O Estado Novo não gostava dele e por isso não ensinava A Peregrinação nas escolas. Mais uma vez as artes serviram para chegar onde o ensino se escusava. E neste caso em particular a BD. Foi ainda nos anos 50 que José Ruy começou a publicar, a preto-e-branco, a Peregrinação em BD, na Cavaleiro Andante. Na altura a revista contava essencialmente com publicações vindas do estrangeiro, e o desenhador achou importante recuperar temas históricos portugueses. Primeiro adaptou O Bobo, de Herculano, e depois Fernão Mendes Pinto. “É uma aventura apaixonante”, diz ao JL, José Ruy. E explica: “Na altura o Fernão Mendes Pinto era um herói quase maldito, e esta BD foi uma forma de dar a conhecer a personagem”. Apenas três décadas depois, passou a livro e ganhou cor. “As cores são sempre esbatidas, para que prevaleça o traço”, explica. Em 2011 o livro vai para a sua quarta edição, com a chancela da Âncora, e acaba por ser um clássico da nossa BD. Tão importante que foi através dele que Fausto conheceu a personagem, quando ainda era miúdo, e vivia no Huambo. Começou a ler O Cavaleiro Andante e deixou-se fascinar.
A Peregrinação em BD
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Conheça aqui três pranchas de Peregrinação, do clássico de BD de José Ruy, que será reeditado em 2011