O ‘DIA D’ DO SBSR
As sugestões de Carolina Freitas
SuperNada – Palco Super Bock Super Rock – 19h
Foi preciso esperar 10 anos pelo primeiro álbum dos SuperNada, o quinteto surgido em 2002, liderado por Manel Cruz, com Miguel Ramos, no baixo, Ruca, na guitarra, Eurico Amorim, nas teclas, e Francisco Fonseca, na bateria. Mas aí está. Chama-se Nada é Possível e inaugura hoje o palco principal do Meco. Concerto obrigatório, para ouvir uma descarga de rock alternativo, com letras bem ao jeito de Manel Cruz, e sonhar com o tão aguardado regresso de Ornatos Violeta aos palcos, que acontece em Paredes de Coura, a 17 de agosto, e nos Coliseus de Lisboa e do Porto, a 25 e 30 de outubro.
Tono / Hanni El Khatib – Palco EDP – 19h50 e 21h20
Aproveite a energia da atuação anterior e corra até ao palco EDP. Pode ser que ainda chegue a tempo de se deliciar com Tono, o quarteto carioca que tem reinventado a música popular brasileira. Depois, deixe-se levar pelo garage rock, repleto de blues, do cantautor Hanni El Khatib. Canções para quem já foi alvejado ou atropelado por um comboio, anuncia o músico. Mas não perca as horas, ou ainda leva um tiro por não estar à frente do palco Super Bock Super Rock quando começar Lana del Rey. A nova deusa da pop.
Lana Del Rey / Friendly Fires / M.I.A – Palco Super Bock Super Rock – A partir das 22h05
Parece não haver meio termo quando se fala de Lana Del Rey, nome artístico de Elizabeth Woolridge Grant, que, depois do álbum de estreia,
Lana Del Ray A.K.A Lizzy Grant (2010), chegou ao grande público com
Born to Die, lançado no início deste ano. Ou se ama ou se odeia. Mais do que um concerto, a sua atuação será uma espécie de teste, e é bem possível que os resultados também sejam de extremos – céticos surpreendidos e fãs desiludidos. É ver para crer. E descontrair de seguida, ao som do indie rock dançante dos britânicos Friendly Fires, e da vibrante M.I.A, naquele que promete ser um dos concertos mais memoráveis do 18.º Super Bock Super Rock.
NA MULTIDÃO ESTÁ A VIRTUDE
As sugestões de Luís Ricardo Duarte
E amanhã chega o fim-de-semana, o sábado das manhãs longas, o domingo que ainda nos espera. “It’s Friday I’m in love”, como cantam os The Cure. Hoje é o melhor dia para se entregar a um festival que, na noite de ontem, provou estar com a força da juventude. Os 18 anos, como as 18 edições, só se vivem uma vez. Hoje, por isso, sugiro-lhe que siga com a corrente. Entregue-se ao palco principal, que é no meio da multidão que está a virtude do Super Bock Super Rock.
SuperNada – Palco Super Bock – 19 horas
A armada portuguesa de ontem – Salto e Capitão Fausto – não deixou os créditos lusos por mãos alheias. Provaram ter espírito festivaleiro – o que mais se pede no Meco – e boas malhas para agarrar o público. Não se espere menos hoje, com os SuperNada. O grupo de Manel Cruz, Miguel Ramos, Ruca, Eurico Gomes e Francisco Fonseca gravou finalmente o seu primeiro álbum de estúdio, depois de uma década de concertos e gravações ao vivo. A expetativa é muita e a experiência também. Não falta nada para o que poderá ser um super concerto.
The Rapture – Palco Super Bock – 20 e 35
Quando o concerto dos SuperNada terminar, já haverá animação no Palco EDP. Mas valerá a pena perder o lugar que com tanto esforço conquistou a pensar em Lana Del Rey? Também acho que não. O melhor é comer qualquer coisa rápida, de preferência da marmita que trouxe de casa, porque os tempos não estão para excessos e ainda há muita noite para beber. Se ficar aqui comigo terá pela frente os não menos entusiasmantes The Rapture. A banda de Vito Roccoforte, Luke Jenner e Matt Safre já têm quatro álbuns no currículo, o último (In the Grace os Your Love) de 2011, e surpreende sempre pela mistura de sons, do post-punk à eletrónica, passando pelo indie e pelo disco. Canções dançáveis. Perfeitas para o início da noite.
Lana Del Rey – Palco Super Bock – 22 e 05
Nada como uma boa polémica. E a música de Lana del Rey parece ser das que exaltam espíritos e despertam ódios de estimação. É a cantora do momento, foco de todos os elogios (quem não anda à procura do novo ??), e de todas as críticas (quem não gosta de cair em cima do novo produto da indústria?). Uns salientam a voz quente, o estilo exuberante, a pop mais orelhuda. Outros não aceitam o afastamento do universo indie de onde surgiu, ainda com o nome de Lizzy Grant, o excesso de produção e as gélidas atuações ao vivo. Sem se esperar uma batalha campal junto ao Palco Super Bock, que até já tem relva, estes irreconciliáveis fãs e detratores poderão, hoje, esgrimir os seus argumentos e fazer provar as suas teses. No palco, Lana del Rey talvez passe ao lado de tanta polémica e apenas cante o melhor que sabe. O que, num festival como este, não será de desprezar. Quer a interpretação seja autêntica ou artificial.
Pela noite dentro – Vários espaços
Agora, sim, é tempo de ir espreitar o palco EDP. A tensão da prova dos nove de Lana del Rey já foi supera ou chumbada, pouco importa, e o que é nacional também é bom. Às cinco para a meia noite, os WrayGunn entram em ação. A banda de Coimbra lançou este ano o seu quinto álbum (L’Art Brut) em que cada música parece contar uma história. E a história desta noite está nas suas mãos. A partir de agora, esqueça os planos, siga a multidão ou apenas o seu instinto. Ainda tem neste palco os The Horrors (às 1 e 40), não esquecendo os M.I.A no Palco Super Bock, que já tocam desde a 00 e 50. E a noite, na tenta @ Meco, ainda agora começou.