Ao longo dos 45 anos de publicação regular do Jornal de Letras, muito destacadas figuras, sobretudo de Portugal e do Brasil, de Presidentes da República a outros protagonistas da vida pública, a grandes escritores e artistas, escreveram ou disseram o que pensavam sobre o nosso jornal. Aqui ficam as suas opiniões, em muitos casos apenas excertos, mas fielmente reproduzidos
Referência e inestimável acervo
ANÍBAL CAVACO SILVA – Presidente da República (e ex primeiro-ministro)

O JL constitui uma referência no panorama das publicações culturais portuguesas, representando a sua coleção um acervo de inestimável importância para a reconstituição da nossa vida intelectual nas últimas décadas. Tem-se destacado ainda por difundir iniciativas novas, contribuindo para a consolidação de projetos originais, de ideias que doutro modo não teriam a visibilidade que merecem, para a projeção de personalidades, obras e eventos, em Portugal, nos países lusófonos, nas comunidades portuguesas da diáspora.
Só temos que fazer votos para que o JL continue a conquistar o interesse dos leitores e se mantenha fiel aos princípios editoriais que o nortearam desde o primeiro número. Ao longo deste tempo, destaco dois aspetos: a preocupação constante com a língua portuguesa e a atenção dada aos problemas da Educação.
Traço de união entre todos os que falam português
JORGE SAMPAIO – Presidente da República de Portugal

Todos conhecemos as dificuldades que um projeto como este tem de enfrentar. O JL tem alcançado ultrapassar os obstáculos, fazendo mesmo deles outras tantas ocasiões para se renovar e atualizar. Esta proeza deve-se, em primeiro lugar, às equipas que o têm concebido e realizado desde a sua fundação, à frente das quais tem estado sempre José Carlos Vasconcelos, grande militante das causas culturais e cívicas.
Tenho a honra de ser seu velho amigo e, por isso, sei bem que a sua determinada dedicação àquilo em que acredita e por que se bate opera verdadeiros milagres, logrando realizar o que parecia difícil ou mesmo impossível. Tem sido este o caso.
O JL tem constituído também um valioso traço de união entre todos os que falam português: povos, comunidades dispersas pelo Mundo e pessoas que estudam a nossa língua e a nossa cultura. 0 lugar que desempenha no panorama do nosso jornalismo é ímpar e deve ser valorizado, neste tempo de afirmação das identidades culturais, em que queremos fazer da lusofonia uma realidade mais dinâmica e mobilizadora.
Um lugar único e importantíssimo
António Guterres – Primeiro-ministro de Portugal e presidente da Internacional Socialista (atual secretário-geral da ONU)

O JL ocupa um lugar único e importan-tíssimo, não apenas no amplo e diversi-ficado mercado da imprensa portuguesa, mas, sobretudo, de forma singular e qualificada, entre os seus pares de vocação essencialmente cultural.
Desde há 20 anos que o JL nos mostra os caminhos das artes e das ideias, nos desvenda a magia da escrita e a alma dos escritores, nos instiga o gosto pelo saber e pelo conhecimento, nos abre um mundo de muitos mundos feito.
Considero, ainda, como uma das mais destacadas linhas da política editorial do JL, a preocupação — sempre presente, sempre viva — da defesa e promoção da língua e da cultura portuguesas, nas suas mais diversas formas de expressão. Em minha opinião, é notável a aliança forma/conteúdo deste jornal, o que torna a sua leitura um prazer, o lhe confere uma personalidade invulgarmente apelativa.
Uma importante forma de cultura
ANTÓNIO FEIJÓ – Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

Um “Jornal de Letras, Artes e Ideias” é, hoje, em si mesmo, na amplitude do que cobre, um projeto virtuoso. As condições de existência de um mundo, que muitos de nós conhecemos, em que letras, artes e ideias eram objeto de atenção assídua para um conjunto significativo de pessoas, alteraram-se drasticamente.
As publicações que se ocupavam dessas questões eram – no Estado Novo, por exemplo – bem mais escassas do que tudo aquilo que, ostensivamente delas tratando em formato digital ou impresso, hoje existe.
Essas publicações avultavam, todavia, no interior dessa escassez, para os leitores que as disputavam, como algo de precioso e raro. Um texto como o obituário de António Sérgio escrito por Mário de Sacramento, publicado no Diário de Lisboa, por exemplo, foi objeto de atenção cuidada para muitos leitores.
O JL é, hoje, umas das poucas publicações que sobrevivem desse mundo em que uma questão intelectual era vista como uma questão se não decisiva, pelo menos altamente relevante, para uma vida coletiva que se pretendia civilizada e livre.
Nos seus 45 anos de existência, o Jornal de Letras constituiu-se como um importante arquivo de muito que, no seu triplo âmbito, se fez nos países de expressão portuguesa. Só podemos, por isso, vivamente saudá-lo, bem como ao seu diretor e a todos os que o fazem, por esse trabalho de manter viva uma importante forma de cultura.
Projeto único
EMÍLIO RUI VILAR – Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

Uma notável ação em prol da cultura, das letras e das artes portuguesas. As páginas do JL revelaram personalidades e acontecimentos, acolheram crítica e reflexão e contribuíram para o enriquecimento da nossa identidade cultural.
Tem sido um precioso estímulo para todos os que o leem em Portugal, mas também nos muitos lugares do Mundo onde se fala português. Como leitor assíduo, não posso deixar de desejar que continuemos a ter motivos para o celebrar no futuro, enquanto publicação indispensável, projeto único de referência.
Caso único
MÁRIO SOARES – Presidente da Fundação com o seu nome, anterior primeiro-ministro e Presidente da República

O aniversário do Jornal de Letras é um acontecimento: faz 20 anos! Num jornal de letras, artes e ideias – e em Portugal. Único. Acrescente-se- lhe a qualidade, o pluralismo efetivo, a variedade temática.
Felicito assim, calorosamente, o meu velho amigo seu ilustre diretor e toda a sua equipe.
Que contem ainda muitos e bons anos de fecundo trabalho em prol das letras, das artes e, sobretudo (lembrando Antero) as ideias.
Um combate de todos nós
ISABEL SOARES – Presidente da Fundação Mário Soares – Maria Barroso

O JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias, faz agora 45 anos de existência. Surgiu por iniciativa, vontade e determinação de José Carlos de Vasconcelos, que chefiava um pequeno grupo de entusiastas, que tinham como missão divulgar e defender a cultura e a língua portuguesa. E o JL foi, desde essa altura, um espaço de liberdade, aberto a todas as correntes e sensibilidades, que ajudou a construir pontes entre o Brasil e Portugal, e também, e sobretudo, com todos os países lusófonos.
Recordo que era sempre com grande curiosidade que esperava pelo JL e as suas novidades, opiniões e críticas, sobre literatura, artes plásticas, teatro, cinema, educação, que normalmente suscitavam discussões acaloradas, e como muitas vezes elas ajudaram a moldar, e até a modificar, a minha visão. E seguramente, isso também se passou com muitos outras pessoas ao longo destes 45 anos.
Quinzenal, semanal, depois passou de novo a quinzenal, o JL agora está a lutar pela sua sobrevivência, no meio da concorrência feroz e desigual das redes sociais e das plataformas digitais, onde as notícias aparecem “digeridas e formatadas” impedindo o pensamento e a reflexão.
Vivemos hoje tempos inquietantes. Assistimos, quase sem reação, ao genocídio em Gaza, e à proibição de palavras e confiscação de livros num país que sempre nos habituámos a respeitar como livre e democrático.
O combate pela sobrevivência do JL é, cada vez mais, um combate urgente e necessário, um combate de todos nós.
Mário Soares, cujo centenário festejamos agora, dizia que “a cultura é o sal da democracia”, e que “a negação da liberdade foi sempre acompanhada da negação da cultura e dos que para ela trabalharam”. A sua vida foi um combate permanente pela liberdade e pela democracia, antes e depois do 25 de Abril.
Num discurso que proferiu na Academia Brasileira de Letras, em 2 de abril de 1987, disse: “foi o amor à cultura, foi a relação constante e visceral que a ela sempre me ligou, que fez que a minha vida política se tivesse sempre entrelaçado com a minha constante paixão pela liberdade”.
Não há futuro sem memória do passado.
“A sério que existe um jornal assim?”
PILAR DEL RIO – Presidenta da Fundação José Saramago

“A sério que existe um jornal assim em Portugal?”, dizem-me as minhas amigas espanholas quando lhes ofereço exemplares do JL. Uma publicação só de cultura em tempos em que se reduzem as páginas de cultura e eliminam os seus suplementos? Menos mal que nos queda Portugal”, repetem uma e outra vez essas leitoras e esses leitores que valorizam a cultura como um direito humano e a informação cultural como caminho imprescindível para não nos empobrecermos socialmente.
Sim, menos mal que nos resta Portugal, repito. E também menos mal que em Portugal existe o Jornal de Letras.
O JL não pode acabar, por mais que nos digam que o que manda são as razões económicas. Pois não: a economia deve garantir-nos casa e sustento, mas para que haja vida nas casas e que o sustento seja emocionalmente nutritivo é importante continuar a saber que há homens e mulheres que criam, que escrevem, que pintam, que fazem teatro, que compõem e interpretam música, e que somos um país pequeno com uma inesgotável força cultural que nos define no mundo e nos alegra quando a sentimos.
Não, o JL não pode acabar, seria um fracasso de Portugal e das suas instituições, da sociedade civil, de todos. Um fracasso a que não nos podemos permitir!
Um jornal de referência
SALVATO TELES DE MENEZES – Presidente da Fundação D. Luís I, Cascais

A primeira nota que jugo ser necessário dar é que basta escrever ou dizer estas duas letras, JL, para que qualquer pessoa minimamente culta, minimamente interessada em qualquer tipo de manifestação artística, saiba que nos estamos a referir a um jornal de referência que todos nós lemos com grande satisfação intelectual: de facto, qual dos mais importante eventos culturais e artísticos, qual dos mais notáveis escritores e artistas plásticos, bem como qual dos mais interessantes pensadores e ensaístas, não escreveu ou figurou nas páginas do jornal?
Creio que será muito difícil encontrar alguma ausência significativa, sendo desde já de louvar o carácter absolutamente imparcial da linha editorial, que sempre soube acolher as mais diversificadas manifestações e os mais diversificados autores (em sentido lato), tratados com o rigor e a elegância indispensáveis ao exercício da crítica séria.
Recordo, com particular saudade, os números dedicados a Eduardo Lourenço, José Cardoso Pires e Carlos de Oliveira, por exemplo, para demonstrar esse cuidado e atenção, com textos muitas vezes acompanhados por ilustrações de João Abel Manta, que nos deixavam estupefactos pela qualidade e capacidade de transmitir traços fisionómicos e psicológicos que conhecíamos do convívio pessoal (caso dos segundos) ou de o ler (caso do primeiro).
E, naturalmente, não posso deixar de assinalar os inúmeros convites que o diretor, José Carlos de Vasconcelos, me tem endereçado, permitindo-me desenvolver, a meu bel-prazer, algumas elucubrações sobre temas de áreas do saber a que gosto de me dedicar.
Notável contribuição à Cultura e à Língua
JOSÉ MANUEL DURÃO BARROSO – Presidente da Comissão Europeia (ex primeiro-ministro de Portugal)

O JL tem dado uma notável contribui-ção à vida cultural do País e nomeada-mente ao espaço da Língua Portuguesa.
Como cidadão empenhado na construção de uma sociedade de mulheres e homens cultos que respeita os valores e os princípios da tolerância, da valorização da diferença, da liberdade e da democracia, não posso deixar de dar o meu testemunho público de reconhecimento ao JL pelo contributo valioso que tem dado na promoção do acesso ao conhecimento e à cultura dos cidadãos, através das obras e das palavras que vem difundindo nas suas páginas nestes 1000 números.
Aqui nos temos encontrado
LÍDIA JORGE – Escritora, membro do Conselho de Estado, Prémios Literatura de Guadalajara e Médicis

O JL foi criado num tempo em que em Portu-gal a política tinha tomado todos os quadrantes da expressão, além dela não sobejava nada. Os livros saíam sem uma única notícia.
Era a política que se revoltava contra o tempo em que não era discutida, em que havia uma guerra portuguesa em várias frentes.
Acabou-se. O JL é contemporâneo e desenrola-se ao longo do nosso espaço histórico de paz e liberdade. Alimentou-as. Aqui nos temos encontrado, pela escrita, os elementos famosos e não famosos da nossa pequena tribo.
Da memória ao futuro
ANA PAULA LABORINHO – Diretora em Portugal da OEI, Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura

Quando o Jornal de Letras, Artes e Ideias surgiu, em 1981, eu ainda não tinha terminado a licenciatura em Filologia Românica. Nesse tempo, em que saboreávamos a novidade das artes em liberdade, cada número do JL era uma descoberta que cruzava autores e artistas de várias gerações. Muitos emergiam do silêncio de décadas, outros surgiam. O JL chegava e tínhamos leitura que não se esgotava até ao número seguinte. Guardávamos indefinidamente os vários números.
Estive quase 14 anos em Macau e, durante os primeiros anos, os jornais portugueses não chegavam a esse fim do mundo. Até que, no final dos anos 80, abriu a Livraria Portuguesa, que se mantém até hoje. Os jornais desembarcavam com mais de uma semana de atraso, mas era uma alegria. O JL regressou e o seu sabor na distância ainda foi mais intenso. Através dele, íamos acompanhando autores, livros, exposições, artistas, congressos, festivais e reflexões, não apenas dos que estavam em Portugal, mas também dos que viviam e trabalhavam no estrangeiro, muitos como professores em prestigiadas universidades. O JL atravessava fronteiras.
Anos mais tarde, assumi responsabilidades no Instituto Camões, com uma rede de língua e cultura portuguesas que se estendia a quase 80 países. Em cada um desses países, o JL desempenhava um papel fundamental para o conhecimento da literatura, das artes e do pensamento do Portugal contemporâneo. O JL incluía também um encarte com as atividades do Instituto Camões, o que muito contribuía para consolidar a nossa rede externa. Recordo as queixas que nos chegavam quando o JL se atrasava ou se extraviava algum número. O JL era um material didático essencial e, sobretudo, era o fio de Ariadne que ligava a Portugal. Recordo que encontrava o JL em destaque sempre que visitava as bibliotecas do Instituto Camões ou as bibliotecas das universidades estrangeiras.
O JL é um património raro e insubstituível. Quando há alguns meses tropecei em notícias sobre o futuro do JL, escrevi alarmada ao José Carlos Vasconcelos que, ao longos destes quase 45 anos, nos entregou quinzenalmente e sem falhas um jornal tão especial que o podemos reler desde o primeiro número sem sinais de envelhecimento. Obrigada, José Carlos, e longa vida ao JL.
Essencial para o português no mundo
SIMONETTA LUZ AFONSO – Presidente do Instituto Camões
Para os nossos leitores, os professores que ensinam português língua estrangeira, literatura e cultura portuguesa no Mundo, o JL é um instrumento pedagógico indispensável, não só pela atualidade da informação que veicula, como pela qualidade da sua escrita. A consulta do JL, desde o primeiro número, é essencial para aqueles que se dedicam à investigação sobre a Cultura portuguesa do século XX, por isso queremos que faça parte da Biblioteca Virtual Camões.
Construção da lusofonia
MANUEL VEIGA – Ministro da Cultura de Cabo-Verde
Ousadia, entusi-asmo, dedicação, compe-tência e tenacidade. Sendo o JL um espaço da construção e de partilha cultural da lusofonia, a CPLP só tem a ganhar se investir mais e melhor nessa tribuna cultural e literária. Como intelectual caboverdiano, tem sido para mim fonte não só de informações sobre a cultura e a literatura no espaço da língua portuguesa, mas também arquivo de referência.
De leitura obrigatória
LAURO MOREIRA – Embaixador do Brasil junto da CPLP
Sempre o senti profundamente compro-metido com a causa da Lusofonia, a cultura de nossos povos, a preservação dos valores que tratamos todos de consolidar. O JL é um padrão de referência para todos os veículos devotados à causa cultural. Liderado por José Carlos de Vasconcelos, amigo fraterno do Brasil tornou-se há anos leitura obrigatória, também em meu país, de todos quantos se interessam pela cultura em língua portuguesa.
Uma verdadeira instituição
DIOGO FREITAS DO AMARAL – Fundador e líder do CDS, foi presidenteda Assembleia Geral da ONU e vice primeiro-ministro
O JL é uma verdadeira instituição, um espaço único de informação cultural escrita, um balão de oxigénio para todos quantos pretendem respirar o ar vivificador da Cultura, e só encontram à sua volta bolhas rarefeitas de política, economia e sociologia. O JL merece bem o apoio constante que o seu público fiel lhe tem concedido. Oxalá o mecenato faça o resto. Uma prestigiada instituição como esta não pode morrer. Longa vida ao JL!
CPLP, marco de afirmação
DOMINGOS SIMÕES PEREIRA – Secretário executivo da CPLP
O JL assumiu e desenvolveu, durante os 30 anos da sua existência, a melhor forma de dar expressão a um manancial inestimável de produções literárias, de artes e ideias, ultrapas-sando regimes e circuns-tâncias. A CPLP regozija-se com este marco de indiscutível afirmação e proeza, rendendo-lhe a sua homenagem
Motivo de orgulho
JOÃO UBALDO RIBEIRO – Escritor brasileiro, Prémio Camões
O JL é um marco de referência, um verdadeiro baluarte de nossas letras, cuja resistência não pode deixar de ser motivo de orgulho para todos os que se interessam pela cultura de língua portuguesa. Sem a menor possibilidade de contestação, a publicação literária mais importante e significativa dos países de língua portuguesa. É o meu jornal de cultura, sempre será. É o nosso jornal de cultura, sempre será.
Património Histórico da CPLP
PEPETELA – Escritor angolano, Prémio Camões
Atrever-me-ia a sugerir que da mesma maneira que uma obra do génio humano, considerada marcante de uma época ou de uma cultura, é classificada como Património Histórico, o que obriga à sua preservação, o JL deveria ser como tal considerado pela CPLP, pois, muito antes dessa Comunidade, já ele cumpria a missão de aproximar pela cultura os nossos povos.
Dou-lhe as boas vindas
NÉLIDA PIÑON – Primeira mulher a presidir a uma Academia (a Brasileira de Letras). Prémios Princesa das Astúrias e Juan Rulfo
Ele me chega a casa todas as quinzenas. Dou-lhe as boas-vindas ansiosa pelas novidades que enriquecem o meu coração brasileiro. Este homem sonha, fomenta ideias e projetos, todos ao serviço da intensa defesa da comunidade dos países de língua portuguesa. É com este temperamento moral, cívico, cultural, que ele e sua equipe mantêm o JL vivo, impetuoso, vigilante, para o bem de todos nós.
O agasalho da Língua Portuguesa
AGUSTINA BESSA LUÍS – Prémio Camões
O JL foi, durante muitos anos já, o nosso passaporte no estran-geiro, o nosso ponto de conversação com o mundo. Encontrei-o em Paris e em Toronto. Saía eu da missa da Madeleine, recebendo os flocos de neve nos ombros e a Língua Portuguesa esperava-me como um agasalho.
O primeiro instrumento
Jorge Couto – Diretor da Biblioteca Nacional e ex presidente do Instituto Camões
O JL rapidamente se tornou o primeiro instrumento de divulgação da nossa cultura e da sua produção, estimulando sempre o debate de ideias e figuras de relevo do panorama cultural português e lusófono.
Voz e gesto lusófonos
MARCOS VINICIUS VILAÇA – Presidente da Academia Brasileira de Letras
Além de voz, é gesto da gente lusófona. Singular no seu modo de ser plural. Sempre identifico no JL a oportunidade da colheita, a um só tempo de esperanças e de realizações da comunidade de expressão portuguesa.
Uma estratégia da língua portuguesa
MANUEL ALEGRE – Prémio Camões, foi vice-presidente da Assembleia da República
O JL é sozinho uma estratégia da língua portuguesa. Ele, sim, ele é na prática a verdadeira CPLP. Cada número do JL é um ato de cultura, de resistência e de amor à língua portuguesa”.
Sem rival
FRANCISCO LUCAS PIRES – Vice-presidente do Parlamento Europeu, foi ministro da Cultura
Para mim, o JL tem sido um breviário. Para o País é um jornal único que não tem rival, embora não monopolize nada. Neste sentido, é mesmo já uma pequena ‘instituição’.
Continuar
HELENA VAZ DA SILVA – Presidente do Centro Nacional de Cultura
Não passo sem o JL. A cultura portuguesa também não. O grande espaço lusófono decerto que também não. Uns começam, outros acabam. Ele continua.
Uma parte da minha vida passou pelo JL. Devo-lhe bastante. Passados estes anos, vejo como foram fundadores esses anos. Ah, sim – mudei bastante, mudámos muito. Mas, se existia uma base do chamado «jornalismo cultural», eu aprendi-a no jornal desse tempo, onde procurávamos dar uma notícia e antecipar uma crítica, sem que uma coisa sacrificasse a outra. É isto uma velharia? É-o certamente, hoje em dia. Em parte, graças ao JL, que tornou isso normal. Muitos dos que passaram pelas suas páginas foram depois continuar a mudar o jornalismo cultural noutros lugares – mas eu acho que a gratidão nos protege da arrogância e do esquecimento. E estarei sempre grato ao JL.
Devo-lhe bastante
FRANCISCO JOSÉ VIEGAS – Escritor, editor, diretor da revista Ler, ex secretário de Estado da Cultura
Continuidade, qualidade, abertura
MANUEL MARIA CARRILHO – Ministro da Cultura, e depois embaixador na Unesco
O JL tornou-se uma publicação única e central no âmbito da cultura portuguesa. O segredo do sucesso deve-se a três atributos muito precisos: continuidade, qualidade e abertura. O JL cedo encontrou um caminho próprio entre o academis-mo e a vulgari-zação, abrindo uma tripla via de informa-ção, de di vulgação e de análise, via sempre marcada pela exigência de qualidade. O risco que frequentemente se corre neste tipo de publicações é o do chamado efeito de “capela”, ou seja, de parcialidade e de clausura em torno de um pequeno grupo de pessoas e de um restrito conjunto de ideias, num processo de obsolescência que, a prazo, condena qualquer projecto cultural. E o JL soube evitá-lo.