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Há um fio condutor claro: o(s) terror(es) que atormentam a aldeia deve(m) ser entendido(s) enquanto espelho(s) do terror da Ditadura que atormenta o país. Mas há demasiadas (sub)narrativas para 46 páginas, e é inevitável que não seja possível desenvolver tudo adequadamente. A dimensão caricatural no desenho de Joana Afonso ajuda a equilibrar todas as facetas do argumento, embora por vezes sugira um humor que parece deslocado. O Baile é livro corajoso e de leitura obrigatória, com excelentes pontos de partida; falta-lhe algum espaço para respirar.
(12 Euros, adquirido na Amadora).
Conhecia o trabalho do desenhador que aqui assina Jhion enquanto o João Amaral que ilustrou, a meu ver bem, a adaptação para BD de A voz dos deuses, de João Aguiar; bem como outras obras de cariz institucional. Aqui adota um estilo mais depurado com cores planas que, ao contrário dos efeitos usados na obra anterior, sublinha algumas deficiências do traço do ponto de vista anatómico, da expressão das personagens e do movimento. Lamento imenso ter de dizer isto, mas é a questão de sempre: tem de haver a mesma exigência que se aplica a outras obras. E este problema, que chegou a ser endémico na BD nacional, foi claramente ultrapassado por inúmeros autores (que trabalham, por exemplo, para a Marvel ou Kingpin), mostrando que não se trata de uma inevitabilidade. Espero que, numa linguagem tão marcada pela primeira impressão visual, esta caraterística não afaste muitos leitores de um livro que os merece, para que este tipo de edições corajosas por parte da ASA possa ter (con)sequência.
(oferta do editor)
S
Em termos de trabalho editorial faltam, em minha opinião, duas coisas. Uma memória descritiva que acompanhasse o livro, descodificando alguns elementos. E, já agora, uma datação que não apenas “pranchas publicadas na década de 1980”.
(12 Euros, adquirido na Amadora).
(oferta do editor)
(10 Euros, adquirido na Amadora).
Relato de uma vida dos anos 1960 até aos nossos dias, O nome do pai faz um uso interessante da memória, desde logo atravessando com naturalidade os momentos de exaltação e crise da História de Portugal, encarados enquanto meros instantes laterais de um percurso individual que, como todos, está dentro da História mas a transcende. A indefinição que permeia o livro anterior surge também aqui, desta feita com imagens de tipo fotográfico desfocadas pelo desenho, solidificadas pelas palavras, mas nunca sabemos se devemos confiar por inteiro num texto associado àquele tipo de ilustração. Simbolizando, no fundo, a realidade embaciada de que são feitas recordações. E as recordações aqui não são contínuas, mas soluçantes, marcadas por objetos. Neste caso destacam-se os meios de transporte, uma bicicleta, alguns autocarros. E carros, muitos carros. Em O nome do pai focam-me muito os meios de transporte mas, tal como em Sobrevida, não é claro que se venha a chegar a lado algum. Entretanto, viveu-se, fizeram-se livros, aprendeu-se alguma coisa. Ou não. Sem dúvida que é propositado, mas os livros deste tipo caminham sempre no fio da navalha. Sinceramente, e por oposição ao livro anterior, acho que a Topedro só falta entrar no clube para ser mais reconhecido pelos mesmos leitores.
(7 Euros, adquirido na Amadora).
Comum a muitos leitores de Pessoa é a primazia dada ao muito modesto (enquanto heterónimo) Bernardo Soares, e ao seu fabuloso Livro do Desassossego. Mas o que chama sobretudo a atenção é a natureza dos textos selecionados dos diversos heterónimos, que focam sobretudo a contemplação, quando não a resignação. Inteligente e cerebral, mas nem por isso menos resignada. Nada da força épica e vontade de ação que (também) se encontra no melhor do poeta. O desenho de Vernetti, num estilo que se pode designar como “grotesco amansado”, é muito eficaz do ponto de vista evocativo, e perfeito para o tom que escolheu. Mais uma vez, não será coincidência. Pessoa & Cia é uma boa aposta num livro com potencial para transcender o mundo dos leitores tradicionais de banda desenhada, que se espera possa ter sucesso, e assim estimular outras experiências.
(oferta do editor)