadas redes de engate como o Tinder ou o Baddoo, que o Facebook tem dificuldade em encontrar resposta, pois quer manter avós e netos em linha.
O Ello é moralista perante o falso moralismo do Facebook, vangloria-se da sua independência e atrai pelo design. De resto, não traz nada de novo. Imita a estrutura e repete as funcionalidades. É um Facebook indie e apetecível, que respeita o direito a uma alternativa num regime praticamente monopolista. Mas ainda não sabemos o que virá a seguir ao Facebook… Talvez seja a conversa de café.