Pode amar-se uma cidade como se fosse gente. Percorrer-lhe as ruas sem atalhar pelo caminho mais curto, saborear-lhe sons e sabores, descobrir-lhe segredos e mesmo perdoar-lhe as faltas de gosto e civilidade. Haja o que houver, a cidade que, dessa forma, me fala aos sentidos e à inteligência sempre será Madrid. Gigantesca e, no entanto, íntima nas aldeias que a compõem; histriónica e, ao mesmo tempo, recatada na pose para o retrato. De cada vez que lá volto, surpreende-me com nova delícia ou com outra que, não o sendo, me passara despercebida.
A livraria “La Buena Vida”, por exemplo. Situada no coração histórico e monumental da cidade (Calle Vergara, 10, muito perto do Teatro Real e da Plaza de Oriente), tem um ambiente acolhedor que convida à entrada e, logo a seguir, à demora. Numa cidade em que não faltam grandes superfícies do sector (desde a FNAC à Casa del Libro), aposta-se aqui no ambiente e no tratamento personalizado. La Buena Vida, ao alcance do cidadão médio, é aqui, neste auto-denominado “café del libro”, em que se pode ler e ver enquanto se toma uma copa ou picar un pincho. Enquanto não chega a Madrid, pode deter-se no site www.labuenavida-cafedellibro.es e apreciar as novidades.
Não muito longe (Plaza Matute, 6), está outra livraria com uma oferta alternativa aos gigantes da edição: a Desnível, especializada em mapas e literatura de viagens. Num espaço todo de madeira (como um barco), forrado a mapas de todos os cantos do mundo e a relógios com vários fusos horários, o visitante encontra guias para viajar por ar, terra e mar, revistas especializadas e clássicos do género para miúdos e graúdos, mas também um conselho seguro para quem necessitar de “bússola”. Clique www.libreriadesnivel.com e antecipe o sabor de uma visita “ao vivo e a cores”. E mais não digo, que ao viajante há que deixar o prazer de desvendar segredos.